terça-feira, 31 de maio de 2016

Mais de €3 mil milhões de comissões



  Os bancos cobraram mais de €3 mil milhões de comissões de manutenção em 2015! Entre 2007 e 2016, aumentaram 74%! Vejo na TV, uma pobre mulher com filhos e um rendimento de €200 e o banco
cobra-lhe mais de €5 em comissões de manutenção mensais... Também me debitam por mês €5,41 que perfaz por ano, €66. Estas cobranças, multiplicadas por milhões de obrigatórios clientes dos bancos, são – um maná! Diz a Associação Portuguesa de Bancos:«Os bancos também prestam serviços bancários que não são gratuitos porque têm custos associados e satisfazem necessidades dos clientes dos bancos». Quais clientes? Para mim (e para quantos milhões?) e para a minha família não prestam quaisquer serviços. Daí não terem custos, mas cobram-nos despesas (que não fazemos) em comissões de manutenção... Manutenção
de quê? Terem umas dezenas de euros que investem, ganham e ainda nos cobram por os usarem a bel-prazer. Tudo isto configura um roubo? Não, é um desvio, com o silêncio cúmplice do Banco de Portugal.
    Esta injustiça está para lá do inqualificável! Apetece-me gritar: Oh da guarda!!

                                                      artigo de opinião de Vítor Colaço Santos
                                                                          

Entrada em vigor das 35 horas semanais para a Função Pública


Todos sabemos que as principais regras que regem o mundo laboral entraram há muito numa roda acelerada de desregramento e de desrespeito.
E, com a apregoada entrada em vigor do horário das 35 horas semanais para a Função Pública a partir de 1 de Junho, logo se afigurava pela negativa em se concretizar, porque coincide com o início de férias.
Assim, a entrada em vigor foi dilatada para o fim de ano, sem que se lamente a distorção que existe em relação ao mundo laboral privado, sobre o qual se diz, erradamente, que nesse campo o Estado nada pode fazer ou impôr, bem como os sindicatos também pouco fazem.
Então, perguntamos: quem é que tem aguentado com os desaires, desmandos, más gestões e roubos na esfera laboral privada? Não foi o Estado, logo, todos nós os contribuintes?
Portanto, não estamos de acordo que com lucros e outras directrizes os privados possam fazer o que bem entendem, mas com desfalques e desmantelamento de empresas seja o Estado a colmatar os prejuízos e resolver o caos, pelo que deve também meter o bedelho nos horários de laboração e outros itens de gestão empresarial.

Nota: texto também publicado no PÚBLICO de 1/6, com o título "35 horas semanais".

José Amaral

José Cid queimou-se


Vá-se lá saber o porquê de só agora José Cid, passados seis anos, ser assado em lume brando, como os leitões da Bairrada, de onde é oriundo. Mas, como ‘mais vale tarde do que nunca’, assim lhe responderam as gentes honradas de Trás-os-Montes, logo que tal souberam, uma vez que a famigerada TDT só tendo 4+1 canais em sinal aberto, o canal Q é restrito a elites do bota-abaixo.
As suas proferidas pocilgas bacoradas, logo que foram tornadas públicas, não caíram em saco roto, uma vez que os transmontanos nunca gostaram de tais desfeitas.
Também sabemos que o dito ‘bácoro’ digere muito mal o êxito dos seus companheiros de ofício, mas agora isso não é para aqui chamado.
Que se cuide e não ouse passar para lá do túnel do Marão.


José Amaral

DO NOVO MUNDO

Fomos lançados para aqui. Não pedimos para nascer. Contudo, já que estamos aqui importa viver o presente. O presente que se renova sempre. Segundo após segundo. Creio que viemos para nos aperfeiçoarmos, para desenvolvermos as nossas potencialidades e isso nada tem a ver com dinheiro ou com o ganhar a vida. Creio que é algo de muito mais espiritual, que tem a ver com a comunhão, com o amor. Mas tais estados só são atingíveis sob uma atmosfera de liberdade, não num regime mercantil, de exploração e escravidão. Creio que a demanda a que me refiro nada tem a ver com governos nem com poderes. Falo de gozo, de criação, de sabedoria, de iluminação. Falo do novo mundo e do homem livre. Falo no que podemos ser.

