quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Os “capitões” de areia


Quando Jorge Amado, há já mais de 80 anos, publicou o seu libelo de denúncia da desigualdade e da injustiça que grassavam no Brasil de então, estaria certamente longe de pensar que, passado todo este tempo, os brasileiros, de livre vontade e em eleições democráticas, viriam a eleger um “capitão” que os convenceu de que a brutalidade, a intolerância e a punição exemplar dos criminosos e dos que não são como “nós”, é o caminho ideal para se atingir a sociedade perfeita. Nada como praticar-se o mal para se atingir o “bem”, a coberto de teorias ponteadas aqui e ali por orações de “evangelismo” mais do que duvidoso. Para dar um toque de afinado tempero, umas citações da Bíblia caem sempre bem e sossegam as consciências que, com algum bom-senso, estariam bastante pesadas. Este ex-capitão, tão lesto a erigir em instituição salvadora um Exército que o expulsou das suas fileiras, tem fibra arenosa, muito menos consistente do que a dos meninos-criminosos de que Amado se socorreu para nos dar a imagem de um Brasil que, no essencial, parece ter mudado muito pouco relativamente à geração de Getúlio Vargas. Esperemos só não ter de ver o “Capitães da Areia” novamente na fogueira.

Folga orçamental inconsequente

A enorme folga orçamental impõe que haja uma robusta resposta ao nível do Estado Social. Há muito mais de 2 milhões de compatriotas que vivem no limiar da pobreza, eufemismo que esconde uma crua e dura realidade - a pobreza!
   Esta folga orçamental também advém dum menor índice de desemprego, verificando-se que
uma significativa parte dos trabalhadores não recebe salários condignos para fazerem face às despesas primárias. O crescimento económico não acompanha uma equitativa distribuição da
riqueza produzida. Assim sendo, a pobreza instala-se. O PR e o 1º ministro clamam contra as
desigualdades sociais mas, na prática, que adiantam? Pouco mais que palavras… Desde logo, porque ainda falta destroikar parte das leis laborais, que ainda vigoram, gerando desequilíbrios
entre trabalhadores e patrões, sendo estes largamente favorecidos.
   A insegurança no trabalho é uma nova estratégia para aumentar lucros, libertando-se na medida do possível do trabalho humano, ou pagando-o menos. Urge tributar mais a riqueza e menos o rendimento do trabalho. Equilibrar não é empobrecer quem trabalha uma vida! 
    Não ganhar um salário justo atenta contra a dignidade do ser humano.

                                                                              Vítor Colaço Santos 

O PROFETA

Eles bem me comentam. Mal ou bem. Mas, curiosamente, raramente se dirigem a mim. A Sandra disse que eu falei como o Profeta. Talvez eu seja isso mesmo: um profeta. Isso não quer dizer que seja imortal ou imune às doenças. Cometi um erro no Sábado. Peço perdão. No entanto, se calhar estava escrito. Sou um actor. Um grande actor. Desde o filme do Feira Nova, Braga, 1990. Deus meu, já estive em tantos lugares, dentro e fora da cabeça. Como já disse: já fui a tribunal e à Judiciária por motivos políticos. Pouco tenho a temer. Ó Pedro, let the children play. Take a walk on the wild side.

O terceiro homem

Dois homens discutem. Trocam piropos, insinuam, apodam-se de vários nomes com trocadilhos ou "ipsis verve". Mais satíricos ou truculentos. Enfim, tudo isso. São dois mas... lá vem o "terceiro", a coberto do "vis a vis" dos doutros, para "bolçar" aquilo que lhe está no espírito ambíguo, quase invertebrado, quase basbaque, para desopilar a sua alargada verve insensata mas que lhe dá gozo  ouvir ao espelho. Sempre com a atitude "sacrista" de quem não compreende bem os espaços e a sua função, ora "modesto", ora prosélito indefectível, com gongorismos que muitas vezes resvalam para os desbocamentos mais primários. Esse é.... o terceiro "homem".

Fernando Cardoso Rodrigues

A NOVA INTERNACIONAL

Uma nova Internacional, a exemplo de Marx, Engels e Bakunine. Para combater o fascismo, o imperialismo, a grande finança e o deus-dinheiro. Uma nova Internacional fundada na luta contra o controlo das mentes, contra a corrida pelo lugar, pela carreira, contra a luta pela vida e contra o atropelo, mas também pelo recrudescimento da luta de classes, pelo combate à pobreza, à miséria e às situações de sem-abrigo, pela atenção máxima às doenças mentais e à prevenção do suicídio, pela tomada urgente de medidas relativamente às alterações climáticas, pelo combate ao racismo, à discriminação e violentação das mulheres, pela defesa dos direitos dos animais e da natureza. Uma nova Internacional pela Vida, pela vida livre, autêntica, sem opressão, sem castração, sem fronteiras. Por um mundo novo, por um homem novo, por um planeta novo

Ensina mas não aprende...


“As memórias de Cavaco, que o próprio apresenta como uma prestação de contas sobre o segundo mandato presidencial, são um ajuste de contas com a história e com alguns personagens políticos que dividiram com ele o palco; mas só alguns, outros são ignorados para que o povo esqueça o que possa o ex-presidente ter a ver com esses assuntos, como o BES, por exemplo.

