domingo, 30 de junho de 2013

Poema da opressão

       
                       - Não vás!
                       Diz-me o temor,
                       Escudado em decénios de opressão.
                       E eu,
                       Covarde,
                       Invoco tal razão
                       E fico para trás
                       E fujo e saio.

                       - Não vás!
                       Diz-me o instinto
                       Que conservar quer meu corpo vil.
                       E eu,
                       Covarde,
                       Mais um, entre mil mil,
                       Acho boa a razão
                       E fico e fico.

                       - Vai!
                       Ordena a Dignidade,
                       Que adormecida noutro eu,
                       Ainda existe em mim.
                       Alcanço o Além.
                       Vejo a Eternidade!
                       Fico de pé,
                       Sinto o caminho ... e vou!

                                         JOAQUIM CARREIRA TAPADINHAS
                         
    
                     

A greve


Leio na rúbrica “caras da semana” deste Domingo, 30 de Junho, analisando a figura de “Nuno Crato, O negociador”, que: “Ministro e sindicatos acordam o que estava debaixo da mesa há semanas” e também que “(…) ficou a sensação de que os dois lados estavam apenas a medir forças.” Na minha qualidade de professor não fico particularmente impressionado com um jornal que baseia a sua opinião sobre as greves que opuseram o meu sindicato e o ministério da educação numa sensação. O autor do texto talvez pudesse ter especificado: tratou-se de uma “leve sensação” ou de uma “forte sensação”?

De todo o processo de luta que abalou o final do ano lectivo deu-se uma grande relevância à greve aos exames. Jornais e televisões abriram os seus espaços informativos com grandes parangonas e um tom apocalíptico, características da informação-espectáculo. O trabalho era do mais fácil que imaginar se pode; bastava colocar um jornalista estagiário à porta de uma escola e enfiar um microfone à frente de alunos, pais e professores, perguntando de que modo batiam os seus corações. Cada um expressou a sua opinião, os leitores/espectadores puderam sentir de que lado se colocavam. Tudo muito à flor da pele. O ministro aproveitou para fazer de vítima (os professores não tinham o direito de fazer uma greve daquelas), Cavaco veio apelar ao bom senso, Passos Coelho propôs datas convenientes para se fazerem greves e concluiu que, como a lei não lhe convinha, o melhor seria alterar a lei, até o bispo de Lisboa (se não estou em erro) veio apelar aos sentimentos cristãos dos professores em defesa das criancinhas. A greve tornou-se, como convinha, um autêntico circo mediático.

No entanto, decorria em simultâneo, uma outra greve de professores, às avaliações de final de ano. Essa era uma greve silenciosa, uma greve chata, uma coisa sistemática e monótona que não proporcionava o espectáculo mediático que alimenta os noticiários, sempre em busca de sangue e tripas à mostra. Foi, no entanto, esta greve que precipitou o desenlace das negociações entre sindicatos e ministério com vantagem nítida para as pretensões do professorado.

Analisando as conclusões do processo negocial importa salientar que a reivindicação mais importante dos sindicatos, a manutenção da direcção de turma na componente lectiva dos professores, foi aceite pelo ministério mas não vi nenhum órgão de informação dar a este “pormenor” a relevância merecida. 

É que o trabalho de direcção de turma não só é complexo e exigente como também, caso fosse atirado para a componente não lectiva dos horários docentes, significaria o desaparecimento de milhares de horários e respectivas vagas nos quadros das escolas e consequente desemprego para milhares de professores. A sobrecarga de trabalho para os directores de turma significaria (ainda mais) perda de qualidade no ensino público e privado. As questões de mobilidade e as espampanantes 40 horas de trabalho são trocos quando comparadas com o “pormenor” da direcção de turma, aborrecido e difícil de compreender para quem está fora do sistema de ensino.

Apelo, nesta carta, à directora do jornal Público para que se faça uma análise cuidada às repercussões que seriam sentidas no sistema de ensino caso o ministério da educação tivesse conseguido, como ansiava, retirar a direcção de turma da componente lectiva. Enquanto professor sinto-me quase insultado quando ouço dizer que estas greves foram uma “guerra do alecrim e da manjerona”, conclusão que convém, e de que maneira, para manter mais ou menos limpa a frágil imagem política de Nuno Crato. Negociador? Não brinquem com coisas sérias.

carta enviada à directora do Público

Cortes na A28, na A7 e na N13?

Como protesto pelo facto dos governos não financiarem a recuperação do Convento de Santa Clara, o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde ameaçou barrar as estradas que atravessam o seu feudo. Sim, o seu feudo, a sua quinta, que é assim que tais propósitos nos fazem crer que ele sente Vila do Conde, a A28, a A7 e a NA 13!
Este exemplo demonstra o lado tenebroso do poder autárquico nascido do 25 de Abril de 1974. Estes senhores (não todos, felizmente, mas a maioria, infelizmente) convenceram-se que são os donos dos concelhos. Movidos pelos mais "nobres sentimentos de sacrifício" pelo povo, nas alturas de eleições (como agora acontece) andam por todo o lado a distribuir sorrisos e beijinhos em troca de votos: - é o populismo na sua mais reles manifestação; depois de caçados os votos, já eleitos, passam a viver à custa do poder com tanto "sacrifício" conquistado e dormem descansados porque têm a "consciência" tranquila, deleitando-se com sonhos de arruaças, como esta de cortar a A28, a A7 e a N13!
Por nós, eleitores, colocarmos tão baixa a fasquia da nossa exigência com a eleição dos nossos representantes (que são sòmente representantes, e não donos), é que estamos nesta situação de catástrofe nacional para que eles nos arrastaram. Contentamo-nos em votar no menos mau quando pensamos que não há melhor, e as consequências estão à vista! Mas há sempre uma alternativa melhor do que votarmos no menos mau, que é votarmos em branco! Juizinho, eleitores como eu!

José Madureira

Habituar as Pessoas a ouvir e falar! Ao vivo!

Talvez estejamos cada vez menos habituados a ouvir e a falar. Perdeu-se o espaço e o tempo, dado que se permite que a televisão fale e ouça por nós, e toda a comunicação seja telecomandada pela tecnológica que desumaniza as relações entre seres humanos e se lhe sobrepõe.