31 DE MAIO, DIA MUNDIAL SEM TABACO

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A 31 de Maio de cada ano, a Organização Mundial de Saúde celebra o Dia Mundial sem Tabaco. Sujo objectivo consiste em assinalar os riscos que advêm do consumo de tabaco para a saúde e fomentar políticas eficazes de redução do dito consumo que é responsável, a nível mundial, pela morte de um em cada dez adultos.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Portugal gangrenado


Estava nesta cogitação gangrenosa e de desabafo, acerca da podridão, que em sentido figurado nos diz que ‘a corrupção e o vício são a gangrena da alma’, ao que acrescento ‘alma lusitana’, quando deduzi o seguinte: como poderá Portugal sobreviver tendo que sustentar cinco presidentes da república, um governo central, cerca de quatro centenas de governos municipais, dois governos regionais, fundações sempre carentes de fundos públicos, a mantença de contratos de associação pecaminosa, desvios criminosos em parcerias ruinosas, de entre outros saques colectivos, como alguns bancos transformados em cavernas de ladrões?
Compatriotas, só um pequeníssimo mas dispendioso exemplo para ilustrar o que acima enumerei: conheço um presidente de uma assembleia municipal que antes de o ser andava e conduzia um vulgar carro usado – o seu. Hoje, tem um chauffeur que o espera à porta, com um carro preto acima da média, para o levar, à nossa custa, aonde muito bem entende ir, pois deixou de conduzir ou terá ficado senil.
Concidadãos, agora façam a multiplicação e vejam, olhando para as vossas bolsas, a maldição em que caímos para estarmos sujeitos e obrigados a sustentar tanta cambada.


José Amaral

Dualidade de critérios


Algures na Terra a caminho do fim dos tempos, em que já nenhum deus consegue impôr os seus conselhos, uma criança caiu no fosso da jaula de um gorila, pelo que, na iminência de perigo para a criança, se optou por matar o símio.
As autoridades irão responsabilizar, e bem, os pais da criança por não a terem guardado como se impunha, evitando-se também a morte do infortunado gorila.
O mesmo não se passou com o casal de ‘orangotangos’ que, no Algarve, descurou a sua prole em solo estranho, pelo que uma das suas ‘crias’ desapareceu sem deixar rasto.
As autoridades nada fizeram para castigar o descuidado e criminoso casal.
Lembram-se do caso?


José Amaral

O ser desconstruído

Os homens e as mulheres não se vêm nas roupas que vestem, nos carros que conduzem, nas casas que habitam…
Os homens e as mulheres vêm-se por detrás das atitudes, do carácter e da sua formação moral.
Vivemos num tempo em que vale tudo para ascender social e profissionalmente. 
Em que, muitas mulheres, antes, o pilar da moralidade, competem ferozmente com os homens através dum assédio demasiado vulgarizado e para chegar rapidamente ao objectivo a que se propõem.
Banalizaram-se comportamentos! 
Já quase não se penalizam as falhas morais!
Vale tudo num mundo sem barreiras éticas e por conta do sucesso!
Será?
Será que “o crime compensa”; que vale tudo para chegar ao auge da carreira ou ao mais alto estrato da sociedade?
As pessoas parecem não aprender com os exemplos que a cada passo chegam ao seu conhecimento e muitas entram numa espiral de fascinação que fatalmente as conduzirá, mais cedo ou mais tarde, à cadeira do analista, assim haja dinheiro para isso!
Quando todas as necessidades estiverem satisfeitas. Quando já nada houver a conquistar, chegarão, com toda a certeza, as consequências sociais e sobretudo as morais, do tráfico de influências, do vale tudo para chegar ao topo!

E a depressão, que é uma “amiga” dessas horas, virá como factura a pagar por conta de violentarmos os princípios que fingimos não ter, mas que sempre estiveram lá, para pregar a rasteira final.

As papoilas


   As papoilas da minha meninice
continuam ainda iguais;
eu, já em plena velhice,
aos tempos de outrora não volto mais.
JA

PÚBLICO SEG 30 MAI 2016




Colégios e estivadores



O Estado não pode estar a “utilizar” os nossos impostos para pagar duas vezes a “mesma coisa”.

