segunda-feira, 8 de abril de 2019

"Encontro de leitores"

Ainda sobe o efeito do "jet lag", não quis perder tempo na escrita deste texto que advém doutro publicado pelo José Rodrigues aqui no blogue, no passado dia 31/3, sobre o assunto. Pelos vistos estiveram poucos mas a conversa decorreu animada, com o tonus imprimido pelo João Manuel cuja verve já imagino pela descrição do José. Tudo bem.
O último parágrafo do "post" do José Rodrigues é que me merece algumas considerações. Nem  negativas nem laudatórias, somente críticas, E logo à cabeça o "há o que há" que eu substituiria por " é o que é". Preciosismo? Talvez. Mas que imprime logo o que vai na cabeça do escriba ao escrevê-lo. Depois, aquilo que me parece ser uma confusão entre "leitores-escritores" e " bloguistas". Muitos deles poderão ser os mesmos, e o próprio blogue nasceu sob a mesma "batuta", mas o simples facto de o "Cartas" não ter contraditório enquanto o blogue tem caixa de comentários, tudo condicionou. O simples facto de alguns tomarem por amizade ( que pode existir, em certos casos) naquilo que sempre me pareceu exagerado, somente pelo facto de nos encontrarmos para discutir e conviver, tendo como escopo o exercício do primeiro verbo, é disso exemplo. Acrescento que a própria "mentora" é exemplo vivo da distinção entre "Cartas ao..." e "A Voz da Girafa", ao deixando a segunda ( com anúncio prévio), se mantem a escrever aos jornais e.... a marcar preseça no " enontro de leitores". Repito, daí talvez a minha preferência pelo "é o que é". Porque o " haver o que há" no blogue tivesse condicionado o que era ( e, segundo o José, continua a ser) o encontro de pensamentos distintos que se econtravam para discutir ( obviamente também conviver) nos econtros. Muita "água passou debaixo da ponte" e da " escrita a sós" ( embora (somente) lida por muitos) passou-se à escrita que podia (e devia) ser livremente comentada e à prática da primeira não correspondeu estaleca para segunda, para alguns. E veio, desses, o insulto soez que, inúmeras vezes não era mais qua a falta da tal estaleca para discutir abertamente coisas e posturas que "doíam" mas que só a eles resonsabilizavam pois da "boca" lhes tinham saído. Impreparadas, complexadas ou simplesmente malcriadas. E, a esses, não aperto a mão. O meu respeito vai para sempre para quem aceita a discussão sem a abandalhar, venham os pensamentos, simples ou mais complexos, com probidade e lhaneza e, sempre sérios e convictos. Resta-me cumprimentar o José que, com a sua palavra, atitude consensual e pensamento estruturado e correcto sempre respeitarei e por quem tenho amizade.

Fernando Cardoso Rodrigues

1 comentário:

  1. Caro Fernando,
    Deixe-me começar pelo fim, agradecendo não só a sua intervenção mas, sobretudo, as palavras que me dirige. De realçar que, no que toca à amizade, não será preciso dizer-lhe que a retribuo completamente.
    Aceito as considerações que faz e que o conduzem à convicção de que prefere o “é o que é”. Depois de pensar no assunto, não me custa rigorosamente nada aceitar que o texto podia ter ganho alguma coisa com isso. No entanto, na altura em que o escrevi, a “coisa” passou-me ao lado e, acredite, não quis dar nenhum significado especial à expressão. Já agora, e isto não muda nada, mas só por preciosismo (desta vez meu), deixe-me dizer que o que eu escrevi não foi “há o que há”, mas sim “é o que há”.
    Quanto à confusão entre “leitores-escritores” e “bloguistas”, fez bem em se lhe referir. Se da minha redacção pode resultar algum equívoco, isso só se pode justificar com alguma infelicidade de escrita momentânea. Sei e partilho completamente consigo as observações que faz sobre a duplicidade de conceitos, e tenho pena de que o desejo do contraditório, como forma de elevação humana, não seja universal. Contudo, mais uma vez, estou de acordo com a tal “história” da estaleca. E tudo passa, efectivamente, por aí.
    Já no que toca às excrescências - designadamente os insultos - que essa falta de estaleca pode originar em alguns, que quer que lhe diga? Desculpe a brincadeira, mas… “é o que há”.
    Obrigado pelas suas observações.

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