terça-feira, 30 de maio de 2023

Cartoons de 2022 em Vila Franca de Xira

A 24º edição do Cartoon Xira, presente no Celeiro Patriarcal desta cidade, pode (e deve) ser presenciada, até ao dia 4 de Junho do presente ano, teve a participação de autores de nomeada. A Câmara de Vila Franca de Xira foi a organizadora do brilhante evento. Parabéns, extensivos aos cartoonistas. A mostra trata os assuntos de maior relevância do ano de 2022. Ao nível nacional, os talentosos são: André Carrilho ,Cristina Sampaio, Henrique Monteiro, João Fazenda, Nuno Saraiva, Pedro Silva e Rodrigo Matos. Junte-se, Vasco Gargalo e António Antunes, vila-franquenses, sendo este comissário da exposição. Todos dotados dum traço artístico e humorístico crítico desta sociedade, onde a iniquidade parece prevalecer. Gargalo e António são duma dimensão mais elaborada e mais contundente, cujos cartoons, porventura, valem mais que 1000 palavras! A igreja católica é justamente açoitada pela revolta, que desencadeou, através da pedofilia dos seus membros. Reitero, visitem demoradamente este manancial expositivo. Esta mostra merece a nossa gratidão e, pena foi que não houvesse um Livro de Honra para registarmos o nosso sentimento de homenagem.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

no centenário de EUGÉNIO DE ANDRADE

 


Eugénio de Andrade nasceu no Fundão, na aldeia de Póvoa de Atalaia, a 19 de Janeiro de 1923 e morreu no Porto em 13 de Junho de 2005. O seu verdadeiro nome era José Fontinhas Neto, que utilizou o pseudónimo literário de Eugénio de Andrade.

Depois duma breve passagem por Castelo Branco, passaria a residir com sua mãe em Lisboa, a partir de 1932, onde efectuou os seus estudos no liceu Passos Manuel e na escola técnica Machado de Castro.

A vocação literária de Eugénio de Andrade começa a revelar-se por volta dos 13 anos, publicando aos 16 anos o seu primeiro poema intitulado «Narciso», a partir do qual começou a assinar os textos com o pseudónimo que adoptou. Em 1942 publicará o seu primeiro livro «Adolescente». «As Mãos e os Frutos», de 1948, é um dos seus livros mais emblemáticos.

Profissionalmente exerceu funções no Ministério da Saúde, sendo colocado como inspector administrativo em 1950 no Porto, vivendo nesta cidade até ao fim dos seus dias. No Porto conheceu o editor José da Cruz Santos, que publicaria grande porta da sua obra na editora Inova.

Eugénio de Andrade faz parte dum grupo de poetas (Sophia de Mello Breyner, Natália Correia, Jorge Sena, Ramos Rosa), que tinham em comum, com maior ou menor expressão, a sua oposição ao regime fascista. Após o 25 de Abril de 1974 assume um posicionamento político de apoio à Revolução de Abril e suas conquistas.

Eugénio de Andrade, além de grande poeta, foi tradutor de Garcia Lorca, das Cartas Portuguesas (atribuídas a Mariana Alcoforado). Teve muitas distinções, como o Prémio Camões (2001), Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989), entre outros. Foi condecorado como Grande Oficial da Ordem militar de Santiago de Espada de Mérito Científico, Literário e Artístico (1982) e Grã-Cruz da Ordem de Mérito (1989). 

Eugénio de Andrade considerava o seu trabalho poético equiparado ao ofício de pedreiro, profissão que era do seu avô, segundo as suas palavras: «ele usava o granito como material, as suas casas ainda estão de pé; o neto trabalha com poeira, sem nenhuma pretensão de desafiar o tempo». Apesar do seu grande prestígio, sempre viveu um pouco afastado da vida social e mundana.



29 de maio, dia do geógrafo no Brasil: é tempo de celebrar grandes referências!

             Nessa data tão simbólica, a geografia nos remete a sentimentos que traduzem o saudosismo, em se tratando das lembranças dos tempos de graduação, mestrado e doutorado. Bons tempos vividos! No entanto, escrevo este texto ciente de que tal ciência tem muito a contribuir com as demandas atuais, com um contexto social que clama por alianças maiores com o meio ambiente, a cultura, a igualdade e, principalmente, os sentimentos presentes em diferentes territórios que correspondem a lugares feitos de gente. Assim, é impossível traduzir ou trazer apenas um conceito nessa viagem para a complexidade da ciência geográfica, mesmo para um geógrafo nutrido pelos conhecimentos de suas categorias de análise.

Devo esclarecer que não serei insolente, diante de poucas linhas, para dar respostas às reflexões postas, mesmo face a face com geografias e geógrafos que sempre me acolheram e nunca negaram em prestar esclarecimentos intelectuais – tais estudiosos, inclusive, não fugiram de suas responsabilidades e dos momentos decisivos à minha formação. Neste breve rascunho sobre o dia do Geógrafo, quero apenas expressar os meus sinceros agradecimentos e celebrar grandes referências!

Em virtude da geografia, fiz trabalhos de campo, viajei, investiguei e estudei em outros destinos no Brasil e no exterior. Tais rotas ficaram marcadas pelas leituras de grandes obras e textos antes desconhecidos por mim, além do “turistar” advindo de reflexões geográficas; assim, novos projetos foram escritos. Diante das contribuições recebidas, o conhecimento foi acumulado, ampliado e alterado a partir de congressos, ensinamentos obtidos na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e mergulhos na geografia do turismo.

Nessa jornada, as referências estarão guardadas em minha memória e, por isso, celebro as geografias de Rosselvelt José Santos, Antônio Giacomini Ribeiro, Antônio Feltran Filho, Maria Geralda de Almeida, Eguimar Felício Chaveiro, Denise Labrea Ferreira, Vera Lúcia Salazar Pessôa, Anderson Pereira Portuguez, Beatriz Ribeiro Soares, Giovanni Seabra, Idelvone Mendes Ferreira, Gilmar Mascarenhas de Jesus, Manuel Marchena, Sylvio Luiz Andreozzi, Leoni Massochini, Luzia Neide Coriolano, Paul Claval, Adyr Balastreri Rodrigues, Lívia de Oliveira, Lucia Helena Gratão, Irineu Antônio Siegler, Zeny Rosendahl, Orlando Ribeiro, Maria da Graça Mouga Poças Santos, Maria da Glória de Carvalho Campos, Suely Del Grossi, Aziz Ab'Saber, Rita de Cássia Ariza Cruz, Carminda Cavaco e Milton Santos.

