sábado, 30 de setembro de 2017

Valorize-se o trabalho, sem precariedade

Ficamos contentes porque o desemprego baixou o patamar dos 10%. A teoria política do diabo,
posta em prática - quanto pior melhor(!) - deve ser combatida. O desemprego diminuiu, mas o
secretário do Emprego, confirma que há precariedade laboral. Que tipo de emprego se criou? Aceitá-lo pelo menor valor? A demolição social, no p.p., fez com que o valor  do trabalho fosse desvalorizadíssimo. Perto de 10% da população está desempregada, não podendo exprimir a dignidade da sua vida através do trabalho remunerado. Muitos desempregados de longa duração não recebem subsídios para sobreviver!, porquê? Entretanto, os cofres do Estado vão-se enchendo… Urge responder a estes concidadãos de mão estendida que vivem do assistencialismo caritativo. Pão com dentes mata a fome, mas não os deixa levantar a cabeça!
Diz a imprensa: Dos 150 mil novos empregos, 100 mil são precários. Faz sentido, já que ainda
temos as leis do PSD-CDS, que amputaram a legislação laboral atá à erradicação da contratação colectiva. O PS, na oposição, é pela contratação colectiva do trabalho, enquanto Governo não a
implementa. Há mais de 2 milhões de trabalhadores a ‘ganharem’ menos de 400 euros/mês(!), e a Autoridade das Condições de Trabalho deve obrigar o patronato a cumprir o salário mínimo nacional. O crescimento salarial diminuiu entre 2012 e 2015.
A insegurança no trabalho é uma estratégia para aumentar os lucros, pagando menos. Tributar
mais a riqueza e menos o rendimento do trabalho é proporcionar equidade e motivação, contribuindo para o progresso e equilíbrio social.

                                     Vítor Colaço Santos
Público - 02.10.2017

Segregação de géneros

Joana Amaral Dias, política e psicóloga, o chamado "duas em uma", sugeriu na sua campanha autárquica que se as mulheres não querem ser apalpadas nos transportes públicos, terão que se criar zonas específicas no metro e nos autocarros. Ora esta ideia, só possível em certos países onde se pratica a segregação de géneros, não iria evitar que as mulheres transportadas em tais jaulas não fossem apalpadas por uma lésbica aproveitadora da situação. Daqui concluo que o resultado final desta candidata só possa ser "zero em duas" pois tanto como psicóloga como política é um autêntico desastre. Jorge Morais

Publicada no Jornal DESTAK em 29.09.2017

                                                    Ilustração do leitor Paulo Pereira

IRREVERÊNCIA, OU SERVILISMO E CARNEIRISMO?



Apesar dos casos extremos como o do Meco, as tristemente famosas praxes, persistem. A rapaziada da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, criou mesmo um código onde consta que “ os caloiros devem ser incondicionalmente servis obedientes e resignados”. E eles e elas, para serem bem aceites entre os seus pares veteranos, indignamente, submetem-se mesmo a todos as sevícias e vexames.
A irreverência, que sempre foi uma condição inerente à juventude, deu lugar ao servilismo e ao carneirismo? É que não são apenas estes casos ( muitos) relacionados com as praxes! Segundo estudos recentes, como por exemplo o da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, o consumo de drogas, álcool e fast food ( comida de plástico) tem aumentado exponencialmente. Por exemplo, no primeiro caso, as drogas, desde 1998, aumentou para o dobro.
Outro dado, é que já praticamente não há diferença de comportamento entre rapazes e raparigas. Havendo mesmo casos, como no consumo de tabaco, em que elas já os ultrapassaram. Outro exemplo em que tem havido um nivelamento, é na linguagem. Na utilização compulsiva de palavrões.
Evidentemente que diversos fatores explicarão este comportamento, onde não é alheio a educação na casa dos pais e na Escola. Mas há um determinante: a imitação. Fazem-no, por que os outros o fazem. Porque não dizem não. Porque são macaquinhos/as de imitação.
Finalmente, onde também não dizem não, é à precariedade laboral, aos salários miseráveis, ao desemprego. Dizem não, é ao sindicalismo, à política, ao associativismo e a outras formas de se libertarem da alienação e da subordinação.
Francisco Ramalho
Corroios, 30 de Setembro de 2017


Quantos licenciados com créditos existem em Portugal?

