quinta-feira, 29 de agosto de 2024

A austeritária, Maria Luís Albuquerque, representa o dramatismo, a dor, a fome,...

A troikista ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, de muito má memória e pior actuação foi escolhida, para comissária na UE, «pelo reconhecido mérito político e profissional»(!), disse Luís Montenegro. Esta designação com um cadastro totalmente a favor das classes possidentes faz sentido... esta governança representa os ricos com competência! A nomeação insere-se na linha direitista do PPE, do qual o PSD faz parte. Bate certo. Ninguém esquece, que se envolveu na alienação de empresas estratégicas: a Ana, a EDP, os CTT e a REN e fazendo o contrário do que anunciou - geriu a falência do BES, com o dinheiro do erário público, desembolsando muitos, muitos milhões de euros! Ninguém esquece, que em 2022 foi trabalhar para a Morgan Stanley instituição financeira com quem negociou, contratos leoninos, a favor daquela, quando esteve no governo, já depois de ter passado pelo fundo abutre, Arrow Global. Ninguém esquece que propôs cortes significativamente dolorosos e altos sobre salários e menos de 5% sobre a banca e a energia, dizendo cinicamente que a proposta era «equilibrada e equitativa»(!), adiantando que os portugueses não tinham razões para se queixarem. Isto é o cúmulo da hipocrisia decadente e da rapina, ao serviço do capitalismo selvagem e esclavagista que mata! Enquanto péssima ministra, jamais implementou uma módica medida a favor dos trabalhadores. O curriculum desta malquista figura diz tudo... Contemplaram-na, será comissária, numa dita, que não é, União - Europeia!

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Divulgava as boas maneiras

 

DISSE MARCO AURÉLIO  (121-180)

 

Que todo o homem recto e virtuoso

Se assemelha ao que fede dos sovacos

Que quem dele se aproxime alguns passos

Logo sente o seu carácter bondoso.

 

Mas desde esse romano estudioso

Que corrigia os espíritos mancos

Não houve muitos que fossem tão francos

E deram por certo o não rigoroso.

 

Há muito figurão dissimulado

Que se não lhe rende fica calado

Quando poderia ajudar os outros;

 

Mas nem todos serão maus nesta era

Ainda há-de haver quem no bem se esmera

Embora conhecidos sejam poucos...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 27 de agosto de 2024

 

AGOSTO ESCALDANTE


Está a finar-se este agosto que não deixa saudades. Para além das altas e constantes variações térmicas que chegaram a oscilar 10 e 12 graus em dois dias com consequências altamente negativas para a saúde, principalmente dos mais débeis; idosos e pessoas com doenças crónicas, foram em grande parte responsáveis por essa calamidade que são os incêndios, sobretudo os florestais. Com destaque para o maior deles, o da Madeira que provocou imensos prejuízos, críticas ao Executivo local pela forma como geriu o combate, que deixou a Pérola do Atlântico menos bonita e também pela evidente falta de prevenção.

Politicamente, talvez se destaque a rentrée do PSD com críticas ao anterior Governo/PS.

É já um clássico. Quando o governo de um dos alternantes toma posse, queixa-se da herança do outro. Foi isso que fez Luís Montenegro, sobretudo em relação aos problemas no Serviço Nacional de Saúde. E tem razão! Só que o seu partido não faz melhor, e as soluções que apresenta são mais ou menos iguais às do PS.

Quem se lixa é o povo. Agora, ainda mais as parturientes. Imagine-se a aflição quando chega a hora, com tanta maternidade fechada ou sobrelotada.

Portanto, são críticas estéreis e recorrente dos alternantes que, desgraçadamente, este povo, também recorrentemente, os continua a colocar no poder.

Aqui na região, lamentar também denúncias que fizemos na última edição antes das férias, 30/07/24, sobre as “Coisas Feias na Costa da Caparica”, se mantenham. Aliás, a lixeira a céu aberto a cem metros da localidade mesmo junto à Via Rápida, agora, evidentemente, ainda está maior. Mas, felizmente, entre outras coisas positivas, destacamos a 47ª edição das grandes Festas da Vila de Corroios em curso desde 23 de Agosto até 1 de Setembro. Trata-se sempre de um evento de grande importância para dinamizar o tecido empresarial da região e não só, o Movimento Associativo Popular, a Cultura, os nossos artistas, e uma oportunidade para os apreciar que vai muito para além dos habitantes de Corroios e do concelho do Seixal.

O Cartaz, como habitualmente, é excelente. Para além do Carlão, do Festival de Folclore de Corroios, da Irma e Carolina Deslandes e do Herman José, pode ainda hoje à noite, assistir ao concerto da grande fadista Sara Correia e depois, D.A.M.A., Bizarra Locomotiva e Tara Perdida, Calema, Dino D´Santiago, Sérgio Godinho e (primeira parte) Madalena Ribeiro.

No plano internacional, a guerra na Ucrânia e na Rússia mantêm-se, assim como o genocídio na Palestina. Gaza e Cisjordânia. A hipocrisia atingiu o máximo com Netanyahu a ser recebido apoteoticamente em Washington e enquanto falam em cessar-fogo e propostas de paz mesmo temporárias, continuam com a matança de inocentes.

Na Ucrânia, idem idem, aspas aspas. Em vez de propostas de paz, única maneira de se acabar com a guerra, o braço-de-ferro entre os EUA, NATO e UE com a Rússia, continua. Até quando?