Se existe uma escola pública, que necessariamente é sustentada pelos nossos impostos, e um colégio privado, que deve implicitamente “viver” à custa dos privados, não podem os nossos impostos estar a suportar ambos.

É linear e até indiscutível. E quem acha, e com todo o direito, que o ensino, os cuidados, a organização é melhor no privado que no público tem de pagar mais para lá colocar os seus descendentes.

Por certo, a muitos de nós já terá acontecido e a muitos continua a advir. Ponto!

Quanto a serem feitas greves — algo que teve efeitos no pós-25 de Abril de 1974 quando vínhamos de uma ditadura — que muito prejudicam outros e o país, talvez devessem ser menos utilizadas.

Quando em situações limite tem, e muito bem, de estar presente a polícia — para isso ela existe e é paga pelos nossos impostos —, tem de ser respeitado o seu trabalho. A polícia tem de existir num Estado civilizado e tem de fazer o que deve fazer, para haver razão de existir. Ponto!

Senão, acaba-se com polícias, tribunais e tudo o mais, por não ser possível que façam o “serviço” para que existem.

E hoje, por certo, um estivador — com todo o respeito que merece, e que é importantíssimo até pela falta que faz quando não está a actuar — já não tem as necessárias características de há 20 anos.

As cargas a granel acabaram, as tecnologias nas cargas e descargas, os contentores, tudo veio criar uma diferença na profissão.

 E não é necessário ser entendido, basta ver. Logo, será diferente, para além da forma — greve — como o conteúdo — propostas — que hoje devem ser reivindicadas. E quanto mais se defender qualidade, empenho, respeito pelo trabalho e por todos que o fazem mais evoluiremos, e iremos ajudando-nos e ao país.

Esperemos que desde colégios a estivadores, muitos mais de nós queiramos pensar mais no todo.



Augusto Küttner de Magalhães



Porto

domingo, 29 de maio de 2016

Obrigado, Isabel Jonet



Não me sentiria bem se não desse a minha opinião sobre a recolha de alimentos do Banco Alimentar. Suspeito, pois sou admirador de Isabel Jonet, e talvez por isso mesmo, compreendi bem a entrevista que alguns quiseram transformar em polémica. Também compreendo muito bem que muitos, até com responsabilidades na sociedade, alimentassem e tenham ajudado a incendiar opiniões. È que para certas pessoas, o êxito de Isabel Jonet, que ajuda a minorar situações aflitivas, isso não lhes convém pois são adeptos do quanto pior, melhor. Não satisfeitos, foram para além da referida entrevista, e puseram a circular na internet um estudo, que resumidamente, nos quer convencer que os hipermercados e o Estado também ficam a beneficiar com as nossas dádivas. Esquecem que estas campanhas apenas representam cerca de 12% dos produtos angariados pois diariamente chegam ao Banco Alimentar os excedentes das cadeias de distribuição, agricultura e indústria. Termino feliz pois nesta campanha foram recolhidas, apesar das dificuldades que nos toca a todos, cerca de três mil toneladas de alimentos para cerca de 380.000 necessitados. Por muito que eu próprio tenha doado, não foi nada comparado com o voluntarismo de cerca de 40.000 pessoas que trocaram o conforto do lar ou outra ocupação pessoal durante um fim-de-semana, por esta nobre missão. Para Isabel Jonet, voluntária a cem por cento diariamente e durante tantos anos, permita-me que lhe ofereça um beijo de gratidão. Jorge Morais


Terminada mais uma campanha de angariação, por continuar a ser fã de Isabel Jonet  e a VOZ DA GIRAFA ainda não existir em 2012, aqui fica o meu testemunho publicado em Dezembro desse ano nos Jornais: PÚBLICO, JN, DN e DESTAK. 

DIA 29 DE MAIO - DIA MUNIDAL DA ENERGIA

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A 29 de Maio, assinala-se, todos os anos, o Dia Mundial da Energia. Este dia foi criado para sensibilizar as pessoas e os líderes mundiais para a necessidade de poupança de energia e para a promoção das energias renováveis, mais amigas do ambiente, em substituição das energias fósseis altamente poluentes e prejudiciais para a própria Vida na Terra.
Aparências

A vida que é longo encanto,
Mistério a cada instante,
Tempera-a o sofrimento!
Tem um preço que se paga
Por vezes fere como adaga
Mas não ecoa o lamento!