Um batalhão de formatadores de opinião pública, quiçá formados com equivalências que chegam aos 95%, é completamente avesso ao programa televisivo RTP1 ‘Sexta às 9’, com a jornalista Sandra Felgueiras à cabeça.
Também nos vão dizendo que o ‘Sexta às 9’ é um programa de direita atacando as forças de esquerda.
Mas, como ainda ocupamos o nosso cérebro para discernirmos o que está bem ou mal, verificamos que algo vai muito mal no ‘reino de Portugal’.
Então, ao nível do ensino onde se forjam licenciaturas, o caso é tão inacreditável como fazer-se vinho a martelo com tanta e boa vinha no país, ou haver uma linha de montagem em que nela entram alimárias de toda a espécie, para de imediato se transformarem em licenciados topo de gama.
Ainda inocentemente pensámos que o caso Relvas tivesse sido como encontrar uma agulha em palheiro, mas com o que agora soubemos existir na Protecção Civil, que tem quadros a ganharem ordenados altíssimos sem terem currículo académico para tal desempenho de lugar, o caso é tão grave, que se nos afigura que a Protecção Civil não passa de uma associação de Protecção Criminal para os seus membros.
Assim sendo, já não nos podemos admirar que todos os anos Portugal arda cada vez mais, uma vez que a cambada de protectores civis, com equivalências a malfeitores certificados, só existem para que os incêndios se perpetuem, uma vez que são o seu malfeitor suporte financeiro.
E tudo isto até quando?

nota: texto publicado pelo DESTAK de 2/10

José Amaral

Gerigonschaft


Geringonschaft

30 SET 2017 / 02:00 H.




    Dos resultados extraídos das eleições dos germanos de Merkel, pode-se retirar entre outras, a lição e ilação, de que quase ninguém parece satisfeita com a Alemanha política. Na Europa do sul e gregos às aranhas, pelo menos, já muitos se manifestaram pouco agradados com o poderio esmagador imposto pelas medidas da frau presidente e do seu austero contabilista, apostado em conseguir sobre rodas, objectivos que façam dobrar os debilitados. Internamente verificou-se que os alemães que foram às urnas, enfiaram o boletim de descontentamento, pelo caminho que a srª Merkel os está a conduzir, de tal modo que elegeram para o “reichtag” uma força partidária de extrema direita, o AfD, e debilitaram um partido de poder, o SPD do social democrata, Shulz, atirando-o para a penumbra da oposição no Parlamento, como nunca houvera acontecido. Se os resultados denunciam a contestação generalizada que vai na Baviera, contra a política de migração em massa, e da abertura das portas e das pernas à entrada de tudo quanto é sinal de perigo para a ordem e estabilidade do povo bávaro, com que sentimento estaremos nós os do sul da Europa desigual, que nunca experimentamos a qualidade de vida a que expiramos, mesmo agarrados ao trabalho duro, mas não compensador, que só nos provoca amargos de coração? Segue-se agora, a batalha para a formação de um governo que terá de se constituir numa incerteza, como é próprio das coligações entre partidos com credos interesseiros. Cada formação candidata a entrar na governação da Alemanha, vai puxar pelos galões que os votos permitem, e exigir mais do que o esperado. A Chanceler Merkel, vai ter de ceder, e engendrar uma composição atrelada à eficácia, que faça com que o país prossiga na frente, ao comando da Europa instável e em crise. Tudo indica que ali nas margens do Reno, vai rolar uma Geringonschaft, a fazer lembrar-nos uma outra que sobrevive por cá, que tem obtido sucesso a conta gotas, num país pouco exigente ou que se satisfaz com pouco. Nós os portugueses. Um povo a quem Almada Negreiros, achava que só precisava de coragem para obter qualidades, já que defeitos já os tinha por completo!

    A 30 de Setembro de 1974-O General António de Spínola renuncia ao cargo de Presidente da República

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    A 30 de Setembro de 1974, após a tentativa falhada de golpe de apelidada maioria silenciosa, ocorrida a 28 de Setembro de 1974, António Spínola que, desde de 15 de Maio de 1974, ocupava a Presidência da República Portuguesa, renuncia ao cargo e é substituído pelo General Costa Gomes.

    sexta-feira, 29 de setembro de 2017

    Tédio





    Sentou-se no banco do jardim a ensaiar o discurso de domingo e os pássaros entediaram.

