terça-feira, 31 de março de 2015

Uma bela lição para os pais e filhos dos dias de hoje

Tendo em atenção as relações agora existentes entre alunos e professores, que raiam o escândalo comportamental no que toca à má educação, que quase todos os dias a Comunicação Social nos dá a conhecer, eis o teor de uma carta que o pai de um aluno enviou ao seu professor, corria o ano de 1830:

“Caro Professor,

Ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas, por favor, diga-lhe que, para cada vilão há um herói, para cada egoísta há um líder dedicado.
Ensine-lhe que para cada inimigo haverá também um amigo, e que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada.
Ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda, aquela … a do sorriso silencioso.
Faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixo-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale muito mais que a vitória vergonhosa; ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.
Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros; ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os demais também entraram.
Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho; ensine-o a sorrir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens de verdade também choram.
Ensine-o a ignorar as multidões quando reclamam sangue e a lutar só contra todos se ele achar que tem a sua razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste de fogo é que faz ‘aquele’ verdadeiro aço.
Deixe-o ter coragem de ser impaciente e a paciência para ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou pedindo muito senhor professor, mas veja o que pode fazer”.

Abraham Lincoln (1809-1865) – 16ª presidente dos EUA

José Amaral


O poeta (na dor e na alegria)


O poeta na dor e na alegria
é como um qualquer de nós,
tal como na invernia
vogando em casca de noz.

Ou ufano em sintonia
quando nuvens do infortúnio
em tempestades sem dia
volvem a ares de bom augúrio.

Mas o poeta vai mais longe,
como no cesto da gávea
o marinheiro lobriga

terras mui acolhedoras,
onde o humano se abriga
nas horas mais sofredoras.

nota – este singelo poema foi por mim urdido, em 30/3.


José Amaral

segunda-feira, 30 de março de 2015

Uma turba enfurecida

Numa manifestação religiosa sem precedentes, a comunidade de fiéis de Canelas, VNGaia, congregada pelo movimento ‘Uma Comunidade Reage’, depois de múltiplos ensaios para reviver com toda a solenidade todos os longevos episódios bíblicos da Semana Santa, no Domingo de Ramos terá ultimado o último teste, pelo que forças ocultas lacraram a fechadura dos portões da Igreja local e paroquial de São João Baptista.
Assim - como há dois mil e quinze anos, a turba enfurecida e completamente ensandecida exigiu a liberdade do criminoso Barrabás, em troca, Jesus, O Filho de Deus, O Cristo feito homem, e que por amor aos homens, foi humilhado, cuspido, açoitado, ‘honrado’ com uma coroa de espinhos, para, por fim, ser cravado no madeiro em forma de Cruz, para espiar as culpas de todos nós, os pecadores de todos os tempos, -  o mesmo se assemelha com o que se vive e tem acontecido nos últimos tempos em Canelas.


José Amaral

O II Encontro de Leitores aconteceu!

O II Encontro de Leitores aconteceu no passado dia 28 de Março na Casa do Concelho de Tomar, na rua Flores Lima, Lisboa. 
Já sonhamos no terceiro, que se realizará no Porto em Março de 2016!
O grupo aumentou relativamente ao ano passado em Coimbra e tivemos uma surpresa: o provedor do leitor do Público, o dr. Paquete de Oliveira, esteve lá. A sua presença foi muito agradável e importantíssima para os leitores e deu-nos a honra de almoçar connosco. Ouviu as críticas construtivas e sugestões dos leitores não só a fazer ao PÚBLICO, mas também aos outros espaços de opinião pública. Desejamos que estes continuem a existir e ainda com mais veemência. O Provedor do Leitor mostrou-nos que devemos valorizar o nosso papel enquanto leitores-escritores de cartas, manifestando a nossa cidadania responsável.
Um obrigada ao Provedor do Leitor do Público e à direcção do mesmo pela atenção dada aos leitores.

O embuste da corrida presidencial

As eleições legislativas previstas para o próximo mês de Setembro/Outubro, serão a possibilidade objectiva de colocar ponto final à acção governativa do PSD/CDS e de acabar com a política de direita que prosseguiram e agravaram.