“Todas as audiências são reservadas, quem fala com o presidente da República tem de ter a certeza absoluta de que aquilo que lhe conta não vai ele dizer a mais ninguém”. Cavaco disse o que disse para nada ter a dizer sobre as reuniões com Ricardo Salgado. E no livro nada escreve sobre o BES e as declarações abonatórias que fez acerca da situação do banco; justifica o apagão na “prestação de contas” alegando que não exercia funções financeiras.

E como os portugueses gostariam que Cavaco Silva tivesse prestado contas sobre o BES e os milhares de milhões de euros que já custou aos contribuintes. E sobre o BPN. E sobre o quase colapso do sistema financeiro que ainda não paramos de pagar”.


Nota – Extracto de um texto de Paulo Baldaia publicado no JN.


Amândio G. Martins




terça-feira, 30 de outubro de 2018

Um otário, incomoda.Dois...!

- Um otário, que espalha pela família, que se julga poeta, fica-se apenas por um gajo com muita górgia, e quer com isso parecer-se a um outro otário que julga ser quem não é, e que entende ser ele a marcar a atribuição dos prémios que estão em jogo. Depois de se achar o melhor dos melhores, um exemplo para o mundo, manda um recado via canais de informação, de intoxicação, como se fossem produtos de limpeza, a pedir que seja nomeado, Bola de Ouro, pois diz ser quem a merece. Como um otário nunca está só, eis que um bloguista que aqui aproveita este espaço e dá pulos de galho em galho a exibir o seu estro merdoso, fica sujeito a sair com o traseiro mais esfolado do que a rapariga de Las Vegas. Não se impondo pela qualidade das suas rimas, num esforço bem pessoal que só a ele respeita, mas nada diz ao mundo, atira-se de rabo no ar e chifres na testa a reprovar a análise expressa por outrem sem tabus, nem obediências, submissões, a grupos organizados que comungam de interesses suspeitos, confundindo-se com marketing, que tentam impor-se para generalizar um certo nacionalismo salazarento, e unanimista, tipo fado, futebol e fátima, ou, quem não é por mim é contra mim. Este ego medíocre de baixos recursos intelectuais, bem podia fazer o caminho calado, discreto, que talvez chegasse ao Nobel da poesia lá da sua parvónia. Assim com a górgia bestial exposta, e metendo-se onde não foi chamado, não chegará se não a engrossar o grupo de símios nervosos onde ganhou a experiência de atirar a ca(s)ca que o sujou,e de onde não se libertará tão cedo, mesmo ganhando forma de otário rasteiro. Conclusão. -Este górgias calado, era um pú...eta. Mal cheiroso, claro!

As cloacas do Estado...


O vencimento dos polícias, seja em que parte for do mundo, não dá para enriquecer, nem sequer, na maioria dos casos, para viver com dignidade; daí que alguns caiam na tentação de “pisar o risco”, vendendo-se a quem lhes ofereça “ajuda” em momento difícil, embora raramente seja mais do que dinheiro de sardinhas, coisa  que lhes possa tirar a barriga de misérias.

Todavia, dependendo da posição que ocupam, alguns enriquecem mesmo, como aquele comissário da polícia nacional espanhola, José Manuel Villarejo, que se aproveitou bem das falcatruas que conhecia de políticos e empresários para poder viver à larga; o sujeito gravava tudo onde lhe cheirasse que podia tirar dali boas rendas e depois telefonava aos alvos da sua ganância a prevení-los de que iriam ser escutados, que estava uma investigação em curso, mas que ele estava em condições de controlar a coisa, era só entrarem com “algum”, e os aflitos entravam, claro.

Agora que está na cadeia, à espera de julgamento, começam a aparecer nas televisões, a conta-gotas, extractos de gravações que atingem políticos, empresários e juízes acima de qualquer suspeita; perante isto, dizem os comentadores que ele, ou alguém por ele, que conhecem bem “as cloacas do Estado”, estão a querer avisar que está ali uma bomba relógio que, dependendo do que lhe acontecer, vai tirar o sono a muita gente importante no país...


Amândio G. Martins




segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Cavaco Silva; Uma assombração que ainda permanece...

Cavaco Silva disse que jamais
houve pessoa mais séria do
que ele(!). A auto-lisonja é um
exercício repreensível… Fica-lhe mal!
Recordo-lhe três letras apenas: BPN, 
que foi o maior escândalo ou roubo nacional,
ainda sem castigo - efectivo!
Estiveram envolvidos amigos e
discípulos seus. Também ficou
muito desfocado na fotografia, desmentindo
aquela afirmação, pelas ações
que detinha no BPN, já que beneficiou
das informações do seu presidente e
amigo Oliveira e Costa, tendo-as vendido, 
rendendo-lhe avultada maquia…
No seu livro de memórias, Cavaco, além
de dar umas caneladas, revela conversas
consideradas assuntos de Estado, tem memória 
deliberada-mente selectiva. A do Povo é de elefante!
Cavaco, uma assombração que ainda permanece…
Até quando?…

                                                                                  Vítor Colaço Santos

O POVO É QUEM MAIS ORDENA?