O que queres aparentar
Pode em si só albergar
Mentira e desenganos!
Nem sempre o que parece, é!
Há muita árvore de pé
Que secou há longos anos!...


Joaquim Carreira Tapadinhas  -  Montijo


sábado, 28 de maio de 2016

FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL DE FUTEBOL FEMININO FOI UMA BOA DIVULGAÇÃO PARA A MODALIDADE

Final da Taça de Portugal de futebol feminino foi uma boa divulgação para a modalidade
Entre muitas outras modalidades das chamadas mais "pobres" , dispersadas e praticamente ignoradas, do desporto e praticamente passadas efectivamente para um segundo plano neste País chamado Portugal, e que pouca divulgação e espaço tem tido o merecido e devido apreço e respeito, repito, por parte dos órgãos de informação de toda a nossa imprensa, tanto escrita como falada, infelizmente, entre elas, conta-se por exemplo esta modalidade, que é o futebol feminino. Contudo uma nota de realço e de apreço neste espaço para endereçar daqui os parabéns mais do que merecidos, que os desportistas, aqueles verdadeiros, temos que dar á televisão, em especial através do seu canal da TVI24, pela transmissão que nos proporcionou, do jogo da final da Taça de Portugal de Futebol Feminino, e a respectiva divulgação desta modalidade, que atrai poucos espectadores e como tal ainda está meio adormecido e pouco atractiva, cativante e atraente e que chama, assim ainda poucos espectadores a assistirem aos seus jogos. O desporto "rei", o chamado futebol, em especial o feminino, infelizmente ainda não atrai público, muito pouco aliás e são efectivamente mais os espectadores que por vezes preenchem as bancadas de um campo ou estádio, por parte dos familiares e amigos das intervenientes. E, hoje na final da Taça de Portugal de Futebol Feminino, realizada esta tarde, no mítico Estádio Nacional do Jamor, entre o Clube Futebol Benfica e o Valadares Gaia Futebol Clube, com a vitória a sorrir para as bandas da equipa do carismático e emblemático clube lisboeta o "Fó-Fó", por 2-1, conseguindo assim o seu segundo troféu pelo segundo ano consecutivo e esta tarde a assistiu-se a esta prova de aderência de espectadores que rondou pouco mais de cerca de 2500 espectadores. Com a meritória transmissão e louvável do canal da TVI 24, que deu assim um grande passo para a divulgação do futebol feminino em Portugal.


Frente a frente, duas grandes equipas, qualquer delas dignas de poderem vencer esta final, mas como sempre só uma podia sair vencedora, e a vencedora desta final da Taça de Portugal foi a campeã nacional o Clube Futebol Benfica, que na meia-final eliminou o Boavista por 3-0 e 4-0, e venceu esta prova pelo segundo ano consecutivo, contra uma digna vencida, 3º. Classificada no campeonato nacional, que foi o Valadares Gaia FC, que na outra meia-final eliminou o Estoril-Praia por 3-3 e 7-0.


De realçar o comportamento exemplar das intervenientes que não deram grande trabalho disciplinar à equipa chefiada pela árbitra Ana Aguiar. Sem dúvida que foi uma grande divulgação para o progresso do futebol feminino em Portugal e uma grande forma que o canal de televisão TVI 24, ofereceu com a sua impecável transmissão, com bons narradores, para motivar a devida divulgação desta "chamada e pobre modalidade" que é o futebol feminino e que vai sobrevivendo pela chamada carolice que alguns entusiastas da modalidade, estando a ainda a léguas de distância para ombrear , por exemplo a nível de selecção nacional com outras selecções já devidamente profissionalizadas..


(Texto-opinião, publicado na edição online, secção "Escrevem os Leitores" do Jornal  RECORD de 28 de Maio de 2016)
MÁRIO DA SILVA JESUS


Criança descalça

Criança descalça
Teu riso d’aurora
É puro e é sonho.
Criança descalça
Estás a ser roubada
Num mundo medonho

Criança descalça
Calçada de sujo
Neste mundo cru.
Criança descalça
O mundo está sujo
O mundo não é como tu!