De alguma maneira, esses estudiosos me facultaram o acesso a um espólio literário e cultural determinante para o enriquecimento pessoal e profissional em uma geografia que percorro até este momento sem um ponto final.

Força, Geografia!


domingo, 28 de maio de 2023

Assustador

 

Um violador é sempre um cobarde, seja qual for o tipo de violação, e o que leio no meu jornal diário, acerca do espancamento de que foi vítima um ancião de 84 anos que, para além das debilidades da idade, sofre duma doença degenerativa, remete-nos para o que há de mais indigno; de facto, que espécie de bicho é capaz de violentar um idoso indefeso, só porque habitualmente passa junto à escola e sorri para as crianças!

 

É que ver pessoas, novas ou velhas, dirigir às crianças um olhar sorridente é das coisas mais naturais do mundo; e assusta-me pensar que, em iguais circunstâncias, possa ser atacado por um patife qualquer, como esse violador da integridade física de um idoso doente, na Maia, que o JN noticia...

 

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 25 de maio de 2023

SIMPLY THE BEST



A maior de todos os tempos

Genial. Estratoesférica. Insuperável!!!

Não há adjectivos para a classificar.

Adeus Tina.




José Valdigem

quarta-feira, 24 de maio de 2023

"No pasa nada"

 

No seu livro “O Optimismo”, diz  Francesco Alberoni  acerca do jogo de futebol: “Alguns defendem que não dá nada, e contrapõem o desporto praticado ao desporto espectáculo, que seria apenas um jogo de emoções, uma embriaguez fantástica, um desabafo dos instintos.

Os sociólogos e os psicólogos, pelo contrário, são mais optimistas e defendem a tese de que o indivíduo tem necessidade, periodicamente, de esquecer a sua própria identidade, de se fundir com o colectivo. No estádio todos são iguais. O advogado, o médico, o operário e o seu chefe, o juíz e a dona de casa, os ricos e os pobres esquecem quem são  e sentem uma embriaguez de liberdade. Explodem em excessos, gritam, abraçam-se, fundem-se todos para formar um novo e poderoso organismo superindividual. Depois, em casa, cada um regressa a si mesmo, à vida de todos os dias”.

 

De seguida, Alberoni dá a sua versão da coisa: “Na realidade o jogo de futebol não é apenas aquela zona franca aonde vão milhões de indivíduos para se esquecerem das regras de comportamento da vida diária, mas é também uma fonte de ensino de valores e de moralidade que depois são úteis precisamente para a vida normal”, e enumera o que de um jogo de futebol se aprende para a vida, afirmando que é a sua síntese emblemática.

 

Mas o racismo tem encontrado no futebol o meio apropriado para se expressar impunemente, como se tem visto por toda a Europa, com Espanha a ocupar um lugar de destaque desde há muito, agora impossível de se lhe fechar os olhos como se fosse coisa de apenas alguns energúmenos; de facto, apesar de só terem detido meia-dúzia de malandros, o que se viu em Valência, dentro e fora do Mestalla, foi uma multidão, cujo focinho ficou bem registado pelas câmaras, chamando macaco a um jogador negro, num coro ensurdecedor: “Eres um mono, Vinicius, eres um mono; puto negro, vete a tu puto país”!...

 

E contra isto não é fácil lutar, porque prender uns quantos para dar exemplo, no meio de uma multidão, não resolve nada, e embora o clamor agora esteja a ser maior, Vinícius vem sendo insultado em todos os jogos em que participa, de um ponto ao outro de Espanha, e há quem sugira como solução radical interromper todo e qualquer jogo onde isso aconteça, seja quem for a vítima, castigando os clubes com a sua repetição à porta fechada, o que talvez refreasse a moléstia, mas ia complicar o regular funcionamento dos campeonatos...

 

Amândio G. Martins

 

terça-feira, 23 de maio de 2023

 NEM OS INVESTIGADORES ESCAPAM


Evidentemente que todas as profissões são dignas, necessárias, e todos os profissionais devem ter as melhores condições de trabalho possíveis, assim como as respetivas remunerações. Desde os trabalhadores da limpeza urbana, pedreiros, carpinteiros, pescadores, mecânicos, atores, padeiros, médicos, enfermeiros, etc.

Mas há algumas delas, por serem absolutamente imprescindíveis, contribuem decisivamente para o bem-estar e saúde pública e para o desenvolvimento. Já aqui referimos a dos médicos e dos enfermeiros assim como de todos os profissionais da saúde. Podíamos acrescentar ainda tantas outras, mas porque mais uma vez, tivemos conhecimento de grandes dificuldades numa atividade também fundamental para a saúde e, sobretudo, para o desenvolvimento do país, a ciência. Por isso, é inadmissível, que os principais obreiros deste setor fundamental para economia e para o desenvolvimento do país, tenham tanta precariedade laboral, como alertaram a opinião pública e os responsáveis governamentais, através de uma grande manifestação em Lisboa no passado dia 16, Dia Nacional dos Cientistas.

Promovida por várias organizações e estruturas sindicais, segundo a FENPROF, “tratou-se da maior manifestação de sempre do setor da Ciência em Portugal. Mais de mil bolseiros, investigadores, mas também docentes e outros trabalhadores científicos”, desfilaram desde a Reitoria da Universidade de Lisboa até ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Em declarações à Lusa, a presidente da Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), Bárbara Carvalho, disse que o protesto “parte de um grande descontentamento e um sufoco muito grande com a situação precária em que a maioria dos investigadores se encontra há muitos anos”. Acrescentando que a manifestação visou “mostrar ao país que o combate à precariedade é central para os trabalhadores científicos, para a ciência que o país precisa e merece e para reivindicar respostas muito concretas e definitivas”.

Para quem cria, como é o caso dos investigadores, não será fundamental a tranquilidade psicológica? Como a poderão ter, com todos os problemas que referem?

