terça-feira, 21 de maio de 2024

 

OS PORMENORES DO NOVO AEROPORTO DE LISBOA


Cinquenta anos e muitas hipóteses depois, o Governo acabado de tomar posse, anuncia a localização, a construção e os acessos rodoviários e ferroviários do Novo Aeroporto de Lisboa. Anuncia tudo isto relacionado com o futuro Aeroporto Luís de Camões, no Campo de Tiro de Alcochete, mas com alguns “pormenores”. Nomeadamente, que o atual aeroporto Humberto Delgado, vai beneficiar de melhoramentos que incluem até a sua expansão.

Como se sabe, e só para nos referirmos aos últimos anos deste longo historial, a preferência do PS e do PSD, era o Montijo. E, vejam lá! Coincidência das coincidências, era essa também a da Aeroportos e Navegação Aérea (ANA). Ou seja, da multinacional francesa Vinci, que é quem comprou a ANA aquando da sua privatização feita de acordo com os partidos acima referidos, que beneficia a exploração do aeroporto de Lisboa durante 50 anos e tem opção na localização de qualquer outro a construir num raio de 75 quilómetros da nossa capital. Aliás, a opção na Base Aérea do Montijo que não passava de um apeadeiro aéreo com múltiplas e graves implicações ambientais, só não se concretizou, devido à contestação de praticamente todas as organizações de defesa do ambiente, das autarquias CDU da região e, sobretudo, devido ao veto que então tinham possibilidade de fazer, e que fizeram, os Municípios do Seixal e da Moita. Desistindo depois este último, por mudança política para o PS. Vindo depois a Comissão Técnica Independente concordar com a posição do Município seixalense e, nomeadamente, também com a do PCP.

Também o estudo do LNEC de 2008, concluiu que a melhor opção para a construção do novo aeroporto, era no Campo de Tiro de Alcochete.

Portanto, se agora a Vinci concorda com a opção anunciada pelo Governo, para além da expansão do Humberto Delgado que tem impactos negativos na saúde pública devido ao ruído e não só, mas que maximiza os seus lucros, ela lá saberá que, porventura, mais benefícios espera.

Conclusão, que Lisboa e o país, precisam de um novo aeroporto com condições de futuro como será o de Alcochete, ninguém duvida. Lamentável, é que quem mais beneficie com isso, seja um grupo estrangeiro.

E só mais este “pormenor”, como é sabido, os dois partidos citados que se alternam no poder mais a IL e o Chega, preconizam também a privatização da TAP. O seu presidente, Luís Rodrigues, nomeado pelo Governo anterior (mas podia ser por este), já veio dizer que o anuncio do novo aeroporto, potencia, e muito, as condições para a privatização da empresa.

O vendedor de banha da cobra, líder do novel partido de extrema direita, acusou o PR, Marcelo Rebelo de Sousa, de traição à Pátria, por este ter tido a dignidade de recordar os quinhentos anos que escravizámos e fizemos de mainatos os povos das ex. colónias, mas, claro, porque ao contrário do que diz, o seu partido faz parte do sistema e não põe em causa o patriotismo de quem aliena a ANA, a TAP e tantas outras empresas que deveriam ser do Estado, do povo.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal  O SETUBALENSE



segunda-feira, 20 de maio de 2024

Os mandriões


 Subliminarmente André Ventura chamou mandriões, não foi aos Turcos, foi aos portugueses.
Vendo as suas declarações a frio ao dizer que os mandriões turcos levam 5 anos, e nós levamos 10 nós somos mandriões ao quadrado.
Agora convinha que o "iluminado" dissesse onde está o problema.
Será no governo?!, será nos engenheiros?! Será nos operários?!.
Nos operários não é seguramente, porque em Portugal não temos gente para fazer aeroporto, o TGV mais uma ponte sobre o Tejo, e a habitação que está em falta.
Terão que vir de África ou talvez da Turquia.
Também é preciso saber donde vem o dinheiro.
Quando alguém (supostamente responsável) crítica um plano tem o dever  de dizer como faria melhor.