    PARA ALÉM DO POLÉMICO E POUCO CONTIDO NAS SUAS OPINIÕES, PEDRO GUERRA, AGORA TEMOS MAIS UM, O SEMPRE IRRITADO E MUITO NERVOSO, CARLOS DOLBETH.

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    No dia 13 de Junho de 2017, neste espaço, teci e emiti alguns comentários, e a minha opinião acerca do sempre, e atrevido no palavreado, do polémico Pedro Guerra, que em nada dignifica o clube que representa que é o Sport Lisboa e Benfica, pois tal personagem é comentador, no programa Prolongamento da TVI 24, dirigido pelo jornalista Joaquim Sousa Martins. Sendo  pouco contido nos seus comentários e “quiçá” um pouco arrogante, ficando quase sempre muito mal na “fotografia”.
    Como já algumas vezes assumi, neste mesmo espaço o meu clubismo, isto é, nutre, uma enorme simpatia, por dois clubes, um é pelo Clube Desportivo da Cova da Piedade, clube da outra banda do rio Tejo, clube fundado em 28 de Janeiro de 1947, e o outro é o Atlético Clube de Portugal. De resto nada me liga a qualquer outro clube, portanto sinto-me e estou plenamente à vontade para tecer os meus comentários, sendo apenas e somente um adepto completamente livre, procurando contudo e ao máximo ser o mais isento possível. Mas, será possível, ser isento? Efectivamente, claro que é, possível.
    Agora chega-nos, através do canal da Sporting TV-Estamos em casa- no programa, Pré Jogo, emitido por aquele canal de televisão, mais uma outra figura, igualmente bastante polémica (é, a minha opinião, que vale o que vale, e nada mais), mas ao mesmo tempo bem castiça, frontal em demasia e mais um comentador, daquele canal, de seu nome Carlos Dolbeth, que defende e bem o seu clube, mas com exagero, que chega aos extremos, porque está sempre irritado e muito nervoso, o que decerto lhe deve prejudicar o seu enorme coração de “Leão”. Cuidado Senhor Carlos Dolberth, com o seu coração e a sua idade. E. é pena que a sua irritabilidade se concentre só e essencialmente sempre contra o seu mais directo rival e seu vizinho da segunda circular, que escuso dizer o nome.
    É pena, que nestes programas, emitidos pelos canais de televisão, que são programas onde se deveria falar, verdadeiramente e somente de futebol (?), e não houvesse tanto ódio, e que fossem mais didácticos, onde houvesse menos “peixeirada” , e onde se cultiva, (o termo é este mesmo, que emprego), ódios, rivalidades sem nexo, e que em nada contribuem para a estabilização, que tanta falta faz, em especial a esta enorme, e grande indústria, que gera milhões de euros.
    E, será por gerir milhões de euros, que se chega ao ponto de se criar ódios, que nada justifica e a pouca educação de alguns comentadores, alguns deles sem dúvidas bem-falantes, engravatados e que deviam ter mais tino na linguagem que empregam e o ódio que semeiam.

    NOTA – É habitual enviar os textos em que falo de desporto, para o Jornal RECORD, para a secção “Escrevem os Leitores”. Devido ao tema, fui informado no dia 27 do corrente mês, pelo Senhor João Socorro Viegas, Digníssimo Editor, que agradecia o envio do meu artigo mas o mesmo, desta vez, não será publicado. Como sempre, está á vontade para enviar mais artigos para futura publicação.
    Perante esta recusa e medo do Jornal em publicar o texto, pergunto, indignado, estamos num País, onde existe liberdade de opinião. NÃO…NÃO.  
    É, apenas a minha opinião.

    MÁRIO DA SILVA JESUS


    A 29 de Setembro de 1983 - Faleceu o artista plástico Mário Botas

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    A 29 de Setembro de 1983, faleceu, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, foi um artista plástico português Mário Ferreira da Silva Botas. Atingido pela leucemia em 1977, dois anos após se ter licenciado em Medicina, passou a dedicar-se a tempo inteiro à pintura, tendo exposto trabalhos seus em diversos países europeus e Estados Unidos.
    Nasceu a 23 de Dezembro de 1952, na Nazaré.                

    quinta-feira, 28 de setembro de 2017

    Desgovernantes sem punição, porquê?