Quando nos dizem que a economia vai bem, quando os milhões do PRR estão aí a desaguar, quando os bancos apresentam lucros como nunca, com dois deles, a Caixa Geral de Depósitos e o Millennium BCP, mesmo a duplicarem-nos, mas depois vemos professores, médicos, enfermeiros, funcionários públicos, investigadores, a reclamar por melhores condições de vida e a pobreza a aumentar. Sem querermos fazer comparações, não será propositado vir-nos à memória o tempo em que, como se dizia, o dr. Salazar, ter os cofres do Estado cheios de barras de ouro, mas o país cheio de barracas, crianças com fome e descalças até aos 12 anos, idade em que muitas começavam a trabalhar, e um país cinzento, triste e subdesenvolvido?

Portanto, não será tempo, depois da Revolução dos Cravos, termos um país bem mais decente?

Como sempre, está nas mãos do povo.

Francisco Ramalho

Publicado hoje no jornal "O Setubalense"



A TELENOVELA DA PRIVATIZAÇÃO DA TAP

 


segunda-feira, 22 de maio de 2023

O crescimento económico é para quem?

Esta dita «democracia liberal» em que estamos e, onde muitíssimos sobrevivem há uma apropriação ilegítima de riqueza. A governança repete até à exaustão a virtude do crescimento económico. Este serve quem? É para quem? Para metade dos portugueses desempregados excluídos do subsídio de desemprego não é. Para os trabalhadores da base da pirâmide, (cujos gestores ganham 32 vezes mais!), com diminutos salários e que lhes sobra mês e não têm o suficiente para comer, também não é! Os bancos tiveram um lucro de 955 milhões de euros e, a mim, como a milhares de portugueses cada vez nos cobram mais comissões de manutenção(!), sem que nos prestem quaisquer serviços... e ninguém se levanta contra este roubo! O presidente da República, que gosta de estar de bem com deus e o diabo, na vez de criticar, opta por um patético apelo à boa vontade dos banqueiros para reflectirem sobre as taxas de juro aplicadas. O executivo cala-se. O Povo paga sempre. Até pagou muitos mil milhões de euros aos banqueiros por gestão corrupta e de pura ladroagem! As taxas de juros impostos aos cidadãos são um escândalo. Os lucros ganhos pela banca estão nos bolsos dos acionistas e em grande parte destes no estrangeiro. Ninguém se pronuncia ou faz algo para reverter estas vergonhosas situações.

O que eu posso afirmar sobre Cavaco


No ano de 1995 estava eu calmamente a executar uma obra no valor de 10 milhões de euros, obra que estava previsto acabar no primeiro trimestre de 1996.

De repente em meados de junho de 95 passou por lá um qualquer secretário de estado que  perguntou se seria possível antecipar a conclusão para meados de Setembro, duas semanas antes das eleições.

Foi-lhe respondido que sim mediante um acréscimo de custos.

Como estava também presente a fiscalização, fez aquele gesto com as mãos à moda de pilatos e saiu porta fora.

A partir desse dia, foi trabalhar noite e dia, sábados, domingos e feriados, e a"brincadeira" custou ao estado o máximo que a lei permitia 25%.

Na minha perspetiva isto foi um acto de corrupção em que o corrupto e corruptor são o mesmo 

Foi notícia por essa altura.um estudo publicado que em Espanha se fizeram 140 Km de auto Estradas e em Portugal com o mesmo dinheiro se fizeram 100.

Seria incompetência ?...

Outra coisa se pode afirmar sobre Cavaco.

Todos nós clientes ou não do BPN perdemos dinheiro, Cavaco e seus familiares ganharam.

Não há dúvida que ele foi muito competente. 

Um familiar meu perdeu dinheiro no BES, porque Cavaco lhe garantiu que era um banco sólido.

Neste caso Competência não foi de certeza.

As palavras de Cavaco de certeza galvanizam o PSD, mas para Montenegro ganhar as eleições é preciso convencer os outros.

Se eu fosse militante do PSD pedia a Cavaco que não ajudasse mais, porque ao fim e ao cabo o que ele está a fazer é subalternizar Montenegro e afastar gente moderada.

Quintino Silva 

Olhe-se mais ao espelho

 

Como o mais vulgar dos militantes, e atribuindo aos adversários políticos os seus próprios defeitos, a múmia cavaquista de triste memória, numa ridícula arenga aos autarcas do seu partido, diz-se muito preocupada com a governação socialista e com a falta de autoridade do actual primeiro ministro; e numa análise retrospectiva aos períodos em que os socialistas foram Governo, nem António Guterres escapou à sua desonestidade intelectual, acusando-o de ter deixado o país num pântano, quando foi exactamente o contrário que aconteceu, a menos que se queira referir à governação do seu partido que lhe sucedeu.

 

È que Guterres, não tendo maioria no Parlamento e tendo perdido as eleições autárquicas, decidiu demitir-se para evitar uma situação de pântano político, foram mesmo estas as palavras usadas para justificar a sua decisão; e vem agora este pretenso estadista, que não é digno nem de beijar o chão por onde Guterres passa, minimizar a sua governação, que não foi fácil, porque o brilhante economista, que o antecedeu no cargo duas longas legislaturas, deixou o país tão próspero e a vida dos cidadãos tão desafogada que foi preciso criar o icónico “Rendimento Mínimo Garantido”, para atenuar um pouco a miséria em que viviam centenas de milhares de famílias.

 

Como não tem um pingo de vergonha, e tem de si próprio um elevado conceito, julgando que a gente não tem memória, acusa os socialistas de ocuparem o aparelho do Estado e tudo quanto sejam sinecuras, mas foi um jornal semanário criado no seu consulado, que não tinha nada de esquerdista, chamado “Independente”, que todos os fins-de-semana nos esclarecia o que era a máquina devoradora do seu partido em todos os rincões de Portugal, assim como os malparados milhões de contos de fundos europeus, a pouca gente deixando dúvidas da "excelência" da sua governação...