Até que morram mais quantos milhares ou milhões? Quem é que ganha com isso? Os povos, de certeza, não!

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE











Abalos sísmicos

 

Dizem os entendidos no tema que a nossa península se situa entre duas fracturas tectónicas importantes, que são a euroasiática e a africana, e é quando elas se movem que a coisa treme toda à superfície; todavia, o nosso território continental não tem sido muito martirizado, se tivermos em conta que, desde a hecatombe que foi para o Sul, sobretudo a região de Lisboa, aquele de 1755, não nos podemos queixar de grandes tragédias sísmicas.

 

Estava em Lisboa quando aconteceu o que terá sido o mais marcante abalo desde aquela data acima referida, que então deixou mesmo muita gente a tremer de medo, entre a qual me encontava; cumpria o serviço militar e pertencia ao então chamado Batalhão de Telegrafistas, mas não pernoitava no aquartelamento, tendo um quarto alugado num rés-do-chão ali próximo, Rua Frei Manuel do Cenáculo, uma zona de construções muito velhas.

 

Dormia quando tudo começou, e acordei com o tropel dos moradores dos andares de cima a descer as escadas de madeira; o que ainda recordo com nidez era a cama como que a balouçar em cima das ondas, da qual saltei rapidamente para a rua, onde me juntei àquela gente que surgia assustada de todos os cantos e ficava a comentar o que cada um tinha sentido, sem ocorrer a ninguém que se um daqueles prédios ruisse podia esmagar muita gente.

 

A explicação que posteriormente li, para que não tivesse havido estragos de monta, e corroborava aquela sensação de flutuar que tive ao acordar, foi que o movimento imprimido à terra foi horizontal, que é sempre bastante menos gravoso do que se fosse vertical; como quer que seja, a zona Norte do país é sempre menos afectada por estes abalos, e no caso concreto de ontem, que seguramente estava onde estou agora, a escrevinhar as minhas coisas - como sempre faço a partir das quatro horas até à seis e pouco - nem senti nada, sendo surpreendido quando ouvi as notícias.

 

Amândio G. Martins           

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Má surpresa

 

DESCONFORTO

 

O gaio é um pássaro bonito

Mas o seu canto é um grasnar sem graça

Como a moça cuja lindeza arrasa

Mas se te fala sufocas um grito.

 

Suportas o momento em conflito

Porque aquele contraste é uma desgraça

É uma sensação que te embaraça

Queres livrar-te daquilo por instinto.

 

Estando calada é uma beleza

Começa a falar e na má surpresa

Queres evitar ser antipático;

 

Enfada-te aquela aproximação

Não te interessa prolongar a palração

Mas és na situação pouco prático...

 

Amândio G. Martins

 

 

domingo, 25 de agosto de 2024

Urge reposição do poder de compra dos reformados e pensionistas

Uma quase esmola do desgoverno ao querer implementar um suplemento extraordinário das pensões, não resolve o poder de compra dos pensionistas e reformados vulneráveis. Estes merecem respeito mas, só são vistos como potenciais eleitores, de eleições legislativas antecipadas, que inexoravelmente se aproximam... É errático conceder-se suplemento, a quem recebe mais de 1000 a 1527,78 euros. Seria mais justo e equitativo usar-se este dinheiro para quem recebe reformas/pensões até 509,26 euros. Mas, a justiça social e equidade não fazem parte do léxico político desta governança. Para problemas estruturais, medidas conjunturais são meras medidas paliativas, que nada resolvem mas, acentuarão a estagnação do elevador social... A dimensão das dificuldades e do dramatismo da vida dos reformados, pensionistas e idosos, que têm, muitos, muitos deles pensões miseráveis, não são compatíveis com estes pífios assistencialismos caritativos... mas sim, com a reposição do poder de compra perdido e pior, sujeitos a ''escolherem'' entre ir à farmácia ou ao supermercado. Urge valorizar quem trabalhou uma vida, aumentando as suas reformas e pensões. Este país nunca foi para 'velhos' mas, agora com a AD direitista - piorou!

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Predadores incorrigíveis

 

ÁFRICA

 

De velho berço da Humanidade

A um continente depauperado

Por todo o invasor a ter roubado

Fazendo-a sua propriedade.

 

Ao fim de séculos de impunidade

Escravizando gente como gado

O traficante acabou obrigado

A rever a sua indignidade.

 

Como o mal feito não teve remédio

Ainda hoje mantêm o assédio

Fingindo-se de ajuda necessária;

 

Não houve rebate de consciência

Disfarçam sem vergonha a indecência

Numa situação sempre mais precária...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

UCRÂNIA & Zelensky

 


É incompreensível como o poder político ucraniano, de que o presidente Zelensky é desde 2019 a face mais visível e o seu porta-voz permanente, convive com a escalada da tragédia na Ucrânia, os milhares de mortos, os imensos e dolorosos sacrifícios do seu povo, os milhões que fugiram da guerra, a destruição de estruturas e edifícios de todo o tipo, com o PIB a diminuir quatro vezes e a dívida a chegar a 100% do mesmo, com os E.U.A., Nato, U.E. e indústria militar insistindo no prolongamento da guerra, empurrando para um conflito, com agravamento recente, que poderá ocasionar graves consequências para a humanidade.

