Onde sujar as mãos é honradez...
“É a riqueza dos agricultores que fertiliza a terra, que
multiplica os animais, que atrai e fixa os habitantes dos campos e que faz a
força e prosperidade da nação. Um reino com terras férteis não pode ser
comparado a outro que as não tem.
Mas, para tirar proveito delas, deve-se afastar as causas
que fazem abandonar os campos, que atraem e retêm a riqueza nas grandes
cidades. Todos os senhores, todos os ricos, todos aqueles que têm rendas ou
pensões suficientes para viver comodamente, fixam a sua residência nas grandes
cidades, onde gastam quase todos os
rendimentos.
Estes gastos atraem uma multidão de mercadores, de
artífices, de criados e de operários; esta má distribuição das terras e das
riquezas vai longe de mais, talvez por se ter protegido mais os habitantes da
cidade que os do campo. Os homens são atraídos pelo lucro e pela tranquilidade.
Que se concedam estas vantagens ao campo, e este será tão povoado como a
cidade.
Que cada um possa cultivar livremente no campo tudo o que
lhe interessar; que as suas faculdades e a natureza do terreno lhe permitam
obter tudo na maior quantidade possível. Que sa favoreça a multiplicação dos
animais, porque são eles que fornecem às terras os adubos que produzem
abundantes colheitas”.
Nota – Da escola dos fisiocratas – François Quesnay
Amândio G. Martins
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