domingo, 28 de abril de 2019

Não há nenhuma"vacina contra a pneumonia"!

Foi com espanto que li, na primeira página, assinada por Ana Maia,do PÚBLICO de 24/4, o seguinte título: Vacina contra a pneumonia aos 65 anos em estudo, para baixar a mortalidade. Digo-o desde já: Não há  nenhuma vacina contra a pneumonia! O que há são vacinas para prevenir determinados tipos de pneumonia ( e outras doenças) Uma delas é a pneumonia pneumocócica, a que a jornalista, por certo, tentou referir-se.
Poder-se-á pensar que estou a ser "tinhoso" com este "preciosismo", mas o rigor de linguagem impõe-se pois esta pode causar dano social ao criar expectativas altas que, havendo esse rigor, deixarão de existir se se souber que a prevenção é confinada àquela pneumonia provocada por aquele micróbio e não à mesma doença de orgão mas de etiologia diversa.
O que me entristece é isto já se ter passado, há anos, com a "vacina contra a meningite". Só que, nessa altura, havia a página do "Provedor do Leitor" e José Queirós deu acolhimento ao meu protesto e publicou um texto sob o título: "Aquilo que os jornalistas não sabem". Pensei que aquilo serviria como "vacina" para erros destes neste jornal, mas não, infelizmente. O erro manteve-se e o que foi "borda fora" foi a figura do Provedor, que não era doença nenhuma mas antes um resguardo/correcção para aquele.

Fernando Cardoso Rodrigues

NOTA: Este texto foi enviado ao "Cartas ao Director" do PÚBLICO no  dia de saída com a notícia em apreço.

1 comentário:

  1. Um bom jornalista deveria pesquisar fontes credíveis ou recorrer a consultores de reconhecida idoneidade, quando aborda qualquer tema. Mais ainda quando envolve assuntos sensíveis como a saúde pública e ( nos tempos que correm ainda mais !) as vacinas !
    O que me leva a outra preocupação: será esse o rigor com que outros assuntos que poderão escapar ao seu “ preciosismo “ ( que eu preferia chamar apreço pela correção) são tratados ?

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