Os acordos de Minsk foram uma tentativa para evitar um conflito na Europa e uma base para uma negociação entre Ucrânia e Rússia, mas como confirmaram Macron (França) e Angela Merkel (Alemanha) foram sabotados para permitir que a Nato rearmasse a Ucrânia na sua intenção e acção de continuar o cerco à Rússia. Confirmou-se também o envolvimento da Ucrânia na sabotagem e atentado contra o gaseoduto Nord Stream, com conhecimento e aprovação de Zelensky. A mobilização militar está cada vez mais jovem, os ucranianos com 16 anos serão incluídos no registo de recrutas e aos 17 anos serão registados no exército.

A guerra na Ucrânia não se iniciou em Fevereiro de 2022, mas decorre desde 2014, embora a invasão da Rússia seja condenável. O conflito envolve desde o início a Nato, E.U.A. e U.E. A constituição ucraniana não está a ser cumprida, o mandato de Zelensky terminou em Maio e deveriam realizar-se eleições, são atropeladas as liberdades democráticas, tolerados os neonazis, proibida e reprimida qualquer oposição com ilegalização dos respectivos partidos,  censurada ou proibida a comunicação social que não apoie o actual regime e discriminados ucranianos por motivos linguísticos, religiosos e políticos.

Existe um movimento internacional «A outra Ucrânia» que tenta chegar à comunidade internacional e faz apelos às várias organizações a começar pela ONU, defendendo a paz e a resolução do conflito ucraniano com base nas verdadeiras razões da sua ocorrência.

E se votássemos todos?



Por alturas das campanhas para as presidenciais dos EUA, muitos vêm recordar que, atendendo às consequências globais que o desfecho das mesmas normalmente acarreta, muitos outros cidadãos do mundo também deveriam ser eleitores. No caso presente, congratulo-me por não ter de exercer esse voto. Compreendendo perfeitamente as razões aduzidas por João Miguel Tavares (PÚBLICO de 20/8), concluindo que, caso fosse americano, “votaria de caras em Kamala Harris”, não sei se, a imitá-lo, eu não ficaria com um amargo de boca semelhante ao que se tem quando se engolem sapos (sei do que falo: em 1986, votei em Soares). Por muito simpática que seja Kamala, e é, ninguém tenha dúvidas de que, sob a sua batuta, os EUA prosseguirão as geopolíticas habituais, a começar pelo tratamento desigual e cruel dado a israelitas e palestinianos, e nunca deixando de se intrometer, muitas vezes sem serem chamados, nas “questiúnculas” regionais.

Mas, está claro, como em Trump nem morto eu votaria, talvez tapasse a cara da Kamala Harris e pusesse lá a cruzinha. Se ao menos o Rato Mickey se tivesse candidatado… 


quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Tudo puxa para baixo

 

Um dos meus companheiros de caminhada matinal decidiu, antes que lhe negassem renovar a carta de condução, arrumar o carro de vez porque, dizia, já fazia muitas asneiras e andava com medo; com 88 anos, não deixa de ser sensata a decisão, e leva-me a pensar que, mais cedo ou mais tarde, embora seja um bocadinho mais novo, terei de ponderar fazer o mesmo, se entretanto me não for negado o documento, porque é inexorável que os reflexos e a agilidade se vão reduzindo a cada dia que passa.

 

Vivendo em aldeias mais ou menos distantes, mas tendo prazer em descer do monte até à sede do concelho, caminhar nas ecovias que marginam o Lima, comprar o jornal, cavaquear no café, bem falta faz um transporte colectivo mais dedicado a jubilados para que, sobretudo os de idade mais avançada, possam prescindir do automóvel; mas o que existe, para além do que faz o transporte da miudagem para as escolas, limita-se a uma recolha de manhã cedo, que satisfaria, se a de volta não fosse só ao início da tarde, com uma terceira à noitinha, condicionando muito a mobilidade dos idosos, que ficam dependentes de uma eventual boleia...

 

Amândio G. Martins

O enigma de Blinken



Ainda não tenho a certeza de saber para quem trabalha Antony Blinken: se para si próprio (ficar para a História como o pacificador do Médio-Oriente); se para o Partido Democrata (não o prejudicar nas próximas eleições); se para a Administração Biden (é funcionário do Governo); ou se para a Paz (nesta matéria, desiludamo-nos, Blinken não acerta uma). Passa por exercer “fortíssimas” pressões sobre Netanyahu, sem nunca se lhe ouvir a mínima referência a reduzir (suprimir totalmente seria sinal de “demência”) os fornecimentos de armas a Israel, quando o que está na ordem do dia é aumentar as autorizações para novas “exportações”, sempre numa lógica de que os israelitas têm todo o direito de se defenderem. 

Talvez a resposta seja um pouco mais prosaica. Mesmo que o queira (duvido seriamente), talvez Blinken não tenha poder suficiente para confrontar Netanyahu com essa “pressão”, o que poderá também acontecer a Biden, seu chefe directo. A vassalagem à indústria bélica norte-americana não está escrita em lei nenhuma, mas que la hay, la hay.


Público - 25.08.2024

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Não é boa coisa a precipitação

 

PACIÊNCIA

 

Possamos conservar a paciência

Ante os que nos queiram fazer perdê-la

Saibamos como fazer uso dela

Para não cairmos na imprudência.

 

Saibamos valer-nos da experiência

Evitando caír-lhes na esparrela

Porque provocam a escorregadela

E logo negam ter interferência.

 

É bom poder manter a confiança

Não deixando morrer a esperança

Em gente que se mantenha aprumada;

 

Se nada garante a idoneidade

Acautelemo-nos contra a maldade

Daquela gente mal intencionada...

