sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Luz do Seixal!


    

- Temo aquela luz intensa que há de tirar do escuro o clube que carrega nas asas da ave, a esperança e a reconquista. Vieira segura Vitória. A águia tem nome redobrado. Mas aquela "luz" que raiou sobre o enigma, acabou surpreendente, apanhou o país todo, e faz-se correr em todas as caixas do correio electrónico, e juntou-se aos e-mail´s famosos. Tele-informação e jornais sprintam a divulgar o acontecimento. Desde o Seixal aonde fez cama o V maior, e que prometia a reconquista, saiu a decisão de segurar o V que estava de saída e que andou a dormir nos últimos jogos sem brilho. Mas aquele perturbador e estrebuchado "se", que nos acorda para a frase assassina, "...só se houver algum imprevisto...", é que nos mantém atentos, mas sob o pesadelo do dia D do descalabro, apenas adiado. "O Benfica é comandado de dentro para fora, e pelo meio pode acontecer mais surpresas". O V e V seguem de mão pouco dada e desconfiada, a caminho do êxito sonhado, em cima dum "feeling muito amadurecido", que cairá de podre, mal ressurja nova nuvem! *

-*(in DTK.03-12-018)
-*(CMª-04-12-extracto)
-*(rev.SÀBD.06.12)

Quatro orçamentos...


Foi um acordo que vai ficar por muito tempo atravessado na goela da Direita que, três anos passados, ainda não se refez do arrepio sofrido; do seu arsenal de maledicência esgotaram as pragas todas contra quem se atreveu, “sem ganhar as eleições”, como continuam a ganir, a “roubar-lhes” um Poder que eles queriam garantir até, pelo menos, “completar a obra”, como “futurava” um tal Montenegro.

Três orçamentos e muitas metas cumpridas depois, os agoiros da Direita rebentaram-lhes na boca, não lhes restando outra coisa que não seja explorar até à náusea os incidentes de percurso, que só não aconteceram com eles por serem outros a governar, como facilmente qualquer um percebe.

A esta Direita sem vergonha, para quem os orçamentos não passavam de pró-forma, recorrendo sistematicamente aos remendos rectificativos, caberia aprender como se faz, mas isso era se tivesse vergonha; como não a tem, desgasta-se a pôr defeitos em tudo, não tendo ainda percebido que a realidade os desmente a cada momento...


Amândio G. Martins

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Orçamento do Estado-19 fica aquém


Os direitistas do CDS/PSD, no OE-19, tudo prometeram o que no passado negaram, destruíram
e cortaram! O CDS diz ser «contido» nas despesas mas, caso as suas propostas de alterações no orçamento passassem, seria o campeão do despesismo. O PSD viria logo atrás. Acresce, que no desgoverno anterior, PSD/CDS, produziram orçamentos rectificativos, uns atrás dos outros até à overdose… A seriedade, o decoro e a transparência estão fora do seu léxico político. Esta gente tem duas caras, atingindo o descrédito total!
   O OE-19 fica aquém das necessidades. Por cada décima que lhe é retirado, representando milhões de euros, pelo ubíquo ministro das Finanças, para diminuir o já encolhido défice e a continuada injecção de milhares de milhões de euros no sistema financeiro, é negar um SNS robusto, que já é residual e para pobres e é não fortalecer a educação pública ou a ferrovia e a Cultura depauperada. 
   Na discussão do OE-19, assistiu-se a uma tourada em torno da atribuição do seu IVA. O primário prazer animalesco do sofrimento atroz do toiro, espetado com ferros até ao sangue, foi premiado com uma baixa de IVA para 6%(!). Devia ter sido aumentado para 23%. O PCP, nesta matéria, votou com a direita, a favor da festa brava do marialvismo. A electricidade e os remédios naturais, entre outras prioridades, não obtiveram redução no IVA, porquê?
   Não se espera grande coisa do Parlamento em benefício do Povo, pois nunca tivemos nada de mão beijada… Foi, é e será imperioso lutar. Sempre! 

                               Vítor Colaço Santos 
Uma questão de fé

Habitualmente acompanho os noticiários televisivos, de preferência das 20 h. Hoje, nos canais generalistas, e nos noticiosos dos mesmos, a partir da abertura, e durante largos minutos, apenas havia um assunto: a conferência de imprensa do Presidente da República do Benfica. Não para informar quando vai devolver os muitos milhões que roubou ao BPN, e que estamos todos a pagar, mas para explicar, porque voltou atrás na decisão de despedir o seu treinador.

É grave, a RTP (de todos nós), continuar a dar cobertura  (em horário nobre) a esta espécie de "xiquespertos", em vez de o encostar à parede.

Porque sou um homem de fé, tenho fé que um dia isto vai mudar.

José Valdigem

O tempo está a voltar para trás

Ainda me lembro de na década de sessenta juntar-se o pessoal que procurava trabalho no campo das cebolas em Lisboa, e depois apareciam por lá os capatazes e gritavam:
Amanhã chega um barco, quem quer ir para a   estiva?.
Quantos dias perguntava alguém.
Um dia ou dois,dizia ele.
Com o 25 de Abril pensou-se que trabalhar a jornal era apenas no campo.
Afinal hoje estou a assistir às mesmas cenas, só que agora o capataz manda um  SMS.
Os estivadores por vezes abusam, mas manter um homem 20 anos na corda bamba sem saber se no dia seguinte vai ou não trabalhar não é próprio de país civilizado.

Quintino Silva

JESUS

Recusar todo o Poder e nada querer com o Dinheiro. Praticar a Verdade em todo o lado. Desmascarar o Templo e o Império. E quando estes saem coligados ao seu encontro para o prender e matar simplesmente dizer: "Eu sou!". Há um homem assim: Jesus. E é esse o exemplo que devemos seguir. Porque quem não ama permanece na morte, segundo as palavras do padre Mário de Oliveira. Mesmo que sejamos insultados, perseguidos, malditos, devemos seguir o caminho do Amor, da Verdade, da Justiça, da Sabedoria, da Liberdade, da Vida, da Vida Autêntica.
ACERCA DAS POLICIAS (OU DA NÃO EXISTÊNCIA DAS MESMAS...)

