terça-feira, 18 de dezembro de 2018


Figura marcante e fecunda...


Delfim Brito Guimarães nasceu no Porto a 4 de agosto de 1872, filho de  Delfim José Monteiro Guimarães, comerciante e jornalista, natural da vila de Ponte de Lima, e de D. Maria Júlia Moreira de Brito Barreiros, natural do Porto. Casou em 24 de Abril de 1895, na Igreja de Paranhos, com Rosina Vieira da Cruz e morreu em 6 de Julho de 1933, na Amadora, ficando sepultado no cemitério de Benfica.

Ao longo da sua vida, Delfim Guimarães teve as mais diversas actividades, desde político, escritor e poeta até administrador de jornais e jornalista. No início do século XX fundou a “Livraria Editora Guimarães & Cª”, que ainda hoje existe com o nome “Guimarães Editores”.

Enquanto editor, num tempo em que eram pouquíssimas as pessoas que tinham algum interesse por livros, Delfim Guimarães divulgou entre nós obras-primas de escritores  como Lamartine, Émile Zola, Victor Hugo, Alexandre Dumas, Honoré de Balzac, Tolstoi e Gorki.

Viveu algum tempo em Ponte de Lima, terra do pai, onde foi administrador do Concelho. Durante este tempo escreveu muita poesia, prosa e peças de teatro.
“Ponte de Lima, berço do meu pai/Jardim encantador do nosso Minho,/É para ti que grande parte vai/ Do meu carinho”. “Oh rio Lima, meu velho amigo/Meu confidente de alegres anos/Lembras-te ainda do tempo antigo//Daquela quadra cheia de enganos/Que, descuidado, passei contigo?”.

Na amadora, terra onde viveu o último terço da sua vida e veio a falecer, dedicou-se à sua obra literária, à defesa dos interesses da terra e integrou a Comissão Administrativa da Escola Alexandre Herculano, de que foi um os fundadores.

A Alexandre Herculano dedicou um poema que começa assim:

Com o vivo fulgor, com essa luz constante
Que só os astros dão, caricioso brilho,
O vulto de Herculano esplende, qual diamante,
No céu de Portugal, pairando avassalante,
Sobre o amado país que se honra de tal filho.

Também a Zola, que muito admirava, dedicou um poema de que transcrevo  estes versos:

Depois de Jesus Cristo, o filósofo ideal,
Não existiu na terra obreiro mais fecundo...
Estava reservado, ao autor de “Germinal”
Dar o supremo golpe à árvore do mal,
Em nome da verdade, emancipar o mundo.

Nota - Informação colhida na revista Limiana, da Casa de Ponte de Lima em Lisboa.


Amândio G. Martins




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