terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FELIZ ANO NOVO


Poderá parecer uma utopia ou uma provocação no tempo em que vivemos, mas são estes os votos sinceros de quem deseja um melhor Ano Novo para todos nós, portugueses. Numa época em que tanto se fala de paz, harmonia, felicidade, solidariedade, amor ao próximo, gostaria que esses valores imperassem na sociedade e, malgrado as ordens vindas da “troika”, se traduzissem em acções e planos concretos para 2014. Assim desejo vivamente que o governo se empenhe em aumentar o salário mínimo nacional dos trabalhadores; não corte salários e pensões dos funcionários públicos; não contribua para um mau serviço na saúde, educação e cultura através de cortes orçamentais nestes sectores; não favoreça a sangria catastrófica da população através da emigração de tantos jovens e deixe de lado medidas que podem pôr em causa a democracia e soberania portuguesas. Um FELIZ ANO NOVO.
Maria José Boaventura

Energia Universal

Energia Universal Já há muitos séculos que os místicos (Mestre Mikao Usui, Mestre Chujiro Hayashi, Mestre Dang, …) e actualmente os próprios cientistas falam da “Energia Universal”. Esta é uma energia que vem de um determinado ponto do Universo e chega ao planeta Terra. Sendo assim o homem está continuamente a receber “Energia Universal”. Saber viver a vida de modo a termos o tempo diário devidamente repartido: 8 horas para dormir, 8 horas para trabalhar e 8 horas para comer, conversar e actividades lúdicas. A “Energia Universal” que passa e penetra no nosso corpo (através dos Chakras principais que são sete e estão distribuídos ao longo do corpo entre o chakra da base ou raiz e o chakra da coroa no cimo da cabeça), mantém um equilíbrio entre as nossas energias, mas se passarmos a dormir, por exemplo: 4 horas, durante um período longo de tempo as energias que o corpo recebe e as que cria não compensam as que perde, vindo mais tarde a ter problemas de saúde, como esgotamentos mentais, etc. São doenças não só físicas e mentais, mas por vezes também espirituais. É quando o físico, o mental e o espiritual estão mais debilitados que nós atraímos energias negativas. Se pensarmos em certos empregos actuais, por exemplo, das grandes superfícies, e nas horas seguidas de trabalho que obrigam, podem ser a médio e longo prazo fontes de doenças pelos desequilíbrios energéticos que originam.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Há falar e falar...

"Há sons que acalmam e sons que excitam (...). Cada palavra, cada som, provoca uma mudança no mundo. Nenhum som é neutro. A língua falada é, então, uma forma física de tocar no outro. A língua não é, pois, apenas um modo de passar uma mensagem ou um conteúdo. Falar é uma forma de tocar afectivamente no outro. (...) num país distante, (...) escutar, subitamente, a nossa língua transmite a sensação de que estamos salvos."

Gonçalo M. Tavares
(DN, 29-12-2013)


E, às vezes, falar e mesmo não falar são formas de agredir...

Chegar ao poema


Os rios recebem, no seu percurso, pedaços de pau,
folhas secas, penas de urubu
e demais trambolhos.
Seria como o percurso de uma palavra antes de
chegar ao poema.
As palavras, na viagem para o poema, recebem
nossas torpezas, nossas demências, nossas vaidades.
E demais escorralhas.
As palavras se sujam de nós na viagem.
Mas desembarcam no poema escorreitas: como que
filtradas.
E livres das tripas do nosso espírito.
 
                                                                    
Conheci este fantástico poema do brasileiro Manoel de Barros (1916) através de Gonçalo M. Tavares (DN, 29-12-2013)

Criança de 3 anos abandonada pela mãe

Alertados pelo choro incessante de Leo, um menino de três anos, os vizinhos chamaram a Polícia. A criança foi encontrada quase nua, sozinha em casa. Está entregue aos serviços sociais. (JN, 30-12-2013)
Sem comentários...

domingo, 29 de dezembro de 2013

«E porquê Zeinal Bava?»


Muitos Parabéns pelo 149º aniversário do DN!!
João Marcelino cedeu o seu «lugar» a Zeinal Bava por um dia nesta edição comemorativa. Um pouco surpreendida pela escolha do diretor convidado, interessei-me, contudo, pelo Editorial assinado pelo presidente executivo da OI e da «sua» PT.
Os temas que Bava quis propor para reflexão foram:  a importância da educação - que deve ser um investimento do país - e a  informação.  A primeira é a revolução mais importante em que, segundo ele, todos temos um papel a desempenhar. A questão é «como aprendemos e como ensinamos». Nada de novo é ter dito que «a educação é o futuro e investir na educação é investir no futuro do País.«
Não concordo com Bava quando este diz que é preciso «virar a sala de aula ao contrário e centrar o ensino em cada aluno (…)». Há muito que o aluno é o centro do processo. E «virar a sala de aula ao contrário» o que significa concretamente, sr. Engenheiro?
Já quanto ao tema da informação, concordo plenamente: somos cidadãos digitais e a informação tem que ser vista como «matéria-prima». Quando bem utilizada «transforma-se num potencial de desenvolvimento individual e coletivo como nunca assistimos na história da humanidade».
E por falar em história… penso na história da relação entre jornais e leitores em Portugal! O leitor de há quase 150 anos nunca na vida podia imaginar que algures no futuro, no final do séc. XX/ início do séc. XXI, os leitores pudessem digitar uma carta num aparelho fantástico como um PC e,  num segundo,  fazer chegar «a sua voz» à redação do DN, a quilómetros de distância do ponto onde quer que ele se encontre!! Fantástico!
(Já agora: foi opção do diretor por um dia, não se manter o habitualíssimo espaço para as cartas do Leitor? Não foi bonito. Em dia de aniversário convidamos os amigos e não há amigo mais próximo que o leitor que escreve em resposta, em reação ao que o jornal comunica.)
Zeinal Bava termina muito bem a sua «carta»: temos muitos motivos, como nação, para a confiança e é «tempo de todos nós acreditarmos que a melhor maneira de antecipar – e de não temer – o fututo é inventá-lo».
Suponho que a frase por demais inspiradora de Alvin Toffler que encabeça lindamente esta edição terá sido escolhida pelo próprio multimilionário e tomá-la-ei como um lema para 2014: “O futuro é construído pelas nossas decisões diárias (inconstantes e mutáveis), e cada evento influencia todos os outros”.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Os 149 anos do Diário de Notícias