Criança descalça
Descalça por nós
Teus pés sem guarida
Pisam urbe falsa
Onde tua voz
Nunca foi ouvida!...

Joaquim Carreira Tapadinhas  -  Montijo


Os porcos triunfam sempre

Não parece ser possível fazer grande coisa. Os porcos triunfam sempre.

Os mentirosos, os poderosos (a mentira é uma forma de poder e o poder é uma forma de mentira), os belos, os bem nutridos, os bem parecidos, os fortes, os atléticos, os bem falantes, os altos e os loiros, os de olhos azuis, todos os perfeitos, os de sorriso alinhado, os de dentes brancos, os bem vestidos, todos estes, todos eles, triunfam sempre pois é a imagem o factor fundamental.

Muito antes desta era estupidamente mediática, já dizia o povo que "quem vê caras não vê corações". A sabedoria popular é feita pelos que estão por baixo, pelos defeituosos, pelos baixotes e gorduchos, de beiça gordurosa, malga de tinto vazia a pender na mão titubeante. Este ditado é profecia.

Vivemos num mundo dominado por dentições ofuscantes. Os que têm dentes podres e barbela nunca poderão confrontar os limpinhos, dificilmente poderão refutar uma afirmação exalada num suspiro enfadado de um Ken, muito menos poderão contestar a autoridade luminosa de uma Barbie. Vivemos num mundo dominado por princesas Disney.

Poucas vezes a "tradução" de um título do inglês teve tão grande sublimidade quanto a de "Animal farm" para "O triunfo dos porcos". Houvesse Orwell tido o lampejo genial desse título para a sua fábula intemporal e, talvez, o mundo fosse um pouco diferente. Os porcos triunfam sempre.

A SELVA

"Vivem entre gorilas espirituais, vivem com maníacos do comer e do beber, escravos do êxito, inovadores de engenhocas, cães de caça da publicidade." (Henry Miller, "O Pesadelo de Ar Condicionado")
Como pode uma alma sensível viver e criar numa sociedade cada vez mais marcada pelo utilitarismo, pelo produtivismo e pelo consumismo norte-americanos? Como pode alguém sensível manter-se mentalmente são? Como pode um jovem seguir um percurso pleno na arte num mundo de broncos e chacais? Realmente, como diz Miller, "os pobres não conseguem pensar em nada a não ser na comida e nos problemas da renda". As classes médias sabem que o verdadeiro inimigo não é o capitalista nem o banqueiro que bajulam mas os poucos artistas rebeldes que denunciam com palavras ou tinta a podridão do sistema. Sim, ainda há uns quantos que resistem. Mas esses tiveram que resistir a muitas provações. Desde a infância que lhes pregam a cantiga do dinheiro e do ganhar a vida. Desde cedo que os tentaram convencer que eram eles os desajustados e que, por isso, se sentiam sós e infelizes. Os próprios colegas de escola se encarregam disso. Muitos caem. Outros morrem para sempre nesta selva. No entanto, pode haver um amigo, um colega, um professor, um livro, uma canção que altere tudo. E então descobrimos que estamos no caminho da Vida e da Sabedoria. E então descobrimos que somos mais fortes do que os papões do capitalismo. Porque nós vimos de lugares benditos, porque nós vimos dos céus, do Eterno, do Infinito. E por isso não há muros que nos travem. E por isso somos abençoados. E por isso somos divinos.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Carta de um filho emigrado ao pai ferido

 
Joaquim A. Moura
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 Para arranjar sustento com mais garantia, pão menos duro para o dia-a-dia, os nossos filhos partem uns atrás de outros carregados de malas com roletes e muita mágoa a tiracolo e colada à alma, e com o objectivo fundamental de aumentarem a sua formação e preparação para os dias que se adivinham difíceis, aquém e além mar. Portugal sempre foi um país de partida e hoje já não é de regresso. Só não parte quem ultrapassou o prazo de validade e possui apenas a precária condição de velho e sem as competências com que o país não lhe deu ou o dotou. Os jovens marcam cada vez mais encontro nas gares de passagem para outras margens. Portugal tem o futuro ameaçado ou no mínimo enegrecido. É na nuvem que se escondem as oportunidades a que só têm acesso os filhos privilegiados dos senhores morgados instalados no Poder. Para esses o sol nunca se põe, e não precisam de ir apanhar ar para outras bandas, nem latitudes rodeadas de perigos. Que Portugal se erga de uma vez por todas e sem deixar cair mais famílias no desepero, que por hoje enxameia cada lar insosso, com o mar a invadir-lhe todos os sonhos e a afogá-lo nos pesadelos piores e bem salgados!