Os que já posicionam uma falsa grelha de partida para a corrida presidencial de 2016, estão a desvalorizar a importância das eleições deste ano para a Assembleia da República, tentando atenuar a condenação que se impõe do governo PSD/CDS e procurando que prossiga a política seguida nas últimas décadas, com os actuais ou outros protagonistas partidários e cujos desastrosos resultados estão à vista.

O resultado das eleições legislativas de 2015, condicionará as possíveis candidaturas presidenciais do próximo ano e respectivos apoios, todos sabem que assim será, por mais encenações e manobras que hoje desenvolvam.

O debate sério, que urge realizar, é sobre a futura composição da Assembleia da República que os portugueses vão eleger, da qual resultará o próximo governo e suas opções políticas.


Os que perturbam esse debate com a corrida presidencial são os que pretendem que só «mudem as moscas» mas a política de direita seja a mesma, na acção governativa e presidencial, que afinal os candidatos apresentados (Marcelo, Santana, Durão, M. Ferreira Leite, Guterres, Vitorino, H. Neto, M.ª Belém) promoveram e apoiam.

Viagem de autocarro

As minhas viagens de autocarro, transforma os meus fins de dia.

Entro, valido o bilhete com um cumprimento de circunstância , e desloco-me ao lugar disponível! Procurando sempre os lugares atrás, e aí começa a minha viagem.
Sem querer chamar muito a atenção porque o que procuro necessita de discrição, muitas das vezes fecho os olhos para ouvir o que me rodeia.
Podemos sempre dizer que este voyeurismo é discutível, mas não me interessa!  Quero ouvir um barulho ensurdecedor, quero os pregões e as conversas da senhora sua patroa que hoje estava mal disposta!.  A Avó com o seu neto ao colo a tentar acordar a criança que se deleita no  regaço.

Gosto do calão empregue, do "até amanha menina" Ou dos lamentos de que vai chegar a casa e ainda terá um monte de roupa para passar.  Da refeição para fazer, vociferando sem a acção perversa e maldoso  a quem  dedica   a acusação.
É soberba aquela pronuncia , sente-se no ar a essência da realidade, são assim as gentes do Porto.
Não existe iniquidade nos mais rudes palavrões, tudo é autentico,  tudo faz parte  de umas das mais puras linhagens .
É um tesouro, uma riqueza que não tem dono,  que não se dá, nem se compra, é uma autentica maravilha.
"-Ó menina, olhe que tem a bolsa aberta , tenha cuidado, que agora não se pode confiar em ninguém"!   Com  olhar atento do sr Alberto que todos os dias pelas 6 da tarde  deixa o seu posto da mesa de cartas junto ao bar , onde durante a tarde com os colegas de sempre, joga para  matar o tempo, "Antes que ele nos mate a nós". Remata a frase quase diária a quem todos conhecem o pregão.
A Afurada em frente não consegue ouvir o que se fala no 500, tem o Rio que nos separa que não lhe permite ouvir as  conversas, mas sabe!, Sabe que  que um dia destes passaremos por lá.
Elevo o meu braço e carrego no botão de paragem, o ecrã luminoso pisca  PARAR, a ultima coisa que ouço é a voz do 500- " Próxima paragem Museu do Carro Eléctrico"
Saio mas continuo a sorrir.

A «Praça da Liberdade» do JN?

O Jornal de Notícias está com outra «cara», mais bonita, mas perdeu a página dedicada ao Leitor? Onde estão as cartas de sábado 29 e domingo 30 de Março?
Se alguém sabe delas, diga-me por favor, em que página posso encontrá-las.
Obrigada!

domingo, 29 de março de 2015

Para Zeinal


Não sei se Zeinal Bava sabe que a passagem mais famosa do mito do rei Midas, aquela em que ele consegue de Dioniso o dom de transformar em ouro tudo aquilo em que toca, não esgota a riqueza que nos oferece essa pequena e imortal narrativa. O pormenor de Midas ser pessoa de raciocínio lento (um estúpido, se não estivermos com rodeios) nem sempre é devidamente salientado.
Após se ter apercebido da enormidade do dom que obtivera, Midas beneficia da compreensão de Dioniso (teve sorte!) e a coisa resolve-se com um mero banho na nascente de um rio.
Mas a tacanhez de espírito de Midas é imensa e irá valer-lhe as célebres orelhas de burro, oferta de um Apolo irritado.