No próximo domingo dia 29 de Dezembro o Diário de Notícias comemora 149 anos de vida, por “culpa” de dois homens muito ligados às letras, que neste dia e no ano de 1864, fundaram este jornal, foram eles José Eduardo Coelho que nasceu em Coimbra em 23 de Abril de 1835, tendo vindo a falecer na mesma cidade dos estudantes, em 14 de Maio de 1889, tendo sido então o primeiro director deste jornal até à sua morte. O outro foi Tomás Quintino Antunes, cujo objectivo da direcção era explicado (e passo a citar, o seguinte, retirado há alguns anos de uma publicação a que tive acesso) …”que o jornal visava um único fim. Interessar a todas as classes e ser acessível a todas as bolsas e compreensível a todas as inteligências…”, objectivo este que este o jornal tem vindo a seguir e a cumprir na íntegra ao longo dos anos que sou leitor, há perto de uns 48 anos, onde tenho vindo a aprender desde de menino e moço, logo após ter aprendido a juntar as primeiras letras e a saber ler, até aos dias de hoje, somente com um interregno aquando da minha presença em Angola, no cumprimento do serviço militar obrigatório.
É um jornal da minha preferência e referência, pela sua total independência e total isenção e de fácil leitura e grafismo, onde todos os dias procuro as boas e más notícias, que correm o País e o mundo. Assim espero continuar a deliciar-me com as opiniões de jornalistas sérios e autênticos profissionais.
Como leitor-escritor de cartas, (e, obrigado por me darem oportunidade de dar as minhas opiniões), desejo as maiores felicidades para todos aqueles que trabalham nessa casa. Desejo e espero como leitor, continuar a ter um jornal independente, isento, livre e defensor dos direitos e de transmitir a verdade a todos os cidadãos, com honestidade de homens da cultura, como são e que fazem parte do quadro desse jornal, e que tornam possível a saída deste jornal. Que continuem a dar “Voz aos cidadãos” na vossa página de opinião-cartas.

Mário da Silva Jesus


Enquanto não morro

Foi um prazer, Gonçalo. Quer dizer, Gonçalo M. Tavares!
Hoje, no Ípsilon (PÚBLICO), podemos usufruir de uma bela entrevista dada pelo escritor à jornalista Isabel Lucas. Nem só de literatura vive um escritor... este homem também é um filósofo.
"Ao responder à pergunta «o que é que faço enquanto não morro» dirijo a energia para o que acho essencial e não me disperse. (...) o que é que podemos fazer enquanto estamos aqui. A questão é também responsabilizarmos os dias. O dia é a medida humana. Quando se alarga essa energia para mês, ano, a energia vai-se diluindo. Um dia é decisivo".
Isto não tem também uma leitura política?
Obrigada, Gonçalo.

O 'pai' do planeamento familiar e o 'rei mago' que nos mirrou.


Gostaria de compartilhar com todos dois acontecimentos que me entristeceram, cada qual à sua maneira.

Assim, infortunadamente, tivemos a desdita de saber que o prestimoso e digno senhor doutor Albino Aroso encetou a última etapa da sua vida terrena, deixando-nos como tendo sido o pioneiro e o ‘pai’ do planeamento familiar há cerca de quarenta anos.

Soubessem outros portugueses, com o Governo à cabeça, planear melhor os desígnios da nação e, agora, não estaríamos à mercê de tantos falhados planos que, em vez de nos fazer progredir, só nos têm feito regredir a cada dia que passa.

 

Também foi notícia sabermos que Vítor Gaspar, o ‘rei mago’ que tanta mirra aspergiu sobre todos nós, vai agora ser premiado, com mais três comparsas de economia, a meter a mão no ouro do BdP, incensado pelo actual Governo e pelo senhor PR pelos bons serviços prestados aos sugadores credores que têm enterrado Portugal.

 

José Amaral

 

O Natal já não existe (?)

Eis uma frase que inspira a uma reflexão ...
Depois de arrumar a cozinha após o jantar, sentei-me para ler o PÚBLICO (27 dez). Vasco Pulido Valente escreveu sobre o Natal. Nem parece dele escrever sobre esta época... claro que há uma referência a figuras políticas (os presidentes da Câmara do Porto e Lisboa ).
A frase a que me refiro é esta: "excepto nas lojas, e mesmo nessas melancolicamente, o Natal já não existe."
Para Vasco Pulido Valente este Natal de 2013 "foi um Natal muito feliz", uma noite que se resumiu a jantar com a mulher, começar a ler um livro ("num silêncio caloroso e apaziguante") e a telefonar ou a receber telefonemas dos amigos.
Penso numa outra frase que anda na boca de toda a gente: "O Natal é sempre que um homem quiser"...
Desconfio que há um outro sentido neste texto de VPV: o facto de não sermos pessoas esclarecidas ou percebermos «coisas» como o próprio ritual do Natal. Mas há «coisas» que não podem ser explicadas... Antes vividas e sentidas e, sobretudo, procuradas!