Quintino Silva

Cantando por aí mal afinado

 

FRANQUEZA

 

É-me difícil domar este vício

De expressar rimando o meu pensamento

Tão pouco controlável instrumento

Que não ajuda a pô-lo explícito.

 

Via-me na borda dum precipício

Prestes a escorregar lá para dentro

Acordando no limite do tempo

Quando já me sentia aflitíssimo.

 

Sinto-me a banalizar o que escrevo

Incapaz de lhe ver algum relevo

E não é da “síndrome do impostor”;

 

Mas para manter acesa a memória

Qualquer ninharia serve de estória...

Sem um avalista para o seu rigor.

 

Amândio G. Martins

 

domingo, 19 de maio de 2024

Politiquice

 

 

Há muito nos habituamos à dança de cadeiras, para além dos normais titulares dos cargos governativos, sempre que há mudança de governos, no que parece ser uma característica muito nossa, mais para satisfazer a esfomeada clientela partidária do que para dotar as instituições de pessoas mais qualificadas, e o que temos visto é verdadeiramente indecoroso; de facto, ver mulheres desqualificar e caluniar outras mulheres, profissionalmente competentes e pessoalmente impolutas, para justificar a demissão dos cargos que desempenham, não por não estarem a fazer bem o seu trabalho, mas simplesmente porque querem o lugar vago para lá colocarem alguém da sua simpatia pessoal e política, mostra bem como ainda estamos longe de ser um país democraticamente desenvolvido.

 

É verdade que não têm sido só mulheres a serem removidas pela baixa política deste   governo, porque também homens como o Director-Geral da polícia, com poucos meses no cargo, foi corrido para dar lugar a um seu igual, não porque tal fosse necessário, mas tão somente para mostrar que estão a fazer alguma coisa; no mais, à correcção democrática do governo anterior que, tendo tudo preparado para poder tomar a decisão da localização do novo aeroporto, a deixou para o governo seguinte, acabamos por ver este apresentar a coisa como uma demonstração da sua capacidade para governar, sem a menor referência aos que lhes deixaram o trabalho feito...

 

Amândio G. Martins

 

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Confrangedor

 

Depois de tanto ter manobrado na baixa política, para que um governo de maioria sólida caísse antes de cumprir o mandato, esta Direita agora no poder não consegue digerir que uma governação do partido Socialista tivesse deixado as contas públicas numa situação confortável, tudo fazendo para, mais do que desvalorizá-las à vista dos portugueses, desacreditá-las perante as autoridades europeias; e fazem-no tanto mais descaradamente quanto mais evidente se torna a sua incapacidade para cumprir as promessas eleitorais que os catapultaram para os gabinetes da governação.

 

Estafados pelo uso e abuso os argumentos das “bancarrotas”, palavrão que sempre lhes ia servindo para justificar e dar cobertura às enormidades que iam cometendo contra os mais fracos, que dos factos de origem externa que criaram situações difíceis para o país não lhes interessava nada falar, para chegarem ao poder tudo que diminuísse o opositor, independentemente de ser falso ou verdadeiro lhes dava jeito, desde que lhes facilitasse a argumentação da incapacidade dos socialistas para gerir equilibradamentre o país, que para o “salvar” só eles serão sempre chamados, por serem os únicos capacitados...

 

Amândio G. Martins

terça-feira, 14 de maio de 2024

 

UM EXEMPLO NO FUTEBOL


Raramente escrevo sobre futebol. Não é que não goste da modalidade. Como tantos, desde miúdo que comecei a praticá-lo. Primeiro, com bolas de trapos. Depois de borracha, e mais tarde, com bolas a sério.

No único clube federado que o fiz, foi no Coruchense. Mas apenas participando nos treinos dos principiantes. Para grande desgosto meu, não pude continuar. Trabalhava e morava longe e os meus pais não estavam nada para aí virados. Era o tempo em que os “homens nunca foram meninos”. Começava-se a trabalhar logo que se saía da Escola Primária. Depois, até para sair dessa dura vida e conhecer mundo, fui voluntário para a Marinha (a melhor coisa que fiz na vida. A pior, foi de lá ter saído) onde estive seis anos e oito meses. Claro que continuei a jogar nas equipas das diversas unidades por onde passei. Depois, mesmo a par da minha condição de trabalhador-estudante, alinhei em equipas de futebol de onze e de salão do Banco Espírito Santo da agência de Almada e da sede em Lisboa. E em diversas equipas populares aqui da minha zona. Era benfiquista. Ainda sou, mas já com pouco entusiasmo.