   Desde há alguns anos a esta parte que tenho verificado um "desaparecimento" gradual dos agentes de autoridade das ruas da cidade onde resido, o Porto. Quando falo em agentes de autoridade, refiro-me à Policia de Segurança Pública e à Policia Municipal do Porto, entidades responsáveis por zelar pela segurança dos cidadãos, dos seus bens e do erário publico em geral.
   Importa referir que a atribuição de competências entre estas duas forças de segurança foi dúbia durante o processo de transição de resposabilidade para as autarquias, no entanto a segurança dos cidadãos não podia ser posta em causa, ou pelo menos não deveria ser posta em causa!
   O que eu verifico hoje em dia é: ao passear pela baixa da cidade não encontro um único agente da autoridade apeado; ao circular de carro na cidade em hora de ponta não encontro um único agente da autoridade a regular o trânsito; ao passar por zonas susceptiveis de assalto ou violência não vejo um único agente da autoridade a fazer ronda...
   Por outro lado verifico que: encontro agentes da autoridade parados dias inteiros junto de pequenas obras para passar cabo subterrâneo ou abrir pequenas valas (o regulamento municipal, oportunamente, assim o exije...) muitas vezes com viatura que também se encontra parada o dia inteiro; quando a cidade é visitada por alguém importante, tipo presidente da républica ou chefes de estado estrangeiros, os policias aparecem de todo o lado para mandar parar o trânsito ou fazer guardas de honra inusitadas; os estabelecimentos que receiam males maiores pagam a um agente da autoridade para fazer guarda exclusiva ao estabelecimento, quando esssa segurança deveria ser assegurada naturalmente; a segurança policial feita na zona de divertimento noturno na baixa da cidade é paga pelos comerciantes da zona quando a mesma deveria ser assegurada naturalmente; verifico um movimento constante de viaturas de ambas as Policias de um lado para o outro da cidade a fazer não sei bem o quê; a frota de viaturas da Policial Municipal do Porto raramente excede os dois anos de matricula...!!!
   A minha pergunta é: Onde vão parar os nossos impostos? É para isto que, todos os meses, somos selvaticamente assaltados na nossa folha de vencimento?
   Bem sei, somos um país pacifico e mais não sei o quê...mas isso é para inglês ver! Nós, cidadãos residentes e contribuintes, temos o direito de exigir que a nossa segurança não seja posta em causa a cada dia que passa a troco de forças de autoridade que apenas estão disponiveis para serviços pagos e convenientes. É que fazer ronda a pé sem ganhar por fora, cansa...
   Nota final: Há algum tempo, escrevi artigo de conteudo semelhante, por via eletrónica, para um jornal diário da cidade do Porto, que não o publicou. Porquê?

Jorge Gameiro

A toque da corneta

(o pateta Alegre, impôs-se à manada)

- O Partido socialista (PS) acaba de perder um voto. O meu. Não sei quantas réplicas deste gesto e atitude, vão ser notícia e resultado nas próximas eleições, mas ao aceitar a baixa do IVA para 6%, nas touradas de marialva à portuguesa do sul, vai provar o veneno da medida consentida tomar, quando o correcto seria aumentá-lo para 23%. Mas o PS , é assim mesmo. Demagogo que baste. Um partido manhoso, leviano ao sabor de interesses grupais ou lobistas, sem fazer gala do seu reconhecimento. E se de dentro desses vaqueiros minoritários, surgirem nomes suspeitos que se julgam notáveis, e com manias de poeta com praça e "argélica e desertora" importância, então é que a sangria toma a forma de imposto próximo do insignificante, para forcado e ganadeiro pegar, sob as palmas floridas que esvoaçam desde a bancada mourisca. O Partido da foice e do martelo, também levará uma farpa nos costados, pois foi autor em conluio com os inimigos figadais e históricos da direita política, e a sua representação no parlamento será ainda mais reduzida, para valor idêntico ao da taxa agora aprovada pelos deputados da pretensa cultura civilizacional - a da-espeta ferro-sangra animal-e-foge - contrariando a filosofia legislativa, que condena quem maltratar o bicho doméstico ou vadio, que arruína campo lavrado e remexe lixo urbano. A direita, pelo contrário, aproveita, junta-se na oportunidade, levanta-se no coro, e quando chegada a hora eleitoral e da caça ao voto, vai disfarçar-se atrás das tábuas, e atribuir à actual governação e seu parceiro, que só a eles cabem as culpas da aprovação de tal cultura civilizacional, pois são eles que se estribam no poder da cor difusa e confusa. O da rosa tremida, e sem nome qualificável!*

-*(hoje 29.11. no DTK)
-*(DN.madª-30.11/integral)

Como qualquer mercadoria...


É terrível o drama das pessoas que se vêem confrontadas com aumentos da renda de casa à vontade do senhorio e não têm rendimentos que lhes permitam responder a tais exigências; e com a desregulação que tem havido por todo o lado, a voracidade dos proprietários encontra caminho livre para todas as exigências.

E não parece haver argumentação para a dialética de quem diz que não lhe cabe proporcionar aos cidadãos habitação a preços baixos, porque o investimento feito
na construção dos edifícios não se recupera dessa forma, cabendo ao Estado, sempre o Estado, pagar o diferencial do que o inquilino pode pagar e o que o senhorio quer.

Aqui ao lado, onde os despejos por impossibilidade de pagar a renda exigida têm aumentado, também aumenta a indignação contra os “fundos abutre” que estão por detrás desses despejos; é que essas máquinas destruidoras da paz social ainda têm a seu favor a lei, que dispensa um oficial para, juntamente com a polícia, bater à porta de quem é despejado e pô-lo simplesmente na rua.