PÚBLICO, 31-12-2103

5ª Dimensão (física)

5ªDimensão (Física) Muitas vezes houvesse falar que o planeta Terra é um planeta a três dimensões: comprimento, largura e altura? E o factor tempo? Então é um planeta a quatro dimensões: comprimento, largura, altura e tempo? E se nós consideramos vários tempos? Isto é espaço (comprimento, largura, altura) mais tempo e se o estendêssemos? Teremos várias histórias do Universo. Então o Universo existe em várias camadas (cada uma é um universo), essa é a quinta dimensão. Note que, na verdade, cada uma dessas dimensões é uma reprodução infinita das demais. Veja-se a seguinte progressão: Ponto => linha recta => espaço plano => espaço plano com tempo (ou seja, 1,2,3,4 dimensões). Qual seria a 5ª dimensão? Se percebeu que o plano é uma recta estendida e que a recta é um ponto estendido, então o que acontece se eu estender a nossa realidade (espaço plano com tempo) teremos várias histórias do Universo. Então o Universo existe em várias camadas são a 5ª dimensão. Outro exemplo: se tivermos um bolo redondo e o partimos num número incalculável de fatias cada fatia é uma história do universo em diferentes tempos, ou será, que cada fatia é um universo e teremos vários universos distintos?

Crianças Indigo

Crianças Índigo As crianças Índigo são terrestres como os seus pais, só que chegam com outras tarefas: a nível espiritual de impulsionar mudanças na humanidade, sociedades mais justas, verdadeiras e transparentes, na base do amor, na inter – ajuda e respeito. Têm grande poder intuitivo, telepatia, previsão do futuro, e até reconhecem a presença de seres etéricos. O cérebro das crianças Índigo permite utilizar simultaneamente as potencialidades do hemisfério direito e do hemisfério esquerdo, elas conseguem utilizar o plano racional e intelectual, juntamente com capacidades espaciais, intuitivas, criativas e espirituais. Estas crianças começaram a aparecer em maior número cerca de 70% a 80% das crianças que nasciam a partir dos anos 80 do século passado. Actualmente representam cerca de 90% das crianças que nascem. Poderemos considerar, seguindo a metodologia de André Louro de Almeida, quatro tipos diferentes de Crianças Índigo: Humanistas: gostam de trabalhar com as pessoas, conversam o tempo inteiro e fazem amizades com facilidade. Distraem-se com muita facilidade. Conceptuais: gostam de trabalhar em projectos mais do que com as pessoas. São crianças fisicamente fortes, que gostam de controlar as pessoas. Artistas: são muito intuitivos e normalmente são fisicamente mais pequenos. Estão mais ligados às artes, são criativos e conseguem brincar com várias coisas ao mesmo tempo, mais tarde escolhem a área em que querem trabalhar. Interdimensionais: Em termos físicos é o maior dos Índigos, eles fazem tudo sozinhos e trarão novas espiritualidades para a Terra. Por vezes gostam de ser valentes devido às suas dimensões.

Matéria é Energia

Matéria é Energia Segundo uma expressão de Einstein: “Somos seres-energia densificados à matéria”. As partículas sub-atómicas: como o electrão, o isospin, o spin, a paridade, os lépyons, os mésons, os básions, o fotón, os quarks, etc. circulam livremente pelo cosmos e pela superfície terrestre em volta do núcleo do átomo, mas existe um dado mecanismo em que essa velocidade abranda e se transformam em matéria é o caso da constituição do corpo físico humano, dos animais, dos vegetais, dos minerais, etc. O estado fundamental da matéria é a constante agitação, movimentação. A física moderna representa a matéria não como inerte e passiva, mas num estado de contínuo movimento vibratório. Não existe estrutura estática na natureza. Existe estabilidade no equilíbrio dinâmico. A descoberta mais relevante para o nosso tema é a de que a matéria é energia. O átomo se constitui de vastas regiões de espaço onde minúsculas partículas se movimentam ao redor do núcleo. Só que estas partículas não são partículas, são feixes de energia. Dependendo do modo como se as observa, elas se apresentam ora como partículas, ora como ondas. Esta compreensão está de acordo com os ensinamentos milenares da cultura oriental que entende o TAO (O Caminho) como o processo da vida num contínuo fluxo e mudança. Todos os fenómenos naturais são manifestações de uma contínua oscilação entre dois pólos opostos e complementares, Yin e Yang. Para eles a ordem natural também é a do equilíbrio dinâmico.

Casa da Música – 23.Dez.2013 – 21H00. Sala Suggia

Muito agradável a 23.Dez.2013 pelas 21H00 e durante duas horas termos podido ouvir/ver/sentir a Orquestra Barroca Casa da Música na Sala Suggia.

Foi-nos apresentada a Oratória de Natal (2ª parte) onde o principal instrumento musical, foi o primeiro, ou seja: A Voz Humana, talvez com mais acentuação no feminino, claro, acompanhada de violinos! Sala cheia!

E, duas horas que nos fizeram “ali estar , sem em mais pensar”, vivendo a Música pela Música,  até pelo tempo, com referências ao Natal. Tempo de vivências!

Muito agradável, parabéns à Casa da Música.

 

 

Augusto Küttner de Magalhães

 

27.12.2013

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Novo tipo de vendedores de "Rifas"



"Ao que este País chegou, é verdade, senão vejamos. A partir do próximo dia 1 de Janeiro, a Autoridade Tributária (AT), na “ausência" de querer controlar com mais eficácia (?), os contribuintes no combate à fraude e evasão fiscal, (não devia primeiramente controlar melhor e prender todos aqueles, que eles sabem quem são, e que desviaram milhões ao povo português e obriga-los a devolverem esses milhões, e que se encontram estavelmente a viver numa boa como nada lhes tivesse acontecido?), vai assim passar a ser “rifeiro”, estando a desenvolver um programa informático que permite a atribuir um número a cada factura emitida, sorteando para o efeito, como prémios, desde de electrodomésticos passando por carros e não sei se mesmo irão dar outros prémios como por exemplo entradas gratuitas para o Jardim Zoológicos, para visitarmos a família dos inventores da ideia.
A Autoridade Tributária (AT), vai assim passar a ser um tipo de “rifeiro”, género daqueles tipos que nós encontramos e estão implementado há décadas e que encontramos frequentemente nas tascas dos nossos bairros e que fazem concorrência à Santa Casa da Misericórdia, (claro com melhores prémios), mas que são ilegais por lei.
Então este novo sistema que a Autoridade Tributária (AT) quer implementar não será igualmente ilegal e não irá fazer concorrência à Santa Casa da Misericórdia? Mas afinal que País é este?…é o País do vale tudo… francamente ao que chegámos."