 

Amândio G. Martins

 

 

Da complexidade das pequenas coisas


Se bem que haja quem pense que o espaço dedicado às “Cartas ao Director” não passa de um desperdício perfeitamente desnecessário, acontecem por vezes publicações que demonstram que delas se pode tirar grande proveito. Foi o caso da carta da autoria de José Cavalheiro, estampada no PÚBLICO de 20 de Maio, pela qual tomei conhecimento de um “pormenor” sem grande importância à primeira vista, mas que pode conter um elemento relevante para análises a vários níveis, incluindo o sociológico. Fiquei a saber que, em 2013, na Ucrânia, as autoridades aproveitavam a oportunidade da renovação dos documentos de identificação dos habitantes de origem russa para lhes mudarem o nome, certamente por “ucranização” ou “desrussificação”. A menos que o “pormenor” me tenha passado despercebido, julgo que nunca qualquer órgão de comunicação social deu conta desse facto, não obstante os oceanos de tinta que já se gastaram em infindável “literatura” sobre a guerra da Ucrânia e os seus antecedentes. O “imperialismo” de Putin, profundamente condenável, como todos os outros que vão acontecendo por esse mundo, não se pode explicar por coisa tão insignificante, mas a realidade, de facto, é uma conjugação infinita de pequenas circunstâncias, quase todas importantes.

domingo, 21 de maio de 2023

E fartar, vilanagem

 

O “hominho” anda numa roda-viva, e tamanha é a pressa de ser primeiro-ministro que já vai para aí na quarta “pankarta” espalhada pelo país a garantir-nos a sua inigualável qualidade para o ambicionado cargo, a que se junta a fantochada da famigerada Comissão de Inquérito, que discute tudo menos aquilo para que foi criada; de facto, até aquele grotesco líder da Direita extremista achou ser importante a sua entrada no espectáculo para o tornar ainda mais escabroso.

 

“Ou o Governo se demite ou é demitido”, grita a toda a hora o putativo candidato a chefe do Governo, sem um pingo de vergonha nem a mínima noção dos limites, tentando fazer crer que assim age para preservar o prestígio das instituições, mas pressionando sem pudor o chefe do Estado para que se desonre fazendo-lhe a vontade; e para conseguir o que pretende vai valendo tudo, considerando “sagradas” todas as acusações que faz ao ministro o ex-acessor demitido, e um chorrilho de mentiras tudo quanto diz o ministro atacado e o seu chefe de Governo... “Disgusting”!

 

Amândio G. Martins

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Ao nível do chão

 

 

A campanha eleitoral para as municipais e autonómicas em Espanha atingiu o mais inconcebível e rasteiro nível, com a actual presidente da Comunidade de Madrid a marcar o ritmo; esta senhora, que tem aspirações ao palácio da Moncloa e já correu da liderança do partido Pablo Casado, marca agora o passo a Feijóo, que não se atreve a contradizê-la, por maiores que sejam as bacoradas que diariamente lhe saem sem freio pela boca fora.

 

Há dias dizia que “la justicia social es un invento de la izquierda para promover el rencor, la envídia y la luta de clases y normaliza delitos como la okupación; si a alguién lle va bién hay que castigarlo, hay que expropiarlo”.

Agora propõe que se ilegalize o partido vasco EhBildu, basicamente constituído por gente que foi da Eta, sabendo que esta organização terrorista pôs fim à luta armada em 2011 e passou à luta política legal, actualmente com deputados eleitos no Congresso nacional, acerca do que até Aznar afirmou preferir vê-los ocupar um lugar no Parlamento do que de metralhadora na mão.

 

É verdade que o coordenador de Bildu, Arnaldo Otegui, esticou agora a corda, ao propor para autarquias onde foram cometidos assassinatos os autores desses actos, o que, tratando-se embora de gente que hoje goza de todos os direitos cívicos, depois de cumprirem pesadas penas, foi vista como uma provocação às famílias das vítimas, tendo já levado esses candidatos ao compromisso de que se forem eleitos renunciarão imediatamente aos cargos.

 

Mas como à Direita dita moderada, como se autodefinem os populares, falharam até agora todas as previsões catastróficas que vinham fazendo da governação de Sánchez - tal como cá mais ou menos foi acontecendo - com a inflacção abaixo dos 4%, a energia a preços de antes da guerra, o emprego a subir, a economia a crescer, ao partido de Feijóo não resta muito por onde pegar, e então agarram-se ao papão da Eta, aproveitando aquela imprudência de Otegui, só porque Pedro Sánchez tem contado com eles em muitas votações...

 

 

Amândio G. Martins

É só fumaça


Tanta discussão sobre a luta antitabágica e as medidas que se anunciam, venham ou não a ser decididas, começa a fazer perigar a saúde pública por asfixia mental. Tenho ouvido falar de uma quantidade inacreditável, a chegar a alguns milhares, de aditivos que entram na composição dos odiosos cigarros, para lhes conferirem um carácter de dependência que se agarre aos consumidores. Também tenho ouvido de tudo no sentido de defender a saúde pública do fumo do tabaco, já de si tão “normalmente” atacada pelos vícios “tolerados”, venham do álcool, das gorduras, dos açúcares ou dos sais, não falando dos que ferem o ambiente que a todos nos envolve. Proíbe-se aqui, restringe-se acolá, sempre com o fumador na mira, mas nada contra a indústria tabaqueira. Que tal proibirem-na de utilizar esses tais aditivos, total ou parcialmente? Será que os Estados, hábeis em espezinhar autênticas liberdades individuais, não são capazes de disciplinar as fábricas dos cigarros, impondo-lhes regras sanitárias básicas? Talvez o problema não ficasse resolvido por inteiro, mas a saúde pública ganhava muito, porque, tanto quanto sei, os aditivos são muito mais perigosos do que o tabaco. E talvez se reduzisse a fumarenta disputa na praça pública.  


Expresso - 19.05.2023


terça-feira, 16 de maio de 2023

PRIMAVERA É ISTO



A minha varanda é um jardim (principalmente nesta época).

Tem surfinas; sardinheiras; perpétuas; begónias; orquídias; planta de incenso; amores perfeitos; tem tudo e mais não sei o quê...

Da autoria das mãos habilidosas e do bom gosto da "Doquinhas".

É aqui que eu vou buscar forças para vos aturar...

