domingo, 31 de agosto de 2014

MARCO FREITAS-MAIS OUTRO EXEMPLO DE ÊXITO DE UMA MODALIDADE AMADORA


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Marco Freitas conquista primeiro título no circuito mundial
Marco Freitas, nascido no Funchal a 8 de Abril de 1988, é um mesa-tenista português. Segundo a Federação Internacional de Ténis de Mesa, ele é o 13º. Melhor mesa-tenista do mundo e o melhor português da história.
O olímpico madeirense, acabou há poucas horas de hoje, de conquistar, aquele que  é o seu  primeiro título da carreira, numa etapa do circuito mundial de ténis-de-mesa, sendo como tal o seu primeiro título no circuito mundial, batendo na final do Open da República Checa, depois de vencer uma final emocionante diante do germânico Patrick Naum por 4-3; na cidade de Olomouc.
Mais um exemplo de uma atleta de uma modalidade amadora, que leva bem alto a bandeira portuguesa e a ser seguida por todos os desportistas mais propriamente os intérpretes, do "chuto da bola", que ganham milhões e não representam com dignidade os cores de Portugal.

Mário da Silva Jesus

'Sangue dos mártires cristãos clama por justiça'

 E se alguém nos dissesse que as portas do paraíso estavam à distância de um premir do gatilho de uma qualquer arma letal ou do gume de uma navalha?
Pois é, esta é a luta sem tréguas e gratuita que grupos fanatizados e altamente organizados estão a atingir mortalmente pessoas desprotegidas e que professam, ‘pecaminosamente’, outro credo.
Portanto, todos somos poucos para suster tão assustador movimento criminoso que grassa em vários pontos do globo, pelo que temos de cerrar fileiras para obstar que qualquer dia sejamos nós mesmos a cair nesse genocídio sem fim à vista, somente porque a ‘arma’ que temos à nossa inteira disposição é a imortal, dolorosa e redentora Cruz de Jesus Cristo, apesar de nada querermos de mal aqueles que selvaticamente usam a metralha para nos calar.
Nesse sentido, remetemo-vos para o artigo – ‘Sangue dos mártires cristãos clama por justiça’ – da autoria do bem-querido cónego Rui Osório, publicado no JN de 31/8, a páginas doze.


José Amaral/VNGaia ou Vila Seca Armamar, a capital da maçã de montanha, no Douro Vinhateiro

Merecemos?

Conforme o DN de 30/08/14, só nos últimos 2 meses, foram abatidos na região semidesértica do Namibe a sul de Angola, dois leões. Um deles, com apenas 7 anos. Segundo a organização protetora desta espécie, a Lion Desert, na vasta região, resta apenas cerca de uma centena. Nem as coleiras de localização por satélite os safa. Como se sabe, também rinocerontes, elefantes, ursos, focas, lobos, etc. são progressivamente dizimados pelo homem. Até quando? Para além de terem tanto direito de por cá andarem como nós, são indispensáveis ao equilíbrio dos ecossistemas. Da natureza. Portanto, até que nos autodestruamos? E somos nós a única espécie a quem o Criador deu a capacidade de pensar! Merecemos?

Francisco Ramalho
Corroios

Religiões, feriados, jejuns


Há muitos exemplos, com muitos séculos, que juntam a prática religiosa aos feriados. O povo trabalhava de sol a sol mesmo quando era “ajudado” pelos escravos e não tinha tempo para rezar. Então, o deus de serviço na religião que estava a ser professada, decretava paragens para ser cultuado. Era uma maneira dos povos retemperarem forças ou fazerem as suas próprias tarefas. Na religião católica, por exemplo, parava-se ao domingo para ir à Missa e nos feriados atribuídos aos vários santos e os responsáveis governamentais faziam gala em respeitarem estas paragens.
Infelizmente, os “eleitos” com poder em Portugal estão a matar os feriados e nem os religiosos lhe conseguem fazer frente. Um povo cansado não produz mais…
Temos depois os jejuns que também têm ligação aos festins e orgias alimentícias dos nossos antepassados. Para repor a harmonia entre o que o corpo pede e os distúrbios alimentares causados, foram as religiões decretando jejuns mais ou menos prolongados.

Agora com os cortes nos salários e pensões e o número de desempregados os portugueses fazem jejuns todos os dias. Um povo esfomeado só tem uma saída: sair e deixar o nosso Portugal despovoado. 

Seis gestores de topo de todos os males económicos ...

