domingo, 20 de janeiro de 2019

Falemos d’A Voz da Girafa

Falar em causa própria não é, às vezes, muito elegante. Mas, aqui no blogue, os temas são absolutamente livres e, portanto, aí vou eu.
Estamos na época do ano em que, desde que o blogue nasceu, alguém promove o Encontro anual. Caber-me-ia, tal como no ano transacto, dar o pontapé de saída na sua organização.
No entanto, salvo erro próprio, estou convencido de que não existem condições objectivas para o promover, pelas razões que aduzirei a seguir, e que, naturalmente, são discutíveis.
Antes de mais nada, tenho dúvidas de que persista o espírito que sempre esteve subjacente aos “Encontros”. Apesar de não ter havido conflitos mais ou menos insanáveis, a verdade é que sinto que se cavaram algumas dissensões que, se não estou errado, vão levar a uma esmagadora abstenção num possível Encontro que possamos organizar. Devo dizer, aliás, que fico penalizado por não me reencontrar com pessoas que, de uma forma ou de outra, me impressionaram, que considero Amigos, ainda que não dos que encontro com alta periodicidade e com quem até possa ter divergências de pensamento.
Para um almoço ou um café, em Coimbra, Lisboa, Porto, Faro, Guarda ou sei lá onde, sempre se arranja tempo e se procurará disponibilidade. Mas um Encontro da “Girafa” exige mais, requer algum peso “institucional” que, de momento, me parece difícil adquirir.
Aconteceram abandonos de diversos colaboradores, confusões várias, nem sempre bem resolvidas, e tudo isso me faz augurar um Encontro de dois ou três “gatos pingados”, o que, não sendo “catastrófico”, não deixará de ser um “fracasso”.
Já assisti a compromissos de comparência declinados por motivos quase inimagináveis e, francamente, não me apetece tentar “arrebanhar” o maior número de pessoas possível para, no final, chegar à triste conclusão de que A não foi porque B ia, de que não me sento à mesma mesa com aquela pessoa, de que é no sul e eu sou do norte (ou vice-versa), de que não me dá jeito porque tenho de ir passear o cão...
O blogue não está morto, é verdade. Mas não tem o entusiasmo de muitos dos participantes que, de resto, já não são muitos. É certo e compreensível que já se perdeu o efeito-novidade - que motiva sempre -, que a visibilidade e projecção do blogue não são as que alguns ambicionam, e que se pode ter instalado o enfado e a saturação, que isto de blogues, o meu formato preferido, já não está na moda, e perde aos pontos com outras aplicações preferidas das redes sociais “in”. Esperemos por melhores dias, que virão (ou não…).
Por tudo isso, sinto que meter ombros à organização será simplesmente infrutífero. Não se trata de comodismo, é realismo puro e duro.
No entanto, não tenho a legitimidade suficiente para “decretar” que, este ano, não se realizará o Encontro. Limito-me a evidenciar as minhas limitações nesse âmbito. É claro que estou totalmente disponível para apoiar quem quiser levar por diante a respectiva organização, nem que seja um almoço a dois, a três ou a dez.
Aguardo comentários.

9 comentários:

  1. Pelo respeito que o José Rodrigues me merece, porque aguarda comentários e porque estes lhe são devidos, aqui estou. Para lhe dizer que o entendo perfeitamente em tudo o que diz acima. E ainda par lhe anunciar que, em nenhuma circunstância, iria a um encontro semelhante ao dos anos anteriores. A vida é o que é e devo respeitar-me a mim mesmo. Um abraço amigo e com muito respeito para si!

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  2. Perfeitamente entendíveis, as palavras do amigo José Rodrigues. Extremaram-se posições, ao ponto de (algumas) me parecerem mesmo insanáveis. Espero não ter contribuído em demasia para este facto. Tenho muita vontade de, ao menos, nos encontrarmos, com o máximo possível de companheiros, à mesa. De preferência no Porto, e depois do "dia do reformado". Isto, porque o valor da minha reforma, é inferior à da do fariseu Jardim Gonçalves.
    Desde já me coloco à disposição naquilo que puder colaborar.

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  3. Quem quer que seja que, num espaço como este, perante um comentário que lhe não agrade, não vê outra saída que não seja o insulto e a grosseria inqualificável, creio que não fará cá falta nenhuma...

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  4. Também compreendo a posição do José Rodrigues. Evidentemente que o respeito por nós próprios é essencial. Se não o tivermos, poderemos respeitar os outros? Mas o respeito pelos outros, também só nos engrandece e evita conflitos. A falta dele (nem que seja por uma ínfima minoria) é que levou a esta debandada e a algum mau ambiente. No entanto, pela minha parte e tal como o amigo Valdigem, Vá quem for, se houver encontro, lá estarei. Só que,é claro, ao contrário dele, preferia que fosse em Lisboa ou o mais cá para baixo possível.

