segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Arrogâncias avulsas

O Reino Unido tem nostalgia do antigo Império, o tal onde o sol nunca se punha, e não está habituado a negociar em termos de paridade. Os britânicos sempre o fizeram no patamar superior, acatado, aliás, por todos os outros. É certo que, neste Brexit, contavam com a cumplicidade dos EUA, mas lealdade é palavra que Trump não conhece (America first, os outros que se lixem). Resulta que a construção da UE, uma belíssima utopia, pode estar (como sempre esteve) em causa. Averbou-se o ganho de mais de setenta anos em paz, mas os ideais do início foram-se perdendo no caminho e prevaleceram os interesses do costume, comerciais e financeiros, comezinhos, a puxar sempre para o lado de quem mais pode. Que é quem faz as regras e, já dizia o outro, “quem parte e reparte… etc., etc.”.
O emaranhado jurídico que se foi tecendo atingiu tal dimensão que não se permitem veleidades de saída a ninguém, apesar de existir um “artigo”, no (des)ordenamento jurídico comunitário,  que a permite a quem desejar. Vê-se! O desejo da punição, para exemplo de eventuais recalcitrantes, é mais forte do que o bom-senso contratual. Enfim, não se augura nada de bom, e desengane-se quem pensa que os “estímulos” negativos que estão a ser infligidos aos arrogantes britânicos acautelam o desmoronar da UE.  



2 comentários:

  1. Diz bem, Zé Rodrigues, "uma belíssima utopia" e depois, também explica bem porquê. Perante isto, prefiro uma Europa de nações independentes e com as relações o melhor possível do que andarem os grandes a mamar à conta dos pequenos. Quanto ao complexo imperial dos ingleses, completamente de acordo. Basta visitar-se Londres para se ver isso. Aquelas praças monumentais com leões gigantescos, símbolos do poder. E estátuas também majestosas. Muito mais que, por exemplo, Paris. A UE já foi... O ser humano é demasiado individualista e egoísta.

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.