    Gentaça ligada ao PSD-CDS, assiduamente
    estão ligados a alegados crimes. (É só
    alegação, a justiça tem catalepsia!).
    Paulo Núncio, ‘democrata-cristão' do
    ‘partido dos contribuintes’, enquanto
    desgovernante (ir)responsável pela pasta
    da secretaria dos Assuntos Fiscais deixou passar,
    sem crivo fiscal - 10 mil milhões de euros! 
    Agora, Núncio confirma cunha, em conluio
    com Miguel Macedo (PSD), fazendo um perdão fiscal
    no valor de 1,8 milhões de euros! Estilhaçam a
    honestidade e roubam o Estado social.
    Puna-se!

                      Vítor Colaço Santos

    As arruadas

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    Nas arruadas à portuguesa vale tudo. Mas o que sempre tem estado a dar, com muita saída, são os brindes compra votos.
    Os brindes mais corriqueiros são beijinhos, canetas/esferográficas, isqueiros, bonés e t-shirts.
    E todos eles têm o seu significado e preferência. Assim os beijinhos alertam-nos para a violência doméstica; as canetas/esferográficas são essencialmente para os pategos e patetas da nossa praça; os isqueiros são os preferidos dos incendiários florestais; os bonés destinam-se para os treinadores de bancada, enquanto de bejeca em bejeca no café local insultam o árbitro ou quem não seja do seu clube; as t-shirts são indicadas para os grupos folclóricos do lugar ou do bairro.
    E pronto, os programas e outra literatura política são para reciclar ou para ajudar a acender a lareira ou o fogão de sala.

    José Amaral

    A 28 de Setembro de 1895 - Faleceu Louis Pasteur

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    A 28 de Setembro de 1895, faleceu em Mames-la-Coquette, França, o cientista Francês Luís Pasteur. As suas descobertas tiveram enorme importância na história da química e da medicina. É lembrado pelas suas notáveis descobertas das causas e prevenções de doenças.
    Recebeu os Prémios: AlbertMedal, Montyon Prizes; Medalha Copley, Medalha Rumford, Medalha Leewenhoek.
    Nasceu a 27 de Dezembro de 1822, em Dole, França.

    Ressabiada tomada de posse

    Mesmo que a diplomacia portuguesa afirme a pés juntos que ‘Portugal desvaloriza omissão angolana’ no discurso de tomada de posse do actual presidente angolano - João Lourenço -, o caso não pode passar em claro.
    Vejamos: Marcelo Rebelo de Sousa foi o único presidente europeu presente na referida tomada de posse, e, mesmo assim, não houve um pouco de cortesia para com tão elevada atitude de amizade entre povos irmãos professando a mesma Língua.
    Assim, o descortês angolano no seu discurso, exclui ‘incluindo’ Portugal na lista de parceiros estratégicos, pois mencionou como tais importantes parceiros, Espanha, França, Itália, Alemanha, Reino Unido, EUA, China, Federação Russa, Brasil, Índia, Japão e Coreia do Sul, mas acrescentando o ‘chá’ de ‘e outros parceiros não menos importantes, desde que respeitem a nossa soberania’.
    Por tudo isso e o mais que oficialmente não foi dito, ficou-nos muito cara a banhoca que o nosso presidente deu na Baía de Luanda, mais as selfies que por aí distribuiu.

    nota: texto publicado pelo DESTAK de 29/9

    José Amaral 

    quarta-feira, 27 de setembro de 2017

    Esclarecer até à última bala... e até à última letra...

    O que se passou em Tancos, é grave e deve ser esclarecido até à última bala... Mas o relatório inventado ou encomendado pelo Expresso de Balsemão, que tem alimentado a prosápia de Passos e Cristas, também é grave e devia ser esclarecido até à última letra...

