domingo, 27 de janeiro de 2019

Bolsonaro, Maduro e Guaidó


Anda por aí, na política portuguesa, um aspirante a Pessoa Importante (mas só I.P., não V.I.P.) a dizer que “não é o Bolsonaro português”. Bem sei o que ele quer, é que apareça algum incauto a contrariá-lo e a dizer “ai és, és”. Não serei eu, que nem sequer escrevo o nome dele, a fazer-lhe a vontade. Coitado.
Do outro lado do Atlântico, vemos um Maduro a averbar o apoio de Xi Jinping, Putín e Erdogán. Por sua vez, Guaidó conta com o apoio de Trump e Bolsonaro. Felizmente, não sou o diabo para ter de escolher entre os dois. Que venham eleições limpas, muito rapidamente.

13 comentários:

  1. O que são eleições limpas, amigo Zé? Aquelas que alguns consideram como tal? Também suponho que Maduro não tem feito tudo correctamente que deveria fazer. Mas, que diabo, porque é que tanta gente omite as dificuldades imensas que lhe são impostas sobretudo do exterior? Claro que uns de propósito, outros, influenciados por eles.

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    1. Caro Francisco, limpas são as eleições que não levantam dúvidas a ninguém, especialmente os observadores credenciados, de modo a poderem ser reconhecidas pela comunidade internacional.

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  2. As eleições só serão limpas quando o Maduro perder... as de 2018 que o elegeram tiveram observadores internacionais que não notaram anormalidades... As que puseram o Trump no poleiro, parece que não foram limpinhas... Nas Honduras deram um golpe e afastaram Manuel Zelaya eleito pelos votos do povo... no Chile assassinaram o Allende eleito e colocaram o Pinochet acompanhado duma matança... mais atrás tentaram na Baía dos Porcos, em Cuba, mas saíram de gatas... embora bloqueiem contra tudo e contra todos... etc., etc... o capitalismo para atingir os seus fins não hesita nos meios que utiliza.

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    1. Caro Ernesto Silva,
      (Informo-o de que o comentário precedente, a que estou a responder, foi colocado por mim no blogue. Não é o Ernesto o único que, por razões que ignoro, não coloca os seus comentários de forma directa. Presumo que haja alguma incompatibilidade informática que, aliás, o aconselho a rever. No que me for possível, darei todo o apoio disponível.)

      Passado o entre-parêntesis inicial, vamos ao que importa.
      Não haja, entre nós, confusões… nem ingenuidades. Para serem limpas, as eleições não têm de ditar, à partida, um determinado vencedor. Pelo contrário! O vencedor será o que resultar das regras estabelecidas e aceites por todos.
      Em 2018, aquando das eleições presidenciais na Venezuela, “ganhas” por Maduro, houve alguns percalços que não foram esclarecidos. Vejamos: quem as convocou foi a Assembleia Nacional Constituinte, num processo altamente duvidoso de avanços e recuos no tempo, a sugerir “habilidades” eleitorais. Esta Assembleia Constituinte sempre foi acusada de ilegalidade, de que, tanto quanto sei, nunca se demonstrou isenta. Refira-se que, ao tempo, se encontrava em funções a Assembleia Nacional que, em Dezembro de 2015, tinha ganho as eleições com maioria da oposição, resultado reconhecido expressa e inequivocamente por Maduro. As presidenciais de 2018, ao contrário do que o Ernesto pensa, tiveram, por parte dos observadores (e não só) internacionais, muitas anormalidades. Só para citar alguns “contestatários”: Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, União Europeia, Grupo de Lima. Diga-se, por justiça, que Rússia, China, Coreia do Norte, Cuba, Equador, Nicarágua e Bolívia reconheceram os resultados. Mas, a mim, neste contexto, não me interessa fazer contagem de votos. É um dos assuntos em que só a unanimidade me satisfaz.
      Que tem a ver o Trump com este assunto? Os americanos continuam vítimas de um sistema eleitoral arcaico e retrógrado. Talvez tivesse havido batota, não me admiro, mas nada que se compare à eleição de Bush, contra um Al Gore que, aparentemente, não se quis “incomodar”. No entanto, deixe-me acrescentar que se Hillary Clinton tivesse sido eleita, a posição dos EUA, neste problema venezuelano, não deveria ser muito diferente. Fora, está claro, os “folclores” trumpianos.
      O caso Allende, que nada tem a ver com eleições “sujas”, é um dos que muito significam para mim. Não quero misturar assassinatos com eleições. Deveriam ser incompatíveis. Aqui, no entanto, estou a tratar do assunto Maduro, não das patifarias múltiplas e criminosas que os EUA fizeram pelo mundo fora. Incluindo, claro, a Baía dos Porcos. Mas também a Nicarágua, Granada, Iraque, Síria, Jugoslávia, etc., etc., etc.
      E o povo, não importa?
      Importa saber que é, sem dúvida, vítima também do capitalismo, esse que, quando Hugo Chávez foi eleito, democrática e livremente, para tentar sacudir a corrupção que vinha de trás, incluindo Carlos Andrés Pérez e Rafael Caldera, continuou a mover todas as influências e boicotes a que podia deitar a mão para “envenenar” a Venezuela rebelde.
      Caro Ernesto, não podemos verberar Salazar por ser ditador, e deixar Maduro imune. Os ditadores definem-se por acumular mais do que um dos poderes (legislativo, executivo e judicial) nas suas próprias mãos. É o que Trump anda a tentar. O Maduro já o conseguiu. Até ver...

