quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Domingues, missionário demissionário

No mais recente folhetim do romance “CGD”, António Domingues demitiu-se. Cheguei a pensar que queria esconder-nos dados de um fulgurante êxito empresarial que o tivesse levado ao enriquecimento (lícito, suponho) ou, quem sabe, a um não menos estrondoso falhanço na mesma área que, aliás, seria mau augúrio para quem ia liderar o maior negócio do Estado e, em vez de investir meios próprios, o iria fazer com dinheiros de nós todos. (Ponho fora de questão que ele não quereria que viessem a comparar essa declaração com a do final do mandato…). Afinal, enganei-me, ele acabou por entregar a famigerada “declaração”, e tudo não passou de uma birra, cara, é certo, porque o levou a desprezar um vencimento mensal muito superior aos dos mais altos representantes do País. Estará no seu direito, incontestável, mas algo, ainda, incomoda o meu intelecto: já não há vivalma que trabalhe por amor à causa, mesmo que ela seja o País, apesar de não faltar quem, em espírito missionário, insinue que passou a vida a “esfarrapar-se” pelo seu povo. Lérias… Qualquer um salva o País, desde que lhe paguem muito bem. Ganhar dinheiro (licitamente) é legítimo. O mal é esta ganância vulgarizada por quem entende que a acumulação de dinheiro é o fim último da existência humana. Podem esses ir para o Inferno, que o Diabo já lá está!

P.S.: Se, para além do que é público em todo este processo CGD, há outras coisas que eu desconheço, quererá alguém esclarecer-me?

Público - 30.11.2016 - truncado das partes sublinhadas.

O centralismo é o cancro da nação


O interior do país está em desertificação profunda por culpa dos ‘responsáveis’ que irresponsavelmente não governam o país como um todo, beneficiando deliberadamente o litoral e as suas elevadas mordomias.
E para cimentar o que já há muito tenho alertado, de que o interior poderia e deveria estar mais composto, com infraestruturas de decisão e de outras valências que fixariam as populações, deixo-vos com o seguinte título vindo no interior do jornal diário que leio assiduamente, no qual vinha encimado este curtíssimo texto: ‘Marão – Túnel vigiado a partir de Almada’, através do Centro de Controlo de Tráfego da Infraestruturas de Portugal.
E pergunto: E porquê? E por que não através de uma infraestrutura localizada em Vila Real?
Agora, com tantas plataformas informáticas, até o governo poderia estar instalado na Serra da Estrela e a AR ‘trabalhar’ na Serra do Marão, bem como o TC estar na Serra do Alvão!
Portanto, qual a razão de tudo, que burocraticamente faz mover Portugal, estar centralizado nos grandes centros urbanos, nomeadamente em Lisboa e no Porto?
JA

A DEMAGOGIA DA DIREITA E AS SOLUÇÕES PARA O PAÍS



A Direita já está arrependidíssima de ter denominado de geringonça a atual solução governativa. Porquê? Porque se desmente a si própria. Geringonça, significa coisa mal feita que se escangalha facilmente, engenhoca… Já fez um ano, e pelo vistos, está aí para lavar e durar. Ou seja, está aí para durar até ao fim da legislatura. Portanto, o governo do PS com apoio parlamentar do PCP, BE e Verdes não é a coisa ridícula e provisória que a Direita depreciativamente apelidou de geringonça. Aliás, as sondagens que, como soe dizer-se, têm o valor que têm, mas por tão esmagadoras que são, aí estão a confirmá-lo. A Direita exagerou e enganou-se. Redondamente. Mas também há exagero e injustiça da parte do eleitorado ao atribuir a parte de leão do mérito da governação ao PS. O PS sozinho nem sequer formava governo. E se o formasse,sem o apoio que tem na AR, não praticava a política que pratica e caía. E mais, se a solução encontrada não funciona ainda melhor, a culpa não é de quem apoia o Governo na AR, mas sim do PS. Por exemplo, o imbróglio altamente negativo da Caixa Geral de Depósito, PCP, BE e Verdes não foram vistos nem achados e criticam-no. Sobre o garrote que representa as condições de pagamento da dívida publica que só em juros engole à volta de 10 mil milhões de euros por ano, impedindo o investimento publico crucial ao desenvolvimento do país,se ele, o garrote ,não é aliviado, a culpa também é do PS que não cede à exigências dos seus parceiros na AR para renegociar as condições de pagamento, nomeadamente os juros.
Portanto, a solução justa para o país não é nem nunca foi a Direita, mas também não é o PS sozinho. Aliás, como sempre se constatou e constata. Evidentemente que não é fácil sairmos da difícil situação a que os sucessivos governos, nomeadamente o ultimo PSD/CDS, conduziram o país e com os condicionalismos impostos pela União Europeia. O PS deu agora um passo positivo. Tem que dar mais. As soluções para o país passam pelo reforço à esquerda do PS nomeadamente pelo do partido mais consequente e de longe, com maior implantação no mundo do trabalho, no movimento sindical, nos sectores vitais da vida nacional, o PCP.
Francisco Ramalho
Corroios, 28 de Novembro de 2016


