domingo, 25 de maio de 2025

 

A VOTAÇÃO DA VERGONHA


Hoje, Portugal ajoelhou-se. Não por fé, mas por cobardia.

Hoje, uma parte do povo puxou as calças abaixo, abriu as pernas ao fascismo e chamou-lhe “mudança”.

Sim, é isso mesmo que aconteceu.

Uma força fundada no ódio, alimentada a fake news, racismo e vómito ideológico, tornou-se a segunda força política de um país que jurava ter aprendido com a História.

Mentira!

Vivemos entre analfabetos políticos com curso superior, influencers da ignorância e velhos do Restelo com saudades da PIDE.

Vivemos entre gente que confunde brutalidade com coragem, e gritaria com solução.

Vivemos num país onde se bate palmas ao Ventura porque ele “diz as verdades”.

Que verdades?

Que o pobre é vagabundo? Que o cigano é ladrão? Que a mulher deve saber o seu lugar?

Que o artista é parasita? Que os direitos humanos são mariquices da esquerda?

O que se votou hoje não foi um protesto, foi uma rendição.

Foi a legitimação da escória.

Foi dizer: “Sim, aceitamos ser governados por um partido que cospe na Constituição, que quer listas de inimigos, que só não acende fornos porque não quer respirar as cinzas.”

Não é exagero. É diagnóstico.

O fascismo moderno não entra de botas. Entra de blazer justo, voz rouca e hashtag.

E uma parte de Portugal abriu-lhe a porta, fez-lhe o jantar e ainda lhe deu a senha do Wi-Fi.

O PS falhou.

O PSD pactua.

A esquerda fragmentou-se em birras.

E o povo… o povo escolheu o grito mais alto, não a razão mais justa.

E não me venham com conversas sobre democracia.

A democracia também elegeu Hitler.

A democracia, sem memória, sem cultura e sem coragem, é só um palco aberto para monstros bem vestidos.

Se hoje tens vergonha... mostra-a.

Se tens raiva... canaliza-a.

Porque o país em que vamos acordar amanhã já não será o mesmo.

E se não fizeres nada, vais acordar um dia com a boca tapada e as mãos atadas, e vai ser tarde demais para dizer que não sabias.

Pedro Lima


1 comentário:

  1. Não conheço, Pedro Lima. Por ignorância, talvez, nunca ouvi falar de semelhante Ser. As pessoas vão, as palavras
    jamais... Ficam. Ponto! Há muito, confesso, que não lia, relia (e estudarei) Palavras tão objectivas, certeiras e
    no osso como as que deu a - 'Votação Da Vergonha', assim, com maiúsculas, Sim! Artigos de Opinião deste calibre,
    nunca os leremos em jornais, ditos plurais(?), como: «Público», «Expresso», órgão lateral do PPD/P«SD»,etc.
    Parabenizo e Felicito, Pedro Lima! Escreva, até que lhe doa o intelecto! Serei seu militante - leitor.
    Esperarei por mais Palavras semeadas e Lavradas deste autor. Até breve?!

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