Mário da Silva Jesus

1º Encontro Nacional do Leitor de Jornais

O aproximar de 2014 faz-nos rever o ano que termina e projectar o ano seguinte. 
Gostaria de convidar-vos a prepararmos juntos um convívio, que seria o 1º Encontro/Tertúlia Nacional do Leitor de Jornais, especialmente organizado para os leitores-escritores de cartas, mas aberto a todos os interessados!
Julgo que seria interessante criarmos uma rede e partilharmos ideias e experiências sobre este prazer e necessidade que é escrever!
Pedia-vos que pensássemos em tópicos de reflexão e discussão para esse encontro (quais as razões e os temas que nos levam a escrever; qual o nosso papel na sociedade, etc.) e sugestões para o local de encontro. Quanto à data... inclino-me para a segunda quinzena de Janeiro/ início de Fevereiro para coincidir com o 1º aniversário d'A Voz da Girafa!
Creio que, de certa forma unidos, a nossa força será maior junto da imprensa, mas também com o objectivo de nos motivarmos mutuamente a continuar a participar da maneira que sabemos e que nos dá prazer: escrevendo!


Sessão de apresentação de Os Leitores Também Escrevem

(Unicepe, Porto, 18 de Dezembro de 2013)

A experiência do lançamento da obra OS LEITORES TAMBÉM ESCREVEM que aconteceu em Lisboa a 24 de Nov. e a 18 de Dez. no Porto, veio mostrar a importância e a relevância do contributo de cidadania que têm os leitores-escritores de cartas. Correspondeu também ao encontro com outros leitores-escritores que, embora não estando no grupo dos 12 autores do livro, nos foram dar o seu apoio, manifestando interesse em participar noutras iniciativas do género.
Deste encontro poderá, quem sabe, surgir um documento escrito que reunirá as reflexões, considerações e afins.
Deixe a sua sugestão. Obrigada!



Aproveito para vos desejar Boas Festas e um Bom Ano Novo com saúde,tranquilidade e sucesso para os vossos projectos!

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Tristeza

Minha voz corrompe-se nas trevas, e nos muros, meus lábios cerram-se. Não há liberdade!! há ruído, há estranhos no meio, há lágrimas que se soltam, por falta de Paz. Há bonecos e amigos que animam, frases e páginas que gosto, mas... não há Liberdade. Falta de Liberdade, soa em mim, falta de Paz, Tristeza e Silêncio com os amigos. Esta falta de Liberdade é sinal que alguém no Mundo deixou de Amar.

Quando voltará Olivença a ser Portugal?


 
Estamos quase em outro ano: 2014, sem que no ano que ora finda os meios diplomáticos portugueses tivessem envidado o mínimo esforço acerca da rapinagem que a vizinha Espanha vergonhosamente exerceu sobre Portugal, usurpando-lhe o território oliventino com a bela e histórica cidade de Olivença incluída.

De facto, remontando-nos aos últimos anos do final do século XVIII e os primeiros quinze anos do século XIX, Espanha e França perpetraram muitíssimas traições contra Portugal.

Depois de Portugal ter ajudado militarmente a Espanha contra a França (na Campanha de Rossilhão), estas duas nações, com muitas jogadas palacianas, tentaram por todos os meios, usando até a força das armas, retalhar a nação lusitana entre si, conforme o acordado e secreto Tratado de Fontainebleu, para, de seguida, com as invasões francesas (de 1807 a 1811) e demais actos afrontosos fronteiriços (Guerra das Laranjas), arquitectados pela política traiçoeira de Espanha em conluio com a França de Bonaparte, Portugal ter sido forçado a ceder a praça de Olivença (através do Tratado de Badajoz), apesar da Comunidade Europeia das Nações ter obrigado a Espanha a restituir tais terras oliventinas a Portugal, conforme ficou estipulado no Congresso/Conferência de Viena, no seu art. nº 105, que decorreu entre Setembro de 1814 a Junho de 1815.

No entanto, até hoje, decorridos duzentos anos, Portugal continua amputado de parte do seu território, sem que nada seja feito para contrariar tal incumprimento espanhol, nem ninguém obrigue a Espanha a cumprir o que a Lei Internacional de Nações decidiu, repondo o território roubado (o de Olivença), o que não aconteceu até aos dias de hoje.

É bem verdade o ditado que reza assim, com mais um pequeno alongo que agora lhe faço: ‘de Espanha, nem bom vento, nem bom casamento, como também, nem exemplar cumprimento’.

 

José Amaral

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Recordações de uma Noite de Consoada


Lá fora chovia e o vento assobiava por entre as frinchas das telhas.

Os beirais gotejavam num copioso choro sem fim à vista.

As casas não eram tão herméticas e confortáveis como as de agora.

E, enquanto minha mãe preparava a ansiada ceia, com couves pencas acompanhando o tradicional bacalhau, mais as batatas e ovos, todos cozidos num pote de três pernas, meu pai amornava o saboroso vinho tinto do Douro junto às cinzas quentes da lareira.

Entretanto, as crocantes e saborosíssimas fritas lêvedas, feitas na sertã postada sobre a trempe no crepitar da lareira, deixavam no ar um cheiro característico da mistura de açúcar com canela, que eram de comer e chorar por mais.

E o mesmo adocicado cheiro exalava das deliciosas rabanadas também confeccionadas pela minha mãe, que Deus lá tem.

E ao serão, chupando coloridos confeitos e jogar ao rapa, tira, põe e deixa, com a rodopiante piasca, animada pelos nossos dedos?