1970 – UMA AVENTURA DO RATO MICKEY NA ILHA NA MADEIRA

Fotomontagem: Rato Michey sobre uma fotografia de Santana

Mickey Mouse (Rato Mickey), a mais famosa personagem do malogrado Walt Disney, não morreu com o seu criador. Em 1970, numa edição da casa Mandadori, é editada em Itália, uma aventura do Rato Mickey na ilha da Madeira, Topolino e jl colpo a Madeira (Rato Mickey e o golpe na Madeira), repleta das habituais perseguições, golpes audaciosos e surpresas de vária ordem que este herói da banda desenhada resolve com um sorriso no focinho. Com texto de Glan Glacomo Dalmasso e desenhos de Sergio Asteriri, esta banda desenhada tem a particularidade dos seus criadores confundirem a língua portuguesa com a castelhana, chamando à Senhora do Monte “Nuestra Señora”.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Um ano de Governo PS


A solução governamental encontrada por António Costa foi um braço de rio que entrou no
pântano do Bloco Central com o  acólito CDS, que nada de relevante trouxe, enquanto poder durante décadas, para trabalhadores, velhos reformados e jovens à procura do primeiro emprego. Registe-se em Costa, a flexibilidade democrática para  efectivar uma pioneira maioria parlamentar à esquerda, suporte do Governo PS.
   Vamos no segundo Orçamento do Estado aprovado sem rectificações… O actual é tímido e
exige reforço, mas a extremada direita austeritária deixou-nos um rasto de terra queimada nos
últimos 4 anos. A demolição e darwinismo social pararam e caso estes mandassem, seria o
descalabro total. O seu dogma: «Não há alternativa», com que nos asfixiou, foi reduzido a pó.
Há alternativa! Devolveu-se à carteira dos portugueses o que lhes tinham ignobilmente roubado, recuperaram-se abonos de família e as prestações sociais fazem caminho. Em sequência, o consumo interno reoxigenou-se, daí as empresas reavivarem o sector produtivo.
O aumento das exportações e o crescimento do PIB, serve para calar os diabos da desgraça interna e externa. O PS tem alguma sensibilidade social, daí o primeiro-ministro ter afirmado
que o Salário Mínimo Nacional deva ser objecto dum acordo de Concertação Social e “ir mais  longe do que os  557 euros em 2017”. Se for menos, nem se chega às migalhas.
   A Caixa Geral de Depósitos, como banco público, tem de mudar de caminho - já! Urge gestão
profissional com gente de serviço à causa pública e séria, capaz de responder aos acionistas, que somos todos nós e à economia que quer crescer.
   Só falta mudar o rumo dos milhares de milhões de euros, destinados a pagar os juros agiotas da troika, em detrimento dos legítimos interesses dos portugueses: melhor saúde e educação públicas; apoio efectivo às maioritárias PMEs; robustecer a Formação Profissional e proteger
a Cultura.
   Assim, Portugal entrará no bom caminho.

                                     artigo de opinião de Vítor Colaço Santos
   





A COMPLEXIDADE DA VIDA

A sociedade mercantil e os seus partidos não levam em conta a complexidade da vida, os sofrimentos, as depressões, as solidões, as necessidades não quantificáveis. Praticamente tudo se reduz ao técnico e ao económico. Segundo Edgar Morin, o saber é cada vez mais especializado, esotérico e anónimo, ou seja, apenas reservado aos peritos, aos especialistas. O cidadão perde o direito, ao conhecimento. Mesmo os debates políticos são cada vez mais levados a cabo por tecnocratas, por economistas. A sua linguagem torna-se incompreensível mesmo para os mais letrados. O civismo enfraquece fortemente, as pessoas refugiam-se na vida privada, reina a apatia e a democracia é uma miragem.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Terá chegado ao fim este folhetim?



O fastidioso e intragável folhetim, acerca da CGD e da anunciada demissão da sua administração, é que nos parece ser uma completa ‘disfuncionalidade cognitiva temporária’, que já vai/ia longe de mais.
Tal imbróglio não deixa ninguém incólume ao nível de todas as cúpulas de decisão.
Num Estado de Direito tudo deve ser submetido ao escrutínio legal das leis existentes, e não fazerem-se remendos para, à última hora, se legalizarem absurdos.
E parafraseando que ‘o algodão não engana’, não seria necessário tanta desfaçatez para se querer impôr tanta sujeira ao mesmo tempo.
JA

Edifício Sede CGD

Quando é que nos entregam as ‘chaves de Olivença’?



Os reis de Espanha foram recebidos com toda a ‘pompa e circunstância’ pelos representantes da Invicta e Sempre Leal Cidade do Porto e da Nação, respectivamente, Rui Moreira e Marcelo Rebelo de Sousa.
O edil do Porto entregou-lhes, em sessão nobre, as chaves da Cidade, numa anfitriã outorga para com tão ilustres visitantes.
Só gostaríamos que da parte dos reis de Espanha o mesmo fosse feito, entregando-nos as verdadeiras chaves da usurpada terra portuguesa que se chama OLIVENÇA, já que ninguém, OFICIALMENTE, reclama o que é seu.
Não sabemos qual o porquê de não se terminar com tal fadário, que já tem mais de dois séculos de existência, que é a não devolução à Pátria Lusa de parte do que dela foi amputada.
Já agora convém relembrar que foi OLIVENÇA uma das primeiras povoações a aclamar D. João IV como legítimo soberano, logo em 5/12/1640, identificando-se desde então com a divisa que lhe fora outorgada pelos Reis de Portugal: NOBRE, LEAL E NOTÁVEL VILA DE OLIVENÇA.
JA

Quando a hipocrisia não muda de cara

Não deixa de ser um pouco incompreensível que os partidos do anterior governo (PSD e CDS) não mudem os seus responsáveis e porta-vozes, mesmo que fosse para dizer a mesma coisa, na oposição destrambelhada e por vezes raivosa que fazem para desestabilizar o governo do PS, tentando esconder o seu passado recente, de austeridade para a maioria do povo, de aumento da pobreza e das desigualdades.

Depois de massacrados durante quatro anos, a maioria dos portugueses só se pode sentir com sensação de náuseas com a hipocrisia de Passos Coelho, Cristas, Maria Luís Albuquerque, Mota Soares, Montenegro, etc., quando dizem e defendem o contrário do que fizeram, como aconteceu na discussão do Orçamento de Estado para 2017.

No CDS, Portas deu a vaga a Cristas, mas esta não pode esconder a sua responsabilidade de ministra no governo do PSD/CDS e de ter aprovado as medidas de roubo de direitos, salários, pensões e prestações sociais. No PSD, apesar do aparecimento de algumas segundas linhas, a teimosia de Passos Coelho, cria frustração, nervosismo e desorientação, que vão enchendo um previsível rio de mudança.


Se a hipocrisia pagasse imposto, estaria descoberta mais uma fonte de receita adicional para as dificuldades orçamentais do governo PS.

CGD, ASSUNTO ENCERRADO!?



Esta verdadeira telenovela da CGD ainda vai continuar, apesar de os seus actores não terem conseguido desempenhar os seus papéis a preceito. Fosse numa qualquer TV nacional ou estrangeira, e haveria certamente despedimentos, ou pedidos de saída, face aos fiascos verificados. Como os actores pertencem a um governo "politicamente correcto" e da esquerda, tudo lhes será perdoado, e poderão desempenhar outras novelas nos mesmos papéis. Tal como noutros assuntos mal conduzidos, nos ministérios da Defesa (Colégio Militar), no dos Negócios Estrangeiros (filhos embaixador do Irão), Educação (falsas habilitações de adjuntos do Gabinete e demissão de Secretário Estado), este governo responde apenas às críticas da oposição afirmando que os assuntos estão "encerrados". Foi o ministro Santos Silva que inaugurou essa prática, prontamente imitado pelo PM Costa. No caso concreto da CGD, a equipa de administração foi totalmente da responsabilidade do governo, com quem combinou o que entendeu. Passando de largo pelo facto (controverso) de em pleno mandato da anterior administração, ter ido a Bruxelas a negociar uma recapitalização quando o "negociador" ainda era administrador do BPI, este terá sido posteriormente enganado quando lhe terá sido prometido que não teria de divulgar os seus património e rendimentos. Ora isso foi muito revelador da incompetência ou má-fé de quem lhe terá prometido o que se sabia ser manifestamente ilegal. É curioso constatar agora, que os tão (mal) falados vencimentos vultuosos dos administradores foram conseguidos por uma lei "ad hominem", tal como uma outra lei do mesmo tipo foi agora determinada pela AR no sentido de obrigar sem margem para qualquer dúvida a publicização dos rendimentos e património. E com esta última o presidente da CGD não aguentou mais. Estava no seu direito, no pressuposto de lhe terem faltado a um compromisso. E nós portugueses, contribuintes do OE e "accionistas" da CGD, estamos no direito de pedir responsabilidades e consequências a quem tão mal actuou.

domingo, 27 de novembro de 2016

A CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS NÃO É PARA PESSOAS SÉRIAS





Sr. António sabe que mais? Agradecemos. 

Aquilo era uma maçada. Uma trapalhada até. Não é para si. É para outros de rendimentos modestos. Ainda por cima a pedirem-lhe comprovativos de renda e electricidade, e coisas assim! Isso não é para si! O meu amigo não precisa de apresentar absolutamente nada, nem mesmo de se candidatar futuramente ao lugar do senhor Barroso, o que obviamente não vai fazer para não lhe causar embaraços!(não sei! Ponho esta hipótese aqui, em cima da mesa porque podia passar-lhe pela cabeça. Não faça isso homem, não se desgrace ainda mais!)

Continue na privada! É onde se está bem, sem aborrecimentos, nem desconfianças. Já não precisa de mostrar o seu recibo de gás, para lhe pagarem o vencimento.

Obrigado amigo Domingues, ou será amigo Dr. António Domingues, para ser mais credível!

O DIREITO A BRINCAR


Mais um tema muito interessante nas histórias da semana, trazido esta semana, dia 20 de Novembro de 2016, na revista Notícias Magazine, pela mão da Ana Pago. “A brincar é que os miúdos se entendem”. O direito das crianças está consagrado pelas Nações Unidas, mas nem sempre damos a melhor atenção a esta necessidade básica. Fala a autora daquelas crianças que podem brincar livremente em especial em países onde há paz, digo eu, e como afirma a autora, onde podem, e as que gostam sobretudo de sujar as mãos na terra do jardim. E, agora devemos olhar as outras e todas outras, aquelas que infelizmente não chegam a viver em países onde há paz, para poderem e, essas igualmente, que gostavam também elas de poderem fazer sopa para as bonecas com a terra do jardim, mas não podem. Mas que sopa, mas que bonecas? Nada, apenas fome e guerra e também essas poderem todas elas sem excepção, terem igualmente o direito a poder brincar livremente, e acima de tudo, sem fome, com saúde, e são milhares delas que nem sequer têm direito a um simples brinquedo de plástico, que seja. Mas como efectivamente podem essas crianças terem o direito a brincar, se nos seus países onde tiveram a infelicidade de terem nascido, vivem e sempre viveram em constante guerra? Para essas, infelizmente não há os mesmos direitos nem soluções a curto prazo o que está consagrado pelas Nações Unidas.

(Texto-opinião, publicado na edição Nrº. 1279 da revista Notícias Magazine de 27 de
 Novembro de 2016)

MÁRIO DA SILVA JESUS

sábado, 26 de novembro de 2016

Pós-verdade

O mundo está sempre em mudança, desde Camões que o sabemos. Já quase nada nos surpreende, mas, às vezes, contrariando Lavoisier, do nada parecem sair coisas novas. Por exemplo: a “pós-verdade”. Não é fácil definir o conceito e, rapidamente, podemos cair na conclusão de que o “pós-verdade” é o mesmo que… mentira. Óbvio: se fosse mesmo verdade, o que é que lá está a fazer o prefixo “pós”? Preferia que lhe dessem o nome de “pós-mentira” porque, afinal, não passa mesmo de uma mentira, embora deva ser tomada como uma verdade. Ou melhor, é uma mentira que não tem importância, não conta para nada. Parece que as redes sociais (sempre elas…) são useiras e vezeiras nestas artimanhas modernaças e, nos USA, até há mentirosos profissionais que exploram estas ferramentas e as introduzem nas campanhas eleitorais. De pouco vale, agora, que alguns se arrependam do voto que depositaram em Trump por pensarem que o Papa Francisco lhe tinha dado apoio. Afinal, era só uma “pós-verdade”. A propósito: por que é que a Melania Trump retirou do seu curriculum a licenciatura (que, ao que parece, não tem)? Era só outra “pós-verdade”, inofensiva e pequenina…

Expresso - 26.11.2016 - truncado das partes sublinhadas

É SEMPRE ASSIM COM OS GRANDES HOMENS




Estive hoje quase todo o dia numa reunião de autarcas do distrito de Setúbal (ANAFRE). Não sei como os media trataram a notícia… Fidel, não deixa ninguém indiferente. Há milhões que o admiram. Outros, que o odeiam. Muitos destes, por verem nele um inimigo do sistema que os privilegia, os outros, influenciados pelos primeiros que o odeiam. 

"A história me absolverá" disse ele um dia

Hoje o mundo acordou com a morte de Fidel Castro.
Depois de ter morrido e ressuscitado tantas vezes , desta vez é que foi e controverso como foi em vida, a sua morte suscita hoje as mais variadas reacções, umas de júbilo , outras de tristeza.
Para uns morreu o grande herói da revolução cubana; para outros morreu um estupor, ditador e malvado.
Para uns morreu o garante de um sistema de educação e saúde impar em Cuba, para outros o sinónimo de fome, miséria e pratos vazios na mesa.
Seja lá o que for e a história o julgará como herói ou vilão, numa coisa creio que estaremos quase todos de acordo. Esta noite morreu o último nome ainda vivo dos grandes protagonistas da Guerra Fria e o ultimo dos “ grande líderes” mundiais do seculo XX.
Acabaram-se a referências históricas e o mundo está agora recheado de líder menores, feitos a martelo que poderão nalguns casos causar grandes moças ao mundo , mas ainda assim lideres menores.
Cuba está de luto e o mundo alterna entre a euforia e o choque - é sempre assim com os líderes – ninguém fica indiferente e os que ficam, sinceramente dão-me pena, porque é da história dos povos que é feita a história do mundo.
Para o bem e para o mal, Fidel Castro foi um grande protagonista da história mundial e para memória futura fica o registo.
Líder controverso , mas líder carismático reconhecido mundialmente e com um invejável dom de oratória, é sua a frase - "A história me absolverá".
O futuro ditará como será lembrado dentro e fora de Cuba – por agora é cedo.

FIDEL

Hoje não quero mesmo saber de Ronaldos, nem de politiqueiros rasteiros, nem de capitalistas merdosos, nem de putas da tv. O Comandante Fidel Castro morreu. Fidel resistiu sempre ao capitalismo e ao imperialismo norte-americano. Com Che Guevara, derrubou Batista e fez a revolução cubana. Fidel foi sempre internacionalista, solidário com os explorados, com os povos do mundo. Fidel deu a vida pela Humanidade. Poucos houve como ele.