Seis gestores de topo de todos os males económicos, entre eles o fundador e ex-líder do BCP, tiveram sortes diferentes da decisão judicial que confirmou que todos eles prestaram informações falsas e muito incompletas ao BdP, para além de outros actos delituosos, como contabilidade falsificada.
Enquanto cinco deles foram condenados a pagar 2.820 milhões de euros e, coitadinhos deles, proibidos de trabalhar em bancos, o referenciado fundador e ex-líder do BCP foi salvo de pagar uma coima de um milhão de euros por prescrição da ilicitude.
Fico parvo com tanto tempo que a Justiça leva com tais presumíveis culpados e depois o tempo esgota-se para a aplicação da pena, defendendo-se, assim, que o crime compensa.
E mais aterrado fico e todos os concidadãos de bom senso ficam também, quando a alguns presumíveis infractores, até a camisa que trazem no corpo, a cega Justiça confisca.


José Amaral/VNGaia ou Vila Seca (Armamar), a capital da maçã de montanha, no Douro Vinhateiro

sábado, 30 de agosto de 2014

"Esse mundo existe neste mundo"



Releio Rayuela de Cortázar no mês em que se celebra o centenário do seu nascimento. Mas faço a segunda forma de leitura (aos saltos para a frente e para trás a começar no capítulo 73).
Levanto-me, não resisto a transcrever: 

"Digamos que o mundo é uma figura, há que lê-la. Por lê-la entenda-se criá-la. A quem é que interessa um dicionário pelo dicionário em si? Se é de alquimias, osmoses e misturas simples que Beatriz surge enfim nas margens do rio (...) Quão inútil a tarefa do homem, cabeleireiro de si mesmo, repetindo até à náusea o mesmo corte quinzenal, pondo a mesma mesa, refazendo as mesmas coisas, comprando o mesmo jornal, aplicando os mesmos princípios aos mesmos contextos. (...) Enquanto não tirarmos o chicote da história ao tempo, enquanto não acabarmos com o inchaço de tantos até, continuaremos a tomar a beleza como um fim, a paz como um desiderato, estaremos sempre do lado de cá da porta, onde a realidade nem sempre é má, onde um número considerável de pessoas encontra uma vida satisfatória, perfumes agradáveis, bons ordenados (...) e para quê inquietarmo-nos se o mundo é finito (...)? 

Ups! Não posso transcrever tudo... é muito e bom demais!
(Vejam, capítulo 71).

VILAMOURA, TURISMO SEM SONO???

Frequentador de Vilamoura desde há muito, lembro-me da proverbial agitação nocturna de várias discotecas, situadas fora do centro desta bonita marina. Este ano, pela primeira vez, uma discoteca/bar situada no centro da marina, realiza todas as noites uma despudorada poluição sonora. Existia já uma outra, no espaço de um hotel de cinco estrelas, também na marina, que vomitava barulho até ás 02:00 horas, mas com autorização legal. Mas agora, a 400 metros de distância, esta está a "vencer" neste concurso contra o sono dos outros. Registei (com ficheiro vídeo) o facto às 05.30 da manhã. Agora é caso para perguntar como é possível isto acontecer, impunemente, numa zona turística das mais belas e valiosas de Portugal. Uma dúzia de hotéis de 4 e 5 estrelas, alguns de conhecidas cadeias internacionais. Uns 6 campos de golfe de 18 buracos, dos mais belos do País e justamente reconhecidos a nível europeu e mundial até. E tudo isto soçobra perante a estupidez e arrogância de uma empresa de bar/discoteca, que impede que os outros consigam dormir. Pergunta-se: as autoridades estarão elas a dormir? Os dirigentes de hotéis na zona são incompetentes para proteger os seus próprios clientes? Ou o proprietário do bar/discoteca é alguém "intocável". Que me responda quem souber, o meu sono agradece muito.

O Governo e o Tribunal Constitucional.

O Governo e o Tribunal Constitucional
Desde que o governo tomou posse em 2011 já teve de enfrentar nove chumbos do TC, este antes de levar os Orçamentos à Assembleia da República e esta enviar para o Presidente da República por possível inconstitucionalidade e posterior consulta ao TC deveria fazer uma análise profunda do Orçamento e acautelar possíveis inconstitucionalidades. Quando um Orçamento ou parte é considerado inconstitucional são perdas de tempo preciosas que demora até que as novas Leis sejam aprovadas e aplicadas na prática.

Pagam os mesmos de sempre!

Pagam os mesmos de sempre!
Em virtude do Tribunal Constitucional ter chumbado o corte nos salários depois de 2015 e o corte de pensões devido a ser inconstitucional a contribuição de sustentabilidade, o objetivo do governo para ir buscar receitas parece ser o aumento do IVA, mais uma vez o governo vai aumentar a um imposto “cego”, que incide sobre todos os portugueses ricos e pobres da mesma maneira. Também será importante saber quais os bens ou serviços sobre que irão aumentar o IVA e quais as taxas a subir (a reduzida, a intermédia, a normal).