CUIDADO COM A PRIMEIRA RECUSA

Quando decidimos dar o "nó", para além duma série de convites formais, dei conhecimento a um grupo restrito de pessoas que achei que deviam ser informadas. Uma delas, um indivíduo bastante mais velho que eu com quem gostava muito de conversar e com quem aprendi bastante, quando lhe dei a noticia, para além dos parabéns também me deu o seguinte conselho brincalhão: atenção que às mulheres podemos dar as melhores prendas, mas se um dia lhe recusamos um simples lenço, esquecem tudo aquilo que lhe demos e arranjam logo uma zanga. Este alerta que aqui relatei e que já transmiti a outros, serve também para alertar o Senhor Presidente da República que a lua-de-mel com o Governo tem sido muito bonita e que tem dado bons frutos. No entanto, e pelas noticias vindas a público embora desmentidas, parece que se prepara para lhe negar o primeiro lenço. Pense duas vezes antes de tomar tal atitude, caso contrário a "noiva" zanga-se, parte a louça toda e nós é que apanhamos com os cacos.
Jorge Morais

Publicada na Jornal METRO 27.05.2016 - SÁBADO 02.06.2016

 

A 27 DE MAIO DE 1862, NASCE MANUEL TEIXEIRA GOMES


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A 27 de Maio de 1862, nasce, em Vila Nova de Portimão, Manuel Teixeira Gomes, que foi o sétimo presidente da Primeira República portuguesa de 6 de Outubro de 1923 a 11 de Dezembro de 1925. Antecessor de António José de Almeida e Sucessor de Bernardino Machado. Pertenceu ao Partido Democrático. Foi, escritor, Político e Negociante.
Faleceu a 18 de Outubro de 1941, em Bougie na Argélia Francesa.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

LIGA DOS AMIGOS DOS MONUMENTOS RELIGIOSOS




Adoro mesquitas, e igrejas. Os minaretes e os torreões tiram-me do sério, elevam-me. Diga-se já para que não se encontre motivo retorcido que também adoro uma bela sinagoga. Pelo-me por qualquer tipo e tamanho de templo, caiba num viés ou ocupe todo um amplo quarteirão, se bem sendo maiores são mais imponentes, e nós não estamos aqui para gostar de coisas pequenas.
Apesar de ser ateu pela impossibilidade intelectual de estar disponível para uma epifania religiosa, mandasse e corria com todos os moradores, mesmo os mais renitentes e difíceis que insistem em morar uma vida inteira no mesmo sítio e não dar lugar a outros, para construir belas e majestosas e ricas mesquitas e catedrais e casas de ofícios (espirituais entenda-se). Enchia a cidade, a cidade de deus, mesmo que ficasse sem homens para assistirem às liturgias que são tão bonitas e purificadoras.
Quem não pensa assim não tem visão, e quem não tem visão não vê, e quem não vê não pode guiar ninguém.
O mal do mundo está nos que não gostam das mesquitas, os que desdenham as igrejas, os que viram a cara a uma sinagoga. Se gostassem compreenderiam a falta que nos fazem, pelos seus exemplos de tolerância e inclusão.

Já agora, se eu me chamo Luis e sou único, porque que razão precisa deus de tantos nomes? E de tanta casa? Quando ele habita não é no nosso coração?