Temos cada vez menos tempo, ou talvez menos vontade, de ouvir e falar, entre Pessoas e não entre aparelhos. Quase se torna perigoso dizer isto, quando mais de meio mundo circula no Facebook, ou seja filtrado, não face a face ao vivo, e um inquérito diz que só os criminosos, por segurança, não têm página no Facebook.

E nos momentos que estando juntos deveríamos de facto estar, mormente na família – assuma-se o que se achar melhor hoje ser a família – não se “põe a conversa em dia”, deixámos de o querer fazer, e a televisão, fá-lo por nós. Ligado o aparelho, este capitaliza o tempo e o espaço.

E também claro, o computador, o telemóvel, a playstation, e cada um vive em torno do seu individualismo que não é ultrapassável, e torna-se um bloqueio a toda a comunicação frontal, sem aparelhos de permeio.

E os pais não estão ao corrente dos dias dos filhos, estes não desabafam com aqueles e de repente acontece uma qualquer trapalhada e todos ficam admirados por não entenderem, como até nos seus casos, foi possível “aquilo” acontecer.

O ser humano já de si é complicado, complica e faz difícil o que é fácil. Se não houver uma forma aberta de ouvir e falar para descomplicar, o que por vezes é o mais difícil, dado que daria espaço e tempo para resolver casos pequenos dia a dia, quando chegam ao ponto da não resolução, atira-se a culpa para as Crises e pronto. Nunca a culpa é nossa, nunca assumimos que deveríamos até nós, também ter sido bem diferentes

Torna-se indispensável – ou não! – de livre iniciativa, sem obrigações demasiado “obrigatórias, as famílias terem um tempo que vai de 10 a 100 minutos para tomar uma refeição ao vivo frente a frente, sem televisões, computadores, telemóveis e playstation. Para colocarem a conversa em dia. Para estarem de facto ”juntos”!

Claro que as primeiras refeições nestas circunstâncias nem 5 minutos devem durar, uma vez que ninguém estará preparado para estar a falar e ouvir sem ter algo que foca a atenção de todos, e desvia de todos a centralidade e a presença humana.

Mas talvez com insistência seja conseguível. Talvez todos venhamos em pequenos círculos a beneficiar. Talvez o tal individualismo que a todos nos invade se vá esbatendo. E claro que antes e depois, no trabalho e em lazer, haverá tempo e até necessidade para toda a nova tecnologia que tanto jeito nos dá, mas que nos está a transformar em escravos dessa mesma tecnologia, quando a bem de todos que não da tecnologia - antes, de quem a controla - deveria ser exatamente o inverso. Talvez seja de ir tentando já hoje, jantar de televisão desligado e computador, e playstation, e telemóvel. No fim liga-se tudo!

Augusto Küttner

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Familias em Limiar emocional

Famílias em limiar emocional Infelizmente, já começa a ser habitual ver os noticiários das TVs a mostrar famílias portuguesas a viverem num estado sub-humano, no limiar da sobrevivência: física, mental e emocional. Mostrar famílias a viverem em garagens sem condições higiénicas, sem água, sem luz, sem alimentação,… não podemos deixar que se torne uma “visão normal”, como se fosse de algum pais do terceiro mundo (que também não poderá acontecer) a dezenas de milhares de Kms e sem qualquer tipo de instituição ou de um movimento cívico que resolva este tipo de assuntos.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Um dos culpados...

Acho mesmo que  parte da culpa deste avanço às cegas do neoliberalismo que nos tolhe é do "cavalo de Troia" denominado "terceira via" teorizado por Anthony Giddens a que Tony Blair deu andamento no "New Labour". E não há nada como uma boa ficção para exemplificar... a realidade. Aqui vão dois pedaços de diálogo do livro O Círculo Fechado de Jonathan Coe (Ed. ASA) que bem o exemplificam.
      "... é claro que as  pessoas perceberiam logo o logro onde caíram... porque a maior parte delas continua a pensar que votou num partido de esquerda, quando na realidade votou em mais cinco anos de thatcherismo... (pág. 159)
     "...todo o sistema está montado unicamente para acolher uma ínfima minoria da opinião política. a esquerda mudou-se para a direita, a direita deslocou-se um bocadinho de nada para a esquerda. Enfim: o círculo está fechado e bem fechado e que se fodam (sic)  os outros." (pág. 170)
O "grande centrão" ataca-se de dia e janta em família à noite... Depois admira-se do que está a suceder no Brasil... Tenho esperança que  também cá cada um tome para si aquilo que devia defender segundo o que a sua ideologia lhe dita e não se abrigue num guarda-chuva amibiano que nada assume como diferente e... melhor. Que saudades da (única) social-democracia!
     

Estamos completamente à deriva!

Em todo o lado deste País, todos os que andamos “cá por baixo” sentimos o País completamente à deriva. Sem rumo! Nenhum.

Os que “andam lá por cima” como não conseguem e não querem olhar “cá para baixo” acham que com os Mercados e mais umas Conversas entre saídas e entras de alguns eventos, “isto” se resolve, mas não está fácil. E não parece resolúvel! Pelo menos tão facilmente!

Já nem dá para entender, se vai ser com manifestações de desagrado, uma vez que não se trata de bons costumes ou sermos brandos, trata-se de “cá em baixo” ainda haver algum senso e entender-se que partir tudo, para do zero começar não resulta. Mas tudo tem um limite, e quando for ultrapassado, nada segura, ninguém.

Quando se for cada vez mais entendendo, que não se entende como vamos sair deste atolanço, que não se vislumbra vias de não continuado empobrecimento, nada há a perder! E esta noção de que “em cima” parece tudo bem, e “em baixo “ parece tudo mal, não deve poder continuar.

Enquanto cá em baixo ninguém entender como vai aguentar com um mínimo de dignidade de vida, sem ficar na penúria anunciada, cada dia que passa é um acréscimo à sensação de “deriva” em que nos encontramos.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Por mais que o tempo passe...