Era defesa direito. Às vezes, médio. Cheguei a ser acusado de sarrafeiro, mas ia sempre à bola e não ao homem... Uma vez, se calhar, as duas coisas. Num jogo entre a equipa da Escola de Máquinas e da Escola de Abastecimentos (escriturários) do Grupo nº1 de Escolas da Armada, grandes rivais, no campo do Vila-franquense, o meu camarada Ismael, extremo esquerdo,vinha lançado, fui ao corte com determinação, o Ismael espalhou-se, caiu mal, e para desânimo geral, partiu um braço. Mas, acalmados os ânimos, apesar do Ismael ficar braço ao peito, nada de rancores. Ficámos ainda mais amigos para toda a vida.

O futebol, assim como o desporto em geral, pode ser uma escola de virtudes, mas tornou-se um negócio chorudo para meia dúzia, motivo para protagonismos e fator de alienação de massas. Desde o tempo da ditadura.

Mas não foi apenas para dizer isto e ainda menos para contar a minha sofrível “carreira” futebolística, que decidi escrever hoje sobre o assunto. Foi para dizer que apesar de benfiquista, embora distante, o Sporting venceu este campeonato com todo o mérito. Parabéns aos meus amigos e a todos os simpatizantes leoninos. Principalmente ao seu treinador. Apesar de ainda relativamente jovem (39 anos), Rúben Amorim, é já um exemplo. Um grande senhor do futebol. Não só pela capacidade técnica, mas, sobretudo, pela sua postura social. Despretensioso, inteligente e afável. Ao contrário, por exemplo, dos seus colegas dos dois grandes rivais. Um, irascível e quezilento. O outro, frio e até nada cativante não só para os benfiquistas como para todos nós, portugueses. Está cá ao tempo que está, e nem uma palavra em português se digna pronunciar. E, apesar do plantel de que dispõe, acontecessem tristezas como a de Famalicão. Além de táticas duvidosas, não há ali incentivo de garra, tão necessário no futebol.

Portanto, parabéns ao Sporting! Parabéns a Rúben Amorim!

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal "O SETUBALENSE"







segunda-feira, 13 de maio de 2024

Ainda, quem defendeu por fezada e acredita neste executivo crê no Pai Natal! (II)

Criticaram asperamente, apelidaram de profetas da desgraça e grosseiramente gritaram contra quem, no início da tomada de pose deste executivo, que esta gente depois do leilão feito - dando tudo a todos, durante a campanha eleitoral - eram mais do mesmo. Aqueles, por conveniência política e os que acreditaram por fezada na AD, (PPD/PSD e no CDS), creem no Pai Natal, sendo que o resultado está à vista: Em pouco mais de um mês atingiram o estado da desgraça. Até aqui, é de desgoverno que se trata: é desestabilizador; abruptamente saneador de políticos; deu uma imensa borla aos patrões em sede de IRC ''e'' migalhas, para quem trabalha, sobretudo, quem tem salários baixos. Embandeiraram em arco, com «a» benesse do Complemento Solidário para Idosos.... Um embuste, já que é uma esmola de pouco mais de 1 euro por dia(! Luís Montenegro, desvaloriza-nos e, pior, quer-nos fazer de tolos. Esta direita extremada(AD), até, em privado, nos rotula, sei do que escrevo - de gado... Respeitem-nos, este país não pode ser um mau carnaval. O ADN, (não confundir com o fascista, ADN), da AD é o nefasto medíocre ilusionismo demagógico!

Do grotesco populismo

 

MAL FORMADOS

 

O que há de pior na sociedade

Finalmente aparece sem máscara

Esquecidos da nossa Diáspora

Que foi crescendo por necessidade.