O Banco de Portugal, o filho de Durão Barroso e a Democracia

O Banco de Portugal, o filho de Durão Barroso e a Democracia
O filho de Durão Barroso, Luís Durão Barroso, foi contratado pelo Banco de Portugal para o Departamento de Supervisão Prudencial sem que tenha havido lugar a um concurso público. A regra na instituição é contratar por concurso salva situações de “comprovada e reconhecida competência profissional” que poderá ser contratado por convite do BP. Ora, o que se sabe do curriculum de Luís Durão Barroso é que este vez dois estágios de verão numa reconhecida sociedade de advogados. Nós sabemos que o verão são três meses, então isto significa que ele estagiou na tal sociedade de advogados seis meses, desde quando é que um estágio numa sociedade de advogados de seis meses pode ser considerado uma situação de “comprovada e reconhecida competência profissional”? Outro assunto que numa sociedade democrática deveria ser conhecido era o salário e os benefícios de Luís Durão Barroso no BP que é uma instituição pública, mas tal é segredo, será que estamos num país democrático? Ou a democracia é só para alguns Sr. Dr. Carlos Costa?

Ricardo Espirito Santo a queda de um Anjo

Ricardo Espírito Santo a queda de um Anjo (atualização)
Quem diria que o circunspeto e sempre distante banqueiro de todos os regimes iria acabar desta maneira. Com o andar da crise, os bancos perceberam que, na pior das hipóteses seriam todos eles salvos pelo Estado. Foi certamente o que então pensou o Grupo Espírito Santo e mais propriamente Ricardo Espírito Santo. Depois do caso do BPN em que o Estado interveio para salvar o banco e gastar somas elevadíssimas de todos nós, contribuintes do costume (cerca de 7 mil milhões de euros) aparece o BES em que as somas que serão necessárias para salvar o banco serão certamente muito mais elevadas que as do BPN e em que os contribuintes que pagariam seriam certamente os mesmos do costume. O governo terá que encontrar novas soluções e não realizar o modus operando do caso BPN. Os bancos sempre tiveram um apoio do governo diferente das empresas não financeiras, ainda que de dimensão muito elevada. Já se veio a saber que Ricardo Espírito Santo não tem qualquer imóvel em seu nome nem da sua esposa, por outro lado a família terá somas elevadíssimas na Ásia. Penso, que no final, a família ficará sempre bem: com bens, dinheiro e participações em diferentes partes do mundo em que o estado português não tendo acordos com esses países não poderá alcançar, ou nem saberá que existam.

EFEMÉRIDE-30 DE AGOSTO DE 1999, DATA IMPORTANTE PARA O POVO DE TIMOR-LESTE


Dia 30 de Agosto de 1999, faz hoje precisamente 15 anos, que a população de Timor-Leste vota a favor da independência, em referendo organizado pela ONU. A população de Timor-Leste vota a favor da independência face à Indonésia. Conhecida no passado como Timor Português, foi uma colónia portuguesa até 1975, altura em que se tornou independente, tendo sido invadido pela Indonésia três dias depois.
Permaneceu considerado oficialmente pelas Nações Unidas como território português por descolonizar até 1999. Foi porém, considerada pela Indonésia como a sua 27ª. província com o nome de Timor Timur. Mas finalmente em 30 de Agosto de 1999 cerca de 80% do povo timorense optou pela independência em referendo organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

As festas da minha aldeia






Agosto é o melhor mês do ano.

Gosto de todos, mas este, para mim, é o mais bonito dos nomes com que baptizámos as fatias do tempo.

Agosto é o mês dos campos posto em sossego, da família que nos visita, das festas em honra da nossa padroeira.

O Farrusco e eu andamos desvairados nos preparativos das festas da aldeia. O Farrusco é cão, mas é o meu familiar mais próximo. Os outros estão lá fora (porque raio se diz lá fora?), e é por essa razão que a comissão organizadora das festas da minha aldeia só tem dois elementos.

Não há mais habitantes, e com os fantasmas não se conta, que eles para mexerem um dedo, está quieto! Só estorvam.

É uma trabalheira doida, só uma pessoa e outra que é metade de pessoa, mas a vontade é muita e somos profissionais nos festejos, sentimentais portanto.

Este casario é mais um lugarejo acanhado do que uma aldeia, mas tem igreja e escola, o que é fundamental para a sua dignidade de aldeia, apesar de não terem uso.

Como somos poucos, o farrusco e eu – mas precavidos - antes de pôr mão na obra, discutimos longamente em sede de assembleia, a estratégia do alindamento dos exteriores, o alinhamento das cerimónias religiosas e a contratação dos artistas, tudo com tempo, haja necessidade de rectificativos de última hora antes da chegada dos convidados.