Comentai-de; criticai-de, sem dó nem piedade.

video jardim


José Valdigem


 TRATAR CHAGAS COM BÉTADINE


Isabel Jonet, afirmou que nunca houve tantos pedidos de ajuda ao Banco Alimentar Contra a Fome, como agora. Segundo a presidente desta instituição de solidariedade social, até famílias consideradas de classe média e com emprego, de uma forma discreta e quase envergonhada, lhe têm batido à porta.

Quem não vive desligado do mundo que o rodeia e se interessa minimamente por questões sociais, sabe que a senhora tem razão. Disse também que os portugueses responderam como nunca, com dádivas à porta das superfícies comercias, fazendo desta campanha a maior de sempre.

Mas há esta contradição; os donos das tais superfícies comerciais que só ganham com estas campanhas, primeiro, apesar da pandemia e agora com a guerra, como se sabe, têm aumentado exponencialmente os seus lucros. Estes, os bancos e outros grupos económicos. Quem não ganha é o povo. Só perde. Perde com a inflação, perde com os salários e pensões de reforma que não a acompanham, perde com o brutal aumento do custo de vida, perdem os jovens com salários que não chegam para saírem de casa, arrendar ou comprar uma para constituírem família, enfim, é só perder. Depois, recorre-se ao BACF, porque a Assistência Social é curta. Curtíssima. Ou em muitas situações, inexistente. E a ajuda do BACF, ou seja, do povo, é solução? Evidentemente que não! Dá para ir enganando temporariamente a fome. É bétadine para ir mantendo estas chagas sociais, não para as curar. Para as curar, seriam outras políticas que o governo do PS, do PSD, de toda a direita, não aplicam, porque não é essa a sua natureza. A sua natureza, é estarem ao serviço da minoria que se enche, enquanto o povo aperta o cinto. E agora, para “ajudar à festa”, temos aí já em força, aquilo que, como os prezados leitores sabem, uma coisa que já há meses aqui temos falado: a seca. O Governo anunciou uma central de dessalinização para a costa algarvia. Porque não também já outras para a alentejana? E o tipo de agricultura para o Alentejo não deve ser repensado?

Podíamos ainda falar da ruinosa gestão daquela que podia ser o rosto de Portugal no mundo, a TAP, que se preparam para cometer com ela um crime de lesa pátria, privatizando-a. Mas falemos da ainda maior desgraça e hipocrisia atual, a guerra na Ucrânia. Onde, para a alimentar e pagar, nós e os nossos parceiros da UE, estamos a sacrificar-nos, e os ucranianos e russos a morrer.

Impingem-nos, através de quase tudo o que é comunicação social, comentadores e analistas alinhados, que a mesma foi e é, inevitável. Sobretudo, depois da invasão russa. Mas, hipócrita e simultaneamente, omitem todos os antecedentes. A natureza fascizante do governo ucraniano nascido do golpe de estado de 2014 que apoiaram, a ilegalização dos partidos da oposição (11), os 15 mil mortos no Donbass antes da invasão, os acordos de Minsk que com o apoio dos seus aliados, EUA/NATO/UE, não foram cumpridos por Zelensky.

Para bem da Ucrânia, da Rússia, de toda a Europa e do mundo, a guerra pode e deve acabar.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal O Setubalense

segunda-feira, 15 de maio de 2023

A Eutanásia também é um acto piedoso

Para as pessoas em fase de doença terminal, hoje, têm direito a não quererem prolongar o seu irreversível e mortífero sofrimento. A Eutanásia está plasmado em Lei. Finalmente! A Eutanásia não é passível de ser referendada, já que é uma decisão individual e, só ao próprio diz respeito. Prolongar a atroz agonia de quem está em estado consciente e com doença irreversível, não é compatível com a dignidade humana e, menos ainda com apregoados valores cristãos... Portugal é um País laico e não pode estar sujeito a pressões da igreja. O beato presidente da República, tudo fez para que esta Lei não fosse avante. As manobras em curso junto do Tribunal Constitucional, para fiscalização sucessiva da Lei, por parte da direita extrema e da extrema-direita, PSD e Chega, respectivamente, são astúcias dilatórias... O Papa Francisco, nas questões primordiais é retrógrado e uma vez mais revela máxima ortodoxia, tendo sido infeliz, ao dizer que a Eutanásia «mata as pessoas». Digam-lhe que os pacientes, estão num tal indizível sofrimento, que já morreram em vida!

Complexo de inferioridade

 

 

 

 

Um monte de esterco que estudará Direito numa faculdade de Lisboa, onde também será “conselheiro” , segundo notícia do JN, sugeriu numa reunião que os estudantes brasileiros que se queixam das ofensas que lhes têm sido dirigidas fossem apedrejados, por terem dado a conhecer ao seu presidente, aquando da recente visita a Portugal, a forma grosseira e discriminatória como são tratados por algumas das alimárias da escola onde estudam.

 

Esse inadmissível comportamento vem sendo recorrente, até por parte de professores, como há tempos foi noticiado no Porto, sendo assinalado um que ofendia sistematicamente as moças brasileiras da escola superior onde ensinava, decerto porque não lhe correspondiam ao assédio com que as importunava; mas não só nas escolas se queixam muitos brasileiros que para cá vieram à procura de segurança e vida melhor, sujeitando-se a qualquer tipo de trabalho, e dá para perceber, para além do baixo nível que essa gente tacanha revela, que ofendem por complexo de inferioridade perante a desenvoltura e alegria de viver que os brasileiros nos mostram...

 

Amândio G. Martins

domingo, 14 de maio de 2023

Do "Deve e Haver" do rali de Portugal WRC

 

 

 

 

Fiquei parvo ( mais que o habitual)  ao ler no JN os lamentos de Carlos Barbosa, do ACP, acerca dos custos que a segurança do rali comporta e que decorrem por conta da organização, afirmando poder estar em causa a continuidade de Portugal no calendário do Mundial: “Não sei se vou continuar a ter dinheiro para pagar as forças de segurança, que já ascendem a 600 mil euros”.

 

Afirmando que o retorno económico da prova, só em IVA, é de 30 milhões de euros, e em comidas e bebidas 60 milhões, mesmo tendo em conta que o homem possa estar a exagerar, dado que costuma ser desbocado, também eu me interrogo se será legítimo à GNR cobrar tanto dinheiro extra, tratando-se duma força ao serviço do Estado para a manutenção da segurança e ordem pública, sempre e quando a isso tiver de ser chamada...

