Um olhar da Rua Raimundo de Carvalho, Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia.
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
segunda-feira, 16 de setembro de 2024
domingo, 15 de setembro de 2024
A Lei da Eutanásia está encalhada - engavetada
Da ridícula patrioteirice
Ter dado a Nuno Melo um lugar de ministro, qualquer que fosse a pasta, só podia dar asneira, mas como o acordo de coligação contemplava este prémio, quando chegava bem dar ao CDS a possibilidade de voltar ao Parlamento, aí o temos, sempre pronto para o disparate, agora com Olivença, como antes querendo substituír pelo serviço militar as dívidas que alguns jovens tivessem com a justiça.
Não consta que haja em Olivença sonantes manifestações contra o reino de Espanha, com a população a queixar-se de opressão e a exigir a soberania portuguesa, mas umas quantas alminhas já costumeiras insistem em querer criar com Espanha um diferendo que nem Salazar, que comungava com Franco da mesma ideologia fascista, alguma vez lhe passou pela cabeça levantar porque, ontem como hoje, há problemas mais importantes para resolver do que criar com os vizinhos um ambiente hostil.
Mas é típico do tipo de “estadistas” como este ministro que, incapazes de fazer algo que mereça atenção positiva, disfarçam com muita conversa e cortinas de fumo, tentando distraír as pessoas do que realmente interessa; de facto, há muito que o Direito internacional reconheceu a Portugal a soberania sobre Olivença, mas como Espanha não cumpriu, e os governantes portugueses, dos mais variados quadrantes e ao longo dos tempos, têm tido mais com que se preocupar, até porque às populações, dum lado e do outro, tanto lhes faz, deixem aos patrioteiros o seu ridículo e parem de criar problemas onde não existem...
Amândio G. Martins
sábado, 14 de setembro de 2024
Vão refinando no cinismo
CLARO/ESCURO
A Direita protege os poderosos
Por ser por eles bem financiada
Que nada dando a troco de nada
Querem ter recompensa nos negócios...
Tão evidentes são os propósitos
Que espanta ver tanta gente enganada
Porque sendo sempre prejudicada
Definha sem saber o que são ócios.
Porque dos fracos pouco reza a história
Os poderosos olham como escória
Aqueles que ainda lhes fazem vénias;
Intermediados pelos maiorais
Os exploradores exigem sempre mais
Perpetuando o seu tempo de férias...
Amândio G. Martins
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
NUMA MÃO A CRUZ, NA OUTRA A ESPADA
“Arzila, 21 de Agosto de 1471
O dia amanheceu ventoso, com vagas violentas de oeste que arrastavam as embarcações para os recifes. Esta situação frustrava o plano; no entanto, era necessário desembarcar quanto antes, pois de outra forma, Arzila receberia reforços.
(…) Arzila era uma praça rica, local de chegada do ouro do Mali, daí a perspetiva de uma conquista vantajosa. (…) Por entre recifes e vagas alteradas, conseguiram chegar a terra, saltando de forma ágil. De seguida, foram dadas ordens para levantar acampamento e colocar as primeiras bombardas, protegidas com trincheiras, bastilhas e outros artifícios de fortificação ligeira. Ainda nesse dia, o fogo das bombardas derrubou dois lanços de muralhas.
No dia seguinte, avaliando o poderio português, a alcaide de Arzila mandou içar o sinal de rendição nas muralhas. As tropas de Dom Afonso V, querendo derramar o sangue infiel e perpetrar o saque, anteciparam-se às negociações com os mouros, tratando de encostar as escadas às muralhas e aproveitando as brechas abertas na véspera. Desprevenidos e aterrados, os mouros abandonaram as muralhas, refugiando-se no castelo e na mesquita. A luta dava-se em cada rua, em cada travessa, em pequenas emboscadas ou quando os mouros ficavam encurralados; os mouros lutavam valorosamente. Houve pesadas baixas para os dois lados da contenda e, inevitavelmente, o massacre de bastantes inocentes.