    SALVEMOS A HUMANIDADE

    Sismos, tsunamis, furacões. São as alterações climáticas. Se nada se fizer, nos próximos 10, 20 anos as tragédias naturais vão multiplicar-se. A natureza revolta-se. Os homens e os animais estão em perigo. Trump, o palhaço fascista, recusa-se a assinar o Acordo do Clima. Repito: se nada se fizer, será o caos, Se não for para nós, será para os nossos filhos e netos, Homens e mulheres de boa-vontade, unamo-nos. Tiremos esses imbecis, esses inimigos da vida, do poder. O mundo é nosso. A Terra é nossa. Salvemos a Humanidade, salvemos a Terra,

    Persona non grata e ignorado

    Na tomada de posse do novo presidente da República Popular de Angola – João Lourenço -, o nosso PR – Marcelo Rebelo de Sousa – foi, no nosso entender, considerado persona non grata, bem como verdadeiramente ignorado pela diplomacia angolana.
    Se tal tratamento vem dos representantes da terra que já foi considerada a nossa ‘jóia da coroa’, com tal descortesia, não vale um chavo.

    nota: texto publicado pelo DESTAK de 28/9

    José Amaral

    PÚBLICO   27.09.2017 





    Tancos é gravíssimo



    O roubo em Tancos é gravíssimo e é impossível não rolarem cabeças quer a nível militar, quer do Ministério da Defesa.



    A única pessoa que se tem mostrado exemplar desde o primeiro dia é o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve já por duas vezes no local, tentando não entrar nos sensacionalismos em que tantos gostariam que entrasse.



    Os chefes de alguns partidos, como nada têm para dizer quanto a autárquicas, puxam temas como o de Tancos a ver se o partido que está no Governo sai beliscado nestas eleições, sendo a táctica de quem não sabe o que de facto é uma eleição local ou não tem nada para dizer.



    Mas no dia 2 de Outubro é indispensável exigir de imediato responsabilidades.



    Não se pode adiar mais, não se pode deixar cair no esquecimento, como ficaram as pistolas “roubadas” à PSP.



    Augusto Küttner de Magalhães,

    Porto

    Também me ajoelho


    Quando ajoelhar, normalmente um sinal de subserviência, é transformado num acto de exaltação da dignidade humana, como têm feito celebridades do desporto e da música norte-americanas, rejeitando os impropérios expelidos pelo seu presidente, plenos de ódio e discriminação racial e de género, o gesto ganha altivez e nobreza de princípios. Paradoxalmente, é um registo de desobediência, digno de Gandhi, e denuncia uma força superior sob a capa de aparente fragilidade pacifista.

    Após as eleições alemãs, com a estridência de políticos extremistas a desenganar o suspiro de alívio que a Europa exalou com a derrota populista em França, ressurgem alguns fantasmas xenófobos. O Homem, definitivamente, tem grande dificuldade em aprender com os seus próprios erros e acalenta sempre um desejo de esquecimento de certos passados, o que, muitas vezes, lhe é fatal. Teremos, a curto prazo, de protestar, resistir e lutar? Se sim, nem que seja de joelhos.

    A 27 de Setembro de 1810 - A Batalha do Buçaco



    Resultado de imagem para a bATALHA DO bUÇACO

    A 27 de Setembro de 1810, durante a Terceira Invasão Francesa, trava-se, no decorrer da Guerra Peninsular, na Serra da Buçaco, em Portugal, a Batalha do Buçaco. O exército francês do marechal Massena é derrotado pelas forças anglo-portuguesas, comandadas por Arthur Wellesley, futuro duque de Wellington.