Cheguei a pensar estar como prazo de validade passado. Todos os mídia, comentadores de serviço, políticos de vários quadrantes, todos vociferavam contra o eventual voto brasileiro em Jair Bolsonaro (JB). Decorrida a eleição, os mesmos mídia davam muito maior cobertura ao candidato perdedor, que ao JB. Pensei, se calhar o homem "passou-se" e fez um discurso anti-constitucional, ameaçou alguém, o que agora, uma vez eleito seria coisa grave. Não, afinal fez um discurso muito moderado, de unidade, querendo, como lhe compete, ser presidente de todos os brasileiros. Os mídia não gostaram, estavam à espera de material para continuarem a chamar-lhe fascista e outros impropérios que as esquerdas e os do "políticamente correcto" despejam sobre tudo e todos os que não pensam como eles. Então agora que 58 milhões de brasileiros votaram em JB, o que irão dizer? Que as eleições foram uma fraude? Que os 58 milhões de brasileiros são estúpidos, atrasados mentais, não sabem o que querem? Com a devida vénia do único jornalista português (Manuel Molinos) que escreveu com acuidade sobre este "fenómeno" de crescentes votações à direita por todo o mundo, cito sobre os esquerdistas: "Mas devem começar a pensar de forma menos autista e perceber as mensagens que o povo tem enviado. Não são as greves ou abaixo-assinados que mudam as políticas dos países. São os votos do povo, aquele que mais ordena. Lembram-se?" (fim de citação).

Ai Brasil, Brasilonaro!



-No Brasil, passar da democracia para uma ditadura, é um já ir de Fernando Henrique Cardoso, democrata, constitucionalista, para um Bolsonaro espingardeiro e capitão da bala, com o apoio da maior parte do povo, o que quer dizer que querem um regime ditatorial, com os perigos que ele contém. O que significa que o povo é culto e rico, pois sabe o que fez, e sabe o que quer para si. Um povo que reúne conhecimento, como se constata agora, não pode no day-after, justificar-se que votou na ignorância do que lhes pode acontecer, e elegeu o facínora com fé "iurdesca e evangélica", para defender o seu bem estar e os seus privilégios. Demonstrou que é um povo bem na vida e que não a quer enfraquecer, e até a quer muscular ainda mais. É falso a imagem que nos chega de que por lá só há pé descalço, favela, praia, samba e mulher fácil destinada a casa de lampadinha vermelha. Há crime e corrupção consentidas, pois elas foram criadas e convenientemente distribuídas pelos poderosos e pelos que as podem cometer por dá-cá-aquela palha e maior ambição. Se há uma notável maioria de brasileiros que votou em Jair Bolsonoro, é porque vivem acima da propalada miséria, falso chinelo, e analfabetismo. Mais de metade vive bem, e por isso votaram com a convicção de que o fizeram com a cabeça limpa, em consciência. Escusam de procurar refúgio em país que os subsidia e lhes abre oportunidades que são negadas ou dificultadas aos seus filhos naturais. Estamos em crer, que Portugal vai assistir ao retorno dos mais de 40 mil brasileiros que por cá encontraram quartel desocupado para se organizarem em liberdade, e ajudaram nesta base, a eleger um candidato que lhes prometeu todos os perigos, que para eles deve saber a caipirinha. Esperemos pá, que a festa aberta, vos conduza contentes, no futuro encravado que se vê desde o tanto mar até ao vosso pão-de-açúcar, que vos aprisiona e envenena sob a protecção do Cristo Redentor. Mas cada povo tem o que merece. Nós também!*

-*(hoje pubcdº in DTK e DN.madª)

Barça.5vsRMad.1

- Só quem não viu. Acreditar num score de 5 a 1, ali no campo do inimigo, não é fácil e até levanta suspeitas. E o resultado mais justo até podia e devia atingir números, de outros derbis de tempos idos, se Suarez não fosse tão perdulário. O Real Madrid com uma equipa extraordinária, com um valor superior a todas as formações que em Portugal se esforçam para jogar futebol, ainda marcou um golo precedido de falta, evitando assim de sair de Camp Nou em branco. Um Barça que exibiu um futebol total, com uma pressão que por pouco não humilhava ainda mais o clube de Lopetegui, Sérgio Ramos, Bale, Benzema, Marcelo, Modric, Courtois, Isco, e etc.do outro mundo. Resultado injusto, já se vê. Os números não espelham a verdade. E no fim da fabulosa e milionária partida, ninguém se lembra que não entraram Messi, o melhor do mundo, nem quem já lá não está e por isso não faz falta, excepto em Las Vegas, onde se tornou famoso e esperado. Só os que estavam em jogo é que foram importantes. Uns mais do que outros, como ficou provado, e a história registará; 

Belenenses.2vsSLBenfica.0

- Os desafios não se ganham só por se envergar as camisolas do SLBenfica. Estas não ganham jogos. É necessário mais do que o equipamento representativo do clube que se diz ser o maior do futebol português. É preciso demonstrar em campo, mesmo que ele seja neutro e contra um adversário que só tinha uma vitória até à jornada actual e ocupava uma posição baixa na tabela classificativa. Os jogos ganham-se metendo mais golos que o adversário, e exibindo maior qualidade na hora de definir os lances que conduzam ao sucesso. O Benfica, não pode, e pior, não soube aproveitar as melhores oportunidades de que dispôs, e nem sequer marcar uma penalidade foi capaz. Os Belenenses pelo contrário, fizeram pela vida. Defenderam como deviam, atacaram quando se proporcionou, e meteram mais golos que os encarnados num estádio emprestado. Ganharam e ganharam bem os azuis. O clube da águia escusa de se lamentar com a falta de sorte, já que anda há muito tempo a mostrar debilidades, por cá e pela Europa dos campeões;

  *-(pbcd.hoje no CMª/resmdo)   
-(jogo no Estád.Nacional/Jamor)                                      

GRANDES HIPÓCRITAS!