Ao verificar ontem que ia ser expulsa da sua casa, em Madrid, onde vivia sozinha há  anos, uma senhora idosa atirou-se da janela do quinto andar, tendo sofrido morte instantânea; perante a tragédia, os serviços sociais esclareceram que a senhora havia pedido ajuda mas ainda não tinha sido decidida, tendo o sindicato dos inquilinos lembrado que, perante a selva instalada, mais mortes vão acontecer, que não são suicídios, mas assassinatos!


Amândio G. Martins

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Talvez o Governo precise de dormir


Apesar do Sol que continua a espreitar por meio de chuva neste Inverno que está a chegar, este País está a braços com problemas que se houvesse bom senso facilmente se resolveriam.

Falo da teimosia em não ser contado o tempo de serviço de tantos trabalhadores do Estado como os Professores, do não preenchimento das vagas que existem em muitos estabelecimentos de ensino e serviços públicos. Refiro a não resolução do problema dos Estivadores, o “nem sim nem não” dos Juízes e dos Funcionários Judiciais, dos médicos e enfermeiros… das Forças Armadas, das Forças de Segurança… Todo o Pais está em luta e o Governo parece assobiar para o lado deixando que a insatisfação cresça. O Governo faz discursos sobre uma baixa de desemprego exemplar mas depois o número de precários continua a crescer. Há também a luta por melhores salários e melhores reformas.

Todos precisamos de dormir, e também de estudar, de conviver, de ir às compras, passear, tomar café, não fazer nada e ver as estrelas. E precisamos de harmonizar tudo isto com o tempo de trabalho, pois só distribuindo todas as actividades pelos dias podemos viver em plenitude. E só homens felizes poderão ter mentes esclarecidas e construir um Mundo melhor.

Ao reduzirem exponencialmente o número de trabalhadores em tantos departamentos e serviços públicos e ao imporem e autorizarem horários de trabalho desumanos, desgastantes, estão a abrir as portas a trabalhadores cansados expostos a um número maior de acidentes de trabalho. Está provado que um trabalhador cansado, infeliz, e desgastado, não pode produzir mais e nem melhor. Ao apoiarem a precariedade, os contratos ao dia estão também a contribuir para uma sociedade desiludida, sem esperança, a retardar a constituição da família e criarem problemas de natalidade frustrando tanto jovens de viverem a alegria de terem também filhos.

Ao analisar cuidadosamente o dia a dia dos nossos governantes estou a chegar a uma conclusão fácil de enunciar: os nossos governantes não dormem o suficiente, não descansam. Convivem com séquitos também mal dormidos e depois produzem leis que conduzem à infelicidade. E se começassem por descansar o suficiente, estabelecer para si e suas comitivas horários de trabalho humanos, reservar umas horas por dia para o lazer, para, então, com o espírito esclarecido analisarem os problemas do País e legislarem de maneira racional tendo o Homem como centro de um País mais feliz.

É urgente que os nossos Governantes organizem os seus Serviços preenchendo todas as vagas, que determinem horários correctos não suportados em horas extras, que sejam oficializados vencimentos mais adequados aos tempos em que vivemos e talvez então o desemprego desça para números verdadeiros, que o poder de compra leve os nossos jovens a constituir família inscrevendo o nosso País nos rácios de natalidade exemplar.

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 28.11.2018

Conversa com substância...


Gosto de artistas como Pedro Abrunhosa; comecei a prestar-lhe atenção quando, no auge do cavaquismo, ergueu a sua música contra aquela porcaria de política, de pretenso “capitalismo popular”, como se uma coisa assim pudesse ser algo mais que uma aberrante aberração, passe a redundância.

Abrunhosa não hesitou em apontar o rei nu e acordar as consciências adormecidas; numa entrevista de seis páginas – texto e fotos – à Notícias  Magazine, dá gosto ler o que diz, realçando o contraste entre Marcelo e Cavaco e referindo os mais recentes movimentos deste: “Numa altura em que é completamente irrelevante e inútil, edita um livro que é igualmente irrelevante e inútil”.

O que tem feito Abrunhosa, com os seus poemas e a sua música, contrasta com tantos “revolucionários” de balcão de bar, que queimam a vida a gritar “abaixo isto, morra aquilo”, delirando com as destruições provocadas pela  bandidagem que se aproveita das legítimas reacções e manifestações dos povos para mostrar descontentamento com o estado das coisas, nem lhes passando pela cabeça que são sempre os mais frágeis, de uma forma ou outra, quem paga a reposição do destruído...


Amândio G. Martins

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Na dúvida, inquira-se


Carlos Alexandre (C.A.) vê-se envolvido num processo disciplinar instaurado pelo Conselho Superior de Magistratura. É justo? Bem, para se abrir um inquérito, não tem de estar em causa, em princípio, qualquer questão punitiva, basta que haja dúvidas. E, de facto, as declarações do juiz à RTP, em Outubro, levantaram dúvidas sobre se a atribuição da instrução do processo Operação Marquês ao juiz Ivo Rosa não teria sido “manipulada”. É isso que vamos saber com todas as certezas, espera-se. A chegar-se à conclusão de que C.A. insinuou que há máculas no processamento da escolha, então isso levanta duas outras questões. A primeira é a de que foi legítimo à defesa de Sócrates ter invocado o mesmíssimo argumento quanto à primeira atribuição a C.A. da fase de inquérito do processo. A segunda é a de que a sua posição indicia um desejo individual - ilegítimo porque a justiça não deve ser administrada por impulsos pessoais - de continuar a conduzir o processo nas fases seguintes. Só faltaria que, à moda de Sérgio Moro, também quisesse ser o juiz do julgamento, se vier a existir. Por quê e para quê? 