    terça-feira, 26 de setembro de 2017

    Benta, uma terrorista acidental







    Como é de imaginar, o gabinete do chefe das secretas, o chefe mesmo, a quem chamam de Director, é o ambiente mais asséptico que existe em todos os ambientes-gabinetes públicos, todos mesmo, incluindo os blocos operatórios e os laboratórios sofisticados.
    Não é dos líquidos e dos pós, que esses também não se olha a despesa, é de ser um local onde não entra nem sai uma aragem que seja, muito menos uma palavra mal balbuciada, que escape aos trambolhões e venha a causar um tsunami seco.
    Há gente própria, apropriada dizendo assim, com cursos para isso, cuja carreira profissional é monitorizarem a tempo inteiro a salubridade, higiene e estanquicidade do gabinete do senhor Director das coisas secretas.
    Não se sabe se são felizes e realizados, cumprem essa função, vão para suas casas, têm ou não família, e hão de vociferar uma que outra vez em frente a um jogo de futebol.
    Do Director é que nada se sabe. Não é visto em lado nenhum. Ouvido ainda menos. Nada. Diz-se que é ubíquo, mas não se vê. Também de Deus se diz isso e igualmente não se vê. Pode ser que havendo dois nessa condição já seja mais fácil de acreditar na ubiquidade, só vendo-os.
    A história que traz hoje a falar nesta história de vida tão desinteressante, monástica, mas vácua, é a da Maria Benta – parece de propósito, o nome, mas não é.
    Esta mulher ganha sete euros à hora, sem descontos para a Segurança Social. Se um dia chegar à reforma – não vai chegar – vai bater com as fuças na porta, não fosse parva e tivesse escolhido outra profissão. Foi um encarreirar de decisões lastimosas desde pequena, tudo ao lado, mas ela é feliz. Pelo menos serena, parece.
    Maria Benta, como se verá não vai ser pensionista – serviçal até ao último dos suspiros, mal suspiro já falho de alento vital - mas vai ser uma heroína, coisa que ela não preferia, por não saber que gosto de boca é esse, e por que a reforma dá mais jeito para comprar as coxas de frango no supermercado.
    Voltando ao gabinete. Quando o seu locatário está ausente, por serviço ou o que seja da vida dele, ultra-secreta, o silêncio é inaudível, bem como qualquer tipo de som, havendo aqui uma incompatibilidade, discordante o suficiente para ser alvo dos maiores arrasos críticos. Só lá entram os eleitos, e esses, uma meia dúzia.
    A Secretária, cega, surda e muda, salvo seja. O chefe de gabinete, fidelíssimo, como um retrevier, o coordenador do departamento dos hackers, indiscritível tatuado na ponta do nariz mas com gravata verde às pintas, e a Maria Benta.
    Veio cedo, mal acabada de criança, de uma aldeia de uma dessas serras monótonas que por aí há. A aldeia já não existe, ardeu toda e o seu conteúdo. Veio a servir para casa da mãe da esposa do senhor Director, a sogra portanto. Gente credibilíssima, educada em preceito, alinhada com os ditames da orientação política da nação. Dados a uma exaltação contida da fé. Era um nó górgio, vê-los em acto de prece, fosse no inicio das refeições, no final das mesmas, nas benzeduras à entrada ou saída de qualquer das divisões da casa, aos domingos, finalmente, na apoteose dos rituais exemplarmente executados e acompanhados nas missas celebradas por um pároco que acabou em bispo de Roma, onde a família, elas de mantilha, eles de traje de gala negro, foram a beijo de mão de Papa, só para se ver a importância deste aglomerado familiar com sobrenome. 
    A rapariga cresceu neste ambiente e ao mesmo tempo foi-se-lhe minguando a vontade de qualquer espécie de contacto com qualquer espécime de ser complementar do seu género. Homens. Fez futuro naquela casta residência, entregou-se abrindo-se em toda de si, aquela vida de quase clausura.
    Entretanto estas coisas não perdoam e a sogra faleceu, o recheio da casa foi redistribuído e a Maria calhou em herança ao Director, foi no enxoval.
    Pouca foi a mudança, nenhuma. Acabaria aqui o relato se se continuasse a descrever estas minudências sem-sabor, mas acontece que a Maria é uma mulher que sem o saber – nem antes nem depois de que está prestes a acontecer na realidade – vai mudar o mundo. Quer dizer, não é todo, só esta parte apequenada do que chamamos o nosso mundo.
    Quando os filhos do Director e da esposa deste, cresceram o suficiente para serem considerados adultos, e o Director voltou para casa depois de uma carreira exemplar como espião, resolveram dispensar os serviços internos da Benta. Com sessenta anos bem medidos, era tempo de ela dar ares de viva.
     Sendo uma família irrepreensível – e nisto os espiões são-no -, puseram-na de porteira no prédio da filha mais velha: Maria da Conceição. Cubículo acanhado e meio-obscuro, com um postigo, quase a única janela da casa, a dar para as entradas e saídas do prédio. Ela continuou a prestar serviços em casa dos senhores e para realizar mais algum capital, para equilibrar as suas contas, simples de fazer, arranjaram-lhe, por ajuste directíssimo, um lugar de higienizadora do gabinete do senhor Director, na sede das secretas. Ou seria melhor dizer secreta?
    De repente, de um dia banal para outro absolutamente inesperado, esta mulher passa a conviver (em solitário mas ainda assim a conviver) num dos locais mais exclusivos do país, só reservado – se já se disse, e se sim nunca é demais repetir  - a uma quase mão cheia de eleitos.