Quem tivesse ouvido Bolsonaro no discurso de vitória a falar em liberdade, democracia, num país grande e bom para todos, ficaria tranquilíssimo pensando tratar-se de um genuíno democrata. Mas depois, vendo-o insistentemente evocar Deus e a rezar, já ficaria de pé atrás! Agora quem o ouviu dizer as barbaridades que disse durante a campanha, as ameaças que fez constantemente, a exibição de armas, o desrespeito pelas minorias, pelas mulheres, etc. só pode concluir a enorme hipocrisia e o perigo que este  homem e a camarilha que o rodeia, representam para a democracia, para o Brasil e, devido à sua dimensão, para a América Latina e, quiçá, para o mundo.
Com aquela “missa” em directo, o mundo ficou a conhecer a força, a enorme influência, que a religião teve na sua eleição e que continuará a ter para enganar, para adormecer, aquele povo. A religião, mas a falsa, a fanática, a obscurantista! Sim, porque a mensagem de Cristo é fraterna e diz: Não Matarás! E Bolsonaro e os seus capangas, com a sua prática conspurcam o nome de Cristo e a Sua mensagem. Mas, os democratas brasileiros e solidariamente com eles, os portugueses e os de todo o mundo, têm confiança no futuro, porque Fernando Addad não evocou Deus em vão, mas sim a confiança e a coragem para defender a Liberdade e a Democracia. Se necessário, arriscando a própria vida. Não temos duvidas que assim será.
Nuvens negras, ameaçadoras, pairam sobre o Brasil. Mas, os seus melhores filhos com a solidariedade de muitos milhões por todo o mundo, dissipá-las-ão. A Democracia e a Liberdade é que são o futuro. Não a exploração, a hipocrisia e a mentira.
Francisco Ramalho
Corroios, 29 de Outubro de 2018



Para lá do entendível..


Não lembro o nome da pessoa que disse não ser o futebol uma questão de vida ou morte, mas muito mais importante que isso; e todos os dias se nos deparam cenas difíceis de entender por quem não fizer parte dessa tribo.

E a sempre problemática disputa entre os chamados grandes rivais do Minho não podia dispensar as habituais cenas tristes; mas serem os de Braga obrigados a entrar em campo com o jogo a decorrer havia já meia hora; e obrigados também no fim a fazer um enorme desvio para regressar a casa, aonde chegaram altas horas da madrugada, porque as autoridades temiam que pudessem ser apedrejados na autoestrada, já o tendo sido em plena cidade, a partir das janelas das casas, revela qualquer coisa incompreensível também da parte das polícias.

É que me parece mais racional, se é que em tais fenómenos se pode usar o termo, vigiar na autoestrada, que nem tão longa é,  os pontos mais vulneráveis à segurança do que ter de andar às voltas por estradas interiores, a meu ver mais propícias a esconder emboscadas.

Assiste-se a uma completa inversão de valores nos desportos, em quase todos, onde no que parece um ser humano se revela facilmente a besta camuflada; ainda há dias se viu um motociclista em competição, a altíssima velocidade, estender a mão à máquina de um adversário para tentar freá-la e poder vencê-lo.

Os macacos em cativeiro costumam arremessar aos basbaques que lhes desagradam os dejectos que têm à volta; um seu semelhante à solta, abusando deste espaço, há anos que faz o mesmo contra um grande jogador de futebol, de quem não consegue disfarçar a doentia inveja...


Amândio G. Martins





Eles quiseram


Os brasileiros exerceram o seu poder de escolha em obediência às regras democráticas. A esse respeito, nada a dizer. Esperam, ao que parece, uma nova vida que acabe de vez com a corrupção e a violência. Aqui é que surgem as dúvidas que, pelos vistos, a maioria da população resolveu com facilidade. Primeiro, acreditou com bonomia que Bolsonaro nada tinha a ver com o sistema político que promete reformar, quando andou por lá quase trinta anos sem se incomodar muito. Depois, abraçou a crença “evangélica” de que a insegurança vai acabar pela liberalização na venda de armas e autoridade musculada nas ruas, esquecendo que o Exército já circula no Rio de Janeiro, por iniciativa de Temer, sem resultados palpáveis. Por fim, aceitou a promessa de que o Brasil vai empreender o caminho do progresso e do desenvolvimento, no combate ao desemprego e à pobreza, esses males que, segundo se lhes diz, são herança do PT de Lula e de Dilma, que já não governa há mais de dois anos, e que, de acordo com as estatísticas, se encontram melhores desde que aquele partido assumiu o poder, em 2002. O Brasil está bem? Não, mas não será Bolsonaro quem o vai “curar”.

Brasileiros amigos, do fundo do meu coração: sejam felizes. Nós, por cá, esperamos para ver. E oxalá não soframos, uma vez mais, as vossas dores.