Público - 29.11.2018

Quando Abril acabou em Novembro





A memória histórica de Abril de 1974
e com tudo o que representou, permanece
e jamais será esquecida. O sonho e os
avanços proporcionados, no seguimento
do pronunciamento militar em 25 de Abril
de 1974, acabaram com o golpe em 25 de
Novembro de 1975. Os seus mentores são
conhecidos e, na área militar teve como
primeira figura, Ramalho Eanes: « O 25 de
Novembro é a reposição do espírito do 25 de Abril»(!),
disse. Nem espírito, nem alma, nem nada que
se aproxime. Ao invés, traduziu-se na
liberdade de as castas familiares enriquecerem
e de os trabalhadores empobrecerem.
O 25 de Novembro estrangulou a democracia
de essência popular. O Povo continua a reconhecer,
assinalar e a festejar cada 25 de Abril que avança no
calendário. O antagónico 25 é significativamente
ignorado!, e as consequências deste 25 de Novembro
aí estão e estarão para continuarem
a deixar um rasto de profundas e obscenas
desigualdades sociais, de fome, de indigência
sem abrigo e por aí fora. Tudo isto é visível à
vista desarmada e só não vê quem não quer…!

    Vítor Colaço Santos


Cada vez mais dependentes da sorte...


Sabe-se que há milhões de seres humanos vulneráveis em todo mundo que são traficados para os mais diversos fins; mas não se sabe ao  certo a multidão imensa que, sem o saber, serve de cobaia para todo tipo de implantes médicos fabricados com materiais que afectam gravemente a saúde de quem se vê na necessidade de a eles recorrer.

Aquele "consórcio internacional de jornalistas" que já tem mostrado ao mundo outras tramoias, deu agora a conhecer essa coisa sinistra que são os implantes que comprometem para sempre a vida das pessoas, quando não lhes tiram mesmo a vida, com as infecções irreversíveis que provocam com crómio e cobalto que os referidos implantes libertam para o organismo.

A uma senhora de Barcelona, que se queixou ao médico das dores insuportáveis que os implantes da anca lhe provocavam, ao ponto de a impedirem de andar, respondeu este que o aparelho que lhe foi aplicado era o “Rolls-Royce” dos implantes; retirada a coisa, verificou-se que era falsificado e lhe tinha aderido uma crosta que o impedia de funcinar.

Estas anomalias têm-se verificado também em estimulantes eléctricos do coração e  em implantes contraceptivos vaginais, que já obrigaram a transplantes, no primeiro caso, tendo já matado mulheres, no segundo, com dezenas de milhares de outras com  a qualidade de vida numa desgraça, depois de sujeitas a cirurgias delicadíssimas.

Descobriram os investigadores que isso acontece porque não há na UE um organismo fiável para testar os aparelhos, dos mais diversos fabricos, como há para os medicamentos, havendo cerca de cinquenta entidades que o podem fazer e colocar o selo de qualidade da comunidade, ao ponto de  a FDA americana  não dar credibilidade a essa garantia...


Amândio G. Martins

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

O DINHEIRO ESTÁ A MATAR O SER HUMANO

Ai dos ricos! Clama Jesus, mas nem os pobres o entendem porque o que mais desejam é serem ricos. Decapitemos o dinheiro nas nossas mentes, como defende o padre Mário de Oliveira em "Da Escuridão de Milénios à Luz", e seremos povos livres-sororais, ao comando das nossas vidas. O dinheiro e o capitalismo estão a matar o ser humano, a coisificá-lo. "Um pouco mais e desaprendemos a falar-sorrir", ainda o padre Mário. Um pouco mais e desaprendemos o amor. Comemos dinheiro. Cagamos dinheiro. Sem tempo nem espaço para o poema, para a dança, para o canto. Sem tempo para a Vida. Mortos. Pelo Grande Mercado. Pela Compra e Venda. Pela podridão. Pela filha da putice. Pela mentira. Pela finança. É a hora!

Alguma serventia o gajo tem...


Essa aberração  política que chegou a presidente dos USA tem dado razão ao que de pior dele se tem dito e era esperado, mas são os seus compatriotas que melhor o definem e estão a ganhar dinheiro com os “gadjets” que o caracterizam.

Assim, para além do papel higiénico, sacos de boxe e porta-canetas  -  neste objecto o gajo está de gatas e as canetas são-lhe enfiadas no traseiro -  com a carantonha da figura que já faziam sucesso, surgiu agora um piaçaba específico para limpar retretes que é mesmo um achado, da autoria da designer americana Michelle Rubel, em que a escova de limpeza representa a cabeleira do “lagosta” e o slogan  promocional é “make your toilet great again”.

Esta “obra de arte” e imaginação está à venda na Net e a produção não consegue dar resposta rápida à demanda, podendo a entrega demorar dois meses, segundo relatou a autora da ideia à Notícias Magazine...


Nota – Foto reproduzida da referida revista.


Amândio G. Martins

Quem conta um conto


Sob o título “Portugal caminha para ser o mais pobre entre os pobres”, o JN publicou, em 25 de Novembro, no seu “Espaço do Leitor”, uma carta que cita assim o Papa Francisco: “os governos socialistas empobrecem e endividam os povos para os controlar”. Nada de mais, só que, em meu entender, o autor da carta deveria ter referido o enquadramento da frase no seu verdadeiro contexto. Tanto quanto apurei, a existir, aquela afirmação do Papa, na altura Cardeal Bergoglio, teria ocorrido durante uma entrevista que, na sua génese, continha uma armadilha. Na qual, aliás, o actual Papa não caiu. Ao que tudo leva a crer, a “armadilha” que o repórter lançou ao Cardeal destinava-se a “caçar-lhe” qualquer coisa que, no momento certo, deveria ser uma “bomba”, mas que nunca passaria de uma autêntica fake new, com a agravante de ser previamente “plantada”. Diz-se que Chris Matthews, o repórter televisivo da MSNBC (que já não existe), foi encurralado durante a conversa pelo Cardeal de tal forma que nunca teve a coragem de a difundir, e mandou os registos para o arquivo. Também há quem diga, nos mentideros da Internet, que a entrevista nunca ocorreu, uma vez que não existe qualquer vestígio dela.  Com esta carta do leitor JN, temos agora uma fake new… “transplantada”. É assim que se tramam as malhas da mentira.

