É IMPERIOSO UM MUNDO MELHOR
Vivemos os dias mais
imorais da nossa época. Tivemos duas guerras mundiais com cerca de
70 milhões de mortos. Episódios tão horríveis como a
sobrevivência e morte nas trincheiras e por gaseamento, o
holocausto, bombardeamentos aéreos de cidades e bombas atómicas
contra Hiroxima e Nagasaki.
Tivemos ainda tantas
outras mortíferas guerras como a da Coreia, do Vietname, onde foram
despejadas mais bombas que em qualquer outra. Muitas de napalm que
queimaram florestas inteiras e tanta gente inocente. Também as do
Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, Iémen e tantas outras, mas
nunca nenhuma como a atual na Palestina. É que em todas as outras,
foram efetivamente guerras. Exércitos contra exércitos. Ali não!
Ali, é um genocídio. Um exército poderoso, contra um ou alguns
grupos armados. Mas, essencialmente, contra um povo, obviamente,
desarmado. Veja-se quem é a esmagadora maioria das vítimas.
Atacadas até em hospitais, templos religiosos ou campos de
refugiados. E imagine-se a falta de condições e de vontade para a
vacinação contra o surto de poliomielite causada pelas condições
degradantes onde se morre de fome e falta de tratamentos médicos. E
com esta grande diferença; apesar de nem os jornalistas serem
poupados e o mundo não ter acesso a todos os horrores impostos pelas
Forças Armadas do país ocupante, Israel, mas sabe-se que se trata
de um genocídio. O massacre de um povo. E sabe-se também, que o
país agressor é apoiado pela ainda maior potência mundial, os EUA,
e tolerado pela UE.
Claro que o
holocausto nazi, foi ainda pior e de maior dimensão. Mas quase não
se sabia e os responsáveis foram e são condenados quase
unanimemente. Estes, são recebidos apoteoticamente em Washington e
tolerados na Europa.
Portanto, a
imoralidade está no poder. Mas, apesar da grande manipulação
mediática (Hitler e Goebbels, também manipularam o povo alemão e
fizeram o que fizeram), a humanidade não se revê nela.
É imperioso um
mundo melhor. Um mundo de cooperação e de paz entre as nações.
Sem pretensões hegemónicas como acontece com os EUA a liderar. A
beneficiar a sua poderosa indústria bélica, a reforçar e expandir
o seu braço armado, a NATO, até ao Oriente com a sua filial, a
AUKUS, visando a China.
Mas, é da história,
os impérios, depois da ascensão e do apogeu, têm a inevitável
queda. Este, não será exceção. Apesar de contradições entre os
seus membros, aí estão os BRICS a prová-lo.
As guerras de
domínio, o apoio a golpes de Estado e a ditaduras que têm
protagonizado um pouco por todo o mundo, por exemplo, Vietname,
Chile, Jugoslávia, Iraque, Líbia, Síria e agora o apoio a este
genocídio, que moral tem esta gente para impor as suas pretensões,
seja onde for?
Por exemplo, é
pelo povo ucraniano que mantêm a guerra contra a Rússia? Aliás,
depois de terem sabotado todos os acordos como o que previa um
referendo para a região russófona do Donbass e a expansão da NATO
para junto das fronteiras daquele país. Qual o objetivo? Não será
o mesmo de sempre?
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE