terça-feira, 28 de novembro de 2023

O medo cria a marginalidade que cria o ódio que cria a revolta

JN 27.11.2023 O temor sempre presente relativamente àquilo que é diferente e a vontade obstinada de não integrar, antes isolando , estão a criar uma Europa xenófoba racista, populista. O medo do Islão, dos árabes, dos muçulmanos, tudo isto está a fazer com que a Europa se feche em concha , se encerre sobre si mesma, depois de ter sido colonizadora. O medo, hoje, é de ser colonizada pela religião , potencialmente pelo Islamismo, pelo diferente, por pessoas doutros Continentes mas que estão a fazer cá os trabalhos que os europeus, recusam fazer. Criar guetos para os “diferentes” faz criar excluídos que se auto-aglomeram e se isolam, e ganham força. E os tais “diferentes” estão cá, embora obrigados a viver em submundos, que podem ganhar força incontrolável e tornar-se , de facto, perigosos. E aí já será tarde para mudar de percurso. Assim, hoje, temos a Europa com imigrantes, diferentes de nós, na Religião, nas origens, na cor da pele e que são isolados, mas fortecidos, e enfurecidos-- como está visto ,este pavor aos islâmicos, aos africanos e a muitos outros, faz crescer em força os partidos de extrema-direita, o xenofobia, os totalitarismo, erc…...erc. Ou seja, nada de bom parece vir aí A. K. MAGALHÃES

Urgente contrariar os brutamontes de Israel

 

Como toda a gente que preza a dignidade humana e os valores humanitários, também Pedro Sánchez condenou o sanguinário Hamas pelo que fez em Israel naquele fatídico dia; todavia, tal como outra gente de relevo mundial, conhecedora das barbaridades que os palestinianos há tanto tempo vêm sofrendo por parte de Israel, deixou claro que os cidadãos da Palestina têm direito a manter-se em segurança na terra que lhes legaram os seus antepassados, não podendo ficar eternamente sujeitos às arbitrariedades do seu prepotente vizinho.

 

Como já tinha feito com Guterres, o grotesco governo israelita acusou o chefe do governo espanhol de conivência com os terroristas, atitude que a Direita espanhola dita moderada tem secundado, defendendo a “consagrada” hipocrisia nestas situações, e atacando a correcta tomada de posição de Sánchez em defesa da dignidade do povo da Palestina, dizendo que ninguém pode ir convidado à casa de um amigo para aí o insultar, como Sánchez fez da forma mais irresponsável, ao que o líder socialista replicou, num encontro com apoiantes, que o que disse na Palestina e no Egipto, nada tem a ver com ideologia, mas com humanidade...

 

Amândio G. Martins

Fartos de alternância, exigimos alternativas

Há anos demais, que os executivos em Portugal têm sido protagonizados pelo PS e PSD. Para os ditos de baixo o resultado está à vista: um vasto conjunto de iniquidades, grande parte delas, em nome das actuais e estafadas «contas certas», em prejuízo da melhoria das condições de vida da esmagadora maioria dos portugueses. Perfila-se, para as eleições que aí vêm, com os partidos do sistema a apelarem ao voto, só se lembrando de nós quando querem que os caucionemos, dizia que, as eleições, vão ser duras, agressivas, mal-dizentes e poucochinho construtivas... a alternância é mais do mesmo, mudam os nomes, mas as políticas não respondem aos marginalizados de sempre. Aqueles partidos, campeões da corrupção em Portugal, podem prometer sol na eira e chuva no nabal, que o nível de abstenção será o vencedor eleitoral. Se, no aparelho partidário do PS, dos três candidatos a secretário-geral, na prática, só dois é que podem lá chegar. Um, José Luís Carneiro, é tão socialista, que a sua filiação política mais bem inscrita seria no PSD(!). Aliás, disse-o, que seria muleta do PSD... caso este precisasse de viabilização para formar governo. O outro, Pedro Nuno Santos, com uma nódoa inqualificável pela trapalhada da TAP, e não só... não tem credibilidade. Estamos mal entregues a figurões sem categoria. O PSD, competente defensor dum capitalismo que gera pobreza, indigência e darwinismo social, tem no seu presidente, Luís Montenegro, um mãos largas... disse no congresso que iria contemplar pensões mínimas, com ganhos equiparados ao salário mínimo nacional. Seriam atingidos 2 milhões de pobres. Quando a esmola é farta, o pobre desconfia.... Afinal, deu o dito por não dito! Agora, é só para pouco mais do que 5% daquele número, sendo só para paupérrimos com complemento solidário para idosos... o descrédito é total! O PSD não conseguirá governar sozinho, precisará do partido anticonstitucional e de extrema-direita, Chega, e cá, adoptará aliança semelhante verificada nos Açores. Se PS e PSD não são farinha do mesmo saco imitam muito bem em bastas situações.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Indigência

 

A gente que tem governado o país nos últimos anos cometeu erros, mas não ignora que os cometeu, sabendo que, em grande parte por eles, não conseguiu cumprir o mandato para o que tinha todas as condições; todavia, o saldo que deixa é largamente positivo, o que até  permite ao putativo candidato a primeiro-ministro a promessa de gordos aumentos nas pensões e aproximar as mínimas dos mil euros, trocando o estafado discurso da bancarrota e deixando subliminarmente claro, porque nunca o explicitaria, um grande elogio à governação prestes a saír, que até lhe permite o luxo de poder oferecer “bacalhau a pataco”.

 

Não se pode esconder que há muita coisa que não está bem, mas ponho-me a pensar como estaríamos e no que diria essa gente que agora chama lixo a tudo o que foi feito, se tivesse governado na situação dos que agora saem, tendo atravessado uma pandemia que durou mais de dois anos e uma guerra que vai entrar no terceiro ano de destruição de um povo inteiro e com duros reflexos no nosso continente.

 

Do que li no JN acerca do que foi dito pelo líder e por altas figuras do partido inebriado pelo cheiro a poder, a que nem faltou a relíquia da velha múmia, aflige-me o baixíssimo nível de quem lidera aquele grémio, incapaz de dizer alguma coisa que faça pensar que tem alguma ideia do que seja governar, além do penacho; de facto, para lá do panfletário, nada dali parece poder vir que dê à gente alguma tranquilidade...

 

Amândio G. Martins

sábado, 25 de novembro de 2023

IUC depois do governo cair

Sábado.24.11.2023 IUC depois do governo cair O partido do Governo, supostamente, não ficou banido da corrida eleitoral. A aprovação do OE 2024 é conveniente para o país, ser aprovado. Até daria mais jeito ao partido que o elaborou, continuarmos em duodécimos do OE 2023 em 2024. O aumento do IUC para veículos antes de 2007 foi muito contestado, se não tivessem havido todas estas suposições e consequências, que atiraram o Governo abaixo, talvez , viesse a ser alterado ,na especialidade. Seria de suicídio e burrice , depois de toda a contestação, quem fez o OE2024 , não recuar no IUC. E de facto há uma necessidade de querer estas eleições antecipadas e injustificadas, de qualquer jeito, pelos que estão fora do poleiro há mais de oito anos – atacam , por recuar no IUC e por não se dar tudo o exigido por médicos e professores. Isto é desfazer a Democracia. Isto é , fazer recuar o país 50 anos. E vão conseguir AUGUSTO KÜTTNER

Incompreensível

 

Se compararmos o número de mulheres mortas violentamente no nosso país com igual situação no país vizinho, verificaremos que, em Portugal, a selvajaria é infinitamente pior; de facto, segundo a UMAR, desde o princípio do ano até ao momento, foram assassinadas na terra portuguesa vinte e cinco mulheres, enquanto em Espanha, no mesmo período, foram cinquenta e duas as que perderam a vida da mesma forma.

 

Tendo em conta a população dos dois países, com a espanhola mais de quatro vezes superior à nossa, a que acresce um número impressionante de gente flutuante e refugiados das mais diversas nacionalidades, fácil é constatar quão mais vergonhosa é a situação por cá; igual nos dois países parece ser a displicência com que são apreciados os avisos de perigo que as mulheres vão fazendo chegar às autoridades policiais e à justiça, que parece darem sempre ao agressor o benefício da dúvida, até que este acaba por concluír as repetidas ameaças...

 

Amândio G. Martins

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Regredindo

 

INEXORÁVEL

 

Meter as palavras certas num verso

Como assentar as pedras num muro

Também pode ser um trabalho duro

Se a mente não acompanha o processo.

 

Quando sentimos sinais de regresso

Confundindo o passado com futuro

Meio perdidos num buraco escuro

Torna-se impossível qualquer progresso.

 

Cada dia de vida é recompensa

Se alheios problemas a não põem tensa

Impedindo o merecido sossego;

 

Mas como acontece a quase todos

Muitos por quem não pouparam esforços

Não sentem por eles nenhum apego.

 

Amândio G. Martins

 

 

 

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

 MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA UM PRIMEIRO MINISTRO


No ponto em que vai esta “procissão” já vai é possível tirar algumas ilações. E a primeira é muito simples: o PM aplicou a si próprio um rigor demissionário que não quis infligir aos membros do seu governo que, por qualquer motivo, deixaram de ser impolutos aos olhos dos portugueses. E reparem que não digo oposição, porque essa faz o seu papel dramatizando tudo, às vezes de forma ridícula. Porque um PM pode pedir um certificado de registo criminal à entrada da porta do governo mas não está na sua mão controlar as asneiras que cada um faz depois. Mas pode atalha-las de forma rigorosa quando delas tem conhecimento. Até pode despedir um membro do governo impoluto por se ter revelado uma má escolha, qual é o drama? Porque os portugueses de bom senso preferem sempre a estabilidade parlamentar, que lhes foi inopinadamente tirada numa série de precipitações, tanto do PM como do PR, cujo legado, para além das “selfies”, será sem dúvida, o ter conseguido dissolver uma AR com uma maioria parlamentar unipartidária a meio da legislatura.

O guloso e o desejoso

 

Sou dos que valorizam a capacidade de cada um rir de si próprio, de não ser ele a encarecer os seus feitos, quando o que conseguiu, por merecedor de elogios que possa ser, não deixa de ser apenas o cumprimento daquilo a que estava obrigado por lhe terem dado as condições e acreditado nele para essa tarefa; daí que me pareça ridículo alguém que se lamenta de nunca ter recebido uma condecoração pública, ou tendo-a recebido, a ache pequena para a sua grandeza, querendo fazer crer que outros, por muito menos, ostentam o peito cheio de comendas e realçando a “falta” de quem está em dívida consigo.

 

E foi o que vi há pouco fazer um canoista de topo, com o que desceu uns bons degraus no meu conceito, não sendo impedimento para isso o facto de até ser meu conterrâneo, tanto mais que se trata de um rapaz com razoável instrução, tendo por isso obrigação de saber distinguir o que é ou não aceitável, e tendo sempre presente que, sendo uma “figura pública”, tem mais obrigação de controlar o que lhe sai pela boca, tanto mais importante quanto se sinta um vencedor; é verdade que matizou a exigência, acrescentando que o treinador também merecia ser condecorado, o que me fez recordar o que dizia a minha avó Custódia Maria, sempre que algum dos netos lhe pedia alguma coisa para um irmão ou primo, sabendo que, se satisfizesse o pedido, se via constrangida a dar a todos: “Pede o guloso para o desejoso”...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Estranha sintonia

 

Antecipando a vitória nas próximas eleições, os partidos da Direita, com a conveniente ajuda da Esqerda aventureira, andam empenhados em impedir o governo em funções de decidir o que tinha programado, querendo que fique o tempo que lhe resta a fazer “figura de corpo presente”; de facto, o que agora lhes importa é que tudo pare para, na certeza de que vão saír vitoriosos, se aproveitarem do trabalho feito e tomarem eles as decisões mais sonantes, como no caso do aeroporto, de que até adivinho a proclamação do papagaio do PSD: “Foi preciso chegar um governo do nosso partido para, finalmente, ser tomada a importante decisão de pôr em marcha a construção dum aeroporto que tanta falta faz para o nosso desenvolvimento”.

 

O mesmo tipo de gente, no país aqui ao lado, também tinha tanta certeza que iria assumir o poder que não tomou nenhumas cautelas, fazendo uma campanha escabrosa contra o Partido Socialista, chamando ao seu líder “Perro Sánchez” e “sanchismo” à sua governação, sequer lhes ocorrendo estar a usar os métodos de combate político do parceiro à sua direita, desmentindo o que sempre diziam ser, que eram o partido da moderação; mais uma vez afastados pela capacidade negociadora dos socialistas, que conseguiram para a investidura os apoios mais improváveis, Feijóo não esconde o rancor contra Sánchez, acusando de tudo quanto lhe vem à cebeça o socialista, que só por se mostrar normalmente sorridente sofre, diz o lider popular, de tiques de autoritarismo patológico, devendo ser submetido a um exame psiquiátrico, secundando o que há muito diz Abascal, quando vê Sánchez desfazer em cacos as suas acusações no Parlamento...

 

Amândio G. Martins

 

 

terça-feira, 21 de novembro de 2023

 HIPOCRISIA E LEI DA SELVA


A revolução técnico-científica tem feito maravilhas em todos os campos. Tem facilitado tanto a vida que, através da medicina, até a tem prolongado. Mas, por outro lado, a fome, a falta de água potável, de saneamento básico e a morte causada por doenças curáveis tem aumentado exponencialmente. Muitos milhões de seres humanos, vivem em condições absolutamente intoleráveis porque nunca houve tanta possibilidade de se produzirem alimentos.

Mas a sede de lucro das multinacionais, fala mais alto. E é essa sede de lucro que leva à degradação do ambiente e às alterações climáticas. Por exemplo, através de extensíssimas e cada vez mais numerosas explorações agrícolas intensivas.

Onde se tem avançado também imenso, é na indústria do armamento, da morte.

Onde não se tem avançado nada, até se tem regredido, é no humanismo. Nas relações entre as pessoas. Sobretudo, entre os povos representados por Estados.

Aí, impera a hipocrisia, a sede de domínio, a lei da selva.

Não precisamos repetir exemplos passados como o que deu origem às duas guerras mundiais, à do Vietname, Afeganistão, Jugoslávia, Iraque, Líbia, Síria. Basta analisarmos mesmo resumidamente a da Ucrânia e o que se passa na Palestina, sobretudo na Faixa de Gaza. Que, ao contrário da primeira, aquilo não é uma guerra. É mais um massacre, um genocídio, uma limpeza étnica que visa matar ou correr com aquele povo. E na Cisjordânia, através dos colonos israelitas.

Segundo as autoridades palestinianas, só nos primeiros 30 dias de bombardeamentos, as forças ocupantes que denominam pelo eufemismo de Forças de Defesa de Israel, lançaram contra a Faixa de Gaza à volta de 30 mil toneladas de bombas, 82 toneladas por quilómetro quadrado. 5O% dos edifícios foram danificados, 10% ficaram totalmente destruídos e dos 2,3 milhões de habitantes, 1,6 milhões (70%) foram obrigados a sair das suas casas. Depois foi a imensa vergonha do ataque a hospitais. Dos 10 mil mortos até então, 4000 eram crianças e 2550 mulheres.

Claro que todas as vítimas são condenáveis! Mas lembrar o que disse António Guterres: “o crime contra civis israelitas, não veio do nada”. Veio de 75 anos de ocupação, de mortes, de prisões, de humilhação. Os Hamas, formam-se assim.

Quanto à guerra na Ucrânia, lembrar só que a sua origem, esteve na recusa da vontade da população russófona do Donbass pelo direito à autodeterminação, afogada num banho de sangue e depois com a recusa dos Acordos de Minsk.

O conflito na Ucrânia e o genocídio na Palestina, contam com o apoio dos hipocritamente arvorados defensores da democracia e dos direitos humanos, os EUA, e com a submissa União Europeia, atrelada.

Ao vergonhoso genocídio de Gaza, Netanyahu, com as costas quentes pelos referidos aliados, continua a fazer ouvidos de mercador aos apelos do Secretário-Geral da ONU, das resoluções da sua Assembleia Geral, da Organização Mundial da Saúde, do Papa, dos milhões que se manifestam por todo o mundo. O que conta é a lei do mais forte. A lei da selva.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal "O SETUBALENSE"





Procurando a saída

 

MEDITANDO

 

Se não é com rimas ou dissonâncias

Que se pode levar água ao moinho

Mostrar ao que anda confuso um caminho

Dar ao desesperado esperanças...

 

Poder-se-á crer em tais circunstâncias

Que não se pode moldar um “destino”

Deixar lá bem atrás quanto é mesquinho

Para nada serve querer mudanças...

 

Mas se ao que andar aturdido se mostrar

Uma forma de poder aliviar

O peso que o traz sobrecarregado;

 

Irá ver que nem tudo é péssimo

Que pode deixar o analgésico

Olhando para o lado iluminado...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

 

O 25 de Novembro não foi a reposição do 25 de Abril

No estado em que nos encontramos politicamente, quase nada nos resta do 25 de Abril de 1974. Para muitos, mesmo muitos, esta sim!, foi a data mais gloriosa da nossa História pré-milenar. Diga-se: a situação política vigente tem tudo que ver com o golpe militar contra-revolucionário em 25 de Novembro de 1975. Esta é a data da fundação do regime actual. Corrupto, iníquo e socialmente desigual e injusto. Finalmente, a direita deixou de ter vergonha e comemorará o outonal 25 de Novembro. É significativo, que seja um evento festivo de toda a direita extremada e extrema-direita, do PPD/PSD, do CDS, IL e Chega, respectivamente. Contra-revolução é a matriz distintiva deste regime, por mais que aqueles partidos direitistas pretendam esconder os seus interesses, origens e pavonearem-se com as flores de Abril. Quando a partir de Novembro de 75, se proclamou a necessidade de «acabar com a bagunça» e «repor a normalidade democrática», o objectivo não foi criar uma situação de equilíbrio e equidade, ao invés, foi arrancar aos trabalhadores tudo o que tinham conquistado entre Abril de 74 e Novembro de 75. O 25 de Novembro de 1975 não foi a reposição do 25 de Abril de 1974, porque a diferença entre pobres e ricos é pornograficamente abissal, os negócios envoltos em tráfico de influências e corrupção banalizaram-se, implantou-se o trabalho precário e à peça(!), a falta de habitação e a insegurança social são realidades consolidadas. A cínica demagogia servida por novembristas demagogos, eivadas de promessas dum futuro radioso, não passaram de tentativas de venda da banha da cobra. No 25 de Abril de 1974, o Povo saiu à rua com esperança, alegria e liberdade. No 25 de Novembro de 1975, houve um silêncio sepulcral premonitório daquilo que nos esperava - o que nós tínhamos conquistado foi-se perdendo, metodicamente suprimido...

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

 CHORA POR TI ARGENTINA


A Argentina é um colosso. O segundo maior país da América Latina (45 milhões de habitantes) com imensas potencialidades na agricultura, criação de gado e minérios diversos. Mas um gigante acossado por uma inflação altíssima, enormes assimetrias sociais, elevados índices de desemprego, pobreza extrema. Fruto da descaracterização do peronismo, da corrupção, enfim, dos tradicionais males do centrão “social-democrata/democrata-cristão” tão conhecido também entre nós.

Portanto, um gigante num atoleiro.

Agora, o eleito vendedor de banha da cobra neofascista, o que propõe é a dissolução do Banco Central, a privatização de ministérios e de todo o Ensino, a liberalização da venda de armas e até o possível comércio de órgãos humanos. Além de outras soluções deste género. Ou seja, enterrar o país no referido atoleiro.

Para grandes males, grandes remédios, para bem do país das pampas, do tango, de Piazzolla, de Gardel, para bem da América Latina e do mundo, esperemos que também o seu povo, ainda mais acossado, se levante e encontre bem mais dignas e justas soluções.

Francisco Ramalho



"Ivenção da Esquerda"

 

A justiça social é uma invenção da Esquerda para castigar e expropriar quem está bem de vida, para o dar a quem nada tem porque nada quer fazer, disse há pouco tempo a presidente da espanhola comunidade de Madrid, e figura ruidosa do Partido Popular, Isabel Diaz Ayuso, justificando ter baixado os impostos às grandes fortunas, decisão que depois se reflectiu na falta de meios para apoiar a escola e saúde púbicas, com o que acusa o governo central, perante as manifestações de protesto, de lhe faltar com a contribuição a que tem direito; e estes disparates, que constam da cartilha de todos os ditos liberais, dos “nossos” também, são seguidos em todas as regiões onde o referido partido governa, porque os extremistas com quem se aliou para tirar o poder à Esquerda exigem para si as pastas mais sensíveis, como assistência social, educação, cultura e saúde.

 

Se por cá não tivermos isto presente, agora que se aproximam eleições e há o perigo de alianças desse tipo para formar governo, tamanha é a fome de mando dos promitentes “salvadores,” que há muito deixaram de se reivindicar de “social-democratas” para passarem a autodesignar-se de “centro-direita”, depressa sentiremos nas nossas vidas o efeito daquilo que pretendem levar a cabo na sociedade, bem patente nos factos acima apontados, que para os nossos “génios” não deixarão de ser um farol de boa governação, já que a originalidade nunca foi o seu forte...

 

Amândio G. Martins