Público - 30.10.2018 (expurgado do parágrafo final).

domingo, 28 de outubro de 2018

O CHEFE E O CANDIDATO A FIEL SUBORDINADO




Nos EUA aconteceu o que por lá já é recorrente, banal, normalíssimo, mais uma corriqueira notícia: um massacre perpetrado por um civil armado. Desta vez, foi numa sinagoga. Trump Apressou-se a lamentar que mais ninguém ali estivesse armado para matar o assassino. Limitando assim, o numero de vítimas. Portanto, Trump, acha que ainda há pouca gente armada. Só que , se houvesse ainda mais, quem é que garante a Trump não haver até mais massacres? Trump, lamentou também que naquele Estado não vigore a pena de morte.
Bolsonaro, um confesso admirador de Trump, já prometeu que com ele, o Brasil irá ainda mais além nesta matéria. A pena de morte será imediatamente imposta, a venda de armas tal como lá nos EUA, será totalmente liberalizada, mas, mais! Não serão apenas os civis a matar! Será também a policia e o exército.
Apenas num pormenor, Bolsonaro não ultrapassará Trump! É que, quem manda, quem é o chefe, é Trump! Manda nos EUA, no Brasil e não só… Portanto, Bolsonaro, apesar de ainda mais matador, não passará de um simples subordinado de Trump. Mas ele, nisso, não se importa! Até já pôs a Amazónia à disposição para além dos latifundiários brasileiros, também dos seus congéneres norte-americanos.
Façamos votos para que haja mesmo a “virada” e que Bolsonaro nem subordinado de Trump chegue a ser.
Francisco Ramalho
Corroios, 28 de Outubro de 2018



Da UE só querem as vantagens...


...A concomitante disciplina só serve para atrapalhar as novas/velhas ideias que pretendem imprimir à sua genial governação.  Diz Macron, avisando Hungria, Polónia, Eslováquia e República Checa que pertencer à União Europeia implica assumir responsabilidades e valores; não é possível receber dinheiro do orçamento europeu sem mostrar solidariedade, por exemplo na política de migrações.

“Primeiro sorrimos e não damos importância porque é ridículo, depois começamos a habituar-nos à violência surda e simbolista e um dia acordamos e temos o fascismo”.

 -Palavras de Pierre Moscovici, Comissário Europeu dos Assuntos Económicos, a propósito do comportamento grosseiro do deputado italiano de extrema direita Angelo Ciocca, que pisou as notas que o Comissário tinha para falar do orçamento italiano.

Estas palavras do Comissário trouxeram-me à memória as do dramaturgo e poeta Bertolt Brecht, de que cito apenas a ideia, não literalmente:

“Primeiro vieram buscar o preto e eu, que não sou preto, não me importei; depois vieram buscar o cigano e também não me preocupei; a seguir vieram buscar o judeu e o problema continuava a não ser meu; até que, um dia, vieram buscar-me a mim também"...


Amândio G. Martins

sábado, 27 de outubro de 2018

Real news

                                             Maestro Victor Costa morreu na miséria

- Dá-nos a saber o Diário que se ergue na ilha de sonho, de que o Maestro João Victor Costa, autor do Hino da Madeira morreu em condições reprováveis e que merecem até uma manifestação contra quem o maltratou, pela ignorância a que o votou. Não conheci o mestre ilustre, mas adivinho o seu enorme prazer quando se dedicou a criar, nota a nota, sinal a sinal, com um sentimento maior que o mar que o envolvia, onde qualquer autarca ou governante, no Hino assim nascido, não teria lugar nem como filho da pauta. O maestro-autor, "herói do trabalho na montanha agreste", partiu após a obra deixada, na miséria, em que os homens com responsabilidades o foram sepultando, enquanto entoavam, nas cerimónias que os prestigiavam, o produto ou resultado do seu génio, nele se envaideciam, ergueram bandeira, e ao som dele tiraram foto e proveito, colhendo "os louros da vitória". Portugal, é de lés a lés, sempre aquele que estraga a escrita toda, no que respeita ao tratamento dos seus filhos que se notabilizam, com excepções, por vezes, mas só por vezes, e a alguns medíocres. O governo Regional da Madeira, neste cenário, segue o compasso que sobe à tribuna, mas que acaba por assentar no fosso na hora de actuar. É que, ao que parece, tarda a resolver o caso do legado musical do autor a quem nunca pagaram os seus direitos nessa qualidade, roubando-lhe deste jeito, anos de vida com mais dignidade, e pagando-lhe apenas com um palco de miséria em que viveu e morreu sem direito a busto numa qualquer praça, mesmo que murcha de flores. Governança deplorável. E já lá vão sete anos. Uma vida com ritmo de marcha fúnebre, que desfila por entre "um povo humilde, estóico e valente"!*

-*(pubcd hoje29.10in DN.madª)

Ensaiando novas ideias...


Há ideias que, podendo à primeira vista parecer idiotice, postas em prática revelam-se não o ser tanto assim. Alguém me contou ou li algures, não lembro agora quem nem onde, que havia um restaurante, com boa comida e serviço, onde as pessoas pediam o que lhes apetecesse e pagavam só o que achassem justo pela qualidade e quantidade que tivessem consumido; e a coisa, segundo o dono, não funcionava mal, porque se havia quem não pagasse o suficiente, esse “défice” era coberto pelos que pagavam bastante mais.