O mito é bem conhecido mas o que mais impressiona é a burrice da personagem, a sua memória curta. Como se a concupiscência decorresse de uma notória incapacidade para compreender o mundo para lá do brilho das coisas doiradas. Midas, ganancioso e estúpido como um calhau, é a imagem da ambição desumana. As orelhas de burro o símbolo da sua glória.

Carta enviada à Directora do Público

Olá amigos, ou tansos de Portugal?

Caros confrades,

Este abaixo é mais um correio electrónico chegado à minha caixa postal.
Cordialmente

José Amaral


Olá amigos !
 Este foi o CEO do ano em Portugal, Europa e arredores. Foi agraciado com várias condecorações. Ganhou em prémios aquilo que um grande conjunto de portugueses não ganham durante toda a sua vida. Goza com isto tudo. Nada sabe. Só lá ia para receber o " graveto"...


ANDA PARA AÍ UMA PANDEMIA ...... DE ALZEIMER........

O OUTRO NÃO SE LEMBRA QUE O DINHEIRO É DELE ?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!..........................

E O OUTRO NÃO SE LEMBRA DE PAGAR A SEGURANÇA SOCIAL ?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!........

E EU JÁ NÃO ME LEMBRO....SE ISTO É MESMO UM PAÍS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!...................

........................OU SE ESTÃO A GOZAR COMIGO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!.........................




sábado, 28 de março de 2015

ANTEVISÃO DO III PORTUGAL-SÉRVIA

Imagem dos resultados de notícias


Amanhã, domingo dia 29 de Março, Portugal e a República da Sérvia, vão-se defrontar no Estádio da Luz, para o jogo referente ao Grupo I, da fase de apuramento para o EURO2016-França, jogo de grande importância e fundamental quanto às aspirações e quanto ao futuro do apuramento da selecção das quinas, que em caso de vitória coloca Portugal em primeiro lugar, e numa situação algo privilegiada do seu grupo, com mais um ponto que a Dinamarca, e assim abre grandes esperanças quando ao apuramento da nossa selecção com vista á sua presença na fase final da competição, que se irá realizar no próximo ano em terras gaulesas. Com efeito, Portugal tem fortes hipóteses de se qualificar uma vez, que são apurados directamente os dois primeiros de cada grupo.
Com o seleccionador Fernando Santos impedido de dirigir do banco a equipa das quinas, este será o seu primeiro jogo de castigo, que tem de cumprir, dos dois que lhe foi aplicado pela FIFA aquando do último campeonato do mundo-Brasil 2014. Assim, vai calhar a responsabilidade de dirigir do banco da selecção o não menos experiente técnico-adjunto Ilídio Vale.  
Frente a frente vão estar o 7º. classificado,Portugal e o 40º. classificado, República Sérvia, respectivamente, conforme o ranking da FIFA à data de Fevereiro de 2015.
Do historial de encontros entre estes dois países, esta será a terceira vez que as duas selecções se irão encontrar. Os dois anteriores encontros aconteceram, na era do seleccionador Luís Felipe Scolari e foi a contar para o EURO 2008-Áustria/Suiça, em que estiveram englobados no Grupo A da fase de apuramento para a mais alta competição do continente Europeu. Tendo o primeiro confronto realizado a 28 de Março de 2007, no Estádio do Estrela Vermelha, na capital, Belgrado, cujo resultado foi de 1-1, com o golo de Portugal a ser apontado por Tiago do Lyon de França, tendo esse jogo sido arbitrado pelo francês, Bertrand Layec. O segundo jogo realizou-se no dia 12 de Setembro de 2007, em Lisboa no Estádio José de Alvalade, com o resultado de novo a ser de 1-1, com o golo das quinas a ser apontado por Simão Sabrosa então a representar o Atlético de Madrid, sendo o árbitro que dirigiu esse encontro o alemão, Markus Merk. Neste grupo de apuramento Portugal ficou em 2º. lugar logo atrás da Polónia, tendo como tal sido apurado para a fase final do EURO2008, tendo ficando a Sérvia no 3º. lugar, do grupo A.
EURO2008, cuja participação de Portugal, não foi além dos quartos-de-final, tendo sido eliminada pela Alemanha por 2-3, no Estádio St. Jakoh-Park, em Basileia, no dia 19 de Junho de 2008.
Como tal o historial dos confrontos entre estes dois países é bastante curta. Pois a Sérvia, era parte da ex-Jugoslávia e que em 2006 passou a ser independente.
De registar e salientar no entanto, o facto dos confrontos que a nossa selecção teve com a ex-Jugoslávia, onde se defrontaram por 5 vezes, com 3 vitórias para Portugal e 2 derrotas, com 11 golos marcados e 12 sofridos.
Como adepto e português, espero o melhor resultado para as nossas cores, e que esse resultado seja culminado com uma vitória, e que assim possa abrir grandes expectativas para podermos estar presentes em França no próximo EURO2016, o que seria um grande presente que toda a equipa portuguesa podia oferecer em especial para os nossos emigrantes que labutam em terras de França.


