sábado, 6 de maio de 2023

Confundir não é informar

 

Essa figura que nos espanta por nunca percebermos bem onde acaba o “pândego” e começa o estadista, entendeu agora, como chefe do Estado, que devia falar grosso ao chefe do Governo, por este ter recusado a demissão de um ministro cujo comportamento lhe pareceu merecer censura; todavia, mais do que um “raspanete” a Costa, pareceu-me que tudo quanto disse se destinava a dar alguma satisfação aos da sua familia política, tamanha vinha sendo a pressão para que desse cabo do Governo, embora sem o dizer abertamente, que têm lá quem o faça por eles.

 

Quanto à “pressão mediática”, há quem entenda que é esse o seu trabalho, tanto mais obsessivo quanto precisam que haja casos com que se ocupem; de facto, há muito que se esforçavam pela cabeça de Galamba, porque ainda como Secretário de Estado o apontavam como envolvido em negociatas com o lítio; colocando-me no lugar daquelas pessoas constantemente “acossadas” pelos jornalistas, não posso deixar de lhes admirar a paciência com que os aturam, batalhões deles “acampados” às entradas dos ministérios, sabendo que, na maioria dos casos, não procuram informação útil para dar à gente, mas provocar uma reacção colérica do visado, tão provocatórias são muitas das questões colocadas.

 

Dizia um dia destes Rui Sá, no JN, que o líder do PCP foi a uma empresa para falar de assuntos de interesse para os trabalhadores, mas aos jornalistas que lá foram não interessou minimamente o tema que ali fora tratar, queriam era ouvi-lo acerca de uma conversa solta que lhe tinha sido apanhada num outro evento, colocando-lhe a questão de várias formas; como Raimundo soube defender-se da mórbida curiosidade, do tema que tinha ido tratar àquela empresa também não foi publicada uma palavra; no chamado “caso Galamba”, era o colaborador que devia ter despedido o ministro, não o contrário!  E queixam-se os “repórteres sem fronteiras” que há limitações à liberdade de informação em Portugal...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

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