 

Amândio G. Martins

 

 

sábado, 13 de maio de 2023

A paspalhice do costume


Perante nova investida contra os fumadores, não é fácil vir expelir o fumo de alguma indignação, porque a luta antitabágica, mais do que legítima, é verdadeiramente popular, e impõe-se à sociedade com muita facilidade porque, como afirma Carmo Afonso (C.A.) no PÚBLICO de 12 de Maio, defender terceiros dos malefícios da prática de fumar por outrem é uma razão de grande força. Demonstrar o exagero e o ridículo de algumas das medidas anunciadas é tarefa difícil, possivelmente condenada ao opróbrio alheio, incluindo o de alguns fumadores, desejosos de largar o vício, mas a verdade é que os “praticantes” (assumo pessoalmente a fraqueza e o “pecado”) não merecem a desconsideração nas suas próprias inteligências que lhes é dirigida pelos mesmíssimos senhores que falham sistematicamente nas lutas que desencadeiam contra a pobreza, a fome, as desigualdades, a inflação, as alterações climáticas, a precariedade no emprego, and so on. Partilho das dúvidas de C.A., que não sei se é fumadora, mas paspalha é que ela não é.


Público - 14.05.2023 (com o título alterado para "Investida contra os fumadores" e a supressão das sete últimas palavras).


NOTA: para quem não leu o texto de Carmo Afonso, devo informar que se intitulava “Fumar mata. E ser paspalho também”.


quarta-feira, 10 de maio de 2023

A trapaça está-lhes nos genes

 

Todo o mundo sabe que Hitler e Estaline foram figuras da mesma estatura moral, e as suas acções deixaram entre os malditos da história uma marca indelével, que não há como apagar; e dá volta ao estômago ver hoje os indefectíveis do segundo endeusá-lo como tendo salvado a Europa das atrocidades do primeiro, quando o russo só entrou na guerra para salvar a pele, porque o alemão não cumpriu o que ambos tinham maquinado, no célebre tratado germano-soviético, assinado por Molotov e Ribbentrop.

 

Mas como a trapaça lhes está nos genes, não há vergonha que os impeça de se apresentarem como os salvadores da Europa das garras nazis, quando o que da sua acção  resultou para parte dela foi uma miserável e traiçoeira mordaça sobre os mais diversos povos e culturas, impondo-lhes por muitos anos a mais ignóbil prepotência; e nas comemorações festivaleiras de agora voltam a mostrar do que são feitos, pretendendo recuperar aquele império morto e enterrado, sem ter em conta que agora anda todo o mundo de olhos mais abertos...

 

Amândio G. Martins

terça-feira, 9 de maio de 2023

 Glória eterna ao Exército Vermelho, ao povo russo, e a todos os que se bateram pela derrota do nazi-fascismo!


Que o veneno faça bom proveito a quem aqui o continua a destilar contra os descendentes dos que há 74 anos nos libertaram das hordas hitlerianas. Embora mais brandos mas ainda mais hipócritas, atualmente, voltam a enfrentá-los.

As opiniões podem ser expressas, sem ser através de veneno. Aliás, como a esmagadora maioria aqui o faz.

Francisco Ramalho


Os velhos só dão despesa...

O suicídio de gente antiga tem vindo a aumentar. Não é para admirar, já que nesta iniqua sociedade, os velhos, em alta percentagem recebem reformas/pensões com valores bem abaixo do limiar da pobreza e, tantas vezes, equacionam comprar comida ou medicamentos(!). São peste grisalha, como a direita os classificava, estando a mais porque só dão despesa.... Neste enquadramento social, não se aproveita o manancial de conhecimento adquirido - A escola da vida, das pessoas que têm muito a ensinar às gerações mais novas... sabe-se, que nos países nórdicos da Europa aproveita-se estes saberes para o transmitir às crianças nos infantários, através de estórias reais das suas vidas! Notável. Em Portugal, desperdiça-se estas fontes sapientes inexplicavelmente. A psiquiatria, valência bastarda da medicina, não lhes dá respostas atempadas e o poder, ao invés, de os acarinhar, de os mobilizar para serem úteis nos seus múltiplos saberes, marginaliza-os! Os velhos não são trapos, são gente antiga que contribuiu para o crescimento de Portugal e devemos-lhes respeito e gratidão. Louvemos a sua coragem e resistência por terem alcançado tão provecta idade.      

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Pão de Queijo - 3º Melhor Pequeno-Almoço do Mundo

 


Pão de queijo é escolhido como 3º melhor pequeno-almoço do mundo, segundo o site de gastronomia TasteAtlas. A publicação ainda afirma que o pão de queijo tem suas origens nas invenções culinárias dos escravos africanos, a partir de resíduos de mandioca e, mais tarde, no fim do século XIX, em Minas Gerais, o queijo e o leite passaram a fazer parte da receita do prato. Foi no estado de Minas Gerais, região Sudeste do Brasil, que o queijo e o leite começaram a ser adicionados aos bolinhos de amido, e foi criado o pão de queijo. Atualmente, o café da manhã brasileiro é amplamente consumido em diversos países do mundo, especialmente nos Estados Unidos e no norte da Argentina. Essa publicação demonstra que a receita mineira tem passado por um processo de internacionalização cada vez mais alargada, em que cidadãos de diferentes partes do mundo experimentam outras possibilidades, novos produtos e serviços voltados à gastronomia internacional, que oferece experiências e vivências até recentemente desconhecidas ou que eram possíveis somente durante as viagens pelo país ou região de origem. Desse modo, pode-se afirmar que o pão de queijo corrobora com o discurso de que o patrimônio constrói o sentimento de um bem importante que não pode ser perdido e que faz parte da essência dos lugares e cultura mineira.


Fonte: https://opopular.com.br/magazine/p-o-de-queijo-e-escolhido-como-3-melhor-cafe-da-manh-do-mundo-aponta-levantamento-1.3026120

Da perfidia

 

A bandidagen russa, por determinação do bandido-mor, decretou que os patriotas ucranianos sobreviventes nos territórios selvaticamente ocupados serão obrigados à nacionalidade russa; é frequente ler enormidades que justificam a invasão da Ucrânia livre e independente porque há lá nacionalistas russos que se queixavam de discriminação, uma grande injustiça, por se tratar de gente pacífica e cumpridora das leis ucranianas.