Outra ideia que poderá gerar um dos próximos Nobel de economia, que tem vindo a ser equacionada na parte mais próspera do mundo, é um salário base para toda a gente, independentemente de ter ou não ocupação produtiva; o alicerce desta ideia é que se as pessoas dispuserem de meios de subsistência razoáveis, isso vai elevar a sua autoestima,  melhorar a saúde e baixar a criminalidade, tornando-as pessoas válidas, o que será reflectido na economia dos países, já que quem tem dinheiro consome, de que resultam negócios prósperos, cujas contribuições para a fazenda pública compensariam o expendido  com aquele salário.

Já há cerca de 100 cidades no mundo com transportes públicos gratuitos, 57 delas na Europa; e os responsáveis destas cidades, que tiveram o arrojo da ideia, afirmam que os benefícios advindos da ausência voluntária de carros particulares nos centros urbanos torna as cidades mais limpas, humanizadas e prósperas, compensando bem o investimento público...


Amândio G. Martins



Que é isto, Brasil?


No preciso momento em que escrevo, tudo indica que Bolsonaro será eleito como o próximo Presidente do Brasil. Servindo-se do instrumento democrático por excelência que são as eleições, será que vai ocupar aquele cargo para aniquilar o regime que lhe permitiu a ascensão?

Os brasileiros terão posto para trás das costas a memória dos pesados anos da ditadura militar e, na mira de se livrarem da corrupção e da violência, vão eleger quem só dá indícios de as aumentar. Estou “ansioso” para ver como é que se vai conseguir legislar de forma impoluta numa Câmara de Deputados com a presença de mais de 30 partidos, no meio de uma desenfreada privatização das empresas públicas que ainda restam, num país em que a corrupção é doença visceral e crónica. Já no tocante à violência, um homem que considera que a tortura da ditadura foi mal-empregada (por ser preferível o fuzilamento), parece-me suficiente para prever que ela não só não vai ser erradicada como, ao contrário, será exponenciada. Aliás, já circulam pelo país listas de nomes a perseguir.

Bolsonaro, que invoca a sua qualidade de ex-militar, mas escamoteia a fama de bombista que levou o Conselho de Justificação Militar a declarar-lhe incompatibilidade para o oficialato e perda de posto e patente, que, em sete mandatos de deputado federal, durante 27 anos, esteve filiado em nove partidos, que recorreu ilicitamente a muitos dinheiros privados para pagar uma campanha eleitoral fraudulenta, que destila ódio com satisfação, não tem, não pode ter, as qualidades necessárias a um Presidente do Brasil. 

JN - 26.11.2018 - com algumas mutilações pelo meio e o título alterado para "Bolsonaro, salvador ou verdugo da democracia?".

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

MAS QUAIS "CONVERSAS A DOIS"?


O Presidente Cavaco Silva (CS) entendeu publicar um livro de memórias sobre as reuniões de trabalho havidas com os PMs que conheceu durante os seus mandatos como PR. Atitude louvável, muito habitual lá fora, mas aqui pouco habitual. Talvez por isso, o PM actual reagiu muito mal e criticou duramente "uma questão de sentido de Estado", salientou que as conversas com CS e outros PRs no presente e futuro serão sempre "conversas a dois e não com mais ninguém". Falou até num dever de lealdade. O presidente do PS chegou a falar em "atitude de devassa e "delação presidencial". Curiosa atitude, quando estes mesmos dirigentes durante os mandatos presidenciais de CS o atacaram muitas vezes de forma soez e o trataram como se fosse um atrasado mental. Que eu saiba, CS não colocou em causa segredos de Estado ou a Segurança Nacional. E sobretudo considero absolutamente inaceitável que reuniões de trabalho entre titulares de órgãos de soberania sejam consideradas "conversas a dois", isto é, conversas secretas. Se o fossem, isso diria pouco da transparência que deve pautar o exercício de cargos no Estado e o devido serviço público. Como é que se poderiam escrutinar os actos e decisões de políticos eleitos se, tal como numa maçonaria, nada se pudesse revelar sobre conversas e decisões que influenciam e condicionam a Economia Nacional, a Justiça e a Defesa Nacional, para referir só algumas mais importantes? Quem não deve não teme. Se CS foi impreciso ou faltou à verdade no que escreveu, é elementar dever dos políticos visados que o digam, proclamando a sua verdade. Se preferem esconder-se, sob o manto protector das "conversas a dois", isso diz bastante sobre o seu carácter, sobre o que consideram o interesse nacional e o serviço público que os políticos eleitos devem prosseguir.

Fake news

- Vejam bem como se distrai o pagode, adepto e crítico, do assunto que vai por aí e além mar. Agora a notícia que anima as redacções e os seguidores da banalidade, é captado pelas câmaras e pelas penas moles dos repórteres, e espalhada pelo mundo como se fosse pão para a boca. Um rapaz podre de dinheiro e para já com muita "fortuna", posto em causa pelas suas acções pouco dignificantes, e que vai a jogo na quinas só quando quer, deixa de ser o tema principal pelo que mais o incomoda e perturba, e à nação desportiva, desde Turim a Lisboa, após escala em Madrid. O que está na agenda para consumo e agitação, é a exibição das brilhantes jóias, que o artista faz reluzir no pulso, nas orelhas e no dedo suspeito da mão com que abre e fecha contratos perfumados. De repente, a conversa converge para o valor da bijuteria milionária, e atira para canto o processo que atrapalha um bom resultado ao soar o apito final. O cronómetro não pára mesmo com o lustro sensacionalista, que lhe é dado pelos média caseiros. O Tempo vai de nevada anunciada, embora se adivinhe dias de acalmia. Vivem-se tempos de difícil compreensão e aceitação, em que a identidade moral, o comportamento ético,  a valorização da justiça e da honra, são vencidos por meia dúzia de pedras decorativas e noticiadas, mas que não matam a fome a quem mais a sofre. Isto bem que merecia mais uma medalha, se ainda algum presidente a tiver de sobra para pregar no peito, do ilustre, em causa. A arrogância e o aproveitamento também devem ser notícia!