"Por mais que o tempo passe há coisas que nunca mudam"

O autor desta frase pintada numa parede poderia estar a pensar em muitas coisas, ou melhor, há uma variedade de assuntos a que se poderia aplicar esta frase. Escrita nos dias de hoje levo-a para o campo da crise política-económica-social que assola o país, inevitavelmente. Até poderei estar enganado e aquilo que motivou B a escrever ter sido um desgosto de amor ou a perda de uma amizade. Eu leio e penso no que cerca de 50 anos de democracia não nos deram e deveria ter dado. Maior maturidade política dos cidadãos, maior participação activa na cidadania local, maior empenho em olharmos não só a árvore mas também a floresta, maior capacidade de olhar mais para a frente em vez de olharmos só o nosso umbigo. Olho para as desgraças que assolam milhões de portugueses e sinto-me triste. Triste porque muita da pobreza existente poderia ter-se evitado. triste porque muita da pobreza existente é culpa de uns poucos canalhas que se servem do poder para subir na vida e ajudar os amigos. Triste porque este povo não merecia o que lhe está a acontecer. Tenho orgulho em ser português e em algum do passado histórico. Tenho orgulho nas gentes que cuidam do país. Não dos governantes mas dos que, nas suas tarefas diárias, vão fazendo andar o país para a frente o melhor que podem e os deixam. Sou português sim, mas não sou estúpido.

'Cara de poucos amigos'

Infelizmente, tenho andado com 'cara de poucos amigos'.


Infelizmente, muitas das vezes, ando com ‘cara de poucos amigos’ só de pensar na ‘p… da vida’, que nos tem encalacrado até mais não.
Contudo, não devemos sistematicamente dizer que as culpas são dos outros, porque os outros o mesmo dizem de nós.
E, assim, sucessivamente, até as culpas acabam sempre por ‘morrer solteiras’, pelo que até não há nascimentos por tais 'castas' culpas, face ao galopante envelhecimento da sociedade portuguesa, prestes a cair totalmente nas mãos dos ‘amarelos’, dos corruptos dirigentes internos e demais derivados da estranja.
E este prólogo de ‘cara de poucos amigos’ só quer afirmar que ao ‘batermos’ (e bem) nos ‘nossos’ governantes e outros desviantes celerados de poleiro, em nós mesmo batemos, pois eles são igualmente ‘farinha do mesmo saco’, só que estão em lugares que podem beneficiá-los até mais não ser possível, e nós acusamo-los porque a tais imorais mordomias não temos acesso, mas uma vez ao alcance delas: ‘os outros que se amanhem’, por não terem tido a safadeza de atingir tais ambicionados tachos.
Portanto, se não fôssemos tão hipócritas, o país, o nosso mui amado Portugal, até no Inverno seria o sol do progresso, aonde não faltaria pão em nenhuma boca.
E como ‘nem só de pão vive o homem’, o saber escolher o trigo do joio com consciência e rectidão, não daríamos qualquer destaque ao pernicioso joio que nos tem enredado a vida, pelo que o trigo da sabedoria nos alimentaria a boca e enobrecia a alma de todos nós.

José Amaral

Greve Geral

Há todas as razões para os trabalhadores fazerem Greve Geral. O emprego está cada vez mais inseguro, precário e pago ao preço «da chuva». A precarização rouba a dignidade a quem trabalha, não podendo ser a troco duma malga de arroz. Os ordenados reduzem-se e o salário minimíssimo nacional está congelado há anos. Direitos em regressão acentuada, aumentando cada vez mais os deveres. Contratação Colectiva do Trabalho em vias  de extinção, sendo óptimo para o patronato os contratos individuais de trabalho... Já se despede, porque sim! Segurança Social a responder cada vez menos, ficando as prestações sociais por pagar muito aquém  do total dos desempregados. Sanha persecutória na privatização do bem (serviço) público: A nata do SNS; os CTT; TAP; Água etc. Até as Confederações patronais afirmam que a austeridade falhou e são amplamente beneficiados na relação capital/trabalho. Os trabalhadores foram garroteados por medidas duríssimas que não serviram para nada. A OCDE prevê o agravamento de todos os indicadores económicos e financeiros, apontando uma dívida de 132% do PIB, em 2014. A dívida  aumentou 48 mil milhões de euros(!), e já representa 127% do Produto Interno Bruto.
Trabalhamos mais horas que os alemães e finlandeses, porque razão estamos a “anos-luz” desses povos em rendimento per capita? A redistribuição da riqueza não é utopia, é um facto muitas vezes assinalado. Aí, Portugal também deixará de ser protetorado, recuperando a independência com justiça social e felicidade.
 
Vítor Colaço Santos

A Europa tem que aproveitar o momento e unir-se

De modo algum se trata de ir à sombra, do menos bem conseguir dos outros para sermos capazes de nos unirmos, mas a Europa ou o faz agora, ou vai-se desmoronar completamente.

Vivemos num mundo globalizado – já estamos cansados de isto ouvir – onde se pensou que todos iríamos poder crescer indefinidamente. E que haveriam mais igualdades, com uma classe média mundial, enorme.

Bem, está tudo em todo o lado a falhar. Cada vez é maior o número de muito pobres e dos poucos, cada vez muito mais ricos – a Forbes disto faz capas! - e as classes médias que de facto cresceram por todo o mundo, estão em declínio, por todo o lado.

O Brasil que crescia com pés de barro, conseguiu ir tirando muitas pessoas da pobreza, mas não o fazendo de forma sustentada e tudo está em derrocada. Se não tivessem tremendas riquezas naturais, hoje, já estavam falido.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Iô-Iô

 
O ex-secretário de Estado da Defesa, que desempenhou funções de director administrativo e financeiro na Metro do Porto e foi recentemente afastado do Governo por causa da polémica dos swaps, foi readmitido na Metro do Porto como … director administrativo e financeiro.
Temos, infelizmente, a "geração iô-iô", os jovens (e não só) sacrificados ao “iô-iô” do desemprego - precariedade- desemprego...
E temos também, infelizmente, a selecção “iô-iô” dos "troca - troca" (swap-swap) privilegiados pelo “iô-iô” de empresas públicas - Governo - empresas públicas...
Sendo que a dimensão da geração não é de todo alheia à da selecção...
 