 

Com total ausência de dignidade

E simplista argumentação de tasca

Logra da mal formada populaça

Que lhe dê força à desumanidade.

 

Sem razão para haver desinformados

Grande parte são mesmo mal formados

Incapazes de usar o pensamento;

 

Vão engrossando a perigosa matilha

Que morde quem cá vem ganhar a vida

E ajudar ao nosso crescimento...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

sábado, 11 de maio de 2024

Do pretenso valimento

 

IMPOSTURA

 

Há gente marcada por ignorante

Que mostra ter muito conhecimento

E quem quer que possa ficar atento

Confirma que o que sabe é relevante.

 

O inverso disto é o pedante

Em quem sempre sobra o descaramento

Para exibir pretenso valimento

Pondo-se ao lado de alguém  importante.

 

Na escrita e na fala repete os chavões

Marca de água de ignorantes sabichões

Para enganar o desprevenido;

 

Cultiva uma imagem falseada

E quando ela é desmascarada

Ainda ousa mostrar-se ofendido...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Querem tudo a seu gosto

 

Quando a chamada crise do subprime obrigou as economias mais débeis a pedir ajuda, em Espanha esse apoio foi todo dirigido para a banca -  que, como por cá, vinha sendo vítima dos maiores desfalques praticados pelos seus quadros dirigentes -  sendo com essa ajuda a primeira a revelar equilíbrio, embora com custos elevadíssimos para as populações, porque daí começaram  ser lançados sobre elas todo o tipo de taxas por serviços que antes eram mais ou menos gratuitos, a mesma rapina que cá sofremos, não lhes bastando ter deixado de remunerar os depósitos das pequenas poupanças.

 

E agora, que mostra saúde e reporta, porque a lei a obriga, os lucros fabulosos que vem conseguindo, muito graças àqueles abusos com que penalizam os clientes, os mais poderosos tentam abocanhar os mais pequenos, com o argumento de que precisam de o fazer para ganhar escala internacional, se bem que há muito já tenham atingido essa dita escala, com os negócios em alta em vários países.

 

É o caso do famoso BBVA que, tendo tentado negociar em termos amigáveis com o  Sabadell a sua aquisição, vendo os responsáveis deste rejeitar a proposta, não se coibiram de anunciar agora uma Opa hostil, tentando aliciar os seus accionistas para a compra do maior número de acções que possam deter; todavia, esta operação parece votada ao fracasso porque, quer o Governo, quer o principal partido da oposição, quer as comunidades autónomas onde o referido banco é preponderante se opõem com todo o vigor, na defesa da concorrência e dos postos de trabalho, que seriam os primeiros a sofrer os efeitos da monobra...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Despedir sem denegrir..


diz o dr. Montenegro que substituir pessoas nos cargos de topo deve ser feito sem dramas.
Estou de acordo, porém também deve ser feito sem denegrir a imagem dos substituídos.
A meu ver foi vergonhosa a entrevista da ministra do trabalho (sem contraditório).
Eu não sei se aDrª Ana Jorge é ou não competente para aquela função mas segundo dizem é uma médica respeitada que não precisa desse " tacho" para nada, antes pelo contrário.
Sr. Dr. Montenegro a não ser que essa seja uma estratégia de confrontação aconselhe os seus ministros a despedir quem tiver de ser despedido, mas com respeito
Ou será que Santana Lopes tem razão ?....

Quintino Silva

quarta-feira, 8 de maio de 2024

COMBINAÇÃO E CONSENSO?...

 


A Procuradora-Geral do Ministério Público não estava obrigada a publicar qualquer parágrafo sobre o ex- 1.º ministro António Costa no comunicado sobre a operação «influencer». António Costa não era obrigado a demitir-se. O Presidente da República não era obrigado a dissolver a Assembleia da República e a convocar eleições legislativas. Afinal parece ter existido combinação e um certo consenso consentido para abrir caminho a António Costa para eventuais responsabilidades na União Europeia e/ou provocar uma crise política e um processo eleitoral para dar oportunidade de vitória à direita…

Na Faixa de Gaza, em Rafa, operação de limpeza étnica em curso!