E o crepitar da lareira que nos aquecia o corpo e aconchegava a alma, criando figuras fantasmagóricas, animadas e projectadas nas toscas paredes da cozinha da casa de meus pais?

E o rústico e tradicional presépio que em casa fazíamos, atapetado com o verde musgo que ia buscar aos campos?

E os toscos e muito usados sapatos que deixava à noitinha junto à lareira, na esperança que o Menino Jesus neles pusesse algo que me alegrasse no dealbar do Dia do Natal?

O Pai Natal não existia nesses idos tempos de penúria!

Agora, a penúria é outra e múltipla. É usar e deitar fora o que ainda tinha serventia. Tudo é descartável e ecologicamente pouco recomendável.

Mas, tudo passa, restando somente a saudade desses passados tempos na voragem do tempo.

Oh, Deus meu, como já passou tanto tempo e eu já sem tempo de voltar a esse tempo da minha (nossa) ingénua meninice!

 

José Amaral

 

O COMPROMISSO


E de repente, sem quase ninguém esperar, o PS e o governo celebraram um acordo sobre a reforma do IRC.  Será caso para celebrarmos, designadamente o PR, que tanto lutou em público e certamente em privado para que os 3 partidos que se comprometeram com o plano de resgate financeiro, se pusessem de acordo quanto a matérias essenciais para o futuro do nosso País? Eu penso que ainda é muito cedo. Digo-o com muita tristeza, não com o regozijo que os partidos de oposição manifestam com as quezílias entre os partidos do chamado arco governativo. E penso assim porque o líder do PS só aceitou agora negociar com o governo, depois de realizar que este está completamente descredibilizado perante todas as instituições, nacionais e estrangeiras. E os milhões de portugueses, certamente todos os reformados e pensionistas, vão arrasar o governo em próximas eleições. Assim o PS, certo da vitória próxima, quer agora passar um ar de sentido de Estado, de responsabilidade e credibilidade. Os portugueses, infelizmente nada esperam do futuro governo do PS, basta saber que do seu líder ainda não saiu uma proposta concreta e viável, uma ideia sustentável, só demagogia e irresponsabilidade.
Mas de uma coisa os portugueses estão certos, Passos Coelho nunca mais. Por isso, com o sentido de oportunismo e frieza perante o poder que o PSD sempre mostrou, se Passos falha, como se espera, nas próximas eleições, melhor, se for arrasado, é muito provável que os "jotas" e "barões" ainda vivos do PSD o substituam com rapidez, e se queiram apresentar nas legislativas de "cara lavada".
Enquanto os principais partidos se preocuparem exclusivamente com a conquista e manutenção do poder e das suas clientelas, e menos com os superiores interesses do País, e não consigam pôr-se de acordo quanto ao resgate financeiro e a reforma do Estado, todos os dias daremos um pequeno ou grande passo para uma qualquer forma de "democracia musculada", como hoje se vive nalguns países Europeus, da ex-União Soviética. Existem eleições, ditas democráticas, entre os actos eleitorais ninguém abre o pio, e os dirigentes arranjam formas, muitas vezes até originais, de se perpetuarem no poder.

NATAL 2013. QUE NATAL?


Naquele tempo, Portugal gozava muitos feriados e por isso não produzíamos o suficiente caminhando para a bancarrota. Até que, uma universidade canadiana fez questão em colaborar e enviou-nos para ministro da economia o Álvaro, pessoa dotada de grandes ideias como se lembram. Como tempo é dinheiro, apressou-se em apresentar aos deputados da AR o projecto de suspensão temporária "in aeternum"de quatro feriados. Como somos um país maioritariamente católico (e nestas coisas de feriados até os ateus e agnósticos se misturam) o dia 25 de Dezembro escapou e manteve-se feriado. Como sabemos, trata-se dum festejo que começa na véspera com a família mais chegada reunida à volta da mesa com os pratos tradicionais mais apreciados e destinados aos adultos, as guloseimas para os mais jovens e à hora tão ansiada pelos mais pequenos a azáfama da abertura das prendas que o Pai Natal traz como prémio de bom comportamento. Porém, como este mundo está cheio de Pilatos, Herodes e Barrabás (es) travestidos de políticos e economistas que olham apenas para o próprio umbigo, os resultados estão à vista nas reportagens de tudo que é órgão de informação que mostra esta triste realidade, que apesar da solidariedade popular através de várias ONG e a colaboração fantástica de voluntários, ajudam a disfarçar tanta miséria sem esquecer a encoberta de muitos que até há pouco tempo eram famílias sem problemas. Não sou descrente, mas desculpem o desabafo: será possível que em muitos, mas mesmo muitos lares, celebrarem o nascimento de Jesus? Um Natal sem ostentações é o que vos peço e que tenham respeito por aqueles que nada irão ter. Um feliz 2014.        Jorge Morais



segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Afinal, ainda moro em Marrocos!


Já há muito que me interrogo do porquê de repartições, estabelecimentos ou serviços oficiais passarem guias de documentos que, estando a ficar fora de prazo de validade, temos de nos deslocar novamente para colocarem nos referidos documentos provisórios outra data.

E o mais grave de tudo, para além da perda de inúmeras horas de trabalho em deslocações indevidas, é um qualquer cidadão de pleno direito, cumprindo com todas as obrigações que lhe são impiedosamente impostas, ficar inibido de certos direitos, como, por ex., o de conduzir o seu próprio veículo.

Eu explico: antes de caducar a validade da minha carta de condução, válida até 16/10/2013, dirigi-me nos primeiros dias de Setembro de 2013 aos escritórios de uma escola de condução, a fim de a revalidar.

Assim, em 5/9/2013, foi-me entregue uma guia de substituição do Título de Condução, válida até 04/12/2013, passada pelo Instituto de Mobilidade e dos Transportes, I.P., na Direcção Regional de Mobilidade e Transportes do Norte, da cidade do Porto.

