domingo, 17 de fevereiro de 2019

O POETA MALDITO NO SHOPPING


O "Veracruz". A Cleo. O António. Meus amigos e do meu irmão. Ultimamente tenho cá vindo poucas vezes. Erro meu. São pessoas generosas, muito amáveis. Vão rareando pessoas assim. Entretanto, toca o hino do Benfica. O Centro Comercial está tranquilo. O poeta maldito no Shopping. O António toca batuque. A cerveja sobe. Estudo "O Tempo dos Assassinos" de Henry Miller sobre Rimbaud. Uma pedra. Mais uma, Também serve para combater a depressão. Malditos demónios! Maldita depressão! Mas, por outro lado, é o choque dos deuses com os demónios dentro de mim que me eleva. Ah, a mente. Mente perversa. Maldita. Subversiva. Ai, esta gente normal.Tão igual. Ai, Henry Miller, como sou diferente. Como sou tão forte e tão fraco. Sereias no Maus Hábitos. Elogios radiofónicos. Loucura. Rock n' roll. Ai, como antes não tinha medo de nada. Como era poderoso e, às vezes, ainda sou, Sim, ainda sou. Penso até que posso dizer: como Miller, como Rimbaud, Não sou um poeta convencional, um escritor convencional. Sou um gajo fora das normas, embora possa não parecer. Um gajo que vai beber cervejas ao inferno e volta. Um belo sacana. Um mau rapaz. Mas, simultaneamente, um homem de coração, de grande sensibilidade, como outros que admiro. Nestas alturas de auge estranho enormemente esta gente normal, ordenada, simpática, parecem animais que observo no Zoo. Passeio-me entre eles. Não que seja melhor ou superior. Peço mais cerveja, Ah, afinal, a gaja tem pinta,

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