O sentimento de impotência face aos acontecimentos da guerra mortífera na Faixa de Gaza, com destaque na Cisjordânia e sobretudo em Rafa, onde a limpeza étnica já se iniciou, comovem-nos até às lágrimas e estas regarão a justeza da razão. Rafa ''será'' outro Vietname e, os palestinianos vencerão, demore o que demorar. Os líderes imperialistas americanos foram lá derrotados com estrondo, saindo com tantos, tantos estropiados, mentalmente insanos e vindos num caixão! O executivo de extremíssima direita fascista, de Israel, mandou os palestinos do norte descerem até Rafa, no sul, para se resguardarem, afinal, foi para os encurralarem e, aí usarem armas sofisticadas, vindas dos EUA e da subserviente, UE, com o chanceler alemão à cabeça, para continuarem com a máxima crueldade - o extermínio! Já não há quaisquer sítios seguros na Palestina(!) Só agora, Biden diz que: «cancelará novo envio de armas»...alguém crê? Escreve-se e fala-se nos meios de comunicação endireitados, que todo este acumular de assassinatos de crianças, mulheres e gente antiga - os mais indefesos, teve origem em 7 de Outubro último.... Esta imensurável falsificação histórica foi comungada pelo presidente da República, que teve a desfaçatez de dizer a uma delegação palestiniana: «vocês é que começaram».(!) Isto é, também, um pecado não remível nem que tivesse uma semana a rezar/expiar na sua igreja católica. Sonegou a Declaração Balfour, com mais de 100 anos, onde os sionistas usurparam e colonizaram roubando território palestiniano, com respaldo governamental. A posição do direitista, Marcelo, autoproclamando-se presidente de todos os portugueses, não é meu, deixou Portugal muito mal visto, sendo conivente com o agressor criminoso. Mais que inqualificável! Matar bebés em maternidades à fome porque as famintas mães estão depauperadas sem leite e todo o morticínio por drones e artilharia de ponta, pela falta de alimentos, pela sede, destruição de hospitais, boicote aos medicamentos e, por ai fora, resultou em 34.000 palestinianos mortos e muito mais do dobro de feridos, sendo números oficiais, não reais. Junte-se milhares de desaparecidos. Isto é um lento holocausto! Esta matança desenfreada, pelo governo de Netanyahu a desrespeitar todas as resoluções da ONU, de instâncias internacionais e do seu próprio povo, que reclama os seus reféns, paz e a sua rápida destituição é uma fuga para a frente daquele mais do que alegado corrupto/corruptor e que será sujeito a medidas judiciais.... A dualidade de critério de Biden, NATO, UE com o chanceler alemão à cabeça, face à guerra no Leste da Europa e à invadida Palestina e outros conflitos bélicos são já o embrião da III Guerra Mundial! Lutemos por um Mundo de paz: quem tem medo morre todos os dias, quem não tem morre só uma vez!

terça-feira, 7 de maio de 2024

 

SINAIS DE ESPERANÇA


Neste mundo onde o cinismo, a hipocrisia e a crueldade, atingiram níveis impensáveis com a carnificina em curso na Faixa de Gaza, onde as mortes registadas e as ainda não identificadas, debaixo de escombros ou noutras dramáticas situações, já atingiram cerca de 40 mil pessoas. A maioria, mulheres e crianças, com tantas provocadas por situações absolutamente horrorosas, como bebés que morrem mal acabam de nascer porque as mães, devido à fome, não têm leite para os amamentar ou outro tipo de alimento. Onde ainda crianças e adultos, morrem também literalmente à fome, à sede, ou por falta de assistência médica. Onde se destroem milhares de habitações e são encontradas valas comuns com centenas de cadáveres e onde tudo isto e muito mais, ao país responsável diretamente por estes monstruosos crimes, além de não ser sancionado, ainda é apoiado militar, política e diplomaticamente pelos EUA com a conivência, a subserviência, sobretudo da UE.