(PÚBLICO, 25-6-2013)
João Fraga de Oliveira

Tornado Infinito

O tornado Oklahoma, grau 5, durando cerca de 45 minutos, foi como se um corta-relva tivesse passado por cima da comunidade. Qual será a classificação do tornado que assola Portugal desde o Minho às Ilhas que tudo tem arrasado? Irei evitar quantificar os exemplos com números pois quando acabar esta carta já estão desactualizados. Quantas falências por hora com o consequente agravamento de desemprego? Quantos aumentos de IMI a recair nos proprietários que tantos sacrifícios fizeram durante uma vida para serem donos da sua casinha e agora, muitos deles, já no ocaso da vida, serem vítimas dum imposto tão injusto? Quantos casais da classe média e média-baixa se viram rapidamente sem direito ao subsídio de desemprego? Quantos reformados, com pensões miseráveis estão impedidos de aviar a receita médica pois a reforma não chega para ajudar os filhos e netos que lhes entraram pela porta dentro vítimas das insolvências dos empregadores e da segurança social? Quantos cortes nas reformas que todos nós, obrigados e de boa-fé, confiamos ao Estado e este descaradamente a encurta, encurta e não param de encurtar e sempre com ameaças de mais cortes em verbas sagradas e que deviam ser intocáveis  Será possível quantificar quantas mortes por falta assistência médica e medicamentosa, fome encoberta, e sem esquecer a taxa de suicídios que já ultrapassa o número de mortes registadas por acidentes de viação ou acidentes de trabalho. Claro que quando chega o tornado, haverá sempre quem tenha um abrigo e com o cartão do partido e se possível com o da maçonaria, consegue atingir com facilidade o lugar de CEO de qualquer empresa pública ou intervencionada, auferindo ordenados e prémios obscenos mesmo em tempo de vacas gordas, quanto mais agora, com todos nós a apertar o cinto. Do outro lado da barricada, há os outros, os simples mas bons, que sem cartões partidários mas cheios de fé, partem a pé na direcção de Fátima para terem direito não a um lugar de CEO mas simplesmente um lugar no CÉU. Termino com a promessa cumprida de não mencionar números que como estão vendo, já estariam ultrapassados. Qual a classificação do nosso tornado? O infinito, sem dúvida. Até quando aguentamos isto?

(DN, 23-5-2013)
Jorge Morais

O triunfo dos Swap´s, perdão, dos porcos...

George Orwell (escritor
1903.Junho.25Motihari, Bengala, Índia / 1950

Jornalista, romancista e ensaísta nasceu na Índia com o nome de Eric Blair foi para em Inglaterra estudar tendo depois voltado à Índia para ingressar na Polícia Imperial onde permaneceu entre 1922 e 1928 tendo-se demitido então quando se convenceu que o Imperialismo era, em larga escala, uma ilusão. A partir de 1928 até 1935 viveu entre Londres e Paris em extremas dificuldades financeiras e só a partir de então conheceu algum sucesso literário que lhe permitiu meios de subsistência.
No livro “The road to Wigan Pier” descreve o efeito da depressão sobre uma cidade industrial inglesa, e examina as perspetivas do socialismo na Inglaterra. Desencadeada a Guerra Civil em Espanha alista-se no combate contra Franco ao lado dos governamentais. Desta época surgiu mais tarde o livro “Homenagem à Catalunha” onde relata como os comunistas espanhóis, com ajuda de alguns russos, transformaram a luta para salvar a República numa guerra de extermínio dos seus adversários políticos, livro esse que o levou a uma rotura com a extrema-esquerda. Autor de vários romances foi com “Animal Farm” de 1946 e “1984” que ganhou notoriedade. O primeiro é uma sátira enérgica, em forma de fantasia, ao totalitarismo soviético de Estaline e o segundo revela os pontos nevrálgicos da consciência do nosso tempo. A sua extraordinária honestidade revela-se principalmente nos ensaios: ninguém na Inglaterra, antes dele, abordara os problemas da política social com igual franqueza e clarividência.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Reformar a sério. Será possível?


Como é evidente este Governo não quer reformar nada a sério. Mas, algo que a ninguém espantará, é que não é só este Governo, todos – sem excepções – os Partidos/ Movimentos presentes no Parlamento, não querem fazer reformas a sério.

Quanto a este aspecto, ficam aqui dois exemplos que só não chocam quem não queira ser chocado. Temos o mesmo número de Câmaras Municipais desde meados do século XIX, todos que não políticos já entendemos que no nosso seculo XXI deveriam ser muito menos, porém nem uma foi eliminada por proposta de um único partido, nem será. Quanto à trapalhada do quarto mandato na autarquia vizinha por não poder continuar na mesma, nem um Partido/ Movimento agarrou nesta temática e a levou, no Parlamento, até às últimas consequências, à séria. Todos podem ter que se servir do quarto mandato!

Claro que o Governo – este ou outro – quanto mais se retardar a reformar a sério, mais consegue manter pessoas que lhes estão afectas em cargos políticos/públicos. Se não acaba com esses lugares, ao reformar! E assim ainda estão por reformar (reestruturar) para além das autarquias, as Universidades, os Institutos, as Fundações, as Empresas Municipais, e por aí adiante. Tanto, onde ter que reformar, que não só em reformas/pensões, educação e saúde, o dito Estado Social. Aqui sim, vai a eito.

Assim, desde há 25 anos que se foram criando serviços públicos e/ou políticos que fizeram crescer a máquina do Estado e das Autarquias,- com mordomias, com gabinetes, com automóveis, com cartões de crédito - mesmo que tantos não fossem necessários, mas havia lugares a distribuir por pessoas a quem era necessário fazê-lo, depois de cada eleição, para aí cumprir o prometido. No resto – aos eleitores - prometido talvez não fosse cumprido! Alguma inverdade, aqui?

domingo, 23 de junho de 2013

"Palavra de ordem"

Uma das palavras de ordem da APRe! na manifestação de 6/6, frente ao Ministério da Solidariedade. Em quadras, numa premonição do S. João de hoje... com outros "santos"...

         O Portas aperta o Passos
         O Passos aperta o Portas
         Enquanto ambos se apertam
         As nossas vidas vão tortas

         As nossas vidas vão tortas
         Estão mesmo a andar p,ra trás
         Por causa destes senhores
         Deste governo incapaz

         Deste governo incapaz
         Tão cheio de incompetência
          O povo desencantado
         Vai perdendo a paciência...

Nota: dum "poeta popular aprista", feito na camioneta de ida para Lisboa e logo assumido por todos nós.


  

sábado, 22 de junho de 2013

A minha troika.