domingo, 25 de novembro de 2018

A NOVA REVOLUÇÃO FRANCESA

Paris voltou às barricadas, agora contra Macron. Pedras, fogo, barricadas contra Macron. Eles tinham prometido. E cumpriram. Mais de 8000 "coletes amarelos" convergiram para Paris e exigiram a demissão de Macron quase até à casa do Chefe de Estado. Quase porque a polícia lançou gás lacrimogéneo e utilizou camiões de água para travá-los. Os objectivos deste movimento sem líderes nem orientação centralizada, que já tem o apoio do Partido Comunista e da extrema-esquerda, extravasam em muito as reivindicações iniciais contra a subida dos impostos sobre os combustíveis. É a revolta pura. A revolução sem nome. Tem havido uma inquestionável baixa no poder de compra, não apenas dos trabalhadores, mas também da classe média. Mas não é apenas isso. É a podridão do capitalismo, dos ricos, do mercado, do deus-dinheiro. "Nós pagamos tudo e os ricos não pagam". É a revolta contra o Poder, contra a Autoridade. "Sabíamos que os Campos Elísios estavam interditos, mas eles votam leis sem nos pedir autorização. Por que é que havíamos de aceitar o que eles nos dizem? Já parámos as estradas fora de Paris, agora vamos bloquear o Estado", disse Bárbara, uma manifestante de Ruão, em declaração à Lusa, nos Campos Elísios.

Indecorosas vigarices, sem punição



O PSD é mau exemplo de comportamento político. As nódoas indeléveis produzidas por elementos do seu seio: Duarte Lima, Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Arlindo de Carvalho, Miguel Relvas e por aí fora, tornaram «o partido mais aberto ao tráfico de influências e corrupção», escreveu Pacheco Pereira, do PSD, na SÁBADO. Quem não subscreve?
  As indecorosas aldrabices na Assembleia da República, dos seus deputados, prosseguem. Agora, mais três deputados marcaram presença, estando ausentes do hemiciclo. Uma indecorosa vigarice repetida! José Silvano, anteriormente faltoso, disse: « O PSD está a descredibilizar-se»(!). Fugiu-lhe a boca para a verdade. Na AR, o PSD é o campeão do absentismo, com 1 987 faltas, durante a presente legislatura. Destas, quantas houve com presenças aldrabadas? Só Maria Luís Albuquerque deu 6 faltas injustificadas. O seu líder, acerca daquelas falhas de honestidade, diz que não era o presidente e que não é deputado(!). Rui Rio é exímio em dar tiros nos seus pés. O líder parlamentar, Fernando Negrão, questionado sobre mais esta mentira, adiantou que não pode por dois polícias a vigiar os deputados(!). Além duma negra opinião, deu tiros na sua própria língua. Esta gente é oportunista e destituída de moral, de ética e de seriedade para estarem no Parlamento. Representam os seus interesses…
   Pobre país, que está entregue a espertalhões com aleijões de carácter. Citando o enorme escritor, Alexandre Herculano: ‘ Isto dá vontade de morrer!’.

                Vítor Colaço Santos     

O ESTADO DE COSTA E O NEFELIBATISMO!

O PM António Costa já demonstrou a sua capacidade invulgar de escapar a justas críticas que impenderam sobre o seu governo, no evento de várias tragédias que nos atingiram a todos. Com a mais recente, em Borba, Costa entrou num novo patamar, num novo refinamento sobre o conceito de Estado. Disse que "não há uma evidência da responsabilidade do Estado" naquela tragédia. Ora o Dicionário da Porto Editora reza que o Estado é "o conjunto das instituições que asseguram a administração do País". Ou seja, não é preciso ser licenciado em Direito para conseguir saber que o Estado não é só a administração central, os Ministérios, sob as ordens directas do governo Costa. A pressa deste em escapar ao escrutínio dos cidadãos pode considerar-se um nefelibatismo, e António Costa um autêntico nefelibata. Segundo o mesmo dicionário, "o que não tem o sentido das realidades, que cultiva a forma em demasia". Isto mesmo, Costa sabendo que a estrada que trágicamente luíu matando vários cidadãos estava sob administração directa de uma Câmara Municipal, recorreu a um expediente manhoso porque formal, ou seja, fazendo aquela parte da descentralização administrativa do Estado, ele que é o chefe da Administração central, quis "tirar o cavalinho da chuva", como sabiamente diz o povo. Espero pois que este abra bem os olhos quando fôr chamado a votar nas diversas eleições de 2019, e deixe os nefelibatas em casa a descansar.

De surpresa em surpresa...


Deslocava-me para Ponte de Lima, como habitualmente, às sete e pouco da manhã, quando se me deparou, na estrada 307, uma árvore tombada sobre a via, de envergadura impossível de ser removida por mim, resultado dos ventos fortes que durante a noite se fizeram sentir.

Como tinha alternativa, dei a volta e procurei uma estrada secundária, resolvendo o problema; chegado à vila, fui directo ao posto da GNR para dar conhecimento daquela obstrução da estrada mas, para minha surpresa, estava tudo fechado.

Toquei a campainha, esperei, dei a volta ao edifício e verifiquei que as viaturas de serviço estavam estacionadas num parque interior fechado; era sábado, 8 menos um quarto e fiquei sem saber se estariam em “semana inglesa” ou teriam um horário das 9 às 5, coisa que não me causaria o menor ciúme -  pois também serão filhos de Deus como os demais -  apenas alguma estranheza por ter a ideia que aqueles agentes da ordem estariam ao serviço da grei as 24 horas do dia...


Amândio G. Martins

sábado, 24 de novembro de 2018

BRASIL: manipulação de sentimentos religiosos contra a democracia



O próximo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, de extrema-direita, constitui uma ameaça à democracia, pretendendo instaurar um governo de características ditatoriais, juntamente com outras intimidações e provocações com que preencheu a sua campanha eleitoral. 