(Texto-opinião, publicado na edição online, secção "Escrevem os Leitores" do jornal RECORD   de 28 de Março de 2015)

Mário da Silva Jesus

A morte levou o mestre

Caros Companheiros deste nosso sítio que tem o nome A VOZ DA GIRAFA,

Quando escrevi o texto com o título acima epigrafado, que em 26/3 foi publicado na íntegra no Jornal PÚBLICO e que já tinha sido publicado neste nosso sítio em 24/3, e que se referia à morte do Poeta Herberto Helder, um amigo comum a muitos de nós fez-me chegar a informação pidesca que abaixo dou à estampa, para que perdure no tempo pedaços dos tempos da dita 'outra senhora'.

José Amaral





sexta-feira, 27 de março de 2015

Sobre a tragédia nos Alpes


Graças às novas tecnologias de investigação, cada vez mais sofisticadas e muito precisas, sabemos que Andreas Lubitz, de 28 anos, - copiloto do avião do fatídico vôo que terminou abruptamente contra os Alpes franceses -, agiu deliberadamente para que se desse tal tragédia.
Estando sozinho na cabine de pilotagem, obstaculizou a estrada ao piloto que se tinha ausentado da mesma.
O piloto até intentou abrir a porta blindada da cabine com um machado, afirmaram os investigadores.
Mas, com um machado? É usual tal procedimento aéreo? E terá sido mesmo verdade o copiloto ter-se trancado propositadamente?
Não terá desmaiado momentaneamente e ao vir a si tenha tocado involuntariamente no botão de trancar a porta, para depois cair fulminado sobre os comandos do avião?
É que tudo que é dito são suposições; certas foram as mortes de 150 pessoas.


José Amaral

O meu novo livro: "A Terra de Ninguém"

Para que os meus amigos possam começar já a fazer a sua divulgação e a tomar nota na sua agenda (preciso da vossa ajuda e presença, não se esqueçam!), venho dar-lhes a conhecer as datas das apresentações do meu novo livro A TERRA DE NINGUÉM (Editora Sinapis):
ÉVORA: 27 de Abril - 18H  - sede do CD da Ordem dos Advogados
VISEU: 8 de Maio - 18H 
ABRANTES: 14 de Maio - 21H30 - Biblioteca Municipal
Na 2ª quinzena de Maio e primeira de Junho, haverá ainda apresentações em Lisboa, Setúbal, Portalegre, Ponte de Sor e Arronches.
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Um pedido a Alfredo Barroso

Confesso-me admirador de Alfredo Barroso (AB) pois sendo eu um gastrónomo apreciador de peixe, não perdia os seus debates televisivos que AB transformava magistralmente em peixeirada. Apreciador também de chanfana em que a cabra é indispensável, quando acusa António Costa (AC) de chinesices, lembrei-me de imediato que estamos em ano da cabra. Admira-me que acuse AC de vassalagem àquela ditadura ao ponto de afundar o PS depois de o ter fundado. Só estranho que não tenha cortado relações com o seu tio quando este visitou aquele País e AB até talvez o tenha acompanhado pois era chefe da casa civil. Será que deixou de ser sportinguista quando o seu clube também lá foi tendo até convidado o arbitro Mário Luís para fazer parte da comitiva? Seja franco e diga-nos se a verdadeira razão do seu azedume não tem a ver com a referência que AC fez à situação de Portugal estar hoje melhor que há quatro anos? Termino com um pedido: se insistir em abandonar o partido, faça-nos um favor, convença o seu tio a fazer o mesmo. Jorge Morais
 
Enviada à imprensa em 26 Fevereiro, foi hoje publicada no JN com os cortes habituais.
Ora aqui está uma das vantagens para quem consulta A VOZ DA GIRAFA onde não há tesouras ou falta de espaço e é publicado tudinho, tudinho.