A Troika de Lisboa

No dia 11 de Agosto de 1975, em Portugal estávamos em pleno 'Verão Quente' fruto de um PREC (Processo Revolucionário Em Curso) bastante agitado. Nesse dia, escolheu a revista norte-americana 'Time', colocar na sua prestigiada capa nada mais nada menos de que o nosso 'General' Otelo Saraiva de Carvalho, o presidente da república 'vermelho' Costa Gomes e o companheiro Vasco. Como título 'A ameaça vermelha (leia-se comunista) em Portugal' e a subtítulo 'A Troika de Lisboa'. Sim, nós tivemos uma Troika genuinamente portuguesa, temida principalmente na América, pois receavam que Portugal se torna-se nova nova Cuba em plena Europa. Claro que esta não se compara à Troika de que tanto se fala por estes dias. Não se tratavam de simples burocratas que vêm fazer o seu papel e que até têm descoberto coisas bem interessantes que nenhum governante se atrevera de revelar até então (as contas da madeira!), tratavam-se sim de militares que tinham ajudado a derrubar uma ditadura caduca de dezenas de anos e que o povo português, ao contrário do brasileiro, avesso a protestos e indignações públicas, nunca foi capaz de derrubar pelo muito respeitinho que tinha ao seu líder carismático e astuto. Esta é a minha Troika preferida por tudo o que de bom e também de mau fizeram. Da minha visão algo ingénua (nasci em 1961) e romântica naquela altura só tenho pena de não ter tido o esclarecimento necessário para que nas segundas eleições presidenciais tenha votado em Otelo, que era o meu ídolo da Revolução, e não em quem tinha realmente competência e um grande saber para o cargo e de quem, mais tarde, fui admirador. Maria de Lurdes Pintassilgo. Talvez a primeira-ministra mais brilhante que Portugal teve nos últimos anos.

Abbas Kiarostami


Abbas Kiarostami (realizador)
 1940.Junho.22 – Teerão, Irão /

 
Licenciado em Belas Artes pela Universidade de Teerão estreou-se em 1970 como realizador.  Onde é a casa do meu amigo?” (1987) foi o filme que o projectou internacionalmente tendo a partir de então sido uma presença regular nos festivais de cinema internacionais. Ganhou a Palma de Ouro em Cannes com o filme “O Sabor da Cereja” (1997) e dois anos mais tarde com o filme “O Vento levar-nos-á” ganha o Leão de Ouro do Festival de Veneza. No seu filme “10” (2002) a mulher é a protagonista tendo o realizador pretendido dar uma visão da mulher moderna iraniana. Praticamente todo o filme se passa dentro de um automóvel conduzido por uma mulher e onde ela tem de discussões de cariz sócio-político tendo em conta a vivência iraniana. O carro funcionou aqui como espaço de reflexão, observação e de conversação. Na maior parte dos seus outros filmes os espaços naturais são o seu cenário preferido como “desejo de estar na natureza, de contemplar o céu, o Outono, as quatro estações: esta é a única coisa que me faz recear a morte. Porque o amor que aumenta de intensidade a cada dia, enquanto os outros perdem força, é o amor pela natureza. Por essa razão os meus próximos filmes ainda continuarão a tratar da natureza, e de facto o argumento destes será um pretexto para estar novamente no meio dela.” De Abbas Kiarostami disse Akira Kurosawa:”Quando Satyajit Ray nos deixou, fiquei muito desolado. Mas depois de ver os filmes de Kiarostami, agradeço a Deus por nos ter dado um bom substituto.” Uma das outras características de realizador iraniano é a preferência por actores não-profissionais. Dada a sua projecção internacional, Kiarostami é frequentemente convidado para integrar o júri de inúmeros festivais de cinema internacionais. Em 2004 a Cinemateca Portuguesa dedicou-lhe um ciclo de cinema e recentemente passou na RTP o seu último filme, “Cópia Certificada”, com Juliette Binoche.


quinta-feira, 20 de junho de 2013

"Deus" de novo

Um livro e um país. Na diversidade que povoa o nosso quotidiano tantas vezes se cruzam coisas aparentemente singulares mas que logo nos aparecem ligadas, pelo menos na nossa mente.
Desta vez foi o "Em Nome do Pai" de Nuno Lobo Antunes e as notícias dos acontecimentos na Turquia. Ao primeiro li-o devagar, saboreando cada frase e cada intenção da prosa dum colega feito "José o Carpinteiro" que, inteligente como se manifesta, vai discorrendo numa "hesitação" que nada tem de titubeante mas também não é pacoviamente assertiva, entre "Galeno" e o "Pai dos céus", para nunca abdicar da autonomia do Homem. E a capa do livro expressa-o bem na dualidade do título ("Em Nome do Pai") e o sub-título ("Que Deus é este que toma a mulher de um homem honrado e nela deposita a sua semente").
Deus volta-me com a Turquia. Visitei-a há um ano e fiquei maravilhado! De Ancara a Istambul, do túmulo do grande Attaturk até à linha virtual entre Oriente e Ocidente (ou, citando Vergílio Ferreira, Nascente e...Ocaso), passando pelos menires, balões e cidades subterrâneas da Capadócia e outras belezas, tudo me encantou. Mas o que mais o fez, foi o belo social montado pelo, repito, grande Attaturk, que conseguiu tornar secular o quotidiano dos turcos islâmicos, onde a neblina do Bósforo me fez deliciar mais que o "lusco-fusco de encapuçados" da ponte Carlos em Praga! Que quer agora o "falso-laico moderado" Erdogan com a proibição do álcool e... dos carinhosos beijos dum homem e duma mulher? O Corão?...
Porque me lembrei de associar as duas coisas? Provavelmenteo facto de ser... apenas um homem.

Fernando Cardoso Rodrigues

Barack Obama, não engana!

Num tempo em que a nível global os políticos são suficientemente maus, destaca-se pela diferença positiva Barack Obama. Se bem que a atribuição antes de tempo do Premio Nobel da Paz não deixa de fazer notar que é o único político nestes últimos 10 anos com qualidade e conteúdo para o ser. O resto, os restantes em todo o lado, são suficientemente maus!

Claro que não chega. Claro que não é Barack Obama um ser supremo que tudo vai resolver, longe disso, mas é O Politico de hoje na verdadeira conceção que deveríamos ter, do que é ser politico. E, por comparação olhemos a Europa, as restantes Américas, o outro lado do Mundo e não encontramos, hoje, um único dirigente político com capacidade para o ser.

E os EUA não deveriam agora perder esta oportunidade de deixar trabalhar Barack Obama que os ajudará a sair do precipício e continuará a ser o exemplo do que deve ser feito a bem de um País, e essencialmente das Pessoas que nele habitam, vivem e querem um pouco mais que só sobreviver.