 

Amândio G. Martins

 

 

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Ainda vai sair cara a bandalheira

 

Sabemos que uma das mais trágicas fragilidades das democracias é a que que permite aos seus inimigos os actos mais corrosivos do seu funcionamento, subvertendo todas as regras, na crença de que eles, pelo exemplo da tolerância que lhes é dado, venham a ter um rebate de consciência, se arrependam do que fazem e se transformem em cidadãos decentes e cumpridores; trágico equívoco, porque essa subespécie de gente, não sendo vulnerável a tais ”fraquezas”, vai servir-se do caminho aberto para dar livre curso aos seus piores instintos.

 

De resto, veja-se há quantos anos aquele cadastrado nazi do denominado "1143" é notícia, por tudo quanto é mau numa sociedade que se quer livre e pacífica, servindo-se agora duma data em que o fundador da nacionalidade desenvolvia acções para consolidar a independência, para pretensamente legitimar as suas aberrações, para as quais nunca falta a esta escumalha uma ampla divulgação, sobretudo servindo-se das inesgotáveis possibilidades que lhes dão as redes abertas a tudo quanto é lixo, a que os potentados detentores fingem reprimir, mas fecham-lhes uma porta e abrem não sei quantas janelas.

 

 Outro é um sujeito que, expulso da magistratura, se calhar por ir muitas vezes à missa, quando lhe bastaria uma por semana, dá ao seu bando o nome “habeas corpus”, para cometer todo o tipo de atropelos à liberdade dos cidadãos, o que é a negação do nome de que abusivamente se serve; e é verdadeiramente chocante que as autoridades pouco possam fazer, dado que, quando chegam ao local dos desacatos já o mal foi feito e nada acontece aos malfeitores...

 

Amândio G. Martins

domingo, 18 de agosto de 2024

Não é Entidade para a Transparência é Entidade para a Opacidade!

O executivo do PS, caso governasse com poucochinho socialismo, ainda hoje era levado no andor do poder mas, foi incompetente, nefasto e determinado em favorecer os do costume... com primazia para a sua clientela politica. Durante a sua vigência não foi capaz de concretizar, o que tinha prometido, a Entidade para a Transparência. Só há pouco isso foi possível. (Parto difícil, pois há muito que faltam obstetras...). Porém, não é Entidade para a Transparência, antes pelo contrário, é Entidade para a Opacidade! Bloqueia regras definidas para obstar a não identificação e tornar público o acesso ao património dos políticos, por parte, designadamente dos jornalistas que têm o dever e direito de nos informar quais os rendimentos da classe política! A governança, não chore lágrimas de hipócrita carpideira pela imprensa em suporte de papel a minguar ou queira mitigar as suas baixas tiragens com quaisquer medidas paliativas, ao invés, tem de interferir nesta sensível matéria, se não o fizer - é cúmplice! Este miserável país que eu amo!, com uma sociedade civil embrutecida, submissa e desmobilizada, não passa da cepa torta porque, também, a corrupção tem várias máscaras e promotores políticos!

Do custo da ignorância

 

BRUXARIAS

 

Crêem mais na bruxa que no médico

Dando-lhe aura de “mulher de virtude”

Que lhes garante de volta a saúde

E para tudo lhes dá um remédio.

 

Tirando-lhes o último sestércio

Deixou-lhes mais próximo o ataúde

Vemos esta cena tão amiúde

Que nem apetece tratar em verso.

 

Esquecem Deus por qualquer vigarista

Que lhes garante ser especialista

Em pormenores que Ele desestima;

 

E depois de se verem extorquidos

Com nenhum dos problemas resolvidos

Só resta lamentar-se da má sina...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

sábado, 17 de agosto de 2024

Intocáveis

 

 

 

 

ESTÁBULOS DE AUGIAS

 

Prosperaram à margem da verdade

Que só cumprem quando é favorável

Para além disso é-lhes descartável

Não lhes rende nada a honestidade.

 

Como a mentira lhes dá potestade

A pura verdade é-lhes dispensável

Coisa de idealista miserável

Que não é ninguém na sociedade.

 

Como o dinheiro dá imunidade

Progridem na porcaria à vontade

Por com ela andarem mancomonados;

 

Quem tiver coragem para os enfrentar

Vai precisar de um rio para lavar

A porcaria de tantos safados...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Chantagens e malabarismos

 

Ensaiando a famosa tactica futebolística, seguro de que a melhor defesa é o ataque, Montenegro mostra-se animadíssimo nessa onda, e subscrevo o que dizem os partidos da Oposição, quando o acusam de andar em campanha eleitoral, ele que ainda só leva quatro meses de exercício; sendo óbvio que ninguém, com alguma noção de realismo, espera que tenha resolvido qualquer problema, muito menos o da saúde, o descaro do homem em afirmar que a saúde já está muito melhor, traz-me à memória aquela vez em que, mera caixa de ressonância de Passos Coelho, concordava que as pessoas não estavam bem, mas o país estava muito melhor.

 

Sendo verdade que os portugueses não são todos estúpidos, como, quase apoplexo, gritou à militância, será melhor para todos que desça à terra e se deixe de provocações, tentado a esticar a corda até que se parta, porque a maioria das pessoas, que não se confunde com a militância acéfala, quer é que trabalhe e cumpra as suas obrigações, a começar pelas generosas promessas de março passado, e não que consuma o tempo em chantagens e malabarismos...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Simulacros de verdade

 

OPINIÃO

 

Poder ter a liberdade de opinar

Destapa dos dogmas a falsidade

Permitindo à generalidade

Esclarecer para não se duvidar.