Decidiu-se que no que respeita aos confetis para engalanar a rua principal, eu penduro-os e o farrusco lambe a cola (tem andando com um olhar vago nos últimos dias, mas não deve ser nada!)

Quanto às roupinhas da santa, está tudo controlado. Ela não é de grandes exigências, pelo que vai com o manto rosa pálido das últimas vinte e três procissões. Não estamos em tempos de esbanjamentos. Limpinha e honrada, o povo aceita.

Como estamos parcos no orçamento, as despesas sempre maiores que as receitas - soubesse eu escrever números num papel e dava a volta à coisa, mas assim de cabeça é natural que falhe - este ano não temos banda para o bailarico.

Não há problema: o António dos CTT ajeita-se na concertina e faz o concerto de graça (nunca é de graça porque ele tem muitas securas e desforra-se na aguardente).

Tenho por aí um bode velho, é um cabrão de um bode – deus me perdoe – que está destinado às bifanas. Tivesse sido simpático que assistia aos festejos, assim vai fazer parte dos festejos fatiado no pão.

E acho que está tudo tratado. Estamos prontos para receber as nossas famílias.

Espero que venham a caminho.

O farrusco parece mais nervoso que eu (e ainda por cima com a língua colada no palato.

Tenho quatro foguetes guardados da última festa (vai para três anos), que estavam cheios de verdete, humidades acumuladas na loja de estarem ao lado das batatas. Pus ao sol ontem, pode ser que sequem.

Amanhã, quando os meus chegarem, vão ser recebidos a foguetório com o meu assistente a uivar, raio do cão, se fosse aos concursos, podia ter sido cantor!

Será que eles vêm?

Puta de vida esta, que os obrigou a partir!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O orçamento rectificativo

O orçamento rectificativo não passa de mais um péssimo acordo de ‘cavalheiros’ entre uma coligação governativa que não respeita nada, nem ninguém.
Fazem o que lhes apetece e o que melhor sirva os seus inconfessáveis desígnios, enquanto os portugueses, com o credo na boca e a mão nos poucos tostões que ainda têm, esperam milagrosamente que não haja mais aumentos de impostos.
Entretanto, o maior partido da oposição continua dividido a meio, numa discórdia fratricida da qual nada de bom se augura para pôr na rua aqueles que nos têm sugado até quase à última pinga de sangue.
Assim, o governo de todos os nossos descontentamentos só tem a oposição do TC, enquanto o principal garante da Constituição – que é o PR – pouco ou nada se esforça para nada dizer.
Assim, do mal, o menos, ‘não entra mosca, nem sai asneira’.
Finalmente, a dívida pública continua a subir de vento em popa, chegando aos 134% do esganado PIB.
Senhores da governação, continuem a viver à fartazana, que o povo já há muito virou pobretana.


José Amaral/VNGaia, ou Vila Seca (Armamar), a capital da maçã de montanha, no Douro Vinhateiro

Aqui em Oeiras

Minudências

Este Município de Oeiras não tem uma rede de transportes que sirva realmente as populações que vivem ou trabalham nesta zona. Nem se conhece que esteja a ser feito qualquer trabalho nesse sentido. Muitas respostas acabam com a informação que os transportes são das empresas que aqui actuam e pronto. Não será da responsabilidade do Executivo camarário encontrar forma de facilitar a vida dos moradores nas suas deslocações ou tudo se resolve em andar de carro próprio? Até algum apoio que fora encontrado em carreiras locais, acabou.  A zona ribeirinha é servida pelo comboio mas depois não há ligações interiores. Lembram-se da carreira 776? Foi a luta da população que a manteve na zona da Cruz-Quebrada/Dafundo que tanto ajuda quem mora nesta zona. E até o pouco que há de transportes não está devidamente divulgado aos utentes
Temos também a falta de acesso e estacionamento na praia de Paço de Arcos. O Passeio Marítimo foi feito: obra grandinha, mas o estacionamento continua caótico e perigoso todo o ano muito especialmente no Verão. Para quando uma solução?
Mas temos grandes obras e projectos para muitas outras grandiosidades. E o preço da sua manutenção? Quanto custa manter o Parque dos Poetas? Sim, o Parque dos Poetas! Não se pode desligar a água dos repuxos porque dentro em pouco os maquinismos ficariam estragados. Dizem que só para manter este espaço são gastos cerca de quatro milhões de Euros por ano.
E o preço do SATUO? Quantas pessoas o utilizam? Mas este equipamento tem de continuar a mover-se sozinho senão morre. A resposta é sempre a mesma: quando chegar ao Cacém… Mas há muitos anos que só vai até ali (?) ao Centro Comercial Oeiras Parque. Porque não se desmonta e vende aos bocados? Talvez rendesse algum dinheiro e se limpasse o ambiente deste fantasma que anda sozinho dia e noite só a gastar dinheiro.
O Município de Oeiras precisa, realmente e seriamente, ouvir as populações, local a local, e actuar na resolução dos problemas das suas Gentes. Parem! Oiçam as populações! E com a ajuda da sabedoria de quem vive o dia a dia dos vários lugares ajudem a resolver os pequenos grandes problemas de Oeiras.          