Para os políticos ainda no activo, bem como os e recentemente retirados, aqui da Desunião Europeia seria interessante conseguirem entender Obama quando diz: “Devemos fazer escolhas difíceis para reduzir o custo da saúde e o tamanho do défice”; rejeitando a crença de que “os americanos têm de escolher entre apoiar a geração que construiu este país ou investir na geração que construirá o futuro”.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

É esta a nossa Segurança Social

Em toda a imprensa escrita de hoje, o destaque vai para escandalosa fraude existente na Segurança Social, afirmando o Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Marco António Costa, “que há mais casos em investigação”, assunto que está a ser devidamente investigado, em virtude da atribuição de falsos subsídios de desemprego, doenças e reformas. Que sejam levadas todas as investigações até ao fim, para bem de todos nós, pois essa instituição é pertença de todos nós.

                                                                                   
Mas entretanto por outro lado não deixa de ser menos verdade também, a deficiente eficácia na prestação de serviços da mesma segurança social, para com os seus beneficiários contribuintes, que como todos sabemos efectivamente não é a melhor. Sejamos então honestos, frontais e não tenhamos receio de dizer as verdades, quando existem situações para tal  e assim quero apontar um caso muito real e concreto, que se está a passar neste momento com este vosso "escriba". 

Aconteceu no  dia 23 de Abril, fui  de urgência ao Hospital Beatriz Ângelo (Loures),  devido a um AVC, tendo como tal, ficado logo internado. Aproveito este espaço para salientar o facto, que durante o meu internamento, (fui extremamente bem tratado e estou a ser bem acompanhado para a minha devida recuperação), no serviço de Medicina Interna, chefiada pela Drª. Ana Cristina Grilo e a Drª. Ana Isabel Reis, e aproveito para expressar o meu agradecimento especial,  para todo o pessoal,  quer de enfermagem, quer auxiliares, daquele Departamento de Medicina Interna, daquele hospital.

Glória a Mandiba!

 
Mandiba, afectuoso nome dado pelo seu clã e compatriotas sul-africanos a Nelson Rolihlahla Mandela, advogado, ex-mentor rebelde vitorioso e ex-Presidente da África do Sul de 1994-1999, considerado o líder mais importante da África Negra, vencedor do Prémio Nobel da Paz. Hospitalizado em estado grave, sua filha Zenani (com quatro irmãos) disse à imprensa :« Ele está muito bem!». Graça Machel, sua esposa, declarou: “Nossa gratidão é difícil de expressar. Mas o Amor e a Paz que sentimos dá mais sentido a esta simples palavra, obrigada!” e “Mandiba, disse um dia:” O que conta na vida, não é o quanto se viveu, mas a diferença que fizemos para a vida dos outros” Notável. “As pessoas são e estão nos dias que fazem” disse o Pe. António Vieira. Desde Dezembro do p.p., é a sua quarta hospitalização. Problemas pulmonares recorrentes duma tuberculose apanhada na tenebrosa prisão de Robben Island, cujo carcereiro fez amizade com o Herói! Fará 95 anos de idade em 18 de Julho. Milhões de pessoas de todo o Mundo, acompanham-no dando energias à periclitante situação de saúde do primeiro Presidente Negro eleito na África do Sul, em eleições democráticas de 1984. É comparável a nível nacional aos obreiros da I e II Repúblicas (25 de Abril), Suu Kyi, Lenine, Ghandi, Mao, Helen Keller, Martin Luter King, Lincoln, Madame Curie e tantos, tantas mais... Qualquer que seja o desfecho, que deixou lastro, Rasto e Amor, jamais morrerá e viverá em Glória Eterna!!
 
Vítor Colaço Santos

terça-feira, 18 de junho de 2013

Não nos podemos calar

Toda as horas são oportunas para não nos calarmos por mais tempo:

As comunicações interpessoais que circulam na Internet poder-se-ão considerar ‘armas’ fundamentais para desmascarar todo aquele sistema que não está a desempenhar as suas funções para que foi criado.
E, nos governos ditos democráticos, tais funções estão aquém do que deveriam ser para que foram criadas, pois ao longo dos tempos foram tomadas de assalto e mal desempenhadas por gentes corruptas, desonestas e muitíssimo incompetentes.
E se nos circunscrevermos ao que se tem passado e passa no nosso malfadado país, que
é o que agora nos interessa e diz respeito, passo a partilhar com todos vós o teor do seguinte e-mail, o qual é uma súmula originária do clarividente sociólogo Boaventura Sousa Santos, que preconiza os seguintes radicais cortes e aumentos de receitas, a fim de ser estancada de vez a crise económica em que uns quantos desgraçados vendilhões pátrios criminosamente fizeram mergulhar Portugal e suas gentes:

«O antieuro»

Cada vez fico mais pensativo, quanto ao futuro.
Quem tiver lido o caderno económico ‘dinheiro vivo’ do JN de 15/6 e nele se tenha debruçado sobre o conteúdo do artigo ‘o antieuro’ que versa as ideias de Thilo Sarrazin que quer uma Alemanha orgulhosamente só, ficará com a ideia de que um novo Holocausto poderá já estar na forja e à nossa espera, se esta besta humana conseguisse levar por diante aquilo que tenazmente defende e gostaria de aplicar de imediato.
Este ‘monstro’, filiado no Partido Social Democrata alemão, que foi director do Bundesbank e responsável pelas Finanças de Berlim depois da reunificação e opositor convicto contra a união europeia e monetária, VOCIFEROU que não deve haver qualquer espécie de contemplações para com a indolência de países com Portugal, pelo que a sua Alemanha devia fechar as portas e os bolsos a tais mendigos países.
Perante tais afirmações, que só são uma pequena amostragem do seu tenebroso pensamento, fico cada vez mais atormentado com o nosso país cada vez mais ingovernável e com os nossos incompetentes governantes a porem-se a jeito de tal gente com as mãos mais manchadas de sangue que outro qualquer povo, pelo que o nosso futuro, entregue a tais algozes, se me afigura cada vez mais negro e trágico.
José Amaral

perdidos


Justiça,
Verdade,
Empenho,
Trabalho,
Equidade,
Honestidade,
Mérito,
Vergonha
e Decência.
Procuram-se!