OS 67 ANOS DO JORNAL DESPORTIVO RECORD


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Pouco mais há a acrescentar, ao que tenho vindo a publicar acerca da história do Jornal Record, neste dia tão importante não só para o jornal, mas para todos aqueles que são os seus verdadeiros leitores deste jornal desportivo, e ser o facto marcante o de hoje, e o dever de ser acesa mais uma vela em cima do bolo e cantar os parabéns, por mais um ano de existência, pois, faz hoje precisamente 67 anos que foi publicado, mais propriamente no dia 26 de Novembro de 1949, o primeiro número do jornal diário desportivo RECORD. Que contundo no entanto passou entretanto por várias periodicidades, voltando a publicar-se novamente, com mais regularidade todos os dias, a partir de 1 de Março de 1995. 
Jornal dedicado a informar tudo o que se passa em redor do desporto em geral e que ao longo destes 67 anos, de uma já longa caminhada e já de um grande historial dedicado à informação do desporto, de uma forma séria, transparente, isenta e livre e que tem sido feito no decorrer destas quase sete décadas de existência, por profissionais competentes de todos os sectores do jornal, sendo de louvar que ao longo destes 67 anos de vida, todos eles têm dedicado com um grande trabalho em prol e ao serviço do desporto, e como tal, ter este jornal a grata felicidade  de ter sido sempre composto por um quadro de dedicados profissionais de grande competência que têm sabido com dedicação e trabalho levando até às bancas onde é vendido o Jornal RECORD, as grandes notícias, não só do desporto nacional como internacional. A todos os que trabalharam ao longo destes anos e que sempre souberem defender a “camisola” chamada RECORD, até aos actuais profissionais e como leitor tenho o dever de deixar aqui expresso e associar-me a mais este aniversário, o meu muito obrigado e os meus sinceros parabéns e que seja possível poderem, pelo menos chegarem aos 100 anos de existência, pois decerto que este “escriba”, já cá não estará para novamente poder de novo aplaudir com o mesmo entusiasmo e agradecer da mesma forma como estou a faze-lo hoje. 
E um dos principais culpados, de hoje estarmos aqui a comemorar este aniversário é o seu fundador, deste jornal, que foi o antigo atleta campeão de Crosse, do Fundo e Meio-fundo, que representou os dois maiores clubes de Portugal, quer o Sporting Clube de Portugal quer o Sport Lisboa e Benfica, de seu nome Manuel Dias, que  foi um grande atleta, maratonista olímpico, tendo representado as cores de Portugal nos Jogos Olímpicos de Berlim no ano de 1936, sendo igualmente campeão nacional da especialidade.
Nesta competição, também nos anos de 1930, alcançou um brilhante, 2º. Lugar na maratona de Londres.
Foi vendedor de jornais de profissão, de seu nome volto a repetir, Manuel Dias, nascido a 13 de Março de 1904, que foi posteriormente um dos fundadores do jornal RECORD, aproveitando o facto de ter ganho algum dinheiro na lotaria.

(Texto-opinião, publicado na edição online, secção "Escrevem os Leitores" do Jornal  RECORD de 26 de Novembro de 2016) 


MÁRIO DA SILVA JESUS


sexta-feira, 25 de novembro de 2016

I love my dog (Boo)

O músico Cat Stevens reinterpreta, neste final de 2016,  o tema «I love my dog» - 50 anos depois de o ter apresentado pela primeira vez aos 18 anos.
"I love my dog as much as I love you / But you may fade, my dog will always come through. / All he asks from me is the food to give him strength / All he ever needs is love and that he knows he'll get (...)."
A esta  notícia , acompanhada da respetiva (boa) música, que ouço na rádio nesta tarde de Black Friday, a dos descontos de 20% para cima - , associei uma outra,  vista na TV.
A protagonista era uma cadela Golden Retriever que passa muito do seu tempo no lar da Misericórdia da Murtosa. "Esta «voluntária» de quatro patas já ganhou o afeto dos utentes e funcionários, e está até a ser treinada para interagir em sessões de fisioterapia. A Boo ajuda a estimular sensações e emoções".
A meia dúzia de pessoas que se encontrava no mesmo Café ficou presa ao ecrã , encantada com aquele belo e bondoso animal que tem o poder de despertar sorrisos nos idosos daquele lar. Os idosos faziam festas ao animal que se deixava acarinhar ...
Pensei no bem que faz este animal , só por se deixar estar ali...
"Tu podes falhar-me" - canta Cat Stevens - "enquanto o meu cão é sempre fiel".
O Natal que não pode ser apenas de compras (com grandes descontos ou Black Christmas ) ... quem sabe nos voluntariamos para fazer uma visita ao lar de idosos mais próximo.

MULHERES

Parece que agora as mulheres me entendem melhor. Ontem, num café de Vila do Conde, a empregada começou a falar comigo e adivinhou a minha história. Diz que pertencemos à mesma tribo. Eis um episódio de bar digno de Henry Miller ou de Charles Bukowski. Não há dúvida de que nós, os renegados da vida, temos que nos unir contra esta farsa. Depois apareceu a Joana, com a sua espontaneidade, com a sua graça. Agora aguardo outra amiga no Candelabro. Enfim, as mulheres, certo tipo de mulheres, apreciam a minha companhia.

Orçamento de Estado, a Hidra

Em sua casa ou na associação local, sabemos em que consiste um orçamento. Partimos das receitas previsíveis, sejam ordenado ou quotas, e distribuímos essa receita pelas despesas previstas e desejadas. Um tanto para comida de gato, outro para tabuleiros de xadrez novos, assim em diante. Podemos até ter no nosso plano de atividades alguma tentativa de aumentar a receita, uma promoção ou bilhetes mais caros. O que não conseguimos é obrigar o patrão nem todos os adeptos a pagar mais - pelo menos eu não consigo. O Orçamento de Estado consegue essa proeza. O Orçamento de Estado funciona ao contrário de um orçamento normal. O Orçamento parte das despesas e define as receitas. Aumenta impostos, aumenta taxas, cria impostos. O contribuinte paga. Paga, e não bufa! A Lei, a Justiça, assim o obrigam. Não são apenas as grandes alterações, bebidas açucaradas ou IMI extra, não, altera as regras de importação do rapé!