O CAMINHO DA DIGNIDADE


A França está a ser varrida por uma onda de greves. Os trabalhadores gauleses respondem assim, à submissão do “socialista” Hollande aos neo-liberais, aos homens de mão do grande capital, que dominam a União Europeia. Na Grécia, o “esquerdista”Aléxis Tsípras, foi ainda mais longe. Cedeu em toda a linha. Aceitou privatizar praticamente tudo o que resta, restringir drasticamente a Segurança Social e desregular por completo a legislação laboral. E mais, no plano de política externa,traiu o seu povo e a Grécia, ao visitar Israel e dar o seu aval ao estado que ocupa ilegalmente territórios dos seus vizinhos como os Montes Golã da Síria, e que, a ferro e fogo, transformou a Palestina na maior prisão a céu aberto do mundo. Daí os elogios rasgados da UE, do FMI e do G7 reunido agora no Japão. Em Portugal, os mesmos que aplaudem o líder do Siryza, pressionam e chantageiam António Costa, por este e o governo do seu partido, terem tido a dignidade de se entenderem com o partido que não só não se submete ao capitalismo predador, como o pretende até erradicar. O PCP. Portanto, só o caminho da dignidade pode fazer frente e alterar profundamente as políticas que empanturram uma ínfima minoria, e trazem a fome, a guerra e a desgraça aos povos.
Francisco Ramalho

Corroios, 26 de Maio de 2016
Que tudo fosse nós

Um desejo. O verbo amar.
O verbo anterior a conceber.
Um olhar, como princípio doutro olhar
Numa tortura que faz elanguescer!

Uma luta por te querer e não te crer.
A fome insaciada de te olhar.
O medo… o receio de perceber
Que a tua foz irá a outro mar!

Uma visão, um sonho, uma loucura!
O que quiseres, do modo que tu queiras!
Uma louca corrida, numa viril procura
De fecundar o mundo com algo mais que ideias!

Que de mim e de ti se dissesse de nós
Que o teu Além, não fosse apenas teu!
Que no teu Ser vibrasse a minha voz!
Que tudo fosse Nós… e nada tu e eu!...

Joaquim Carreira Tapadinhas - Montijo



quarta-feira, 25 de maio de 2016

UM PAÍS DE SUICIDAS

Segundo o INE, em 2014 registaram-se 1223 suicídios em Portugal, o que representa um aumento de 16,1% face ao ano anterior. Aumentou também o número de casos de pessoas mais jovens que se suicidaram e, embora a maior parte dos suicidas seja do sexo masculino (76%), verificou-se um aumento de casos entre as mulheres. 
Uma sociedade cada vez mais insuportável, onde as pessoas se atropelam pelo emprego, pela carreira, pelo dinheiro, uma sociedade de tédio sem saída explica que as pessoas ponham cada vez mais termo à vida. Por outro lado, a pobreza e as desigualdades sociais gritantes onde uns nadam em dinheiro, onde outros contam penosamente os trocos e outros vivem na mais completa miséria também levam a que cada vez mais seres humanos se sintam mais infelizes. Há igualmente uma máquina podre, cruel, implacável que vomita publicidade e propaganda e que estabelece a lei crua do dinheiro e da finança, a desumanidade que nos vai destruindo as mentes e levando a comportamentos esquizofrénicos e suicidas.
AMEAÇAS À PAZ MUNDIAL

Na semana em que se comemorou o 71º aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo, a NATO activou o sistema antimíssil instalado na Roménia e foi lançada a primeira pedra para outro análogo na Polónia a 200 quilómetros da fronteira russa. As duas unidades fazem parte do projecto global de escudo antimíssil desenvolvido pelos EUA, visando aniquilar a capacidade nuclear dissuasora da Rússia e da China, o que permitiria desferir-lhes impunemente um ataque demolidor. Os EUA prosseguem o seu alargamento terrestre, marítimo e a sua expansão ao cosmos, e recusam a proposta sino-russa de um tratado contra a militarização do espaço. O comandante das tropas da NATO na Europa, general Skaparoti, sugere a deslocação para Leste de mais uma brigada blindada e o envio de armamento para a aliada Ucrânia liderada por um governo pró-fascista e hostil a Moscovo. Durante este mês a NATO realiza exercícios militares na Estónia, Geórgia e Moldávia. Finalmente, o comandante das tropas terrestres dos EUA na Europa, general Hodges, advoga um Schengen militar para ultrapassar as barreiras que tornam pouco célere o livre movimento de tropas.