Lídia Jorge




Lídia Jorge (escritora
1946.Junho.18 – Boliqueime, Portugal /


Natural de Boliqueime, Lídia Jorge nasceu a 18 de Junho de 1946, tendo-se licenciado em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa. Seguiu a carreira de docente do Ensino Liceal e foi nessa condição que passou alguns anos em Angola e Moçambique, durante o último período da Guerra Colonial. Lídia Jorge iniciou a sua obra com O Dia dos Prodígios (1980) o seu primeiro romance que haveria de constituir um acontecimento num período em que se inaugurava uma nova fase da Literatura Portuguesa. O livro constrói-se como uma alegoria do país fechado e parado que Portugal era sob a ditadura, permanentemente à espera de uma força que o transformasse. O impacto causado por este romance foi, também ele, prodigioso, e a autora foi de imediato saudada como uma das mais importantes revelações das letras portuguesas e uma renovadora do seu imaginário romanesco. A linguagem narrativa deste romance remete para a atmosfera do realismo mágico. Nos romances de Lídia Jorge, a condição sócio-cultural das personagens, sobretudo as femininas, reflecte-se em diálogos, testemunhos a que não é alheia a atenção que a autora dispensa à tradição oral, em relação directa com a crónica da nossa história recente, antes e depois da revolução. Da sua experiência em África, escreveu A Costa dos Murmúrios (1988) pela prespectiva de uma personagem feminina, mulher de um oficial do Exército Português em serviço em Moçambique, livro que serviu para confirmar a romancista no panorama literário em Portugal. Seguiram-se O Jardim Sem Limites (1995), O Vale da Paixão (1998) O Vento Assobiando nas Gruas (2002), entre outros romances, livros de contos, peças de teatro e ensaios. A par da actividade literária, Lídia Jorge foi professora convidada da Faculdade de Letras de Lisboa, actividade que interrompeu para desempenhar funções na Alta Autoridade para a Comunicação Social, entre 1990 e 1994. Os seus livros têm-lhe merecido variadíssimos prémios e estão traduzidos para diversas línguas. Em 2006, a autora foi distinguida na Alemanha, com a primeira edição do Albatroz, Prémio Internacional de Literatura da Fundação Günter Grass, atribuído pelo conjunto da sua obra. O seu último livro A Noite das Mulheres Cantoras é de 2011. Será hoje uma das escritoras mais conceituadas no panorama literário português.

Fundir as Polícias, porque não?

Claro que não deveria ser só por indicação do FMI, que as Policias deveriam, já, ser uma só, tem anos!! E se não fizermos aqui o que o FMI manda, eles vão nos fazer , fazer noutro ponto qualquer.

Não fizemos o que deveríamos ter feito e eles pretendiam, que era acabar com mais de metade das Camaras Municipais, Institutos e Fundações - e tinham razão, e têm razão - , e a cada dia que passa eles vêm com outras indicações que serão sempre muito mais gravosas para a população em geral. Quando aquelas seriam só, para uns poucos e sempre os mesmos, privilegiados!

Bem, é assim que nos continuamos a portar - mal -  e assim vamos continuar a sofrer - os cá de baixo!

Quanto às Policias, não se justifica no País do tamanho do nosso. Não é pequeno , como tantos querem dizer, mas não é grande. É, Médio. Há na Europa maior e mais pequeno que nós em todos os aspecto: tamanho, população, costa marítima. Não se justifica não fundir As Policias!  

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Corrupção do Bacalhau

 
Está confirmado, senhores e senhoras. Já não são necessários novos estudos, estatísticas elaboradas ou testemunhos dos próprios corrompidos e corruptos.
A corrupção atingiu o seu cume, o seu Evereste, daqui para a frente o caminho leva-nos directamente para o Inferno !!! O que aconteceu, perguntar-me-ão as almas mais apreensivas ?
Meus amigos, o Bacalhau, o Bacalhau, o ...Bacalhau, repito três vezes como aquele que se ajoelha perante a catedral para pagar uma promessa, está corrompido. Na cadeia de supermercados  Jumbo detectou-se que, em vez de Bacalhau com Natas, vendia-se Peixe-Caracol !!!
Peixe - Caracol, como é possível descer mais baixo !!! Imaginem um Peixe majestoso como o Bacalhau, o Rei dessa outra selva aquática de peixes, comparado a um miserável e nojento Caracol, que usurpa asquerosamente o seu lugar !!!
As autoridades têm de tomar medidas, o Governo tem de se reunir de emergência e, em vez de 9 horas, fazer reuniões de 24 horas, a Troika, sim, a Troika tem de delinear um plano de salvação do Bacalhau - já que o plano de destruição do país está a correr lindamente - a própria oposição, a Sociedade civil, sei lá quem mais ...
Temos de salvar o Bacalhau !!! Temos de salvar, pelo menos, o paladar da Nação já que tudo o resto está em degradação.
A corrupção dos bens alimentares, ao contrário do que possa parecer, é uma questão primordial. Exemplifica um desleixo, uma incapacidade para respeitarmos as nossas tradições mais elementares, que merece o levantamento de um povo.
 Às armas, às armas pelo Bacalhau vamos lutar, contra os Caracóis iremos triunfar !!!!
 
Rui Marques

Exemplar (es)

 (Feira do Livro no Porto em 2012)
 