Orçamento!?
(imagem por Andrew Jian
O Orçamento não só funciona ao contrário, como vai muito mais além. É um monstro mitológico com milhentas cabeças. Atente numa amostra. O Orçamento propõe-se mexer em tudo e mais alguma coisa! Altera a Lei do Trabalho em Funções Públicas. Altera Processo Penal, nas custas de processo de "vítimas dos crimes de escravidão, tráfico de pessoas e violação". Altera procedimentos administrativos em que o "membro do Governo responsável pela área da energia aprova o PDIRD, após parecer da ERSE e do operador do RNT e submissão a consulta pública e discussão na Assembleia da República, nos termos definidos em legislação complementar". Altera competências dos Municípios pois a "assembleia municipal pode [...] conceder isenções totais ou parciais, objetivas ou subjetivas, relativamente aos impostos e outros tributos próprios." Altera o Regime Complementar do Procedimento de Inspeção Tributária e Aduaneira. Altera a Lei Geral Tributária, tal que a "administração tributária pode, a requerimento do executado, isentá-lo da prestação de garantia nos casos de a sua prestação lhe causar prejuízo irreparável".

Temos até artigos que, de facto, não dizem nada, como "No âmbito da estratégia plurianual de combate à precariedade a definir pelo Governo e na sequência do levantamento dos instrumentos de contratação utilizados pelos serviços, organismos e entidades da Administração Pública e do setor empresarial do Estado, devem ser reforçados os mecanismos de controlo e fiscalização com vista à identificação de situações consideradas precárias e da sua progressiva eliminação, de acordo com os regimes legalmente aplicáveis", até boas intenções contam como Orçamento!

Bem vistas as coisas, dos duzentos e picos artigos do Orçamento, a quantidade deles que diz respeito a como distribuir a receita ronda o... zero! O problema não é deste Governo, é geral, vem de trás. O problema é desta democracia, que aproveita o Orçamento - que é importante haver um, concordamos todos - para pressionar a fazerem-se centenas de alterações legislativas num pacote com pouca coerência e menor visibilidade.

Uma democracia que assim funciona, pode melhorar.


Notas:
Pode ver a proposta de Orçamento de Estado, no sítio da Direção-Geral do Orçamento (dgo.pt).
Há um orçamento explicado, pelo governo, que podia ser uma boa idéia mas é mera campanha (oe2017.gov.pt)
Se umas poucas centenas de páginas do Orçamento lhe parecem muitas, então não quer mesmo nada ver a Conta Geral do Estado que tem cerca de uma dezena de milhar, e aparentemente nenhum resumo minimamente legível e fácil de encontrar (parlamento.pt)
Uma versão editada e reduzida deste texto foi enviado ao Público, que não posso comprar todos os dias, pelo que desde já agradeço a quem me faça chegar um alerta se o vir publicado

QUE A CONSCIÊNCIA SEJA MAIS FORTE QUE O MEDO

25 de Novembro - Dia Internacional contra a violência doméstica.

Mais de 450 mulheres foram assassinadas em Portugal nos últimos doze anos e 526 foram vítimas de tentativa de homicídio, a grande maioria por parte de homens com quem viviam uma relação de intimidade.

A APAV, recebe , em média 49 queixas de violência doméstica por mês.

Este número terrível dá-nos uma média de quase 40 mulheres assassinadas por ano (39,8).

Na maior parte dos casos (34,4%) o autor de crime é o cônjuge, em 15,3% o companheiro/a, em 13,1% o filho/a, em 8,8% o ex-companheiro e em 8,2% o pai ou a mãe.

Os lugares onde ocorrem os crimes são na grande maioria na casa comum (66,6%), mas também a residência da vítima (12,7%) e os lugares públicos (8,8%).

Revelo os dados disponíveis sobre a violência exercida sobre as mulheres, mas tenho consciência que o fenómeno da violência domestica exercida sobre homens tem vindo a aumentar no nosso país e no mundo.

A violência doméstica é um crime público em Portugal.

Temos, todos o dever de denunciar ou estaremos a ser cúmplices de algo hediondo.

Que a consciência seja mais forte que o medo.

É com orgulho e dor que ilustro esta pequena reflexão com um quadro do meu filho João que tem a particularidade de denunciar a violência doméstica sem evidenciar o género ( mulher ou homem ) do agredido - obrigada filho por não seres indiferente...


Ana Nicolau: um «engano» competente?


Em 17/11/2016, um tribunal colectivo condenou uma mulher (srª Ana Nicolau) a seis meses de pena de prisão (substituíveis por uma multa de 1440 euros) pela prática do crime de “perturbação do funcionamento de órgão constitucional” por, a 11 de Março de 2015, a partir das galerias da Assembleia da Republica, esta senhora ter pedido a demissão do primeiro-ministro (PM), sr. Pedro Passos Coelho.
Não obstante, então, se manifestar com mais cerca de quinze pessoas, a srª Ana Nicolau foi a única manifestante cujo processo chegou a julgamento, resultando na referida condenação.
Entretanto, segundo veio a público, mau grado a decisão de condenação, o sr. juiz terá afirmado que “o país precisa de cidadãos empenhados” como a srª Ana Nicolau.
É indiscutível a competência do sr. juiz nesta condenação.