Não querem ou não sabem

Não sou político. Por isso, posso comentar comentadores. Não sendo hoje o meu aniversário, ainda assim me apetece sentir bem com alguma coisa. Foi o que aconteceu quando li o acutilante artigo da autoria de Cristina Semblano que, em boa hora, apareceu neste jornal.
A observação que a autora faz, à distância mas tão perto, de alguns dos aspectos mais relevantes da nossa vida quotidiana é rigorosa e faz-me pensar que há quem não queira, certamente por mesquinhos interesses pessoais e/ou partidários, ou não consiga, por distanciamento e insensibilidade, reconhecer a realidade dura e crua que os portugueses actualmente vivem. E falo de quem tem obrigação disso, quanto mais não seja porque os dados estatísticos, se não forem “torturados”, estão aí à mão de semear.
Cheio de boas intenções, quis ser simpático e bonacheirão mas, à boleia do rasgado elogio que endosso à professora da Sorbonne, não consegui evitar a zurzidela a certos responsáveis pelo (estado do) País. Definitivamente, algo não vai bem em Portugal.

"Habite esta ideia"

Casas para todos

Hoje (quarta-feira 25 de Março) o Público deu-nos a conhecer um belíssimo artigo de Ana Vicente: “Habite esta ideia” onde se chama a atenção para o número de pessoas sem casa e as casas abandonadas que existem, muitas delas pertencentes à Igreja Católica. E eu acrescento também as Misericórdias e outras Entidades dispõem de património habitacional em estado de degradação e mesmo ruína.
Refere as “centenas de edifícios, antigos mosteiros e seminários… Porque não reconverter este património ao serviço dos mais desfavorecidos?”  
Este alerta de Ana Vicente tem de ter imediato seguimento. É urgente que ninguém fique na rua e que a Igreja Católica dê já um bom exemplo de actuação cívica!


Publicado no Jornal Público de 26 de Março 2015

Dia Mundial do Teatro, ao nosso jeito

     Dia Mundial do Teatro

Os portugueses muito gostam
De representar, fazer teatro,
É um manjar que disputam
Entre si, como bom prato.

Representam com muito brio
Em operetas e óperas bufas,
Com seu olhar cândido e pio
Tentam passar-se por trutas.

Tanto enganam o semelhante
Como também enganam o fisco,
Enganam cônjuge com amante
São trapaceiros de alto risco.

Mestres de escárnio e maldizer,
Maus artífices, sem qualquer jeito,
Sem boas intenções ou bem-fazer,
Ninguém lhes tece algum preito.

Assim, o Dia Mundial do Teatro
Faz parte da sua encenação,
Pois é o actual e fiel retrato
De nós, nesta globalização.

Do nosso vero Teatro foi pai
O já longevo Gil Vicente,
Seus autos, entre sorrisos e um ai,
Espelham as vidas de muita gente.

                                                                 José Amaral

Ao nosso pai do TEATRO

Dia Mundial do Teatro
(acróstico ao nosso/seu longevo pai – Gil Vicente)

Gozarás onde estiveres
Isto que cá se passa
Loas de luciferes

Vozes que não se calam
Inconsoláveis dos actos
Celebrados fora dos palcos
Entre gentes que nos enganam
Neste não teu Teatro da Vida
Testando actos subtis e vis
Em vivência triste e sofrida.