E, como sou contra estas arbitrariedades oficiais, fui aguardando a chegada da minha revalidada carta de condução.

Todavia, no dia 23/12/2013, contrariado e solenemente aborrecido com o sistema oficial que a muito custo sustento como os demais concidadãos estoicamente fazem, dirigi-me à Loja do Cidadão, da cidade de VN de Gaia, aonde moro, a fim de revalidar a guia ora caducada.

E qual não foi o meu espanto dizerem-me que tal petição era impossível, pois deveria deslocar-me à vizinha cidade do Porto, local onde a escola de condução entregou o meu pedido de revalidação.

Indignado já não fico, porque já estou vacinado pelo laboratório do Terreiro do Paço, como nem sequer culpo o simplex de outrora recente, mas regresso ao passado século XX em que, quando trabalhava no Porto e morava (e moro) em VN de Gaia, a malta do Porto dizia-me que eu morava em Marrocos.

Um século depois assim continua a ser: lá terei de ir, de Marrocos para Portugal, que fica da outra margem do Rio Douro.

E esta, hein?

 

José Amaral


 

domingo, 22 de dezembro de 2013

Família Global

Quando se fala da família a maioria das pessoas adultas estão a pensar em família em sentido “estrito”, ou seja, filhos, pais, marido/esposa e avós. Estas pessoas que pensam que a família é em sentido “estrito”, já estão desfasadas com a vibração necessária ao Planeta Terra. Actualmente ao falar da família temos que pensar em família em sentido “lato”, ou seja, todos os seres humanos do planeta, assim aumentando a vibração energética e espiritual que são necessárias ao Planeta Terra e à resolução dos graves problemas mundiais. Das crianças que nascem actualmente, a grande maioria (Crianças Índigo) já nascem com este conceito de família. Família? São todos os seres humanos do planeta.

Votos de BOAS FESTAS


Um SANTO NATAL e um FELIZ ANO 2014


Meus Caros Amigos,

Estes são os meus sinceros votos, para todos que 'sintonizam' 
A VOZ DA GIRAFA, bem como para todos que neste 'sítio' escrevem, sem deixar de salientar a CRIADORA deste blogue - MARIA DO CÉU MOTA, sem a qual esta singela missiva electrónica não seria possível.

Que o Menino Jesus a todos abençoe.

José Amaral

Histórias sem Natal


Acabo de topar com o título ‘histórias sem Natal’ e, nesse sentido, nas grandes superfícies, todas engalanadas e prenhes de miríades coisas sem fim, catedrais de desenfreado consumo, o Natal é só mais uma data comercial, de igual desamor a outros negros dias do dia-a-dia de milhões de seres humanos.

O Natal, como está instituído, é mais a máscara egoísta de uma sociedade a caminhar desalmadamente para o fim dos tempos.

Assim, penso: O Jesus, O Nazareno, O Defensor dos Oprimidos, O Redentor, nesses locais cheios de luzes em honra da Sua vinda para nos salvar, não passaria de um autêntico bobo da corte, alvo da chacota de todos.

E, depois deste Natal, outros virão de igual ‘fraternidade’, ou será que estarei pessimista?

 

José Amaral

 
A sardinha e o burro

Diz-se, e eu reparo que o dizem com alguma justificação, que as pessoas, especialmente as mais novas, lêem cada vez menos, mesmo os alunos que frequentam os anos finais do ensino secundário, e só o fazem por obrigação, lendo unicamente, e às vezes na transversal, os livros do programa. Daí, muitos dos contos tradicionais portugueses, lhes serem estranhos, como o do almocreve, que negociava no interior produtos que adquiria na zona costeira. Entre outras coisas, levava peixe seco, que era de venda não muito difícil na região, por ser produto escasso. Como a clientela se alargava e era fácil adquirir o peixe, o homem, em cada viagem, aumentava a carga do pobre burro, tendo em conta que quanto mais vendesse mais lucraria. O animal, velho e cansado, quase já sem forças para dar coices ou fugir, ia aguentando a sua desgraça, sem que o dono, ganancioso, se apercebesse que estava a consumar-se um fim dramático. Uma madrugada, antes de partirem para a faina, depois da carga ajustada, com o animal quase a desfalecer, o dono achou por bem colocar mais uma sardinha sobre o burro. Por coincidência, mal a arriou, o animal teve uma síncope fulminante, e caiu com toda a carga que tinha sobre si. Não foi o peso desta sardinha que matou o burro, mas sim, todas as outras sardinhas que pesavam sobre o seu dorso.
Este conto pode ser transposto para a actual situação do país, em que o Governo, que faz negócios como os almocreves, julga, mesmo depois da brutal carga de impostos, que o povo (o burro) tudo suporta e, por isso, ainda pode lançar mais algum, para aumentar a receita, já que não foi autorizado a cortar na ração dos mais idosos (burros mais velhos).
O pequeno comércio, nas áreas antigas das cidades, morreu ou está moribundo, porque entre outras contrariedades, novas medidas impeditivas de trânsito deram como resultado o abandono de muitas casas antigas, onde já não é possível morar.
Mesmo com o noticiário de que, cada vez há mais famílias que vão à Sopa do Sidónio e afins para que não morram de fome, que diariamente centenas de contratantes deixam de pagar a água, a luz e o gaz, que os bancos não apressam as ordens de despejo dos apartamentos em dívida, porque não há número suficiente de compradores, e é mais seguro continuarem ocupadas, o Governo não sente e não tem respostas. E nesta situação de penúria, o Governo sonha com mais impostos.
Que o desemprego galopa na realidade e que os números estatísticos não oferecem muita confiança, pois não entram em conta com factores essenciais, como a emigração ou a morte do inscrito. Que as leis, que se discutem e aprovam, são para facilitar os despedimentos e não para favorecer novos empregos.
Perante este quadro, não são os novos impostos, por si, que destruirão as vidas de muita gente e a economia do país. Os que estão em vigor são suficientes para o desastre. Os novos só virão apressar a tragédia.
22.12.2013

Joaquim Carreira Tapadinhas, Montijo  

sábado, 21 de dezembro de 2013

BOAS FESTAS E UM FELIZ 2014

                                         



Aproveito o espaço e a ocasião para numa breve e pequeníssima nota, deixar expresso, os desejos sinceros de um Santo e Feliz Natal e um Próspero Ano de 2014, para todos aqueles que escrevem neste "blogue", (bem ou menos bem) e suas famílias, igualmente para todos aqueles que fazem o favor de nos "espreitarem", as maiores felicidades e que o próximo ano de 2014, nos traga mais tranquilidade social-económica, mais fraternidade, mais emprego, menos fome e mais solidariedade entre todos...e...,"Façam o favor de ser felizes", como dizia um grande humorista da nossa "praça".