Neste mundo, onde continua a ser apoiada a guerra provocada na Ucrânia pelos mesmos responsáveis que apoiam o genocídio em Gaza. E na Cisjordânia! Através de milícias dos fazendeiros israelitas. Neste mundo, dizíamos, onde se mantém outras guerras. Destacámos estas, devido à total desumanidade da primeira e por serem talvez as mais perigosas para a paz mundial.

Neste mundo, onde, entre nós, felizmente, temos paz, mas temos também situações lamentáveis e preocupantes com injustiças que prevalecem. Com uma minoria, os principais acionistas de grupos económicos, a arrecadarem lucros astronómicos enquanto tantos trabalhadores e reformados apertam cada vez mais o cinto. Onde, sobretudo os que não podem recorrer à medicina privada, continuamos a ter uma assistência médica deficiente porque uma parte substancial do financiamento ao SNS vai para agentes da saúde privada. Neste país onde a desilusão e a descrença, desaguam na demagogia, no populismo, no racismo. Enfim, neste país e neste mundo tão perigoso, as grandiosas manifestações do 25 de Abril e do 1º de Maio, sobretudo a primeira com centenas de milhar de pessoas na Avenida da Liberdade, são motivos de esperança. Como também o são, os protestos em diversas universidades dos EUA.

Estas duas datas maiores, a primeira da nossa história recente que nos trouxe a liberdade, a democracia e o fim da guerra colonial, e a segunda, da história dos trabalhadores de todo o mundo.

Duas datas que são marcos históricos da caminhada dos povos rumo à justiça social e à paz.

Claro que essa caminhada continua a ter grandes escolhos. O capitalismo continua forte e dominante. Continua exercendo a sua ação exploradora, continua manipulando e condicionando os povos através da sua gigantesca máquina mediática, e recorrendo à guerra para tentar exercer o seu domínio global. Destacando-se o imperialismo norte-americano e os seus aliados/subordinados. Mas, os impérios, como é da história, depois da ascensão e do apogeu, é a queda. E este, não será exceção. Os indícios, provam-no.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal "O SETUBALENSE"

Das indecências do mundo

 

CÓPIAS ABUSIVAS

 

Quando o Sol desponta no firmamento

Apaga o brilho a milhões de astros

Que se escondem reverentes e castos

Ante a poderosa estrela portento.

 

Copiam na Terra o procedimento

Onde milhões sobrevivem de rastos

Para ter dos exploradores nefastos

Algumas migalhas para sustento.

 

E ter que suportar esta indecência

Humilhando-se ao trato de excelência

A quem tudo consegue à sua custa;

 

Leva a descrer na Justiça do mundo

Que aos que tudo controlam ao segundo

Não interessa a sociedade justa.

 

Amândio G. Martins

 

 

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Uma pacovice urbana


A reação da presidente da câmara de Espinho às palavras de Marcelo, sugerindo que Espinho é um concelho rural revelam uma mentalidade tacanha e de sobranceria dos urbanos sobre os rurais.
A  Srª presidente, em vez de sentir melindrada devia sentir-se orgulhosa do ruralismo, assim de repente lembro-me do RURAL Miguel Torga, Aquilino Ribeiro Saramago etc. 
Também lhe quero lembrar que todos os dias os rurais estão na sua mesa.
Todos os dias os urbanos precisam dos rurais.
Já estamos no século XXI Srª presidente

Quintino Silva

O seu a seu dono. Correcção com pedido de desculpa

'«Acertar é que é própio do Homem, quando se erra, só falha quem faz, é dever pedir-se desculpa. A palavra desculpa, ainda não saiu do léxico gramatical'., de Al Fredo, poeta desconhecido No 3º comentário de homenagem ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, de Francisco Ramalho, corrijo, onde escrevo: «onde escrevi (...) e o prezado jornalista, José Rodrigues», devia estar escrito ''(...) e o prezado camarada jornalista''. Os jrnalistas não são colegas. São camaradas. O seu a seu sono. Ao visado: desculpe.

domingo, 5 de maio de 2024

Dos imponderáveis do campo

 

Mais um dia de chuva a cântaros, a juntar-se aos muitos que já levamos seguidos e que têm impedido a gente de proceder aos trabalhos que cabem nesta época; de facto, o que a mim agora mais me dói é nem poder aplicar ao batatal a “calda bordalesa” habitual, que nos anos anteriores tem sido suficiente para proteger a rama da batata, que nunca uso outros produtos mais contaminantes da saúde humana e ambiental, como o potentíssimo e mal cheiroso “veneno do escaravelho”.