 

Sabendo o que é difícil comunicar

Contra as armadilhas da liberdade

Atenção à falsa idoneidade

Daqueles cuja função é enganar...

 

Quem do que diz tem boa consciência

Não vai recorrer à maledicência

Nos diferendos com um oponente;

 

Que se a retratar-se for obrigado

Por não ter sabido ser aprumado

Vê anulado o respeito da gente...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

NATO COM TAMBORES DE GUERRA E FALSA BOA SAÚDE DE BIDEN

 


Biden e Nato aproveitaram a cimeira dos 75 anos da organização belicista, que decorreu entre 9 e 11 de Julho, em Washington, para além de continuarem a tocar os tambores da guerra e o seu agravamento, de espalhar desinformação e tentar impor a candidatura de Biden a novo mandato de presidente dos E.U.A., escondendo a degradação física e mental, com o auxílio de líderes de diversos países a passar um falso atestado de boa saúde, para calar as vozes que reclamavam a desistência de Biden.

Dez dias após a cimeira da Nato, a 21 de Julho, Biden abandona a candidatura a presidente dos E.U.A., embora ficando por explicar a razão por que durante tantos meses a sua incapacidade foi encoberta e negada pela própria administração norte-americana. Na sequência é lançada a nomeação de Kamala Harris, para assegurar o acesso aos muitos milhões e milhões de dólares para a candidatura democrata, com origem nos doadores ligados às corporações e transnacionais.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Vemos, lemos e não podemos ignorar

Todas e todos temos de gritar bem alto: parem com o genocídio sobre o indefeso e pobre Povo Palestiniano! Já foram mortos mais de 100 Jornalistas pelos assassinos israelitas! As torturas inclassificáveis feitas a presos palestinianos, muitos sem culpa formada, representam uma selvajaria com base em desumanas violações. É a negação dos Direitos Humanos perpetrada pelos sionistas descendentes, cujos ascendentes, muitos muitíssimos, foram mortos pelo nazismo. Israel há muito que perdeu o capital de simpatia sentido por tudo o que lhes sucedeu no Holocausto mas, o genocídio e a configuração de extermínio sobre os palestinos, a simpatia virou mais que antipatia - é monstruosa repugnância! Aplaudimos o artigo de opinião, no Público, de Alexandra Lucas Coelho: «E rasgar o recto com um pau, é legitimo?» Um deputado fascista de extrema-direita israelita, apoiante do governo, respondeu que sim(!), desde que seja do Hamas. «Soldados sodomizam os detidos e chamam «putas» a palestinianas forçadas a deixarem os filhos», escreve adiante. Sincera e comovida gratidão, a Alexandra pela lúcida frontalidade, solidária coragem e escrita asseada! O governo português tem de chamar o embaixador israelita em Portugal e protestar veementemente contra as cruéis atrocidades praticadas. De que esperam para reconhecer a Palestina? Há 20 anos os portugueses, vestidos de branco, protestaram solidariamente nas ruas pela emancipação de Timor-Leste, sendo este peso e medida igual ao do desprotegido Povo Palestiniano. Timor fez-se Estado, mais cedo que tarde, um Estado terá a Palestina!

 

A BELA E TÃO DESCONHECIDA AMMAIA


No Parque Natural da Serra de S. Mamede, mais concretamente no belo Vale de Aramenha, encontram-se as ruínas e demais vestígios daquela que foi uma importante cidade do Império Romano, Ammaia. No seu auge, por volta do século III DC, calcula-se que a sua população tenha chegado às 6 mil almas. Quase o dobro do concelho onde se situa, Marvão.

Dos 25 hectares que ocupava, apenas 2% dessa área está explorada. Mesmo assim, é rico e interessantíssimo o espólio. Para além de inúmeras moedas, estatuetas, loiças, adornos pessoais, sarcófagos, almudes, etc., uma das coisas que impressiona é saber-se que naqueles tempos tão longínquos, já ali se fabricava e moldava vidro. As belíssimas taças, e jarras expostas, assim o confirmam.

Situada no eixo Lisboa Mérida, Ammaia, foi um importante entreposto comercial da Lusitânia. E é hoje um valiosíssimo documento vivo da nossa pré-história e do Império Romano. Lamentavelmente, tão pouco conhecido!

Um grupo de 54 alunos e professores da Universidade Intergeracional do Concelho de Almada (UNICA), visitámo-la há dias. Dos 54, a grande maioria, nunca, nem sequer tinha ouvido falar nela. E não somos, de certeza, exceções a nível nacional.

Administrada pela “Fundação Cidade de Ammaia”, cujos membros são a Câmara Municipal de Marvão, a Direção Geral do Património Cultural (DGPC), as universidades de Évora e de Lisboa e o comendador Rui Nabeiro.

Nomeadamente, a CM de Marvão, até como elemento potenciador turístico, será que está a fazer o que lhe é possível para a sua divulgação? E a DGPC? O Sr. Ministro da Educação e Cultura, já solicitou ao seu colega que superintende no grupo RTP, para que os seus canais televisivos e de rádio, suprimam uns minutinhos aos intermináveis comentários, análises e palpites sobre futebol, e divulguem aquela ( e outras) preciosidade histórica?

Aqui ficam as perguntas e o nosso modesto contributo para a sua divulgação.

