terça-feira, 12 de novembro de 2019


Da comédia à tragédia...


Li algures que Nicolai Gogol, quando da primeira apresentação da peça “O Inspector-Geral”, ficou triste ao ponto de chorar, ao ver a comicidade que o público lhe atribuía porque, embora formalmente se tratasse de uma comédia, aquilo era uma tragédia.

Nessa peça todos são convidados a ir até uma povoação russa do século XIX, uma desgraça de cidade, com autoridades incompetentes e corruptas. Quando chega um inspector à cidade, todos procuram caír nas suas boas graças e corrompê-lo.

Entretanto apercebem-se que o homem é do mesmo nível deles, até que ele parte e os habitantes são surpreendidos com a notícia de que esse era um impostor, sendo que o verdadeiro inspector acabava de chegar e quer que todos vão à sua presença, terminando o espetáculo com os actores esperando o encontro com o Inspector Geral...

A situação política espanhola tem sido uma tal comédia que, como dizia um comentador, “ a cada rato te la juegas”. Um dos mais violentos actores na dialética contra Pedro Sánchez já desapareceu do mapa; o outro, que já poderia ter contribuído para a formação de um Governo, continua com as mesmas exigências, apesar de estar a perder terreno a cada eleição...



Amândio G. Martins

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