Um sujeito vulgaríssimo...


Nunca tive boa impressão do homem e causava-me certo espanto ouvir alguns dos seus admiradores de ocasião, que o eram apenas por acharem o máximo o grotesco espectáculo da detenção de suspeitos combinada com as televisões. Lembra-se que aquela rocambolesca cena da detenção do dito principal arguido no “processo Marquês” aconteceu quando o homem entrava no país, informado pelo advogado que iria ser chamado a prestar declarações no MP; coisa diferente seria se, tendo sido intimado a comparecer, estivesse a fugir para o estrangeiro.

Mas foi quando o famoso juíz aceitou expor-se na televisão – e ao que agora se vê, parece ter gostado – que fiquei esclarecido: o homem está longe do que deve ser um juíz a quem é atribuído tamanho poder; realmente, a imagem que nos transmite é a de um sujeito vulgaríssimo, sem a postura pública indispensável a tão relevante cargo.

Como escreve Paula Ferreira no JN, de um juíz espera-se que aplique a justiça. De um juíz estranha-se quando lança suspeitas sobre a justiça; e, de facto, foi o que o pretensamente rigoroso magistrado fez, em entrevista ao canal 1 da RTP.

Não afirmou que o sorteio de escolha do juíz do chamado “caso Marquês” tinha sido viciado – diz Paula Ferreira – apenas insinuou; e as insinuações, sendo sempre deploráveis, são-no ainda mais na boca de um juíz de direito.

“Carlos Alexandre, além de levantar reserva de confiança sobre um seu colega, lança sobretudo um anátema sobre o nosso sistema judicial; fez mais um favor aos que todos os dias cavam um pouco mais a já profunda cova da democracia”...


Amândio G. Martins

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Bolsonaro atenta contra tudo!

A candidatura de Jair Bolsonaro  tem o apoio das bancadas dos três bês: I) Da bíblia, através da religião evangélica que proclama: «a conciliação, a paz e o amor», mas é a favor dele, alimentando-lhe o discurso do medo e do ódio! II) Da bala, porque é favorável aos esquadrões armados e ao porte de arma por cada família. III) Do boi, que representa os interesses  dos
latifúndios da exploração da soja, pretendendo estes, se expandirem ainda mais pela via da
destruição da floresta da Amazónia adentro, o pulmão do Mundo!
   Fez carreira militar durante a ditadura, acusando a tropa de ter torturado muito e matado pouco(!). Afirmou que Fernando Henrique Cardoso devia ter sido fuzilado! Disse que Pinochet
devia ter matado mais gente. Ele e o seu candidato a vice-presidente, um ex-militar, querem uma revisão radical da Constituição Brasileira, restringindo o direito das liberdades cívicas, das mulheres, das minorias, da comunidade LGBT, dos índios e por aí fora.
   É este monstro, um atentado contra a mais elementar democracia, que se prepara para presidir ao Brasil, fazendo-o recuar até ao pior futuro.
   Pobre Brasil!

              Vítor Colaço Santos 

BRASIL, A TRAGÉDIA ANUNCIADA




O homem que ameaça de expulsão do país ou de prisão “ os marginais vermelhos”, leia-se, desde social-democratas a comunistas, o homem que diz que o ex presidente Lula irá apodrecer na prisão e que o candidato Fernando Addad lhe irá fazer companhia, o homem que afirma que vai ilegalizar todas as Organizações Não Governamentais (ONGS) “uma limpeza nunca vista no Brasil”, o homem que classifica o Movimento dos sem Terra como uma organização terrorista que terá de se submeter, o homem que ameaça fechar o jornal “Folha de São Paulo” porque denunciou grandes empresários que contribuíram com milhões para a sua campanha, o homem que preconiza “umas Forças Armadas mais ativas no futuro do Brasil”, quer dizer, a reprimir quem se lhe opuser, o homem que conta com o apoio de seitas religiosas fanáticas com a IURD, o homem que promete fechar a embaixada da Palestina e privilegiará em matéria de política externa Israel e os EUA, o homem que recusa qualquer debate com os outros candidatos nomeadamente com Addad, o homem que promete todas estas e outras barbaridades, poderá ser eleito para presidente do maior país da América do sul e um dos maiores do mundo.
Como se sabe, o Partido dos Trabalhadores quando no poder, não está isento de culpas e não esteve imune à corrupção que lá é ancestral e endémica, mas também fez coisas positivas. Tirou milhões de brasileiros da pobreza extrema e principalmente com Lula da Silva na presidência, o Brasil ganhou projeção mundial. Mas, qual a alternativa? O fascismo puro e duro? O fim da democracia e do Estado de Direito? É isso que a minoria privilegiada, Trump, e a extrema direita que levanta a cabeça um por pouco por todo o mundo, querem. E o povo Brasileiro? Quer que os seus compatriotas democratas e pessoas de bem, tenham que se exilar? Que sejam perseguidos, presos, torturados, mortos? Quer o fascismo? Veremos! Veremos se não estará iminente uma tragédia da dimensão da Guerra Civil Americana, ou do golpe fascista de Pinochet no Chile. Portanto, das maiores tragédias do continente americano. Esperemos que não!Estás nas mãos do povo irmão brasileiro.
Francisco Ramalho
Corroios, 25 de Outubro de 2018

O ressabiado


O ressabiado autor do texto ‘os caga rodelas’ não aprendeu a lição de ‘o velho, o rapaz e o burro’, pelo que, neste etéreo espaço, que deveria ser de são convívio, tem arrotado postas de mau conviver.
Que tome remédios para a sua mal cheirosa azia, ou então meta supositórios que o entupa para sempre.