 

Imagine-se que, numa ou outra região do nosso país, grande número de estrangeiros de uma qualquer nacionalidade aí residentes se queixavam ao seu governo que não eram cá tão bem tratados como queriam, sentindo-se infelizes sob a nossa bandeira e com as nossas regras: Assim, pelo exemplo acima apontado, esse país tinha o direito de mandar para cá uma “operação militar especial” para os “proteger”, que é o eufemismo usado pelos criminosos russos.

 

Um dia destes ouvi o “Putin segundo” -  que já alternou com o “primeiro” nos lugares cimeiros daquela cleptocracia -  numa reunião com apaniguados, afirmar com todas as letras que “a Ucrânia é da Rússia”; que é isso que eles pretendem pouca gente não percebe, e que se o conseguissem outras vítimas se seguiriam, daí o ódio dos cacafónicos simpatizantes daquela bandidagem contra os países livres que apoiam, porque é seu dever, uma Ucrânia livre de tiranias...

 

Amândio G. Martins

 MARCELO FEZ O QUE DEVIA


Perante a desgraça da gestão da TAP, e perante outras desgraças, SNS, Ensino, etc. Marcelo, chamou à atenção, e bem, a António costa. E não o fez assim tantas vezes. Depois disse às “televisões” e não só, que discordava da continuação de Galamba no Governo, depois de Costa o ter reconduzido. E fez muito bem não ter dissolvido a AR. Costa adorava para se fazer de vítima.

É consensual que AC é um homem inteligente e experimentado. Não tem dominado o elenco governamental e a divisão, pública e notória nesta matéria, do seu partido.

Entre outros, num crime de lesa-pátria, Marcelo, o PS e toda a direita e extrema direita, concordam; é que depois da desgraça da gestão da TAP, lhe deem o golpe final, privatizando-a.

Podia e devia ser, pública e bem gerida, para além de um bem para o povo e o país, o rosto de Portugal no mundo.

Francisco Ramalho


domingo, 7 de maio de 2023

O que Marcelo devia saber


1 Tal como na história de Pedro e o lobo usar a palavra dissolução semana sim semana não, tem tudo para acabar mal.
2 A palavra dissolução é para ser usada uma vez só no dia do acontecimento, como fizeram PRS anteriores talvez menos doutos, porém mais sábios.
3 Se Marcelo achava (e eu também acho) que Galamba devia ser demitido, devia tê-dito no recato do gabinete ao PM e não às televisões pois é assim que essas coisas se fazem
4 Para haver dissolução do parlamento, é preciso um pretexto; António Costa deu-lho e afinal Marcelo não aproveitou, possivelmente está à espera que o seu partido cresça mais um bocadinho e o PS se desgaste mais um bocadão
5 Se disto podemos tirar alguma ilação é que tão cedo Marcelo não vai falar em dissolução.

Quintino Silva

 MAIS NOVE INOCENTES PASSADOS À BALA


São centenas de massacres como o de ontem, com milhares de mortos por ano. E é este país, com esta sociedade patológica, que se arma em guardião da moral, dos direitos humanos, da democracia, no mundo. E é a este país, que a velha Europa se submete. Não só culturalmente. Veja-se o caso da guerra que trava na Ucrânia com a NATO que domina, e a UE à trela. Guerra, para a qual, a única solução que propõem, é a retirada incondicional da Rússia. Ou seja, que o senhor Zelensky, com a sua tropa que inclui soldadesca nazi, volte a massacrar e a humilhar, a população russófona do Donbass. Aonde, antes da invasão, já tinham morto 15 mil. Isto, depois de também não ter cumprido os acordos de Minsk. Nem os seus aliados, o país dos massacres de inocentes onde se incluem tantas crianças, o país que se arma em gendarme mundial, a NATO e a UE, não lhe darem instruções para que o fizesse ou faça.

Francisco Ramalho


sábado, 6 de maio de 2023

Confundir não é informar

 

Essa figura que nos espanta por nunca percebermos bem onde acaba o “pândego” e começa o estadista, entendeu agora, como chefe do Estado, que devia falar grosso ao chefe do Governo, por este ter recusado a demissão de um ministro cujo comportamento lhe pareceu merecer censura; todavia, mais do que um “raspanete” a Costa, pareceu-me que tudo quanto disse se destinava a dar alguma satisfação aos da sua familia política, tamanha vinha sendo a pressão para que desse cabo do Governo, embora sem o dizer abertamente, que têm lá quem o faça por eles.

 

Quanto à “pressão mediática”, há quem entenda que é esse o seu trabalho, tanto mais obsessivo quanto precisam que haja casos com que se ocupem; de facto, há muito que se esforçavam pela cabeça de Galamba, porque ainda como Secretário de Estado o apontavam como envolvido em negociatas com o lítio; colocando-me no lugar daquelas pessoas constantemente “acossadas” pelos jornalistas, não posso deixar de lhes admirar a paciência com que os aturam, batalhões deles “acampados” às entradas dos ministérios, sabendo que, na maioria dos casos, não procuram informação útil para dar à gente, mas provocar uma reacção colérica do visado, tão provocatórias são muitas das questões colocadas.

 

Dizia um dia destes Rui Sá, no JN, que o líder do PCP foi a uma empresa para falar de assuntos de interesse para os trabalhadores, mas aos jornalistas que lá foram não interessou minimamente o tema que ali fora tratar, queriam era ouvi-lo acerca de uma conversa solta que lhe tinha sido apanhada num outro evento, colocando-lhe a questão de várias formas; como Raimundo soube defender-se da mórbida curiosidade, do tema que tinha ido tratar àquela empresa também não foi publicada uma palavra; no chamado “caso Galamba”, era o colaborador que devia ter despedido o ministro, não o contrário!  E queixam-se os “repórteres sem fronteiras” que há limitações à liberdade de informação em Portugal...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Copiam-se uns aos outros

 

O fedor que exala a grotesca e negacionista extremadireita é igual em todo o lado, copiam-se uns aos outros e isentam-se de respeitar aqueles de quem não gostam, não só por contrariaram, na sua esfera de acção, as suas aberrantes propostas de sociedade, demonstrando com factos quão aberrantes são, como o racismo e as altrerações climáticas, porque para eles tudo serve para provocar, sabendo que depois vão ser tema de primeira página, secundarizando qualquer assunto realmente sério que estivesse a ser tratado pelos governos e na agenda mediática.