Mário da Silva Jesus

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Em quem (não) devemos acreditar?


1 - Mais uma vez, o TC, o único garante do cumprimento do que na Constituição está consagrado, tirou o nosso pão da bocarra que o queria abocanhar.

E o ímpio Governo, a fera ensandecida cada vez mais feroz que nunca, vai deixar de deglutir os 10% das pensões que não lhe pertence, pois, perante a Lei estabelecida e nela consagrada, as pensões são propriedade privada.

E, agora, pergunta-se: aonde vai o malfeitor fazer incidir a sua depravada sanha?

 
2 - Estou/estamos fartos do estado de sítio em que vivemos.

Estou/estamos mais que fartos das minas e armadilhas que se nos deparam quotidianamente.

Estou/estamos absolutamente fartos com todos os palradores que nos bombardeiam sem cessar, pois não passam de telecomandados drones.

Estamos completamente cheios de ouvir o termo satânico ‘os partido do arco da governação’.

Digam antes: os desconjuntados partidos do arco da nossa perdição colectiva.

Todos estes itens e este estado de coisas estão a destroçar-nos, sem retorno para muitos de nós.

O Governo, este último (será?), mais parece uma comissão liquidatária do povo e da nação.

Perante todo este descalabro, já só conjugamos o passado e o caótico presente; o Futuro caiu em desuso.

Já não falo/falamos; só nos indignamos com todo este estado calamitoso.

E, finalmente, gritamos: EM QUEM (NÃO) DEVEMOS ACREDITAR?

 

José Amaral

 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O deserto fora do mapa judiciário

Santana-Maia Leonardo - Público de 18-12-2013
A actual ministra da Justiça consegue reunir o pior de Maria de Lurdes Rodrigues e de Mário Lino. De Maria de Lurdes Rodrigues, herdou a cassete de rebater até as críticas construtivas e inteligentes às mais estúpidas medidas do seu ministério com o estafado argumento da defesa dos interesses corporativos. De Mário Lino, herdou o desprezo pelo território nacional a que apelidou de "deserto" sito a sul do Tejo e a leste da A1.
E o desenho do novo mapa judiciário é disso a melhor prova. Basta atender no seguinte: a distância entre Santarém e Aveiro é, sensivelmente, a mesma que entre Santarém e Portalegre. Entre Santarém e Portalegre, só havia um círculo judicial e um Tribunal do Trabalho: Abrantes, que, pura e simplesmente, desaparecem do novo mapa judiciário. Por sua vez, entre Santarém e Aveiro, o novo mapa judiciário apresenta dez tribunais com competências reforçadas: Caldas da Rainha, Alcobaça, Tomar, Leiria, Pombal, Figueira da Foz, Coimbra, Águeda, Oliveira do Bairro e Aveiro. Sem esquecer que Santarém tem a sul, a cerca de 50 km, Vila Franca de Xira, que, recorde-se, dista apenas 20 minutos do novo Campus da Justiça.
Abrantes, sublinhe-se, é a única cidade sede de círculo judicial que fica sem tribunal de competências reforçadas. Ora, o círculo judicial de Abrantes é um pilar fundamental para a sustentabilidade da ponte que liga Santarém e Portalegre, duas capitais de distrito demasiado distantes entre si, uma vez que estão situadas em pontas opostas dos respectivos distritos. Sem o círculo judicial de Abrantes, o vão da ponte é demasiado grande, levando a que Portugal rache ao meio com a consequente fuga das populações para as cidades fronteiriças, quer de Espanha, quer da A1, que se está a transformar na verdadeira fronteira portuguesa.
Como facilmente se constata, o novo mapa judiciário vai acentuar o já íngreme declive do nosso território em direcção ao litoral e afirmar, definitivamente, a A1 como a verdadeira fronteira de Portugal. No novo mapa judiciário, só as cidades fronteiriças da A1 e da fronteira espanhola são consideradas, o que vai acentuar inevitavelmente o esvaziamento do miolo do país.
Ora, isto é totalmente inadmissível para quem, como eu, recusa liminarmente as sucessivas políticas governamentais que visam reduzir Portugal à estreita faixa territorial delimitada a sul pelo rio Tejo, a norte pelo rio Douro e a nascente pela A1. Mais importante do que a defesa deste ou daquele tribunal de competência reforçada, o que está aqui em causa é a unidade nacional e a defesa da integridade do território que são completamente postas em causa pelo desenho do novo mapa judiciário.

em 'O Livro em Branco' - 21 (continuação - pág. 33)


 

Terras do Douro
 
Gargantas abertas
Aos sóis dos séculos
Rasgando verdes mantos
Que correm sequiosos
Ao oásis dos desejos.

 Imponentes como deuses,
Majestosos como alvores
(terras e vinhedos)
Descem o pedestal
Em silêncio
Procissão
Até às águas
Do Douro,
Paladino senhor
Dos vinhos
E sua fama
(de heróis)
Das gentes
Do Norte,
Lavradores de Portugal.

 nota: poema distinguido com o 3º prémio numa manifestação cultural levada a efeito pelo mensário NOTÍCIAS DA BEIRA-DOURO, em 23/11/1984.