 

Comprei dois sacos de trinta quilos de semente nova holandesa, que era a vez de pôr na terra batata de primeiro ano, porque vou alternando com batata de segundo ano, reservada da produção da primeira, e costuma produzir ainda melhor, talvez porque a gente costuma aqui, porque é muito grande, cortar a batata de primeiro ano em duas metades, conforme  a distribuição do grelo, passando depois por cinza a zona do corte, para que cicatrize e não apodreça antes de nascer, sobretudo quando há humidade excessiva, como este ano vem acontecendo desde que as lancei à terra, em meados de março; mas não falharam muitas, apesar disso, só que estão a precisar urgentemente de uma boa sulfatadela, coisa que este clima invernoso me tem impedido.

 

Não é muito agradável, mas parece estar tudo conforme aos velhos ditados populares: Em março chove cada dia seu pedaço; em abril, águas mil; no princípio ou no fim, abril é ruím; mau é por todo o abril ver o céu descobrir; maio me molhou, maio me enxugou; em maio comem-se as cerejas ao borralho, e por aí fora...

 

Amândio G. Martins

sexta-feira, 3 de maio de 2024

 

DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA


A ONU decidiu distinguir este ano, os jornalistas palestinianos que trabalham no seu país. Especialmente na Faixa de Gaza. Onde, sob a pata ocupante sionista, já tombaram dezenas deles. Quase 100.

A todos eles e aos que nos mais diferentes conflitos e graves situações, se arriscam em nome da verdade e da dignidade, o nosso profundo respeito.

A quem dirige este blogue, o amigo José Rodrigues, a todos os que nele escrevem, ao diretor do jornal onde semanalmente colaboro, “O SEBUBALENSE”, Francisco Alves Rito, restantes jornalistas, trabalhadores/as, aos meus companheiros colaboradores/articulistas e a todos e todas que de alguma forma contribuem para fazer este jornal, o meu abraço fraterno.

Um jornalismo isento e pluralista, é o melhor garante da democracia.

Aplausos para quem o faz!

Exijamos isso.

Francisco Ramalho

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Da liberdade de poder escolher

 

EPICURO

 

Mostrando-se admiradores de Epicuro

Subvertem o que é ser epicurista

Pela falta de vontade altruista

Que para o mestre era valor seguro.

 

Há gente a quem dá gozo inverter tudo

Substituindo o sério pelo simplista

Num aproveitamento oportunista

Vendo virtude onde tudo é escuro.

 

Escolhendo o caminho virtuoso

Chegaremos ao lado luminoso

Com o espírito a orientar;

 

Preferindo os costumes desbragados

Nunca deixaremos de ser escravos

De prazeres que acabam por nos degradar.

 

Amândio G. Martins

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Quem te manda a ti sapateiro

 

Nunca consegui perceber a lógica que leva a nomear para ministérios complexos pessoas que não fazem a menor ideia do que lhes vai ser exigido no respectivo cargo, como agora fica claro com Nuno Melo, a quem não se conhece capacidade para nada, a não ser viver à grande da política, quanto mais para um cargo de tamanha responsabilidade como é o de ministro da Defesa; é que deste indivíduo não se conhece uma ideia relevante seja do que for, e só pode ter ido parar àquele lugar para satisfação de arranjos partidários, completamente à revelia do interesse nacional.

 

E esta ideia de querer mandar os delinquentes jovens expiar a pena que lhes for determinada pela Justiça, cumprindo serviço militar, só poderia ter saído dum penteado daqueles; como era de esperar, as reacções de quem sabe o que é a tropa - que não este ministro, que das Forças Armadas só conhecerá o que possa ter visto nalguns desfiles de circunstância - não podiam ser favoráveis...

 

Amândio G. Martins