quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Quando o mar galgar Oeiras



Não param as noticias sobre as inovações que estão a ser delineadas para este Município e temos mesmo de aplaudir muitas destas iniciativas que com a colaboração de forças conscientes e munícipes realistas vão marcando estas terras de Oeiras.
Podemos referir a recuperação do património histórico que depois de tantos anos abandonado pelas entidades directamente responsáveis parece que em breve estarão ao serviço não só dos oeirenses como serão atracções até para estrangeiros que nos virão visitar. Além da Casa da Pesca, a Estação Agronómica Nacional e outros, parece ainda que falta resolver a Cartuxa, vários fortes, enfim o muito património que felizmente está listado pelos Serviços e esperamos que depois a Câmara continue a mantê-lo e nunca mais Oeiras seja conhecida pelas suas ruinas.
Porém continua a haver certos esquecimentos que tardam a ser resolvidos e que são muito importantes para um grande número de munícipes que há muito residem por estas terras. Lembro a limpeza e respectiva manutenção dos cursos de água, a falta de intervenção junto dos operadores para assegurar uma boa mobilidade e ligações para utilização de transportes públicos faltando até uma actualizada informação das carreiras que ainda existem. Fomos informados que o Município vai alargar o Combus da união de Freguesias de Algés, Linda-a-Velha, Cruz-Quebrada/Dafundo a outras Uniões de Freguesias o que irá ajudar uma melhor movimentação dos oeirenses. Os horários praticados  continuam a condicionar a utilização como meio preferencial pois a maior parte destes transportes públicos acabam muito cedo não assegurando a sua utilização noturna.
Fez e faz também noticia os projectos para a zona ribeirinha de Oeiras que até dará o braço a Lisboa. Zona apetecível e muitos moradores estão eufóricos pelos seus andares estarem com vista para esta largueza de rio/mar o que terá apadrinhado mais um grande edifício de apartamentos perto do Chafariz Velho em Paço de Arcos. E lá se ouvem as vozes dos concordantes que a foz do Jamor terá de ser rapidamente convertida no projecto que vai dar visibilidade  internacional. E há quem queira já avançar com alterações megalómanas na Marginal…  Pois é. O problema é que  as previsões de muitos estudiosos e investigadores asseguram que, com as alterações climáticas que irão acontecer nestes próximos dez anos e que se irão agudizar no futuro, as águas do nosso estuário do Tejo subirão invadindo tudo o que estiver construída nas margens.
Talvez um dia quando o mar galgar as margens de Oeiras os que ainda cá estiverem condenem estas decisões e digam aos então vindouros que nem tudo foram boas decisões nestas terras entre Lisboa e Cascais.

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 20.11.2019

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