domingo, 7 de abril de 2019

As rendas da energia


Não gostaria nada que esta eterna discussão sobre o parentesco entre governantes nos fizesse esquecer outros assuntos mais importantes. Não que a matéria seja despicienda, mas, convenhamos, há mais em que pensar. Até parece que estamos na Islândia, onde, como se diz, a exiguidade da população origina consanguinidade. Enfim, não desperdicemos o farelo, mas cuidado com a farinha.
Então não interessa o relatório preliminar das rendas excessivas às companhias eléctricas? O que menos quero é que me acusem de primarismo, mas arrepio-me quando constato - provisoriamente, é certo - que houve conluios descarados entre membros dos Governos Barroso, Santana e Sócrates, e a EDP de Mexia. Entre informações, provavelmente confidenciais, passadas de uns para os outros, favorecimentos nas decisões governamentais a troco de lugares em universidades americanas, a EDP locupletou-se com largas centenas de milhões de euros à custa dos consumidores portugueses, uns, particulares, em permanente busca do equilíbrio orçamental (familiar), outros, empresariais, a lutar contra as vagas adversas à escalada na competitividade internacional. Resumindo: àquelas companhias, deu-se-lhes o negócio e paga-se-lhes as contas.
Entretanto, alegremente, vamos discutindo se Ana Paula Vitorino não deveria ser exonerada por ser mulher de Eduardo Cabrita, ambos ministros desde 2015. Ou vice-versa, e etc., etc., etc.

1 comentário:

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