domingo, 10 de novembro de 2019


Mais fácil recriminar que ajudar ...


É muito fácil, para aquelas pessoas que “resolvem” tudo à sua maneira, apostrofar a rapariga que abandonou no lixo o filho acabado de nascer; desgraçadamente, fazer o que se impõe para evitar que alguém chegue a tais extremos é que já não se vislumbra tamanha franqueza.

A juíza Dulce Rocha tocou no ponto certo, quando referiu ser estranho que as equipas de apoio social aos sem-abrigo não tenham detectado uma jovem grávida a viver naquela situação; e não é difícil perceber que aquela rapariga não estará na posse de todas as suas faculdades, de outra forma tinha discernido procurar ajuda nas instituições que funcionam para apoio a mães solteiras e nunca se teria aventurado a parir naquelas condições.

E não é condenando às “penas do inferno” esta mulher que se vai resolver seja o que for, e embora tê-la deixado agora presa possa satisfazer os preceitos legais e ela possa ter mais assistência do que por onde andava, muito mais humano seria cuidar desta rapariga de outra forma; além de que, apesar das condições em que vivia, não teria uma vida tão depravada que não lhe permitisse gerar um filho saudável, segundo os médicos que o atenderam...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Embora possa haver algumas objecções a colocar à linearidade com que expôs o caso, concordo, no essencial, com o que escreveu.

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