domingo, 9 de dezembro de 2018

Jornais e jornalistas ameaçados


‘Ler jornais é aprender mais’, disse-me o meu pai, semeando-me o grato prazer pela imprensa.
Conseguiu. Quem escreve artigos de opinião para o espaço dos leitores deve comprar diariamente titulo(s). Manifesto tristeza ao verificar que nos transportes públicos não encontro
jovens a ler jornais/revistas. Como inverter isto e lhes suscitar interesses? Porventura, dar-lhes espaço. Merecem. Poderia ser de âmbito cultural, vendo os seus autores os trabalhos publicados. O jornalismo tem de continuar a existir, para cumprir a sua nobre missão numa sociedade que se pretende democrática, noticiando com pluralidade, isenção, rigor e credibilidade. Não às noticias falsas! Há uma situação de emergência real na imprensa. Urge descobrir medidas que a possam reerguer duma crise prolongada que é preciso estancar. Como? Quais? A reposição do porte pago para a imprensa regional, útil e valiosa, será uma boa alavanca. As instituições públicas deveriam fazer constar nos seus orçamentos receitas para assinaturas de jornais/revistas, nomeadamente as escolas, incentivando os alunos para o gosto da leitura. Benefícios fiscais para os títulos, com regras apertadas e fiscalizadas, não podendo significar compensações à posteriori... O jornalismo só tem poder real, como contrapoder.
Os garimpeiros da Google, Apple, Facebook e Amazon, não podem continuar a piratear (leia-se
roubar) o que fazem os jornalistas - gratuitamente(!). Querem notícias? Paguem!!
Não se pode discutir boa informação e bons jornalistas, quando estes não auferem remuneração condigna.
‘Jornalista: profissão ameaçada’, é um notável livro de Felisbela Lopes, com chancela da Althêia Editores. A ler e estudar.

                Vítor Colaço Santos

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