 José Amaral

DIA 27 DE MARÇO - DIA MUNDIAL DO TEATRO



Hoje dia 27 de Março, comemora-se o Dia Mundial do Teatro.
Teatro, a arte de representar e de compor obras teatrais. Lugar onde se realizam alguns acontecimentos memoráveis de ilusão ou aparência.
Este dia deve-se sem dúvida ao grande Jean Maurice Eugène Clément Cocteau, que nasceu a 5 de Julho de 1889, em Maisons-Laffitte, França, tendo falecido a 11 de Outubro de 1963, em Milly-la-Forêt, França. Foi poeta, romancista, cineasta, designer, dramaturgo, actor e encenador do teatro francês.
E, foi precisamente há mais de meio século, que Jean Cocteau, proferia a mensagem que inaugurava as celebrações do primeiro Dia Mundial do Teatro, criado pelo Instituto Internacional de Teatro da UNESCO. Desde de então que, a 27 de Março, se homenageia, um pouco por todo o mundo as artes do espectáculo.
                                                                          
                                                                    *
Uma referência especial para Gil Vicente, nascido no ano de 1465 e falecido no ano de 1536, é considerado o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome.
Enquanto homem de teatro, parece ter também desempenhado as tarefas de músico, actor e encenador. 
É considerado o pai do teatro português, ou mesmo do teatro ibérico, já que também escreveu em castelhano - partilhando a paternidade da dramaturgia espanhola com Juan del Encina.

quinta-feira, 26 de março de 2015

A sorte

Em reacção ao post «O Suicídio» acabado de escrever pelo Luís Robalo...
Sim, é uma loucura o que o copiloto alemão fez...levar consigo 150 pessoas. Levou consigo 150 pessoas, como poderia ter sido mais ou menos.
A mente humana é imprevisível, complexa, insondável.
Não somos nada... Migalhas...
Temos que confiar. A nossa vida depende dos outros, não só de nós. Confiamos (temos de confiar) a nossa vida ao motorista do autocarro, do comboio, do metro ou ao piloto do avião que nos deveria levar a destinos de sonho ou trazer-nos sãos e salvos a casa de viagens maravilhosas, onde fomos felizes... 
Não há nada a fazer. Vivemos da sorte. É uma sorte, a vida.
(Público, 28 -3- 2015)

O SUICÍDIO





No reino animal o suicídio acontece pouco. Acontece julgamos nós (que não estamos na cabeça dos animais) sem razão pensada deles, por desencadeamento de mecanismos dúbios.

Só os homens o fazem por vontade própria, e geralmente tomam tempo para decidir a forma e o momento, ou quando estão encurralados.

É um acto difícil de julgar. Cobardia para uns, da maior das nobrezas em espíritos de índole romântica.

Seja como for é uma decisão de grande responsabilidade, mesmo para os partidários da amoralidade nos acasos do universo.

Tento entender essa possibilidade, compreender os becos sem saída, o cansaço absoluto, a situação terminal. Não sei o que me espera e ainda bem.

Lamento não estar confortável com conjugações karmicas, chamamentos a paraísos paradisíacos, sacrifícios humanos para ganhar a vida eterna.

A minha espiritualidade, boçal e eventualmente mesquinha, resume-se a cumprir a única existência que conheço: este momento.

Amanhã, gosto de olhar para o céu, esteja de azul, cinzento, ou amalucado em tonalidades várias. Olhar para o céu com deslumbramento é mais do que suficiente.

Mas este assim, sou eu. O meu vizinho ao lado, que estimo e por quem nutro a maior das considerações pode amanhã sair de casa para irresolver a sua vida e a de mais cento e cinquenta outros, sem que alguma vez nos cafés que tomámos juntos eu me tivesse apercebido das suas determinações.


Assim funciona esta roleta.

Nunca há responsáveis, nem responsabilizados?


Nunca há responsáveis, nem responsabilizados? 
BES/GES    VISÃO 26.03.2015

No início a Comissão da AR para indagar o caso complicadíssimo do BES/ GES, pareceria ter alguma “força” para encaminhar o tema a ser resolvido, essencialmente a bem do País e dos Portugueses.

“Passadas todas estas audições”, em que tem sobressaído pela boa preparação a deputada do Bloco, Mariana Mortágua- que se espera não lhe suba à cabeça os elogios merecidos que tem vindo a receber, ou não seja internamente corrida por ser capaz - nada se conclui, a não ser que as “coisas” continuam a acontecer neste nosso Pobre País, e nunca ninguém de lado algum é responsável, e muito menos responsabilizado.

Claro que a AR não é o Tribunal. Mas depois deste triste espectáculo com a maioria das pessoas que têm ido a esta Comissão, ficamos todos apalermados, uma vez que cada um nunca teve culpa, foi sempre do outro e do outro. E tudo fica- ainda - mais baralhado, mais complicado e nada se vai resolver, e a única certeza é que não havendo responsáveis, nem responsabilizados lá vamos nós “certinhos” contribuintes, pagar tudo o que outros fizeram, mas não fizeram, nem estavam lá.