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  5. Meu Caro José Rodrigues,
    Caros Confrades, presentes e ausentes:
    O golpe que foi dado ao sonho-realidade de Céu Mota está prestes a chegar ao fim. E, por certo, não foi a maioria de todos nós que contribuiu para tal desenlace, mas sim pela acção nefasta de pelo menos um par de comentadores que usavam tal espaço somente para denegrir o que cada um escrevia.
    E com se diz que ‘quem não se sente não é filho de boa gente’ – apesar de alguma gente se arrogar poder atacar tudo e todos a seu bel-prazer -, é que dezenas de colaboradores que escreviam com regularidade neste ‘nosso’ tão querido A VOZ DA GIRAFA, mormente a sua criadora, fizeram por bem ‘desaparecer’, para não serem por de mais enxovalhados.
    Perante tal situação a que se chegou, Encontros para quê? Os mesmos não passariam de azedos confrontos.
    Por fim, se ‘o blogue não está morto’, a sua morte anunciada está presa por um fio, pelo que, a muito curto prazo, venha a ser uma triste realidade.

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  6. A todos os que intervieram na sequência do meu post, agradeço o contributo.
    Em particular ao José Amaral, gostaria de acrescentar mais uma ou outra coisa. Quando escrevi “o blogue não está morto”, não foi com a intenção de que se interpretasse exactamente o contrário. Muito menos que se agoirasse “a sua morte anunciada (…) presa por um fio”. Um blogue que, diariamente, regista intervenções não está morto. Mais: tenho notícia de que tem leitores fora do conjunto dos seus autores. Ainda hoje, por coincidência, fui consultado por um possível novo autor, de alguma forma ligado à Biblioteca Municipal do Porto, que me pediu a adesão. Não tem multidões a espreitá-lo, isso é verdade. Mas alguém quereria que assim fosse? Não se trata de um projecto comercial e, nunca esqueçamos, quantidade não quer dizer qualidade.
    Quanto à questão do “Encontro”, deixe-me dizer que um blogue, aberto como este, nunca se poderá confundir com um clube de 20 amigos que, periodicamente, fazem uma passeata abrilhantada por uma almoçarada em conjunto. Não é confessional, partidário, tribal, clubístico, o cimento que une os seus participantes é mais propenso à discussão e contradição do que a unanimidades estéreis, por muito agradáveis que possam ser. E também dele não se podem esperar subservientes concordâncias laudatórias, ao som de violinos celestiais, boas para o ego, mas inúteis para a discussão de ideias.
    Para finalizar, um toque de humor: “dezenas de colaboradores que escreviam com regularidade” são, pelo menos, vinte. Tem a certeza?

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  7. Caro José Rodrigues,
    Peço-lhe desculpa se fui para além do que deveria ser o meu comentário. Mas, já que tenho de voltar aqui para complementar o que escrevi, bem como por resposta sua ao meu inicial comentário, voltemos ao essencial: - que A VOZ DA GIRAFA não morra, que ainda é muito jovem, e bem acolha quem a demandar, e não esquecendo nunca que ‘quantidade não quer dizer qualidade’.
    Todavia, o que mais me magoou, quando colaborava com assiduidade, foi o modo censório a que fui sujeito, bem como a maneira de superioridade e arrogância com que fui tratado, tanto em texto individual, insultando-me, como nos soezes comentários vindos dessas mesmas (duas) pessoas que deveriam ser mais urbanas.

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  8. A Voz da Girafa, não nasceu dum encontro, por isso uma coisa será a sua eventual não realização e outra a continuação do blogue. O encontro, ou convívio, ou reunião, etc., com ou sem repasto não sendo determinante, poderá realizar-se ou não, com mais ou menor espaço e participantes e talvez mais para o meio da primavera. Aqui e em toda a parte, a discordância não despensa a boa educação.

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  9. Afigura-se-me que não há espaço nem motivação nem objectivo(s) para proceder a Encontro de leitores que escrevem artigos de opinião e - Não cartas! ( A este propósito, tenho para mim, que não só mas também, que é por estas menoridades mentais das redacções dos jornais/ directores dos mesmos que a imprensa do papel está pré-moribunda!...). Avancemos...
    Se, durante os Encontros, nunca fomos capazes de assumir uma posição conjunta para dirigir uma missiva, todos - reitero - às direcções dos jornais usando de correcção, objectividade e contundência para sugestionar/pedir mais espaço, eliminar da 'nossa' rubrica os direitos de resposta, eliminar, repito os pedido de desculpa: por gralhas, imprecisões, omissões, erros dos jornais e por aí fora... qual foi o sumo de tais Encontros? Ah! Nasceu a VOZ DA GIRAFA. Estou afim de poder confraternizar convosco, cá mais em baixo, geograficamente. A disparidade, discordância, diferença, a não sintonia,... é, afinal, a complementaridade... Mas, temos que nos tratar como gente! Somos adultos. À VOZ DA GIRAFA - VIDA LONGA!, e a quem lhe dá assistência sob todos as ângulos! Ao Meu Caro, José Rodrigues, um Abraço de gratidão e amizade.

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