    Tendo em atenção o rigor com que estas coisas funcionam, assim se imagina, Maria Benta fazia as limpezas às segundas e sextas feiras, entre as seis horas e trinta minutos e as oito horas, impreterivelmente, e de manhã. Chegava à portaria, cumprimentava o guarda de serviço, passava ao lado daquela máquina que dizem tira fotografias aos interiores das pessoas e das coisas, e sendo da casa e sendo das limpezas, para quê formalismos desses, a obrigarem a ligar a máquina de propósito as seis horas e trinta minutos das segundas e das sextas?
    O guarda dava-lhe uma fita de pendurar ao pescoço e lá ia ela, elevador acima, que por alguma razão, os gabinetes dos Directores ficam sempre no último piso.
    A entrada no gabinete faz-se por introdução de um código alfanumérico seguido de reconhecimento plantar e de rosto. O código levou um mês a decorar, e pelo sim pelo não, trazia-o apontado num papel devidamente dobrado, guardado entre o seu o seio cheio e o aparador sintético do mesmo, que os espanhóis dizem sujetador, uma palavra muito mais plena de significado e de entendimento imediato. A nossa língua por vezes complica.
    O serviço de Maria Benta obedecia a um protocolo mil e uma vezes testado, lá fora, no estrangeiro, e replicado cá dentro: não podia mudar nada de sítio, não tomar atenção a nenhum documento que na mais remota das possibilidades tivesse ficado aberto (simples para ela que era analfabeta), não decorar imagens que estivessem a passar no ecrã do computador naquele intervalo das limpezas, e na eventualidade remota de por azar dos azares, deixar cair uma caneta que fosse, permanecer queda e hirta acenando só com a mão direita num movimento de semi-rotação da mão, para aquele olhinho minúsculo quase escondido  na esquina superior direita da moldura da fotografia do senhor Director com o Senhor Presidente anterior da República. Moldura esta estrategicamente colocada numa prateleira com livros de certeza muito sérios dado o facto de estarem revestidos a couro de qualidade superior.
    Ela sabia, pelo protocolo, que dentro desse olho minúsculo, alguém a observava, e que viria, em caso de acidente fortuito, em seu auxílio.
    Graças a Deus - que é nessas alturas que mais se necessita da sua bênção - nunca precisou de acenar em movimento de semi-rotação da mão direita.
    Até o dia. Até os santos claudicam.
    Nada de especial aconteceu na véspera desse dia, na antevéspera, nos anteriores dias a essas datas até mais para trás que se procure. As suas rotinas foram as de sempre, nenhuma notícia inesperada beliscou a passividade búdica da senhora, neste caso eterna donzela, Maria Benta, de apelido esquecido e não chamado para o caso.
    Foi numa sexta feira, que explicará algum cansaço visual do licenciado ao cuidado da observação electrónica do escritório do Boss. Como o país em apreço não tem eventos de maldade humana extrema, aparte uma seixadas na cabeça e algumas, poucas, mortes por envenenamento com DDT, em casos de traição amorosa, durante o fim-de-semana as secretas descomprimem. Não se está a ver quem nos queira fazer mal em vez de visitar os Clérigos, ou a Torre de Belém e de seguida degustar uma nata ou uma francesinha ( não se leve literalmente).
    Maria Benta nesse dia esqueceu-se do código, e no reconhecimento facial complicou-se: a placa estava lassa e ela deixou-a em casa, no sítio habitual: mesa-de-cabeceira, copo de água. Não sendo a primeira vez, o incidente não desculpa nada. Com ou sem dentes Maria estava mais do que treinada a cumprir na perfeição os padrões de exigência da sua função. Ultrapassadas estas contrariedades porque o identificador computacional de tanto a ver acabou por reconhecer um rosto familiar, ela fez os trabalhos que tinha que fazer.
    Nesse dia o computador estava ligado. Passavam imagens de uma bela paisagem, de verdes e acobreados, num lugar seguramente de muita vegetação. Via-se quem o pudesse por autorização superior fazer, uma vedação igualmente verde onde aqui e ali saltavam alegremente por lassidão da malha – assim parecia – coelhitos jovens.
    Ela não viu nada disto porque estava proibida de o fazer. Se o tivesse feito teria visto que no rigoroso ponto geodésico que marca o centro do ecrã do computador do senhor Doutor, piscava insistentemente um quadrado com dizeres, emoldurado por um filete vermelho intenso, também piscante.
    Não viu e não tinha que ver.
    O que acabou por acontecer foi infinitamente pior do que as consequências. Pela primeira vez na sua vida, teve uma tontura tão enublada que lhe apagou o discernimento ocular durante um período de tempo, medido por ela como do tamanho de uma eternidade (pobre espírito, tão simples e a querer falar da eternidade!).
    Nessa fragilidade que se apossou de um corpo guiado por uma cegueira temporária, deu com o cotovelo esquerdo (o pior porque era com o direito que ela orientava os afazeres da vida) no teclado do computador do senhor Director dos Serviços do “não digo nada a ninguém, só eu sei.”
    Ouve um apagão. Entre o licenciado bocejante dar conta e entrar de rompante e a situação normalizar aconteceu um roubo de bichas e rastilhos que não aconteceu e ninguém sabe de nada do acontecimento em si.
     Maria, coitada da Maria Benta, iniciou naquele dia uma romaria interminável pelas Consultas Externas de um certo hospital público, vindo a terminar desmemoriada e desconhecedora daqueles rostos idiotas que lhe acenavam constantemente a mão em movimento de semi-círculo e mexiam os lábios emitindo sons que ela não reconhecia.