 José Amaral

 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Sair do Euro resolveria o problema económico de Portugal?

Sair do Euro resolveria o problema económico de Portugal? Segundo, o economista e professor de economia Mark Blyth, simplesmente mudar de moeda, sair do euro, não se sabe se seria bom ou mau. Para este economista o verdadeiro problema é o modelo de crescimento económico. Portugal tal como a Grécia, não têm um “modelo de negócio” claro. E o economista continua a dizer: “face ao argumento de que a saída de euro permitiria ao país ganhar liberdade de ação para outras políticas que não são permitidas na zona monetária única, não significa que a desvalorização da nova moeda levaria a exportar mais e o quê, não é claro. O que nos leva ao tal problema -a falta de um modelo de crescimento económico”. “Em cima dos diversos problemas estruturais que o país já tinha de falta de produtividade, de alto endividamento privado, de demografia,…, o adiamento e atraso na resolução do modelo de crescimento é a questão principal” diz Mark. Para este economista a austeridade, depois da crise, não veio melhorar mas piorar o problema, até o FMI admite as consequências muito negativas para o PIB provocadas pela austeridade, devido ao efeito multiplicador desta mesma austeridade. (Mark Blyth é o autor do livro: “Austeridade -A história de uma ideia perigosa” que já expos noutro texto publicado no JN). Este economista não vê grande motivo de regozijo com o fim do programa da TROIKA em 2014. Mark diz: ”prometeram que se tratava de uma transição, de que as coisas iriam estabilizar. Mas os estragos já foram feitos. Com o programa fez-se muito maior estrago no longo prazo do que podem imaginar”. Em relação ao que virá no prós-TROIKA, a pergunta mantem-se: qual o novo “modelo de negócio” para Portugal? Mark acha que a resolução dos problemas: desemprego, falta de crescimento económico, dívida soberana,…poderiam ser resolvidos através da criação de um imposto extraordinário sobre a riqueza acima de determinado nível. Outra medida seria uma ação conjugada em direção aos offshores para que particulares e empresas aí situadas passem a pagar impostos. O investigador James Henry calculou que entre os 21 e 32 biliões de dólares (o equivalente a 30% a 45% do PIB mundial) estão escondidos em offshores.

Pobres e verdadeiros pobres?

Pobres e verdadeiros pobres? O economista César das Neves disse numa entrevista ao DN que em Portugal há muita gente que fala em nome da classe baixa mas que, na realidade, não são pobres e “querem defender o seu”…, não estou na totalidade de acordo com César das Neves, se o que ele disse em alguns casos pode ocorrer, ele tem de estar consciente que pessoas com rendimentos abaixo do mínimo de subsistência, ou seja, 419,00€/mês existem cerca de 2 milhões de cidadãos, portanto, o número não é tão pequeno como César das Neves parece querer dizer, na minha opinião estes cidadãos que vivem abaixo do mínimo de subsistência devem ver aumentadas as suas reformas, que na sua maioria estão congeladas à pelo menos três anos, os salários e os apoios sociais.

Exemplo Maior

Exemplo Maior Morreu Mandela ser humano com capacidade para gerar consensos entre seres de várias raças, como aconteceu na África do Sul. Mas, por trás disso temos um homem humilde, extremamente sensível, inteligente, solidário, integro, não rancoroso…que se preocupou em estabelecer na África do Sul uma comunidade multirracial. Certamente que se Mandela nascesse noutro país iriam sobressair as suas características, mas Mandela nasceu no país onde mais era preciso, assim como Mahatma Gandhi nasceu na India para a sua libertação, Abraham Lincoln nos Estados Unidos para acabar com a escravatura,… (JN de 25/12/2013)

Não foi sentida a Europa nas Cerimónias a Mandela


Não foi sentida a Europa nas Cerimónias a Mandela


Como é evidente nas cerimónias de despedida a Mandela, não haveria que serem ouvidos representantes de cada Continente, mas a Europa não ter uma voz presente, seria impensável há 15 anos atrás.

Mas, hoje, é uma realidade nas mais diversas situações em que a Europa não só já não tem qualquer centralidade, como por si mesmo se exclui, ao não se saber fazer unir.

E, a Alemanha não é uma potência suficientemente grande para por si representar-se como um espaço de presença num mundo globalizado. E o Continente Europeu onde todos estamos e a Alemanha também, não estando a conseguirmos a União de facto, vamos ficar demasiado esquecidos e a perder toda e qualquer representatividade.

Se, já se pensa que os EUA vão em definitivo, virar-se para o Pacifico para chegar “amigavelmente” à China, India, Japão, virando as costas ao Atlântico, esquecendo a Europa, esta nada faz para contrariar esta situação.

Se nos continuarmos a anular, a não querer entender, tentando muito rápida e pacificamente unir, apesar das nossas diferenças linguísticas e passados históricos, num espaço único e verdadeiro Europeu, vamo-nos derreter, e cada vez mais, sem retorno.

Se seguirmos o caminho que vimos a macerar, se continuarmos sem rumo, sem unidade, a deixarmo-nos ser comprados pelos países dos outros Continentes, que hoje estão endinheirados, dentro em muito pouco seremos unicamente o Museu do Mundo.

Como tal, toda a nossa história País a País, será, bem como tudo o que a representa - monumentos, museus e tudo mais - propriedade não nossa, e seremos visitados quais animais em cativeiro, por quem nos vier dar umas esmolas para irmos sobrevivendo à penúria em que nos deixámos cair, afogar.

Ainda temos uma última oportunidade de levantar a cabeça. Mas com todos estes sinais de desunião e decadência que sentimos cá dentro e que os outros, lá de fora, sabem que são uma realidade, somos o prenúncio exactamete do inverso, da decadência europeia a cada dia que passa!

 

Augusto Küttner de Magalhães

Dezembro 2013