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  3. Pois é meu caro José Rodrigues, assunto que dava panos para mangas. Se tivéssemos um bate-papo. Assim é mais difícil.Quem foram os OC? O que é a Comunidade Internacional? EUA, Canadá, UE, Japão, Austrália e os outros? Depois, diga-me onde há eleições absolutamente limpas, quando uma minoria controla os media. Se eu tiver uma estação de televisão e o amigo, um megafone...

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    1. Caro Francisco,
      Se calhar, não há mesmo eleições limpas em parte nenhuma. Mas voltamos à citação do Churchill: a democracia é o pior sistema… excluindo todos os outros. A Comunidade Internacional é… o que temos, onde vivemos. Para maior profundidade do tema, remeto-o, com sua licença, para a resposta que dei ao comentário do Ernesto Silva.

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  4. Viva José Rodrigues! respondendo apenas aqui ao seu ultimo comentário seu, acho-o razoável. Em relação ao extenso que faz sobre o do Ernesto Silva, não me leve a mal, mas por ser tão extenso nem sequer vou tentar sintetizar a minha resposta. O que não quer dizer que não o ache respeitável! Nem pouco mais ou menos! Quanto ao do Ernesto que eu subscrevo, até acrescento mais um exemplo de alienação de massas (religioso e não só) que deu o resultado que deu: Brasil. Com tudo isto, acho que já disse, O caso Venezuela, sobretudo com Maduro, está longe de ser exemplar. Mas os outros a tal CI, por favor!... São demasiado piolhosos. Se não fosse as enormes reservas de petróleo... A terminar só mais esta: sabe quantas resoluções da AG da ONU os piolhosos dos israelitas já atiraram para o caixote do lixo? E agora permita-me o que não é habitual em mim: esta gentalha que vá para a P... que os pariu!

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  5. Está longe de ser exemplar com Maduro, mas não ignorando, como tantos fazem, as dificuldades que lhes têm sido criadas com os bloqueios dos do costume!

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  6. Já estou a ser chato. Mas como não fui bem claro e sincero, devo acrescentar a palavra SUPONHO. Em relação ao que disse e digo da fase do Maduro. Secalhar também já estou a ser influenciado pelos piolhosos...

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  7. Afinal na tomada de posse de Maduro, estiveram representados oficialmente 38 países e 16 organizações internacionais entre as quais a ONU, a União Africana e a Liga Árabe. Afinal são ou não são credíveis as eleições? Há uma coisa que se chama contraditório e que estes pulhas não fazem. Esteve lá também um deputado português e do Parlamento Europeu. Porque é que não o ouvem? Porque não ouvem o PCP que tema posição que se sabe? Pulhas!

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    1. Caro Francisco,
      Sabe muito bem que não é esse o ponto que me levou a todo este contraditório. Como já aqui disse, este é um dos temas em que só a unanimidade me satisfaz. Tanto é verdade que houve dúvidas na legitimidade das eleições presidenciais de 2018 na Venezuela, que me resta perguntar quais são, em sua opinião, as razões que levaram todos os outros países, além dos 38 que referiu, a não marcarem presença? Valendo o que vale, deixe-me referir que Portugal e a UE não estiveram lá oficialmente. Não lhe parece estranho?
      Não foi novidade para mim que há países que apoiam Maduro. Eu próprio referi alguns no comentário que, por ser “extenso”, o Francisco não se deu ao trabalho de ler ou, pelo menos, de contestar, facto que, esteja tranquilo, não lhe levo a mal.
      Compreendo as suas simpatias e, melhor ainda, as suas antipatias, algumas das quais compartilho. Olhe, por exemplo, para com Guaidó, que não me inspira a menor confiança, como sugeri no início desta “conversa”, apontando-lhe como suspeitos os apoios de Trump e Bolsonaro. Mas as simpatias e antipatias não devem toldar a clareza do nosso pensamento.

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  8. Eu sei quem lá esteve e não esteve. Mas teve a ONU. Não será significativo? Eu li o seu texto todo, com atenção e respeito. E em relação ao Maduro, veja o texto que agora publiquei. Conclusão; não sei se as eleições foram totalmente correctas ou não! Mas estou farto da hipocrisia dos que pretendem mandar em tudo. Mas,de si,aceito perfeitamente que faça valer as suas teses e duvidas. Um abraço!

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