quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

GOVERNO EM FAMÍLA, TEM MAL?


Quero acreditar que António Costa (AC), ele próprio, se sente desconfortável por ter dois ministros que são marido e Mulher e outros dois que são Pai e Filha. Deixando de lado as leituras já feitas nos mídia de traços de nepotismo nesta situação única desde o 25 de Abril, há um risco operacional e uma leitura estritamente política a fazer. O risco operacional é que eventuais problemas pessoais que estas pessoas tragam das suas próprias casas, podem reflectir-se no andamento de assuntos de governo. A leitura política é mais preocupante ainda. É saber se AC, que acredito ser um homem inteligente, optou por esta solução livremente ou se foi forçado pelas circunstâncias políticas do seu partido. Se optou livremente, é mau para a avaliação do seu perfil político. Sim, porque Mário Soares e Guterres, seus antecessores no lugar (e camaradas do PS) trouxeram para o governo muitos independentes com outras ideias e perspectivas mais abrangentes do que as do partido do governo. Se foi forçado a optar por um núcleo muito restrito de camaradas e amigos íntimos de décadas no PS, então será um sinal claro que o seu campo de recrutamento é muito estreito. E isso é mau para ele, para o PS e para todos nós, governados. Na situação crítica de endividamento em que se encontra o País, à mercê de qualquer pequeno sobressalto nas taxas de desconto internacionais, no governo terão de estar os melhores e não apenas os mais amigos.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.