E não se trata, portanto, como no tempo da União Soviética, de divergências político-ideológicas uma vez que na Rússia vigora também o capitalismo e na China um sistema, digamos, misto, com o prato da balança do capitalismo mais pendente. Trata-se sim, do anseio dos EUA e seus aliados de domínio global. É também nesse sentido, que aponta o famigerado acordo de comércio EUA/UE(TTIP) ditando as regras do comércio mundial.

Tempos de desenlace

Meu corpo foi cais sereno
Onde teu barco atracou
Como farol no mar pleno
Todo o céu iluminou.

Teu amor foi refrigério
Num vulcão embravecido
Havia nele um mistério
Que nunca fora sentido

O teu ar, quase infantil
Era um lago abençoado
As promessas eram mil
Meu ser ficou encantado!

Partiste. Já nada interessa
Nem sequer ficou a esp`rança
A vida corre depressa
Sonhar em vão, também cansa!


Joaquim Carreira Tapadinhas - Montijo

Os meninos das mamãs

Os meninos das mamãs

 
Joaquim A. Moura
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A vontade de escrever é muita, e a revolta ainda é maior. Já outros o fizeram, mas se mais vozes cheias de palavras prudentes ecoarem que nem vacas voadoras, talvez a intenção e o propósito que anima o actual governo mais se afirmará, e não voltará atrás nem cede, com o projecto de acabar com a mama e o assalto aos contribuintes que pagam os luxos dos papás e dos meninos amarelos, que andam de casa para o colégio privado em topo de gama, ou em bólide bem estimado, e não sofra qualquer recuo havendo como há, alternativa com qualidade e à vontade do freguês, na Escola Pública. Quem observar como quem vê bem dos dois olhos, e com o cérebro, constata que naquela mole de crianças ungidas e arrebanhadas, e de pais arrogantes que se manifestam em defesa dos privilégios que têm sacado ao erário público, criado pelos contribuintes, empunhando cartazes feitos a régua e a esquadro, e coloridos pela cor que alerta para uma febre aburguesada, não se vêem entre eles operários da construção civil, mulheres de limpeza, rurais, precários de toda a ordem, mal pagos, assalariados do RSI, que se deslocam em bicicleta de pedal, mas antes rostos de quem é oriundo de empregos sem salários com atraso, funcionários de serviços bem remunerados, e até estatais ou autárquicos. Não há naquele ajuntamento de pais e filhos, gente com mãos grossas, gretadas, nem rostos cansados, angústiados por dívidas da luz e da água, rendas de casa, condomínios por saldar, mas donos de frigoríficos vazios e a cheirar a mofo por não funcionamento, e com os vedantes da porta apodrecidos, mais o fogão enferrujado e sem tacho ao lume. Esta gente que agora se manifesta é a mesma que nunca saiu à rua para defender outros estabelecimentos de ensino, professores, nem encerramento de serviços médicos, tribunais, ou postos de trabalho fabris, etc. Muito menos para o encerramento de "lixeiras educativas", excepto aquelas que os incomoda ao pé da porta, e por não ter qualidade e ser pública. Que não lhes serve, mas que estão bem para os outros. Agora que a mama dos subsídios, que os alimenta e os mantém num estatuto incompreensível, inadmissível, à custa do zé povinho, parece estar ameaçado, soltam o verniz e enfileiram-se com as crianças pela mão e mostram o lado malcriado e ofensivo em plena rua e para câmara de tv divulgar, abençoados pela igreja solidária e defensora também dos seus privilégios e pecaminosos aproveitamentos. Agora de hábito preto e não de amarelo. Nos colégios consagrados com nomes de santos que eles frequentam, julgamos nós que a primeira lição que lhes devia ser administrada, é aquela que os esclareceria de que, quem quer luxos paga-os. Os impostos que eles reclamam pagar para reivindicarem o direito a escolha e àquele ensino particular, são menores do que aqueles que nós outros pagamos ao Estado, para manter de pé o Ensino Público e o que eles pretendem manter em igualdade à nossa custa. Eles podem continuar a escolher o tipo de ensino que quiserem, mas que o paguem do seu bolso, e não através da exploração do zé varredor, que mal ganha para a côdea e anda a pé, e que mesmo assim conseguiu formar e licenciar os filhos nas Universidades. Alguns de muito gabarito e grande prestígio!