Para além da promoção de que beneficiou da grande comunicação social, Bolsonaro foi apoiado pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), com milhões de seguidores no Brasil, com declarações nesse sentido do seu chefe, o bispo Edir Macedo. O mesmo comportamento foi seguido por outros líderes de igrejas evangélicas.

Também em Março de 1964, a Igreja Católica, apoiou e participou na marcha da família com Deus pela liberdade, contra o governo do presidente João Goulart, antecedendo e inserindo-se no golpe militar, que dias depois instauraria uma ditadura no Brasil, que se prolongaria por duas décadas.

Repetiu-se, em 2018, a indecente manipulação de sentimentos religiosos contra a democracia no Brasil.

SEMPRE COM A VIDA

Tal como a de Nietzsche, a minha palavra parece ainda mais insólita aos escritorzecos e aos rabiscadores de todas as qualidades. Agora sou leão, defendo a dama, Enfrento os encantadores e os fantasmas. Contudo, quero aprender a voar, quero tornar-me leve como uma ave, por isso me amo a mim mesmo, ao próximo e ao longínquo, apesar das depressões, apesar das humilhações passadas. Vou observando as jovens fêmeas e desejo-as. Indiferente aos boatos, às beatas, aos mexericos. Sempre com Zaratustra, A afirmar a Vida, A experimentar e a interrogar. Sem horários, sem disciplinas, sem tv. Faço teatro, cinema. Vagabundeio pelo palco.

“Escupitajo o bufido?...


Com esta curiosa interrogação pretendiam os comentadores do “La Sexta” - Atresmédia Televisão - esclarecer se o deputado da Esquerda Catalã no Parlamento espanhol, Jordi Salvador, teria mesmo cuspido no ministro Borrell, conforme este acusava, causando alarido nos restantes parlamentares.

A questão teve origem na expulsão do deputado Gabriel Rufián (este apelido...) que, intimado pela presidente, Ana Pastor, a não usar certas expressões, recordando-lhe que “esta es la casa de la palabra, pero no puede usarse para insultar”, não teve sucesso a presidente, mandando saír o deputado, a que se juntaram os companheiros, em solidariedade.

E ao passarem junto do lugar onde estava o ministro das Relações Exteriores, que os catalães detestam, o deputado Jordi Salvador fez um gesto de enfado, fazendo com as  bochechas um balão, que esvaziou em frente a Borrell; este imediatamente apontou Salvador como tendo-lhe “escupido”, acusação que indignou os deputados catalães, que exigiram que fossem mostradas as imagens e o ministro pedisse desculpa; vistas as imagens, estas não mostravam o que Borrell tinha dito, deixando-o em má posição perante todos, mas sem pedir desculpas a ninguém.

A quetão de fundo desta quezília tinha sido a linguagem agressiva da Direita contra os deputados catalães, a quem se referem sistematicamente como terroristas e golpistas, sem que a presidente, que é do PP, se tivesse mostrado incomodada; perante isto, o deputado catalão Juan Tardá teve uma intervenção em que deixou claro que, a partir dali, sempre que os adversários se referissem a eles como golpistas, passariam a ser tratados por fascistas.

Jovem, inteligente e com um semblante descarado, Gabriel Rufián faz a vida negra aos corruptos que têm sido chamados às comissões de inquérito, de que faz parte; e deliciou-me quando perguntou a Aznar se podia explicar a razão de certa empresa lhe “ofertar” à filha 30 mil euros para a festa de casamento; como Aznar tivesse respondido não respondendo, Rufián perguntou-lhe se tinha alguma ideia do mal que tinha feito a Espanha, com a teia de corrupção que à sua sombra foi criada, ao que o ex-presidente do Governo respondeu com grosserias contra os deputados catalães, que eles é que faziam mal a Espanha e deviam estar todos presos...


Amândio G. Martins



sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Portugal, Brasil e a Liberdade

Na tarde da passada quarta-feira assisti à exibição do filme "A Outra Margem", de Luis Filipe Rocha, no Centro Olga Cadaval, em Sintra, em cuja sessão esteve presente o realizador, que respondeu a perguntas que lhe foram colocadas sobre o filme.
Às tantas, e inserido nas conversas que ocorreram, falou-se de liberdade (ou falta dela), que o levaram a exilar-se no Brasil em 1973.
Para este exílio teve a grande ajuda de um escritor brasileiro, seu amigo, agora com 76 anos, e em relação ao qual a situação está agora a inverter-se: devido à insegurança actualmente existente no Brasil, é o realizador Luís Filipe Rocha que está a diligenciar para que o escritor em causa possa vir viver no nosso País.
Eis um pequeno exemplo que pode explicar as voltas que a vida dá.


Obrigações leoninas


Obrigações leoninas

23 NOV 2018 / 02:00 H.




    Tendo o SCPortugal, a urgente necessidade de desencantar 30 milhões de euros para fazer face a compromissos sérios herdados, e estando ainda a meio de atingir tal meta, não se compreende por que razão não recorre ao seu ex-atleta e ex-libris decorativo, o atleta mais rico de todos os tempos, CR7, simpatizante e antigo jogador do clube enrascado, e apelar-lhe que seja ele a subscrever o empréstimo obrigacionista, no valor que falta. Sim. Até por que tal multimilionário “italiano”, que gasta 30 mil euros em duas garrafas de vinho, achará uma pechincha, e não mau negócio, investir no seu antigo clube, a uma taxa de 5,25% por ano, a verba sofregamente desejada, e demonstrará o seu amor ao emblema que o lançou na vida desportiva e artística, com sucesso internacional. Aqui fica a sugestão para a resolução do “desfalque financeiro” em que ruge o Leão.*

    -*(hoje no DN.madª e CMª)





    OUTRAS NOTÍCIAS



    Arsenais criminosos...


    O que levará um sujeito comum a querer andar armado parece-me assunto para psiquiatras; que muitos desses indivíduos até consigam obter licença de uso e porte de arma de fogo  está para lá de tudo que possa entender, descontando aqueles casos de “maníacos” da caça.