Publicado Jornal da Costa do Sol – Oeiras em 27-08-2014


GOSTO MUITO DAS TOURADAS





Dos moços de collants e jaquetas às flores, unidos a abraçarem o touro – alguns estão mesmo emocionados, encostam as suas cabeças e beijam-no.

Dos rapazes montados nas mulas quase tão espertas como os cavalos - aos pinotes e piruetas - eles com chapéus de plumas ao vento, e majestáticas camisas de seda com folhos brancos.

Dos paus com que eles brincam com os animais a fingir que espetam, mas não, embrulhadas ( as canas) em papelotes coloridos e com finos arpões de borracha – a fazer de metal - na ponta.

Dos outros rapazes, igualmente de collants a sacudirem freneticamente uma espécie de tapete a atirar para o rosa, em frente do touro.

Das filarmónicas que tocam músicas que entram no ouvido, fáceis de trautear.

Do senhor da corneta, sempre de luvas alvas (queimou as mãos quando entornou a panela de sopa de rabo de boi que estava a fazer), com uma gravata preta, apertada, em esforços de contenção das banhas do pescoço, ou do esforçado sopro no bocal da gaita.

E gosto especial e particularmente do sangue (há o sangue!) a jorrar da lombada do animal, sadio e muito, a apimentar em colorido vivo, a celebração da vida, da festa rija.

Vejo todos os toiros que aparecem na televisão de serviço público – e os toiros das outras também. Vejo-os eu e a minha Constança, de quatro anos (que ainda fecha os olhos, mas eu obrigo-a a ver) e o meu Salvador de sete, aficionados na tradição e nos valores da nossa cultura, que é essa a missão dos pais: transmitir humanidade aos filhos.

Gosto muito desse espectáculo, mas também gosto das lutas de cães, e não percebo porque a televisão do serviço público, não passa essa arte ancestral em horário nobre. Concordo que as fatiotas dos artistas não são tão exuberantes e o público que assiste das bancadas não atira propriamente flores para a arena, mas ainda assim tem o seu colorido.

E gosto das lutas de galos, dos homicídios em massa, das decapitações (que lindas que são as decapitações!).

E porque nenhum desses jogos tradicionais passam nos horários nobres (repito e insisto), a não ser em pequenos apontamentos de reportagem nos noticiários?

Estas tradições devem ser preservadas, porque elas são a nossa essência, a nossa marca. Sem tradições perdemos os valores que nos guiam e sem estes ficamos desnorteados, mais bestas e menos humanos.

Acho que devíamos fazer uma petição a favor dos pitbull na tv ( e aproveitando, das lutas de ursos acorrentados, descarnados das garras, contra uma matilha de cães raivosos).

Dou os “meus oito tostões” pelo folclore! Só uma boa luta na lama com raparigas desnudas, supera o meu prazer pelas touradas, e o meu Salvador acha o mesmo.

 A Constança, sai mais à mãe, acha-as sujas. Já não vive - aos quatro anos- sem a unha envernizada e a pele devidamente hidratada, com um bom creme de óleo de foca morta à traulitada (mas tem que ser à paulada, para serem apanhadas desprevenidas e não libertarem endorfinas, que deita cheiro na gordura e estraga os cremes).

Enfim lá chegará a sua hora da apreciar as coisas boas da vida, as soirées no Campo Pequeno, as arenas da Cova da Moura, as piscinas de lama da discoteca Babe, na Quinta da Marinha.

E nesses momentos de adulta recordar-se-á de seu velho pai, pensando: “o pai era o pilar, a fundação. Foi o pai que nos legou a cultura e os costumes antigos”.


O pai e a RTP, nos tempos em que  existia serviço público de televisão.



FÉRIAS NO "ESTRANGEIRO", MAS CÁ DENTRO???