 

Gustavo Petro, presidente da Colombia, está de visita de Estado a Espanha onde, tal como aqui com Lula da Silva, foi recebido e discursou no Parlamento; quando o visitante subiu à tribuna, os de Vox,  homens e mulheres – sempre me confunde que também haja mulheres nestes bandos - não chegando a ser tão reles como os irmãos de cá, com cartazes insultuosos, abandonaram em silêncio os seus lugares e mantiveram-se fora o tempo todo; mas enquanto saíam, os restantes deputados aplaudiram de pé o presidente visitante, até que o último bruto transpôs a porta...

 

 

Amândio G. Martins

quarta-feira, 3 de maio de 2023

 ABRIL CUMPRE-SE, APESAR DE DESILUSÕES


E quase meio século já lá vai. Quase uma vida. E tanta desilusão por aí. São meses à espera da consulta de que se necessita, são tantos jovens com salários de miséria em casa dos pais porque arranjar uma para si, casar e constituir família, está tão difícil. São os professores em repetidas e enormes manifestações a exigirem respeito. Respeito, por condições dignas e pela sua profissão tão importante para a formação das novas gerações. É o custo de vida que aumenta e o povo não aguenta. É até o Alentejo que no tempo da outra senhora, embora de meia dúzia de latifundiários, era o celeiro da nação e agora é o olival (e amendoal) dos espanhóis. Com todas as consequências ambientais daí decorrentes que aqui, mais do que uma vez, temos referido.

Enfim, é tanto de negativo que depois do “dia inicial inteiro e limpo”, não se previa que passados todos estes anos, acontecesse. E, simultaneamente, voltaram os velhos e novos donos disto tudo, a encherem-se como nunca. Mesmo em tempos de pandemia e de guerra.

É o resultado da liquidação da Reforma Agrária e das privatizações. Mas, os dois principais partidos responsáveis pelo estado a que isto chegou, PS e PSD, continuam a alternar-se no poder. E agora, com tanta desilusão e descrença, surgem ramificações. Com destaque para a mais demagógica, populista e xenófoba, o partido unipessoal de extrema direita que nada propõe para alterar o sistema de que se diz contrário. Mas que, com tanta exclusão racista e xenófoba, mais o agravaria na razão direta da sua alegada subida nas urnas.

A razão deste descontentamento e desilusão, são as políticas dos governos dos dois partidos do centrão incluindo ou não o moribundo CDS, agora substituído pelas referidas ramificações. Mas porquê esta contradição de continuarem os mais votados?

A explicação é óbvia; é o resultado da manipulação da comunicação social onde o pluralismo e a isenção são coisas raras. Televisão, rádio, jornais, comentadores e analistas alinhados ao serviço do sistema. Com raras exceções de uns e outros, como é o caso deste jornal.

Portanto, perante tudo isto, a pergunta que se impõe, é se valeu a pena o 25 de Abri? E a resposta, apesar de tudo, é sim. Valeu a pena. E muito! As paredes deixaram de ter ouvidos, os jovens já não vivem com o pesadelo de terem de ir para a guerra colonial e o povo pode bater-se pelos ideais da data libertadora, da revolução. Isso continua a verificar-se com a luta que se mantém. Ainda agora tivemos uma prova com as manifestações populares. Por exemplo, a de Lisboa, na Avenida da Liberdade, foi uma das maiores de sempre. E com muita determinação, entusiasmo e juventude.

Conclusão, os partidos referidos não são alternativa uns dos outros. Mas há outros! Nomeadamente, aquele com provas dadas em todas as instâncias do poder para onde tem sido eleito, que faz propostas para uma sociedade bem mais justa e para outro sistema, o PCP/CDU.

Portanto, mesmo nesta democracia condicionada, Abril pode cumprir-se.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal "O Setubalense"


terça-feira, 2 de maio de 2023

O PS não é carne nem peixe

O PS não é carne nem peixe. É excepcionalmente muito poucochinho social-democrata, com toda a carga defensora do capitalismo dito popular. A extrema-direita fascizante está aí, porque o PS absolutista não responde a quem mais precisa! A última medida, com festejado foguetório, foi a redução do IVA para a taxa 0. O resultado é pífio. Nos bens comestíveis englobados, ainda a medida não tinha sido posta em prática, já os intermediários das grandes superfícies os tinham aumentado de preço. A poupança na nossa carteira é muito residual... os hipermercados voltam a ser os grandes beneficiados. O primeiro-ministro afirma: « os políticos não existem para criar problemas ao país». Perguntamos-lhe: qual é a área da nossa sociedade que não tenha problemas? Têm todas problemas! O SNS, a Escola Pública, a Habitação Social, a Justiça (dual), os Transportes Públicos, a Cultura (atirada para as margens) e por aí adiante... em nome do socialismo, qual socialismo?, este desgoverno vive numa realidade antagónica à esmagadora maioria do Povo que trabalha ou é reformado\aposentado e, lhes sobra sempre mês... Avisem o sr. António Costa & Cia. que estão a abrir as portas de par em par ao populismo fascista do Chega! Antes democracia burguesa, fascismo jamais!

segunda-feira, 1 de maio de 2023

Maio florido

 

DA LIBERDADE

 

A liberdade é também armadilha

Se não soubermos fazer uso dela

Use cada um da sua parcela

Para usufruír de melhor vida.

 

Saibamos desfrutar da conseguida

Tendo sempre presente uma tabela

Que por nos ser aberta uma janela

Não vamos dar um salto suicida.

 

Ninguém se permita fazer o que quer

Sem obrigação de se comprometer

A tratar toda a gente com respeito;

 

Havendo regras iguais para todos

Cabe aos velhos ensinar aos mais novos

Como se poderá ser mais perfeito...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

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