sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

O outro que se dane

 

Uma coisa que sempre me revolve o estômago é ver o aproveitamento oportunista que alguns agentes políticos, sobretudo extremistas de direita, procuram fazer das manifestações de descontentamento, sejam professores, polícias ou agricultores, ao ponto de os próprios manifestantes, por questão de decência, se verem constrangidos a recomendar-lhes que “não se colem”, por quererem impingir a ideia que se fossem eles a governar tudo correria a contento de todos; infelizmente não são eles, lamentam, e os que detêm o poder, por incompetência ou pura maldade, obrigam as pessoas a saír para a rua para fazer valer os seus direitos, nem que para isso tenham de atropelar os direitos dos outros, como é o caso dos cortes de estradas e outros abusos de poder.

 

São conhecidas as incongruências  e injustiças da dita “Política Agrícola Comum”( PAC), que sempre favoreceu uns países, como a França, em prejuízo de muitos outros com menos peso reivindicativo; e neste movimento de agricultores, espoletado precisamente por franceses, mostra como eles continuam a querer ser favorecidos, atacando e despejando nas estradas os produtos espanhóis em trânsito pela Europa, e chocou-me ouvir uma senhora, que até já foi candidata à presidência da República francesa, madame Royal, afirmar em altos brados que os produtos espanhóis são intragáveis, dando razão às barbaridades cometidas pelos compatriotas contra os colegas do país vizinho...

 

Amândio G. Martins

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