Eu explico. Antigamente os serviços de turismo nacional promoviam, salvo erro, o "passe férias cá dentro". Ora eu, com alguns eurozitos que escaparam do esbulho do governo aos reformados, passei umas férias no "estrangeiro", mas no Algarve! É que existe um empreendimento turístico no Algarve (obviamente não poderei dizer qual) que tem normalmente uma ocupação de 5% de nacionais e o restante estrangeiros alemães. Como a ocupação ronda os 100%, todo o ano, só alguns empregados não quadros são portugueses. Geralmente (onde é que eu já vi isto?) na restauração, limpezas e outros serviços que os alemães não querem realizar pelos mesmos vencimentos. No resto, os donos, os directores e todos os quadros, são alemães. Só se fala e escreve em alemão nas instalações, misturado por um pouco de Inglês, aqui e acolá. Nada tenho apontar à excelente qualidade do serviço ou das instalações, sociais, desportivas e lúdicas, em grande diversidade e categoria. Como os trabalhos acabam por ser executados por portugueses, é caso para confirmar que os nossos compatriotas, quando dirigidos por estrangeiros, são dos melhores do mundo. Eu sou do tempo em que o regime anterior deixou criar uma certa desconfiança (para dizer o menos) em relação aos nossos vizinhos espanhóis. Agora, nesta "democracia", a desconfiança ou malquerença, está centrada nos nossos credores europeus, designadamente alemães. Ora o que eu vi nestas férias, é muito sintomático do que nos pode eventualmente esperar. Para amortizar a brutal dívida que ainda temos, vamos vender cada vez mais empresas, públicas e privadas. E Portugal vai funcionar muito "melhor", com patrões alemães e trabalhadores nacionais "bem" enquadrados e dirigidos. Já agora também, num esforço para uma melhor produtividade e eficácia (que o nosso governo tanto exorta), podia despachar-se a equipa governativa para Bruxelas (de que gostam tanto), e substituí-la por uma equipa alemã...

OBS. Este artigo foi publicado na edição do jornal Público de 28/8/14.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O que nasce torto...

A uma semana da entrada em vigor da reforma do mapa judiciário, todos os dias somos confrontados com notícias que nos dão conta da inexistência de instalações condignas nas capitais de distrito para receber tanta especialidade, estando já previstos avultados investimentos de requalificação, ampliação e construção de novas instalações. Até lá, vai-se remediando e remendando a situação à boa maneira portuguesa que, como todos sabemos, nunca é boa. Ou seja, à boa maneira portuguesa, a reforma vai nascer torta. Sendo certo que o que nasce torto...
Pergunta o leitor: mas se, em todos os distritos, vão ficar vazios tantos tribunais por que razão não podem esses edifícios ser aproveitados para instalar algumas das especialidades, evitando-se, por um lado, má despesa pública e, por outro, a concentração de serviços na mesma localidade? Por uma razão simples: porque os distritos devem reproduzir, em ponto pequeno, a macrocefalia do país, até para não dar más ideias ao povo.
Em todo o caso, nunca é demais sublinhar que os círculos judiciais ocupavam de forma equilibrada todo o território nacional, sendo a sua sede central em relação ao território do círculo, o que não acontece com os distritos. Além disso, funcionários judiciais e advogados organizaram a sua vida em função dos círculos judiciais, fazendo investimentos em habitação e escritórios que pesam nos seus orçamentos familiares. Ora, a nova revolução judiciária vai acrescentar encargos que não eram expectáveis a orçamentos familiares que já estão muito esticados. Isto só vem, aliás, reforçar aquilo que qualquer estrangeiro sabe: o Estado português nem é uma pessoa de bem, nem uma pessoa confiável. E só um louco é que investe num país que vai sendo redesenhado e pintado todos os dias, segundo as divagações, improvisações e alucinações de cada ministro.

UM BALDE DE ÀGUA GELADA...




A governação deste pais tem sido um espanto… A divida sobe 14 milhões por dia, atingiu em junho os 134 por cento do PIB. O peso da divida pública implica que cada cidadão deva “só” , mais de 22 mil euros. Na perspectiva de Maastricht  a dívida pública fixou-se em 223,3 mil milhões de euros no final de junho.  A meta do governo está cada vez mais distante. Acima das metas estabelecidas pelo governo de Passos Coelho. Mais, a agência financeira Fitch considera que o maior problema que Portugal enfrenta é a divida publica . Face ás decisões do tribunal constitucional , a partir de 2015 o governo em exercício, deverá ter de aumentar impostos para conter o aumento . Ainda o saldo das balanças corrente e de capital , voltou a ser negativo. Como se disse as metas do governo que apontavam para uma inversão do rumo das contas , prevendo que a divida caísse para 128 por cento, em 2015 e em 2018 para 117 por cento, foram postas seriamente em causa. As contas externas registaram um défice 39 milhões de euros,  o sector empresarial do Estado, registou prejuízos de 394 milhões de euros … Quanto aos apoios sociais, continuam a diminuir havendo menos pessoas , 45.349, a receber o prestação do rendimento mínimo. O número de idosos com direito a receber o complemento solidário , baixou , havendo agora 172 mil beneficiários , menos 209 do que em junho. Quanto ás crianças o número com direito ao abono aumentou, mas foram pagos a um número muito longe das que tinham direito…  A situação do pais continua insustentável , com o estoiro do BES , que se sabe como começou mas ainda se saberá como vai acabar, ainda ficou pior com mais cortes a ameaçar os portugueses… A actividade económica a abrandar , descida do consumo privado, concluiria o inefável  deputado Montenegro,que apesar desta situação e da  míséria , a fome, o agravamento da pobreza, surto greves, a criminalidade a aumentar, espiral de violência , diria numa visão clarividente, que Portugal está melhor… Tudo o que tem acontecido a esta governança tem sido  constantes  baldes de água gelada nas suas metas e perspectivas sistematicamente frustradas , na recuperação do pais e solução da divida. Com tantos “baldes de água gelada” lançados pelo Constitucional, o governo corre o risco de ter “hipotermia” ou ter de ficar em “coma induzido”… O povo em breve decidirá e fará o seu diagnóstico…