A edição de sexta-feira de o “Público” trás um suplemento, “Ípsilon”, com os artigos ligados à cultura, novidades da artes e espectáculos. Nesta última edição, como não poderia deixar de ser, deu um destaque 6 páginas ao Herberto Helder que tinha acabado de lançar mais um livro de poemas inéditos, “Servidões, que como diz o jornalista Luís Miguel Queirós, é novíssimo e está esgotadíssimo. Ora como é do conhecimento de muitos o poeta tem uma atitude muito reservada quanto a entrevistas e fotografias como que alimentando uma certa aura. Com este novo livro de poemas de H. Helder ficamos mais uma vez, tal como aconteceu em 2008 com “A Faca Não Corta o Fogo”, com água a crescer na boca porque a edição se limita a 5 mil exemplares, por vontade expressa do escritor e pena da editora, julgo. Ou não, uma vez que em 2008 a editora acabou por contornar a questão com a edição imediatamente posterior da colectânea de poesia “Ofício Cantante” onde se incluía já “A Faca Não Corta o Fogo”. Este ano, já admitido por Luís Miguel Queirós em “Público” de 23 de Maio, iremos ter nova edição da sua colectânea de poesia completa, em breve. Truque? Marketing? Preocupação ambiental? Qual o sentido? Este ano volta a ter um limite de exemplares para o sempre aguardado livro do poeta. Milhares de leitores do “Público” ficaram a saber, por intermédio dos jornalistas que a promovem, do interesse e valor desta obra, no entanto muito poucos, por vontade do escritor, a poderão ler. Que sentido faz a editora oferecer (!) livros aos diferentes jornalistas para a sua promoção se a totalidade da edição já está vendida à partida? Claro que os jornalistas agradecem. Serão donos de uma imensidão de livros…oferecidos. Sempre julguei que houvesse a ambição de a nossa obra ser lida, apreciada, elogiada pelo o maior números de pessoas possível. Daí o destaque que se dá a uma obra quando rapidamente esgota e se têem de fazer novas edições. Por outro lado o que seriam das livrarias e editoras se TODOS os escritores, romancistas, ensaístas, poetas, contistas fossem assim contidos no número de exemplares editados? E de nós, que não poderíamos entrar numa livraria e passear os olhos nas páginas preferidas, namorar um pouco com os livros que não podemos comprar ou tão só satisfazer a nossa curiosidade literária? As livrarias deixariam de fazer sentido dado que o livro antes de sair já estaria esgotado. E para aqueles que têm o privilégio de conseguir serem os primeiros a encomendar o livro não necessitariam de sair de casa. A internet punha-lhes o livro em casa, pelo correio. Quando soube da iminente saída do “Servidões” lá me dirigi à livraria mas disseram-me logo que da quantidade de reservas poucas seriam satisfeitas. Pena. E fiquei a pensar no que tem o poeta contra as livrarias e que sua obra seja lida por…vá lã, mais uns mil ou dois mil leitores. A resposta talvez a tenha dado António Guerreiro num artigo no mesmo suplemento:”Herberto Hélder zela tanto pela autonomia da sua obra (…) que acabou por criar condições aptas a um investimento mercantil: o seu livro é capturado por especuladores, como se tratasse de um produto financeiro ou de uma mercadoria rara.” Estará Herberto Helder do lado do grande capital, dos especuladores, dos que vêem nos seus livros simplesmente óptimos investimentos? A passada compra da ‘Assírio & Alvim’ pela ‘Porto Editora’ talvez só tenha sido possível por causa do peso de H.H. no catálogo ‘Assírio’. Um bom investimento sem dúvida. A pergunta que fica é: e quando o poeta nos deixar, as reedições, que não terão o mesmo valor obviamente, irão pelo menos aparecer para os que ainda aguardam conhecer a sua obra? Talvez um dia tenhamos o orgulho de ver uma 1ª edição de “Servidões” ou “A Faca Não Corta o Fogo” leiloada na ‘Christie’s’ por uma fortuna. Se eu tivesse capital sem dúvida que investiria em “Cultura”. Parece que é o que está a dar…e mesmo assim, sem querer, julgo já ter algumas raridades.

Olá, cegonha!

Com a aprovação das adopções de crianças por pares de homossexuais, deveria ser, de novo, introduzido nos programas de Educação Sexual a teoria da cegonha para explicar às crianças de onde vêm os bebés.
 
Desta forma, as crianças já não vão estranhar, nem fazer perguntas de difícil explicação, por serem filhas de dois pais ou de duas mães.
 
Esperemos, no entanto, que as adolescentes, para não engravidarem, não passem a atirar pedras às cegonhas, em vez de usarem contraceptivos.
 
Santana-Maia Leonardo
Jornal A Barca, 13-6-2013

domingo, 16 de junho de 2013

O regabofe continua

 
Alguns iluminados "comentadores" políticos procuram iludir-nos dizendo que a crise é internacional e abstendo-se de referir que a sua causa principal é a corrupção. Os "eruditos" que na rádio, na TV e nos jornais dizem que o mal é da conjuntura internacional iludem-nos e desresponsabilizam os três partidos de direita que há 37 anos nos desgovernam (CDS, PSD e PS) através do regabofe que, afinal, continua. Claro: tais "eruditos" comentadores são desses mesmos partidos!
Soubemos hoje que o Tribunal de Contas detectou ilegalidades na ilha da Madeira envolvendo 12,3 mil milhões de euros; trata-se de violações de limites de endividamento, ocultação de dívidas e violação de regras da contratação.
Soluções para tamanha pouca vergonha: - 1ª) façamos uma revolução confiando os nossos votos ao PCP e ao BE, e passaremos assim a viver outro paradigma de alternância democrática, que pior que a de direita não pode ser; 2ª) em alternativa, como já não há cravos nas espingardas para fazermos outro 25 de Abril, derrubemos com votos em branco a Constituição, a lei eleitoral e a lei do financiamento dos partidos porque estas leis facilitam a corrupção; e que a Junta de Salvação Nacional nascida deste golpe de Estado corte os financiamentos à Madeira (obrigando-os à independência) e mande julgar os governantes dessa ilha e do Continente responsáveis pelas gravíssimas ilegalidades que o Tribunal de Contas detectou; os novos partidos nascidos depois desta revolução serão mais justos porque aprenderão com a lição que os eleitores não são parvos.
José Madureira

Nem tudo é mau


Neste País nem tudo é mau, no momento tão conturbado das nossas vidas em que estamos a passar e a viver, que têm sido dias terríveis aqueles que temos vindo a passar em todos as áreas do nosso dia-a-dia, quero hoje fazer uma pausa e não tecer qualquer comentários ou críticas negativas seja a quem for.

Como é bom assim podermos também descansar um pouco fazendo uma pausa para falar de coisas boas que acontecem e que devemos registar, salientar e saudar, não esquecendo esses feitos de quem nos representa no estrangeiro, neste caso mais concreto do nosso ciclista Rui Costa que brilhantemente venceu a Volta à Suíça em bicicleta.
Hoje o desporto português, mais concretamente o ciclismo através do poveiro Rui Costa a representar a Movistar, está de parabéns pela vitória deste atleta português, pelo segundo ano consecutivo, ao ter vencido a Volta à Suíça.
Esta vitória não vai decerto apagar ou esquecer os nossos problemas…mas a mim como português enche-me de orgulho e sabe tão bem.


Mário da Silva Jesus