    As armas ilegais apreendidas e destruídas pelas autoridades atingem números inacreditáveis, demonstrando que há por cá muito “macho” com a cultura da NRA americana; e em contexto de violência doméstica tem sido possível encontrar autênticos arsenais ilegais escondidos.

    Está demonstrado que, na maior parte dos crimes de violência doméstica, com mulheres assassinadas, foi usada arma branca, objecto que está à mão de qualquer desequilibrado em todas as cozinhas; mas devolver a um indivíduo a arma de fogo com que ameaçou alguém, depois de lhe ter sido apreendida por esse motivo, parece-me de uma total irresponsabilidade.

    Lê-se no JN: José Figueiredo matou a mulher, em 28 de agosto, na Figueira da Foz, com uma das espingardas que lhe foram devolvidas pelas autoridades; tinham-lhe sido apreendidas após um episódio de violência doméstica, mas o Ministério público não viu risco na sua devolução”!

    E é verdade que, como dizia cìnicamente um americano defensor da venda livre de armas, após mais um arrepiante massacre, as armas só por si não matam, o problema está nas pessoas, que as usam de forma errada...


    Amândio G. Martins

    quinta-feira, 22 de novembro de 2018

    Faça-se justiça


    Os caudais de tinta que correram a propósito da substituição ou manutenção de Joana Marques Vidal (JMV) na Procuradoria-Geral da República, quando o seu mandato se aproximava do fim, não impedem que muitos, entre os quais me incluo, continuem a debater o assunto. É o caso de Nuno Garoupa, que, em Outubro passado, no congresso da Tendência Esperança em Movimento (CDS), se ocupou de “justiça e corrupção”, em conferência de que agora deu contas públicas em dois textos no Público. Entre muitas outras coisas deveras importantes, retive que, continuando ele a fazer um balanço positivo do mandato de JMV, sobretudo pela abertura de muitos inquéritos, a verdade é que, em termos de resultados, “temos uma mão cheia de nada”, com os casos mais importantes que refere a marcar passo. Depois de seis anos de mandato, “não há uma estratégia nacional contra a corrupção”, palavras de JMV (culpa só dos políticos?), e a morosidade impera, como sempre. Atrevo-me a acrescentar que, no tocante ao segredo de justiça, se as coisas não pioraram, melhor é que não ficaram. 

    Público - 25.11.2018

    A vergonha de Tancos e a desgraça de Borba

    Porque acontecem estas coisas?
    É mais simples do que parece.
    No exército gasta-se tudo em generais.
    Temo-los em quantidade suficiente para formar o exército Europeu.
    Cada general tem o seu staf o que só por si chegava para guardar um paiol em permanência.
    Quanto à tragédia de Borba,(e outras que podem aparecer) é quase a mesma coisa.
    Outrora os fiscais de campo eram recrutados entre pessoas experimentadas que tinham executado obras.
    Um destes homens não perguntava se podia fechar a estrada, fechava e informava.
    Hoje as Câmaras Municipais estão pejadas de técnicos superiores recrutados nas jotas e são promovidos a fiscais sem saberem distinguir uma enxada duma picareta.

    Quintino Silva

    Dar em pedreira!

    - Agora vêm todos dizer da sua sapiência. Eles são geólogos, engenheiros, académicos, ministros, empresários e autarcas de várias cores, e autoridades da protecção civil. Todos armados em especialistas de pedreiras, e de mármores como se fossem Cutileiros. Fazem lembrar treinadores de bancada ou comentadores após os jogos e sabido o resultado. Que era assim, assim é que se devia ter ou não, procedido. Já se previa, mas ninguém quis ouvir-nos. Todos os alertas, as campainhas, os estouros, foram dados até à queda, ao desmoronamento, ao desastre fatal. Até eu, leiam bem, acabado de chegar, me pronuncio. Eu, que só conheço o mármore do altar da igreja, aonde se prestam cerimónias por quem casa ou morre, e ainda por onde escorre a água benta. A exploração do caso é feita, como o foram as pedreiras - até ao tutano. Até não ficar nada para rapar, e que sobrasse ainda para uma estátua, ou uma simples placa de homenagem a quantos lá morreram. Mais um inquérito às causas do acontecimento. Ao desleixo se o houve, às licenças se as passaram e quando e quem. Quem não barrou esta actividade e a estrada, por onde se escoava o lucro e a irresponsabilidade imperava. Por que ninguém se antecipa e vai já em cima das ilegalidades espalhadas pelo país, e ameaçadoras de morte? Os autarcas, deputados, e os ministérios, ficam sentados à espera de quê? De mais tragédias, para mais discursos? Agora os políticos pedem mapas e relatórios dos buracos do país, roto e ao Deus dará. O presidente já lá chegou. Pode-se descansar agora. O povo é sereno, e sabe que os lamentos não resolvem nada, mas consolam os órfãos e viúvas. O costume!*

    -*(pbcd.hoje,22.11 in DN.madª)
    -*(pbcd no quinzl.IMEDIATO-23.11)

    Deus queira que sim...


    “Até hoje não se entende totalmente o que aconteceu naquele país longínquo; certo é que, às vésperas da escolha do seu novo líder, metade da população passou a enxergar apenas um lado das coisas. E, quando a paz social estava a dar o badagaio, veio o pior. É que essas hordas de meios cegos, surdos e mudos partilhavam o mesmo espaço.

    Pessoas de ambos os lados conviviam nos mesmo transportes públicos, no trânsito, nas ruas, nas mesmas empresas, nas redes sociais e, pior, no mesmo seio familiar.Não conseguindo nem olhar para os seus colegas e parceiros, pessoas de ambos os lados começaram a amargurar à mesa. Colegas, vizinhos, amigos, pais, mães, cônjujes, tios, avós e filhos começaram a trocar farpas sem dó. Familiares saíram dos grupos de família sem dizer adeus ou, se se despediam, faziam-no com verbalhetes impróprios.