Francisco Ramalho

Corroios, 13 de Maio de 2018


PS- aqui fica também a sugestão de uma visita para quem estiver de férias ou vá para aqueles lados.




sábado, 10 de agosto de 2024

3 ATLETAS CUBANOS

 


Nos Jogos Olímpicos de 2024, a decorrer em Paris, na França, no triplo salto, 3 atletas cubanos ganharam as medalhas ao serviço de Espanha, Portugal e Itália.

Não se deve (nem pode) vender, o que já foi vendido


O Dr. Luis Montenegro disse no 
hospital de Santa Maria que não ia vender ilusões aos portugueses, porém esqueceu-se de dizer que já as tinha vendido todas nas grandes promoções de Março de tal maneira que esgotou o stock.
Agora o que der certo é mérito dele, o que continuar errado é culpa de D. Afonso Henriques e os que lhe seguiram.

Quintino Silva

 

MUNDO MISERÁVEL


Enquanto o mundo está distraído com os jogos de Paris, mais cem pessoas foram mortas.

Não, não foi em confronto umas com as outras, em guerra, o que seria uma estupidez. Foi muito pior. Foi cobardemente numa escola onde estavam abrigadas. A maioria, mulheres e crianças. A somar aos largos milhares a quem também já foi brutal, cruel e desumanamente tirada a vida.

E tudo isto, impunemente. E tudo isto, inperturbavelmente. O principal responsável, foi recebido na sede do império que se arvora em guardião da moral e da democracia, em ovação. E na Europa, nos jogos em Paris, excluem-se uns e admitem-se os representantes do país dos autores desse holocausto.

Apesar desta paz podre, não é de augurar nada de bom estas sementeiras de ódio e de hipocrisia.

Francisco Ramalho


Com o rei na barriga

 

PÉS DE BARRO

 

Inquieta-se o pretenso poderoso

Sempre que lhe ignorarmos a ofensa

Melhor forma de vincar a diferença

De quem se dispensa ser respeitoso.

 

Deixemo-lo arrogante e vaidoso

À espera que lhe peçamos licença

De nos favorecer com a presença

E não lhe permitamos esse gozo.

 

Façamo-lo esvaziar o balão

Que o habituou à falsa sensação

De ser uma pessoa importante;

 

Que guarde para si a importância

Que aqueles que trata com arrogância

Preferem distanciar-se o bastante

 

Amândio G. Martins

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Do estranho prazer de espingardar

 

CUSTA  A CRER

 

Haver poetas que são caçadores

Como haver os que gostam de touradas

Fazendo par com almas perturbadas

Gozando o sangue de seres sofredores.

 

Há algo bem estranho nos seus valores

Não explicável em duas penadas

Que massacrar animais em caçadas

Não mostra nada digno de louvores.

 

De uma necessidade primitiva

Quando a caçar sustentavam a vida

Passaram a um sangrento desporto;

 

Podiam replicar esse exercício

Observando os animais no seu sítio

Sem precisar ver nenhum deles morto...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Salvemos o Serviço Nacional de Saúde!

A melhoria pela salvação do SNS e a saída do seu estado comatoso deve ser um designío nacional para que aquele serviço seja para todos. Há milhões de portugueses que não têm alternativa ao SNS. «O governo está a cumprir o plano de emergência [para o SNS]», diz sem pingo da realidade, o primeiro-ministro. Qual cumprimento? Na ginecologia? Na obstetrícia? As mulheres grávidas não são lorpas. Engrossam os milhares de portugueses sem médico de família, sendo eu um dos que não o tem há 20 anos! Esta gente da governança chora lágrimas de hipócrita carpideira, ao lamentar os índices demográficos negativos pela baixa natalidade mas, o plano para assistir gestantes saíram furados, já que, os serviços de urgência de obstetrícia fechados são atentados contra as mães com bebés prestes a nascer! Isto congigura um crime? Diz a imprensa, que mais de metade do orçamento do SNS é sangrado para os hospitais da mercantilização da saúde. Urge usar estas volumosas verbas para dotar os serviços, neste caso, de obstetrícia, para responder a quem deles precisa. Em política o que parece é: há uma concertação antiga do PS e PSD para esvaziar o SNS e, oferecer a sua nata aos hospitais privados do negócio. Está em marcha um SNS para indigentes! A saúde jamais deve ser alvo de negócio. Os hospitais privados respondem aos acionistas, o SNS responde aos doentes. Ponto!

Mentes confundidas

 

ANJOS E DEMÓNIOS

 

Quem finge de anjo decerto é demónio

É o que mais se tem visto acontecer

Pode ser um homem mas tembém mulher

Nunca se sabe se está ou não sóbrio.

 

Sente-se ninguém sendo anónimo

Nunca sabe como deve proceder

Embora prefira sempre aparecer

Confundido com aquele binómio.

 

A gente não nasce boa ou má pessoa

Mas o que teve orientação boa

Será melhor do que quem a não tiver;

 

Distinguirá o certo do errado

Fará questão de estar do melhor lado

Preocupando-se com o saber ser...