terça-feira, 26 de agosto de 2014

O dia tem muitos mundos!

Ainda a tempo de dar os parabéns a Julio Cortázar no dia do seu aniversário!
O centenário do seu nascimento vai ser celebrado em todo o mundo - leio com muita satisfação no PÚBLICO de hoje, 26 de agosto, exatamente o dia em que nasceu.
Cheguei à obra do argentino pela mão de outro escritor fantástico, o chileno Luis Sepúlveda. Em Uma História Suja, Sepúlveda escreve sobre os dois livros a que deve o que é, descobrindo neles “o mais infinito dos horizontes: o da criação literária”. Os livros a que se refere são Cem Anos de Solidão (de G.G.Márquez que nos deixou em abril deste ano) e Rayuela de Julio Cortázar.
Em agosto de 2008, encontrei este romance, editado pela Cavalo de Ferro que é dois livros num só (o leitor é convidado a escolher uma de duas possibilidades de leitura).
Depois de ler Rayuela apetece ir a Paris e percorrer as mesmas ruas e pontes e pátios por onde Maga e Horacio Oliveira caminhavam, se encontravam e se amavam. É um roteiro recheado de sugestões para se visitar de uma forma maravilhosa a cidade da luz e do amor!
 “Mas o amor, essa palavra…” ou  a passagem hilariante sobre os supositórios que estariam na moda, comparados a “pequenos obuses perfumados e aerodinâmicos, cor-de-rosa, verdes, brancos” ou “Tu és muito mais do que a tua inteligência” ou “A esperança pertence à vida, é a própria vida a defender-se”, etc., etc.
Depois de algo tão especial como Rayuela (ou O Jogo do Mundo), seguiu-se a leitura de A Volta ao Dia em 80 Mundos (é mesmo assim ) que mostra bem, logo no título, que Julio Cortázar leu o outro Júlio (Verne), pela mão de sua mãe : “Este dia tem então oitenta mundos: o número é para me entenderem e porque o meu homónimo gostava dele (…) ninguém pode saber quantos mundos existem no dia de um cronópio ou de um poeta, só os burocratas do espírito é que decidem que o seu dia se compõe de um número fixo de elementos (…)”.
Cortázar era um «cronópio», o Cronópio-Mor entre os amigos, como não se esqueceu de referir o jornalista Luís M. Queirós. Cronópio como tantos outros que Cortázar admirou na sua vida como Nijinsky, Picasso ou Louis Armstrong (o primeiro e o “enormíssimo”). Expressão que me foi muito difícil de compreender e me intrigou mais que tudo na leitura deste autor. Cortázar explica o que faz e não faz um cronópio («poeta» talvez seja um bom sinónimo) no capítulo «Louis, enormíssimo cronópio».
Não é fácil lê-lo. É bom demais e com uma cultura que não cabe no meu pequeno mundo!
Esperemos que o Ano Cortázar 2014 seja comemorado também em Portugal. Os leitores portugueses também merecem conhecer este nome grande da Literatura.

Eu escolho os homens

Gostaria de conversar com os deuses. Trocar imprecisões, as minhas com as deles, num fim de tarde num miradouro simpático de Lisboa.

Confidências mesmo, partilhar em cumplicidade pequenos segredos pessoais do dia a dia.  Eu arriscaria algumas vezes – poucas – um conselho, eles na sua experiência de deuses, e com o domínio que têm do tempo – eterno no seu caso - deixariam cair uma ou outra pista, para eu emendar a mão aqui e alí de algumas decisões (minhas) nem sempre felizes.

Sendo humano tenho sempre a desculpa de falhar, e também de aprender. 

É claro que no final (desse encontro numa esplanada) cada um pagaria a sua conta. Só assim vamos para casa descansados.