    Foi então que o evento final se desenrolou. A população inteira convergiu para as urnas, mas pouco importava o candidato, cada lado da população queria era vencer, jogar na cara da outra metade que o lado deles era uma bosta. No final do dia, os resultados foram afixados. Ganhou o do lado direito. Ficou tudo na mesma. Os sintomas diminuíram mas a maleita continua, com galhos e lixo num cenário pós-vendaval.

    Naquela terra distante, viveu-se um Carnaval invertido. Durante dias valeu tudo, mas todos levaram  a mal. E numa eterna terça-feira de cinzas, continua esse povo meio cego, surdo e mudo. Mas estamos no caminho da cura. O Natal vai confortar os corações inquietos”...

    Nota – Este texto é um resumo do artigo de Hugo Veiga, com o título “O colapso dos sentidos”, publicado no Dinheiro Vivo.


    Amândio G. Martins

    Os medos de Trump


    É quase fastidioso estar sempre a falar de Trump e das suas diatribes. Contudo, elas são tantas que, mesmo querendo ignorar o personagem, a sua existência impõe-se-nos. A abarrotar de bazófias, sobretudo contra os fracos e desvalidos, como os migrantes, não consegue, porém, impedir que já seja acusado de medo, para não dizer cobardia física, na recusa/adiamento de uma possível visita às tropas americanas que se encontram em missão no estrangeiro, como foi normal com os seus antecessores. Ele vai tentando camuflar a “miúfa”, acenando com a proverbial discordância face à intervenção americana no exterior, mas há quem diga que o que ele tem, de facto, é medo, medo puro e simples.

    Também terá medo – e não há-de ser pequeno – de deixar fugir o maior negócio de armamento de sempre, a compra de material americano pela Arábia Saudita, caso entenda, como retaliação pelo brutal assassínio do jornalista Jamal Khashoggi, esfriar relações com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Casa de Saud. Mas que se acautele nisso porque o soberano em exercício já anda pelo mundo à procura de fornecedores alternativos. E, na Rússia, parece haver fortes possibilidades.

    Expresso - 24.11.2018 (expurgado dos dois últimos períodos).

    quarta-feira, 21 de novembro de 2018

    Tragédia na Pedreira de Borba

    Sabemos que o nosso país real (e profundo) tem sido vítima de muitas negligências por parte dos vários governos ao longo de décadas.
    E quando há desgraças como a que aconteceu na pedreira, junto à estrada que liga Borba a Vila Viçosa, é difícil encontrar alguém a assumir responsabilidade, pequena que seja.
    E assim aconteceu esta noite, num debate na SIC Notícias: o deputado do CDS, Pedro Mota Soares, mesmo perante informações e relatórios de há vários anos sobre o risco iminente de derrocada, dizia eu, a história para este senhor começou no ano passado e toda a responsabilidade, é deste governo.
    Não quero com isto dizer que este governo não tenha, em parte, também as suas responsabilidades, mas isso é ver curto, porque o mal deste país é que foram sempre os outros, nós não, nós nunca.
    Um governante honesto, ou um ex-governante honesto, não pode ser tão leve no seu pensamento, não pode, como se diz na minha terra, fugir com o rabo à seringa, e entalar todos os outros.

    No país do faz de conta

      Não posso esquecer esse dia 4 de Março de 2001, quando ao começo da noite recebemos a triste notícia do ocorrido em Entre-os-Rios. Um autocarro e três viaturas ligeiras haviam caído ao rio Douro, provocando 59 vitimas mortais, na sequência do colapso da ponte Hintze Ribeiro. Muito se falou acerca do sucedido, homenagens foram feitas, monumentos foram erguidos, novas pontes foram construídas, mas...culpados não foram encontrados!!! Que me recorde, e peço desculpa desde já se me engano, apenas Jorge Coelho se demitiu e dos 29 arguidos no processo, nenhum foi acusado formalmente pois o juiz em questão entendeu que tudo se ficou a dever a causas naturais!!! Daqui se poderá, eventualmente, concluir que aquele autocarro e aqueles três veículos ligeiros não deviam ter atravessado aquela ponte, naquele dia e aquela hora...
      Em Junho e Outubro de 2017 deparamos com uma anormal vaga de calor em Portugal. Anormal, mas não inédita, pois já por várias vezes o nosso país foi fustigado com vagas de calor. No entanto, para mais de cem pessoas essa foi, infelizmente, a última vaga de calor que sentiram, pagando com a própria vida a consequência da mesma! Uma vez mais, parece que a perda destas vidas (já para não falar nas famílias que ficaram sem os seus filhos, maridos, pais, etc), os milhares de hectares ardidos, as casas destruídas (não estou a falar das casas de férias, estou a falar mesmo das residências permanentes), os animais carbonizados, os danos morais e tudo o mais, se ficou a dever a causas naturais!!! Culpados? Que me recorde, e mais uma vez mais peço desculpa se me engano, nem um. Provavelmente, essas pessoas não deviam estar naqueles sítios, naqueles dias e aquelas horas...
      Na passada segunda feira, mais um acidente do domínio publico. Inexplicavelmente uma secção da estrada que liga Vila Viçosa a Borba (pelas pedreiras, pois existe uma variante) aluiu! Bem sei que ainda é cedo para tirarmos conclusões, mas a experiência diz-me que mais uma vez não vai haver culpados. As empresas que exploram as pedreiras dizem que já toda a gente tinha conhecimento da situação. A Câmara Municipal de Borba diz-se impotente para manter uma via que lhe foi "oferecida" aquando da reestruturação da Infraestruturas de Portugal. O governo diz que nada sabia. Enfim... todos sabiam mas ninguém sabia de nada! Mais uma vez, provavelmente aquelas pessoas não deviam estar naquele local, naquele dia e aquela hora...
      Felizes e contentes, pois tudo está bem, vamos vivendo neste nosso querido país do faz de conta...