José Amaral


O Brasil e as eleições de domingo, 28

Os brasileiros podem ter mil razões para estarem descontentes com a governação do PT de Lula e de Dilma, mas uma coisa é esse descontentamento, que até pode ser justificável, invocando casos de corrupção e/ou outras situações menos claras, que leve os brasileiros a alterar o seu sentido de voto, e a outra é o sentido do voto dos brasileiros nas eleições do próximo domingo.
Partindo do princípio de que no dia 28 só existem duas hipóteses, Haddad ou Bolsonaro, parece-me que o sentimento de traição está ainda muito presente no espírito do povo brasileiro, receio, ou tenho quase a certeza, de que, num futuro próximo, venha a existir o sentimento de culpa pelo facto de terem eleito um presidente que vai exercer as maiores atrocidades sobre o seu povo.
Mais ainda, de terem proporcionado a legalização de um regime, se não fascista, pelo menos, fascizante.
Termino, fazendo votos de que esteja totalmente enganado, mas na dúvida aqui fica expresso o que  penso perante aquilo que vejo.
Ainda estão a tempo de evitar a tragédia, mas tenho a certeza de que não o vão fazer: vão mesmo permitir que tudo siga o caminho natural para que a tragédia venha a ocorrer.

Os “caga rodelas”...


Há-de haver uns trinta anos, li no Expresso um trabalho de um jornalista da casa que tinha cumprido serviço militar na Guiné, descrevendo o aperto por que tinha passado quando o grupo que integrava caíu numa emboscada.

Alguns morreram logo ali, incluíndo o líder, outros ficaram gravemente feridos e os restantes tinham pouca esperança de saír vivos daquele inferno, tal a metralha que sobre eles chovia; até que o soldado António Ramos, um rapaz de Vila do Conde, se virou para eles e disse: “Eh! rapazes, não vamos deixar que estes gajos nos massacrem aqui sem dar luta, venham comigo”! “E quando os guerrilheiros já pensariam que nos tinham arrumado, conseguimos reunir um último esforço e pô-los em debandada”.

Com os elementos colhidos naquele artigo, a forma como era descrito António Ramos, a localidade  e a sua actividade profissional, “identifiquei-o” como um dos meus clientes em Vila do Conde; homem calmo, de conversa agradável, falávamos de assuntos de trabalho, naturalmente, mas vinham sempre à conversa os mais variados temas que estivessem na ordem do dia.

Conhecia-o havia já uns bons anos e  nunca soube sequer que tinha sido combatente em África; este senhor, que o jornalista descrevia como um dos muitos e verdadeiros heróis que a grande parte das pessoas nem imagina existirem realmente, cuja corajosa decisão num momento de terror colectivo lhe salvou a vida e a dos restantes camaradas, quando lhe referi o tal artigo, para ter a certeza se era mesmo ele, confirmou que, de facto, um amigo dos tempos da tropa, que era jornalista, o tinha procurado para saber como ia a  vida e dizer-lhe que ia contar no jornal o que juntos tinham vivido.

Ofereci-lhe a revista onde vinha o trabalho do ex-camarada, agradeceu e nunca mais se voltou a falar do assunto; a antítese desta postura são aqueles “heróis caga rodelas”- para usar uma expressão da minha avó Custódia Maria -  que não páram de cantar a sua “missão de soberania”, repetindo até à náusea os seus “feitos”e atirando-os constantemente à cara de todo o mundo, quando a única coisa realmente factual que poderiam contar é terem sido para lá levados e de lá trazidos, sem que tivessem deixado qualquer marca relevante ...

Penso que estes relatos terão cabimento na tertúlia de amigos que passaram pelo mesmo, nos almoços de convívio, se a coisa vier a propósito; ou então lá em casa, aos netos, que a restante família já deve estar cansada de tanto ouvir a mesma história; e nem com os netos deverão “abusar” porque, às tantas, já são eles a ir à frente do avô: “e depois viste uma cobra de cinquenta metros, que tentaste matar, mas despejaste o carregador e não lhe acertaste...


Amândio G. Martins


quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A corrupção no Brasil não começou com Lula nem acaba com Bolsonaro.

Trabalhei 14 anos com empresas Brasileiras,  dose dos quais antes de Lula, e nas reuniões falava-se abertamente deste problema.
Até os orçamentos contemplavam uma verba de 3% (no Brasil eram 10).
A diferença entre as duas candidaturas é que com o PT os juízes podem bem.
Com Bolsonaro já foram avisados.
O dilema dos brasileiros é escolher entre ser roubados ou ser fuzilados.

Quintino Silva