Eu tenho fins de dia mal conseguidos, em que me encaixaria facilmente num ombro amigo. Infelizmente – ou não – nenhum deus habita na minha cabeça, nem no coração – a morada que dei para me enviarem as cartas de amor.

Sobrevivo a essa ausência - muito decentemente diga-se - porque os meus níveis de felicidade e espiritualidade são preenchidos com os homens, as criaturas, algumas auroras e lusco-fuscos, e todas as coisas que fazem o desenho deste magnífico universo, e dos outros, que ainda não vi, mas estão nos meus planos visitar um dia.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Fixem bem esta data - 24/8/2014!

Portugueses! Fixem bem esta data – 24/8/2014 –, em que o PM afirmou nos telejornais que existe um buraco nas contas do estado – por culpa do malandreco TC –, mas que não disse que iria aumentar os impostos, como o IVA para 24%, como o palrador Marques Mendes o havia afirmado.
Mas, afinal, porque existe um buraco de 500 M de euros nas contas públicas, se ainda há dias houve dinheiro fresco para tapar o abissal desfalque do BES?
Os buracos governamentais só são provocados pelos ‘açambarcadores’ dos reformados e pensionistas e por outros ‘desvios’ sociais. Mas, enfiar catadupas de milhares de milhões nos ladrões topo de gama da Banca, nos obscuros negócios das ppp, em fundações que só servem minorias, isso são somente trocos.
Deixem-se de balelas pensando que todos somos uns tolos, que não sabemos que somos sugados até mais não.
Deixem-se de mordomias para manterem amigos do peito, enquanto a malta já não tem peito para aguentar tanta apunhalada seguida. Haja decoro e bom senso.


José Amaral/VNGaia ou Vila Seca (Armamar), capital da maçã de montanha, no Douro Vinhateiro

Apenas uma flôr







Só seremos felizes quando a cada criança faltar apenas uma flôr. 



À PORTO SANTO LINE




Tive o privilégio de este ano ter tido umas pequenas férias, coisa que não acontecia há alguns anos. Fui com a minha família, mulher, tendo levado o meu neto Pedro de 13 anos, tendo oferecido a este a oportunidade de pela primeira vez ter visitado e conhecido as lindíssimas ilhas do Porto Santo e Madeira. Privilégio, esse, que não é muito normal nos dias que correm, não estando, como tal ao alcance infelizmente da maioria dos portugueses, face aos tempos de enorme crise que todos nós atravessamos e tão conturbados dias, devido à grave crise económica que muitos portugueses estão a atravessar.
Foi, como confesso no início desta opinião, um enorme privilégio que tive, de ter tido a oportunidade, para tão agradável e inesquecível visita que fizemos ao
outro lado do Oceano Atlântico e poder usufruir da tranquilidade naqueles ilhas perdidas neste imenso Atlântico de águas límpidas e azuis.
                                              
                                                             *****
Entretanto no troço que efectuamos, no dia 18/08, para a nossa deslocação ao Funchal, optámos por efectuar a viagem no ferry Lobo Marinho, o novo “orgulho madeirense”, com capacidade para cerca de 1150 passageiros, que liga a Ponta de São Lourenço (Porto Santo) e o porto do Funchal.
Durante a viagem, notei que o número de passageiros era superior ao número de lugares sentados disponíveis naquele ferry, (não sei se é normal ou somente pura ignorância da minha parte), e que alguns dos passageiros efectuaram aquela viagem de 2h e 30mnts., de pé e outros inclusive, deitados no chão, penso contudo que não estarei a cometer qualquer “gaffe”, nesta minha observação.
Outro pormenor de grande importância e que a Porto Santo Line, terá de levar em conta e rectificar a curto espaço de tempo, revendo a situação e levar um pouco mais a sério é a situação quanto das chegadas do Lobo Marinho ao porto do Funchal, em especial no que toca ao desembaraço das bagagens dos passageiros, pois aglomeram-se no lugar de “despejo” da referida bagagem centenas de pessoas, não tendo verificado que houvesse funcionários que controlassem e orientassem os passageiros na procura dos seus pretensos, provocando no local um autentico caos, ficando à sorte o destino das citadas bagagens. Porque não há o devido controlo das bagagens dos passageiros, pois, com a confusão ali instalada, pode muito perfeitamente acontecer extravio ou mesmo roubos das bagagens. Outro aspecto que reparei, que no local e especialmente na chegada do ferry que chega ao porto do Funchal, por volta das 22h30 mnts., a zona é pouco iluminada.
Espero que efectivamente a Porto  Santo Line, leve em conta estas considerações.


(Texto-opinião publicado na edição nrº. 45283 do Diário de Notícias da Madeira de 25 de  Agosto de 2014)


Mário da Silva Jesus