    O Senhor Director desconfia-se que não é ubíquo.

    Lluita per la Llibertat




    Lluita per la Llibertat

    26 SET 2017 / 02:00 H.








      A Catalunya, desde há séculos que rejeita ser governada e subordinar-se aos do Palácio de Madrid e pelos da Casa dos Bourbon y Grécia nos dias de hoje, e dos governos “republicanos com história sangrenta”. A sua lluita pela Independência plena, vem do tempo em que Portugal também se quis ver livre da canga castelhana e fazer-se reconhecer um Reino autónomo, soberano e dono do seu destino. Por isso Portugal, pegou em armas, e libertou-se do jugo do invasor e ocupante do nosso território, e dos traidores que por cá se moviam. E se ontem ambos se empenharam em desfazer-se do Império Filipino, em que Portugal foi bem sucedido e largado à sua sorte como um pobre sem eira nem beira, hoje a luta dels catalans continua dentro e fora dos seus domínios, que quer ver-se livre do galego Mariano I, governante ao serviço dos castelhanos a par do inócuo Felipe VI. Apesar das prisões arbitrárias mandadas operar por Madrid, os catalães, que aspiram há longo, longo tempo, por uma Nação Independente, aonde possam viver e morrer no seu próprio solo, os catalães vão em frente em direcção ao Referendo e ao Voto per ser Lliure, no dia 1ºde Outubro, faça sol ou sangue. A ocupação da Catalunya terá um fim, pois ela faz-se à revelia e contra a vontade do seu povo e através da violência, e de uma Constituição e de Leis castelhanas, que não servem a absoluta Independência daquele país rico, mas adiado, e més que un país, es una civilitzacio important, com um património arquitectónico e cultura invejáveis. A solução está na história que foi interrompida, e quer de novo refazer-se e fazer-se ao caminho da autodeterminação total, e não na obediência a uma Constituição estranha, esgrimida pelo governo castelhano, que esperneia de medo pelos efeitos de tal acontecimento que a História reclama. Nós portugueses, aprendemos há muito que de Espanha, nem bons ventos nem bons casamentos. É tempo da Catalunya entrar em festa em Llibertat. No dia seguinte*, eu também quero “estar em festa pá, e ficar contente”, entre cravos a brilhar!

      *(hoje no DN.madª)
      *-⇯ (a 2outº fico mais velho. Desejo ter uma boa e forte razão para festejar este outono, com toda a parra no sítio!)