 

Amândio G. Martins

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

O sermão dos morangos


A natureza, além de nos dar de comer,também nos dá momentos de prazer e de reflexão.
Há quatro anos, por curiosidade, plantei,  doze pés de morangos, mas quando começaram a dar fruto vi que não ficavam maduros todos ao mesmo tempo, hoje era um amanhã outro.
Era uma chatice, porque andava por aqui um gaio que acordava primeiro que eu e não me dava hipótese..
No segundo ano verifiquei que eles já se tinham multiplicado e o gaio já me deixava alguns, e quem primeiro fosse à horta podia comer ,mas não dava para trazer.
Agora já me deixei de me preocupar com o gaio, porque andei três semanas a colher neles; chegou para ele, para mim e até para alguns amigos.
A princípio pareceu-me uma chatice eles não aparecerem todos ao mesmo tempo, mas agora vejo que se assim fosse a maior parte acabava por se perder.
comecei depois a observar, e vi que o mesmo acontecia com outros frutos carnosos. Além de não ficarem maduros todos ao mesmo tempo dentro da mesma espécie, também as vária s espécies aparecem em tempos diferentes ao longo do ano, o que até em termos de dieta faz automaticamente a diversificação.
Já os frutos secos, assim como os cereais que se conservam todo o ano, podem ser colhidos todos no mesmo dia,
pois ficam maduros todos ao mesmo tempo.
Comecei a pensar que se os produtos que se conservam são colhidos de uma vez e os que não se conservam são-no ao longo do ano,isto foi bem organizado. 
Quem será o autor desta maravilha?.
Para ver se arranjava resposta a esta questão, fui falar com um teólogo que me fez um sermão sobre o milagre da criação.
Mas eu quis uma segunda opinião e fui falar com um biólogo, que me fez uma dissertação sobre a teoria da evolução 
Depois de alguma meditação, achei melhor falar com um filósofo a ver se saia desta confusão.
Assim  me disse o homem:« Eu que só sei que nada sei», apenas te direi: Desfruta do que a natureza te dá, mas deixa ficar tudo como está .
Se começas a mexer deitas tudo a perder:

Quintino Silva

Montenegro saberá para que a escolheu...

 

Quando comecei a reparar na forma como a actual ministra da Saúde se comportava com Fernando Araújo, com quem tinha tido um diferendo quando foi responsável pelo Hospital de Santa Maria, logo percebi como era mesquinha e vingativa, e que deverá ter sido por isso mesmo que Montenegro a escolheu para tão delicado cargo, não para "salvar" o Serviço Nacional de Saúde, como eles querem fazer crer, mas antes para lhe começar a fazer o funeral; de facto, quem da área da saúde conheceu o trabalho que Fernando Araújo desenvolveu enquanto responsável pelo Hospital de S. João, não duvida das suas capacidades, nem do que poderia fazer pelo SNS no lugar de onde a ministra, não tendo a frontalidade de o demitir, tudo fez para que saísse.

 

Tratando-se de um profissional de reconhecida seriedade e competência, e não sendo militante partidário, o comportamento da ministra com ele foi uma demonstração clara de como vai ser incapaz de fazer seja o que for em favor do SNS, e Fernando Araújo não sofreu a mais leve beliscadura no seu prestígio; agora, perante o sôfrego desmantelamento do que vinha a ser feito, e que a actual equipa dirigente socialista logicamente denuncia, o panfletário Hugo Soares vem gritar-lhes que metam a mão na consciência, como se fosse razoável esperar dos socialistas um louvor à desgraça que a cada dia que passa se vai ampliando...

 

Amândio G. Martins

 

 

É isso que queremos?



Quando vemos a violência nas ruas de Inglaterra, provocada por movimentos de extrema-direita e espoletada por notícias falsas divulgadas em algumas redes sociais, sem qualquer escrutínio jornalístico digno de respeito, perguntamos-nos como é possível que, vários dias depois de serem completamente desmentidas, ainda continuem a ser a inspiração de tanta destruição.

Já depois disso, assistimos ao infame desenvolvimento “noticioso”, nas mesmíssimas redes, de factos igualmente falsos sobre o género da pugilista argelina Imane Khelif que, segundo fontes fidedignas, nasceu e é mulher, aliás cisgénero. Nem sequer os altos níveis de testosterona estão certificados cientificamente, nem nada comprovariam, caso existissem, mas o racismo, a islamofobia e um impulso completamente irracional de transfobia “preventiva” levaram a que correntes de extrema-direita, dos EUA (Trump) a Portugal (Rita Matias), com passagem pela Itália (Melloni), pátria da pugilista vencida no combate “fatídico”, se sintam “à solta” para vir a terreiro proclamar diferenças rácicas imaginárias. O mesmo fez Hitler relativamente à “raça” ariana, também em tempos de Jogos Olímpicos, pelo que talvez valha a pena recordar Jesse Owens.

Até quando vamos permitir/alimentar a perpetuação de mentiras nas redes sociais, mesmo depois de cabalmente desmentidas?


Público - 11.08.2024


terça-feira, 6 de agosto de 2024

 

HIROXIMA E NAGASAKI, OS CRIMES MONSTRUOSOS DE 1945


O império que é conivente com o atual genocídio na Palestina, há 79 anos (dias 6 e 9 deste mês), cometeu dois dos maiores crimes da história da humanidade ao bombardear as cidades de Hiroxima e Nagasaki com duas bombas atómicas.

Toda a Natureza ali ficou radioativa, desaparecendo toda a vida animal e vegetal. Até hoje, há pessoas a sofrer de doenças oncológicas.

A Alemanha nazi tinha-se rendido há dois meses, e o Japão, com as suas Forças Armadas exangues, sabia-se, era uma breve questão. Mesmo assim, o império, para anunciar ao mundo e avisar a União Soviética, não se coibiu de cometer tão hediondos crimes.