Estamos no ‘top ten’ da dissipação colectiva


Nuno Melo, no seu tendencioso escrito semanal ‘Linhas Tortas’ no JN, com o título ‘Quem vier atrás que feche a porta’, veio lembrar-nos que a dívida portuguesa é a 5ª mais alta do planeta, com o novo recorde a chegar aos 133,1% do PIB. Bem, estamos no top ten de mal gastar à tripa forra, graças à má cultura e governação dos filhos da nação.
Depois, o dito arauto de bem viver à nossa custa como outros de igual quilate que tão bem têm espatifado Portugal, lembrou que o Estado, isto é, a bolsa dos contribuintes, ficou com a dívida da Carris de Lisboa, no ‘pequeníssimo’ montante de 813,2 milhões de euros, transferindo-a - a Carris - limpinha de dívidas à CM de Lisboa.
Perante estas suas afirmações, mesmo sendo verdadeiras, não são como ele afirma somente por culpa das governações do PS e consubstanciada no seu dito de que ‘enquanto houver dinheiro dos contribuintes o socialismo acontece’. Também são culpados todos aqueles que estiveram nas rédeas do poder desde Abril de 1974 e foram responsáveis por tudo que nos foi acontecendo no decorrer dos tempos, com culpas de todos aqueles que neles votaram ou não, abstendo-se.
Resumindo: não nos venha agora dizer que as ruínas danosas na Banca Portuguesa também eclodiram porque o ‘socialismo acontece enquanto houver dinheiro dos contribuintes’!


José Amaral

Dá-se-lhe um desconto

- Na página 54 do espesso JN desta sexta de baixa de preços, a crónica/estudo, também ela baixa mas intencional, sobre o tempo de desconto dado nos jogos em que entra o FCPorto, do Pinto-azul-e-branco, e do Nuno-filósofo-da treta, chegou à conclusão que o SLBenfica do Vieira-orelhudo, e do Rui-das-vitórias-light, é o clube da Liga caseira que mais beneficiado tem sido. E o cronista do rapa, tira e põe, não se interroga porque razão é o SLB com mais tempo de desconto extra. É que ele facilmente concluiria que quem defronta o Benfica, que tem a cor do diabo anunciado, atira-se mais para o relvado, simula lesões no cérebro, faz mais fitas, coça-se por todo o lado, para ver se o árbitro vai também ele na fita do impostor e actor rasca no desempenho da sua missão - jogar futebol. Mas o João que assina o estudo/estatística(!), tem outras intenções e não são pacíficas. Quer mandar mais achas para a fogueira como é costume fazerem, os simpatizantes dos Dragões que vestem frustração. O articulista do JN, devia procurar saber qual a razão para o FCP, jogar tão pouco, que até 90min. aborrecem pr´a burro, quanto mais com 6min. extra em média - tempo demasiado. Eu não daria tanto. Excepto quando joga contra o SLB, é que se ferra todo para levar os "lampiões" de vencida, à semelhança do que fazem as equipas pequenas que "empatam" quanto podem para chegarem ao fim do tempo regulamentar sem saírem derrotados do teatro de operações. A tentativa de quererem ganhar jogos através destas e demais pressões extras, que parecem inocentes e apenas trabalho jornalístico, não colhem entre os adeptos que apreciam futebol e escrita da boa e fina. O que não é o caso!

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

ENTREVISTA A ADONIS



Ali Ahmed Said Esmer, ativista político, e genial poeta e ensaísta sírio com dezenas de obras de poesia e ensaio publicadas em árabe e traduzidas em todo o mundo com o pseudónimo de Adonis. Duas delas, editadas em Portugal: a antologia poética O Arco- Íris do Instante (D.Quixote) e Violência e Islão (Porto Editora). Proposto várias vezes a prémio Nobel da literatura, esteve recentemente no nosso país e deu uma extraordinária entrevista a Ana Sousa Dias, publicada na edição de 15 de Novembro de 2016 do Diário de Notícias, da qual passo a transcrever alguns extratos.

Acredita no homem?

Continuo a acreditar no homem.

E isso é essencial?

As religiões, num sentido lato, inventaram um outro mundo e afastaram o mundo onde nós realmente vivemos. Fizeram dele um símbolo do mal, do pecado. Mas para mim o mundo mais belo que alguma vez existiu é a Terra. É isto, isto aqui. Veja como é belo. Nunca farei parte dos que dizem que tudo isto é falso e inventaram um outro mundo. Não posso aceitar isso. Mas não sou contra uma pessoa que acredita nisso. Não estou contra ela por acreditar nisso, é livre de fazê-lo, mas sou contra quando tenta impor-me aquilo em que acredita.

O que procura para pacificar a sua alma? Chamo-lhe alma como poderia chamar ser.

Este é um momento extraordinário. Escute as ondas: é poesia. O mar tenta abraçar a areia, as poeiras, tudo. É um ser aberto. Não há diferença entre a água e aquele pássaro, olhe para ele. E as rochas e as árvores que conseguem brotar das rochas. Esta unidade quase mística dentro da natureza é simbólica. É preciso que o homem veja e compreenda isso. Na vida política é o oposto: o homem é o lobo do homem, sempre. Porque é mobilizado pelo poder, pelo dinheiro. E as instituições da sociedade, em vez de desencorajá-lo, encoraja-o a isso. A vida é uma floresta, a vida quotidiana das sociedades. Todos estão contra todos.

Na sua tristeza, o que vê de positivo para o presente, para o futuro?

O amor e a poesia. O nosso céu, o nosso oceano, a nossa musicalidade. Escute o ruído das ondas, é música, é poesia.