Mas existe um o prejuízo causado ao País e aos Portugueses, a investidores, a Pessoas que ficaram desempregadas, e, nem se sabe por quem, quando, como, aonde.

P R I M A V E R A



Após o final do terceiro mês de quaresma invernosa, surge a primavera com o início da ressurreição das potencialidades e belezas duma natureza que sempre nos surpreende e alegra



.
Dedico esta primavera ao encontro de 28 de março, com um abraço, e para que seja uma ressurreição e consolidação de mensagens para um país e um mundo melhores. Ernesto.

O mundo laboral em Portugal

O mundo laboral em Portugal, apesar de estarmos em tempos ditos democráticos, tem levado os maiores ataques de destruição quase maciça jamais imaginados.
Nem nos tempos da ‘outra senhora’ tais vexames anti-laborais eram possíveis ou admitidos.
Tudo ‘piava mais fino’, mas, mesmo assim, muito mais risonhos eram os dias lacrimosos de ontem tendo em conta com os decepcionantes dias de hoje.
Então, o desmembramento da Contratação Colectiva do Trabalho, que tão arduamente foi conseguida, com mortes de permeio, lembrando-me também da prisão do Presidente do Sindicato dos Bancários de Lisboa, Daniel Cabrita, às mãos da PIDE desde Junho de 1971 a Junho de 1973, é por de mais negativa e atentatória o espezinhar de todos os legais direitos e garantias de quem trabalha por conta de outrem.
Agora, para os novos neo-inimigos do mundo laboral em Portugal, o que está a dar são os desregrados contratos individuais de trabalho para ‘comer e calar’ e não digas que ‘vais daqui’, porque ‘se não, não levas nada’.
E a máquina de propaganda governativa do actual executivo, postada em cima das ameias do Terreiro do Passos do Portas e Comandita, grita aos quatro ventos, às tágides que não são surdas, que viver em Portugal nunca foi tão bom.


José Amaral

ORDEM E PROGRESSO?


Este lema da bandeira Brasileira não tem sido muito respeitada no próprio País. Foi o positivista Augusto Comte que o inspirou no século XIX. Aqui em Portugal, tem havido progresso, admitamos, desde a sociedade fechada que existia no regime anterior. Muito desse progresso teria sido inevitável, mesmo com a ditadura, pois tem origem tecnológica, mas reconheçamos que sobretudo nas regiões do interior do País, as diferenças são assinaláveis e positivas. Já no que se refere à Ordem, na minha opinião tem sido um desastre. As forças civis mais radicais que se apoderaram do movimento do MFA, desde o princípio que contestaram todo e qualquer resquício de autoridade do Estado, afirmando-o sempre como "fascista". E não se pense que essa autoridade contestada era só das forças policiais, conotadas com o regime anterior. Com o tempo vieram a abranger toda a autoridade do Estado democrático, seja ela dos tribunais, da polícia, dos militares ou dos próprios Tribunais e dos Juízes. Mesmo já com a democracia implantada, o ex-Presidente Soares ficou célebre por, em frente às câmaras de TV do País, ter enxotado com desprezo um capitão da GNR que lhe fazia guarda pessoal. Foi uma grave afronta para os militares e forças paramilitares, ainda hoje muito lembrada. Os professores nas escolas, são outro grave exemplo de ausência de qualquer autoridade sobre os alunos. Estes, um dia no mundo real, nas empresas, na sociedade, serão as principais vítimas desta grave lacuna na sua formação. Com o tempo Portugal pode degenerar numa anarquia. Tudo é contestado, tudo é criticado, desde que se tente decidir algo que confronte algum interesse privado. As decisões dos tribunais não são respeitadas, as polícias têm medo de intervir. Prende-se um ex-PM, e os políticos a ele ligados recusam a autonomia judicial e a separação de poderes afirmando que o processo é "político". Chegará o dia em que perante esta desagregação, os que antes eram contra o regime da ditadura, um dia desiludidos com esta "democracia", venham a dizer, "haja quem mande", e depois, adeus democracia.
OBS. Foi publicado no jornal "Público" na sua edição de 30/3/15.