Depois da ascensão e do apogeu, todos os impérios têm a inevitável queda.

Para bem da paz e da humanidade, este que não seja exceção.

Francisco Ramalho


Quando vamos reconhecer a Palestina?


No ano de 1975 a Indonésia invadiu Timor Leste que ainda se encontrava sob administração portuguesa.
Era então primeiro-ministro o almirante Pinheiro de Azevedo.
Uma jornalista perguntou-lhe : então senhor PM que decisões vai tomar agora?.
Pinheiro de Azevedo que não era homem para se pôr com evasivas respondeu da seguinte maneira; minha senhora aqui não se tomam decisões.
As decisões tomam-se em Washington, Londres e Moscovo.
Hoje é um pouco diferente, as decisões tomam-se também em Bruxelas.
Por isso, senhores activistas não percam tempo a perguntar ao PM quando vamos reconhecer a Palestina, porque se ele fosse frontal e directo como Pinheiro de Azevedo ,o que ele diria é , estamos à espera de ordens.
A Espanha já reconheceu, porque a Espanha PODE.

Quintino Silva

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

"Dilatar a fé e o império"...

 

NAVEGADOR

 

Partiu sem saber bem para aonde ia

Quando chegou não sabia onde estava

Ninguém por ali com ele contava

Mas valeu-lhe a perversa simpatia.

 

Recorreu a toda a sua ousadia

Para o apoio que necessitava

Enganando a gente que confiava

Nas bugigangas que ele oferecia...

 

Quando não resultava a forma astuta

Não hesitava usar da força bruta

Espalhando contra si grande aversão;

 

Dava um chouriço e queria um porco

Quem  não o satisfizesse era morto

Malvadez que nunca teve punição...

 

Amândio G. Martins

 

 

domingo, 4 de agosto de 2024

Colonialismo

 

ENTRE A ESPADA E A CRUZ

 

Muitos dos problemas que o mundo enfrenta

São sementes do colonialismo

A que os mentores chamaram heroísmo

Que hoje a gente informada não sustenta.

 

A fome que a gente já não aguenta

Empurra-a para o mar e o abismo

Que para muitos já foi o destino

O que à corja desalmada contenta.

 

O invasor que as riquezas lhes roubou

Semeou maldade e vícios e andou

Deixando aos donos da terra a miséria;

 

Se tentam na Europa sobreviver

O que o predador quer é vê-los morrer

Sem vergonha de não ser gente séria...

 

Amândio G. Martins

Os ricos são a crise



Quem o diz é António Rodrigues (A.R.), na sua quadri-crónica postada entre “4 esquinas”, no PÚBLICO do passado dia 2. Certeiramente, A.R. constata que, se há quem sonegue impostos devidos aos Estados, são exactamente os ricos, e que é pornografia a postura de autoridades que tentam demonstrar ser desnecessário e indesejável que se consiga a “difícil” coordenação internacional para chegar a um entendimento no sentido de tributar, com um imposto global, as grandes fortunas mundiais. Saúdam-se tais constatações, sobretudo em tempos de glorificação das “verdades” neoliberais (menos Estado e mais iniciativa privada) que nos trouxeram a este estado.

Entretanto, como os únicos impostos “legítimos” são os que incidem sobre os rendimentos, em especial os do trabalho, os detentores das fortunas sonantes (a quem é difícil “chegar”), beneficiando de tributação tão complacente, vão “comendo” o planeta como se fosse só deles, com cada vez mais aviões privados e outros luxos poluidores. Mais ou menos como os dirigentes mundiais, a quem deveria ser lembrado amiúde que existem uns “aparelhómetros” corriqueiros que, facilmente, permitem video-conferências, sem necessidade de constantes deslocações aéreas de um lado para o outro.


Público - 05.08.2024 (truncado do último período).

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Relembremos José Afonso. Sempre!

Faria, neste início do mês de Agosto, dia 2, 95 anos, o mais célebre e popular cantautor, José Afonso. Foi o mais interventivo socialmente consequente e difusor através da mensagem por palavras lavradas, quem mais defendeu os deserdados da vida - os despossuídos. Porventura e por ventura!, é o músico central do século XX português. Neste nonagésimo quinto aniversário dos seu desaparecimento físico, a Associação José Afonso, e bem, promove o lançamento de um livro sobre o Zeca, ''Semeador de palavras-entrevistas a José Afonso'', manancial para quem deseja saber mais e estudar o espólio do nosso eternamente amado cantautor. Afinal, o ilustre, Zeca, «não» morreu, a sua cultivada obra, plena de temporalidade, recheada de música com palavras certeiras, entrevistas e registadas acções solidárias aí estão para perdurar através dos tempos. Glória a José Manuel Cerqueira Afonso do Santos! Não nos morreste. Viverás nos nossos corações para sempre!

Incerteza no caminho

 

NEVOEIROS

 

Afligem-me os meus próprios nevoeiros

Que não me deixem ver com claridade

Por onde não devo ir à vontade

Para me desviar dos atoleiros...

 

Não saber quando dou passos certeiros

Que não me ilude outra realidade

Antes que me desengane a verdade

Quando já desperdicei muitos meios.

 

Poucos pensamos quanto é curta a vida

Abusando de forma repetida

Iludidos com falsas perspectivas;

 

Depois de brincarmos muito aos imortais

Vemos que o demasiado foi de mais

E não há como reverter os dias.

 

Amândio G. Martins