E as mulheres?

As mulheres são o centro de tudo, porque são o centro do amor.

Perguntei isso por causa do papel da mulher no extremismo muçulmano.

No Islão, a mulher, falando com profundidade, não existe. É um nome, número, um meio, um utensílio para a vida. E não estou a falar no lado sexual. Mas no judaísmo e no cristianismo também. No Islão não existe praticamente, no judaísmo existe teoricamente. E não existe sequer em deus. Imagine um deus, criador que criou o homem macho à sua imagem. Não criou o masculino e o feminino. Criou o homem macho, não criou a mulher à sua imagem. É esse o deus do monoteísmo. O problema é com deus, não é com a religião. É preciso recusar esta visão divina. A mulher deve ser criada também à imagem de deus, não pode vir da costela do homem.. O que é isso?
Continua a escrever poesia?

Escrevo poesia para compreender melhor aquilo de que temos estado a falar, para me compreender melhor a mim mesmo, para compreender melhor a minha relação com o outro, para compreender melhor o outro. Para compreender melhor o mundo. É por isso que escrevo poesia. E se numa cultura inteira, a filosofia, a história, a antropologia, a sociologia, a ciência não tem mais nada a dizer sobre o homem, sobre a natureza, sobre o universo, resta em teoria a arte que tem sempre algo a dizer. E na prática o amor. Que também tem sempre algo a dizer.

Francisco Ramalho
Corroios, 24 de Novembro de 2016





Mais uma polémica – o folhetim CGD continua


Então, não é que o dito suprassumo líder da CGD, ainda como administrador do BPI, esteve numa reunião de alto nível na EU, acerca da discussão para a recapitalização da dita CGD? Foi o que a comunicação nos deu a conhecer.
Este mau episódio faz-me recuar ao tempo em que o então presidente do ‘apunhalado de morte’ BPA, num colóquio para banqueiros, a expensas do desaparecido banco, começou a arregimentar quadros da própria instituição a que presidia – por indicação política – para fundar logo de seguida o ‘seu banco’, do qual saiu – e seus comparsas – com uma reforma de sonho e de profundo pesadelo institucional.
Portanto, ‘como se pode servir dois senhores ao mesmo tempo’ e ao agrado de ambos?


José Amaral

Viva o Natal e o Amor Universal





Como é bonito o Natal e as luzinhas das cidades estão mesmo, mesmo a acender-se.

É bonito um Natal assim: com o perú e a sua pele estaladiça, o bacalhau e as couves biológicas, as fatias douradas com muita canela e açucar, os presentes, os embrulhos dos presentes, os presentes em si, os voucher de compras em lojas de centros comercial, e os meninos do mundo inteiro, isso é que é mesmo o mais bonito, de olhos postos no céu, milhões e milhões de olhos, mal-esperando a passagem do pai natal, conduzindo frenéticamente o trenó das renas voadoras, lançando dos ares os seus belos regalos.
Lançando supresas sobre Allepo, sobre Mossul, sobre o afeganistão ainda mais remoto, no coração ou nas franjas de África que banham o mar mediterâneo. Até mesmo em todo o mar mediterrâneo aonde elas navegam, as crianças, para visitarem parentes chegados que vivem nos países da Europa, que anseia pela sua visita.
O Natal é o único período do ano em que reina a paz sobre os homens. Não há muçulmanos radicais,cristãos da Opus Dei, judeus que asfixiam palestinos, palestinos que apedrejam judeus, ciganos, desorientados sexuais, tatuados, pessoas que se apresentam de forma excêntrica saídas da norma, que a norma somos nós!
Devia ser sempre Natal, mas não pode ser porque eu não tolero um ano inteiro muçulmanos, cristãos, judeus, palestinos,ciganos, desorientados, tatuados, excêntricos, não é por mim que sou a norma, é por eles que são diferentes!


Respigos lidos, vistos e ouvidos

1 - O sapiente governador do BdP lembrou-nos que os bancos não são como outra empresa qualquer: uma mercearia, uma peixaria, uma adega, etc.!
Melhor frase não sairia da boca do senhor de La Palice.
Para afirmações deste jaez, até um vulgar ‘colaborador’ a recibos verdes e a ganhar o ‘altíssimo’ salário mínimo nacional teria melhor definição acerca do que são actualmente os bancos, dizendo que ‘são galinhas de ovos de ouro para as cúpulas roubarem até mais não’.

2 – ‘Fãs dormem ao relento à espera de Justin Bieber’, o qual vai dar um concerto no Meo-Arena, em Lisboa’, era o aspado título jornalístico.
Enfim, o que não fariam estas/estes jovens para ajudar os seus familiares nos afazeres diários!!! Por exemplo, a mãe: - vai pôr a mesa? - Eu! Sou tua criada? Diz a filha.

3 – Passos Coelho, ministro da propaganda do governo sombra da oposição, não passa um dia sem verberar o actual executivo por tudo e mais alguma coisa, parecendo até que ele e seus muchachos nunca estiveram em tais poleiros, nos e dos quais fizeram os mais malcheirosos excrementos.
Vejam-se os engulhos sentidos por causa do pagamento adiantado de dois mil milhões de euros do empréstimo forçado que Portugal teve de solicitar!
De facto, esta ‘geringonça’ continua a surpreender os seus forçados padrinhos, e, contra ventos e marés, lá vai enfrentado todas as internas sabotagens.

José Amaral