(…) Os gritos lancinantes dos flagelados pelas espadas dos conquistadores encheram as ruas de Arzila; mulheres e crianças horrorizadas gemiam, encolhidas pelos cantos. Lopo Barriga corria num grupo de soldados e cavaleiros, chefiados pelo seu mestre, que do alto do alazão, de crinas esvoaçando ao vento, sangrava os destemidos sarracenos. De pendão em punho na esquerda e azagaia na direita, Lopo protegia, com valentia, a ilharga do cavalo. O grupo abria caminho no meio de uma chusma de infiéis, transformados, num ápice, num amontoado de corpos ensanguentados, implorando misericórdia. Os cristãos esqueciam as premissas da sua identidade religiosa, destruindo tudo à sua passagem.”
In EM NOME D`EL REY
Autor, Luís Barriga
Editora, Clube do Autor
Nota- Agora que a direita mais extrema trauliteira e demagógica, demonstra ainda mais aversão aos imigrantes para manipular incautos e colher dividendos, convém lembrar o que andámos a fazer durante tanto tempo nos países de tantos deles.
Francisco Ramalho
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
nos 100 anos de AMÍLCAR CABRAL
Amílcar Cabral nasceu
a 12 de Setembro de 1924, em Bafatá, na Guiné. Foi assassinado em 20 de Janeiro
de 1973, em Conakry, uma década depois do início da luta armada, por agentes do
colonialismo fascista português. Amílcar Cabral era filho de cabo-verdianos,
tendo concluído os seus estudos liceais em Cabo Verde, iniciou a sua vida em Portugal
em 1945 e formou-se como engenheiro agrónomo, no Instituto Superior de
Agronomia, em Lisboa. Desenvolve actividade cultural e política ligada à luta
antifascista e anticolonialista com outros estudantes originários das colónias,
como Agostinho Neto, Lúcio Lara, Marcelino dos Santos, Vasco Cabral, entre
outros.
Amílcar Cabral foi um
dirigente revolucionário da luta de libertação nacional dos povos guineense e
cabo-verdiano, tendo sido fundador, em 1956, e principal dirigente do Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que em Setembro de
1973, já depois da morte de Amílcar Cabral, proclamou a independência da Guiné-Bissau.
Amílcar Cabral no que
nos deixou escrito, além da denúncia do colonialismo e do fascismo português
foca a sua inabalável vontade de lutar, como neste texto: «Eu jurei a mim mesmo
que tenho que dar toda a minha vida, toda a minha energia, toda a minha
coragem, toda a capacidade que posso ter como homem, até ao dia em que morrer,
ao serviço do meu povo, na Guiné e Cabo Verde. Ao serviço da causa da
humanidade, para dar a minha contribuição, na medida do possível, para a vida
do homem se tornar melhor no mundo. Este é que é o meu trabalho».
Das fraquezas humanas
“FUROR SCRIBENDI”
Quem sabe se incentivado por querer
Deixar vaga lembrança neste mundo
Mais apaziguador que furibundo
Ocupa na escrita o tempo de lazer.
Nada relevante podendo dizer
Também nada ficará de profundo
Mesmo dispensando cada segundo
Pensando a melhor maneira de o fazer...
Como tudo começa do princípio
Use cada um do seu livre arbítrio
Assumindo o bom e mau do que fizer;
O que sente a responsabilidade
Atende às regras que a urbanidade
Recomenda para nunca se exceder...
Amândio G. Martins
terça-feira, 10 de setembro de 2024
A TAP E O RESTANTE ESSENCIAL
A TAP podia e devia ser o rosto de Portugal no mundo. E uma empresa pública de importância estratégica para a economia nacional. Mas não é. Não é, exatamente devido às suas potencialidades. Por isso, os grandes empórios da sua área, a Air France, a KLM ou a Lufthansa, lambem os beiços sempre que o governo PSD ou PS, anunciam a sua privatização. A última, feita à pressa pelo governo laranja com Passos Coelho ao leme, Miguel Pinto Luz (MPL) como secretário de Estado das Infraestruturas e Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, até foi feita, comprada, com o dinheiro da própria empresa. É o relatório da Inspeção Geral de Finanças que o diz.
Depois, o Governo/PS com António Costa a liderar e João Galamba com o mesmo cargo que MPL, voltaram a nacionalizá-la. Mas, nunca o esconderam, para a preparar melhor, para render mais, com vista à sua privatização. E é isso que Luís Montenegro e o seu Executivo preparam de novo. Aliás, como fizeram, os dois partidos alternantes no Governo, a outras importantes empresas. Como por exemplo, a EDP, a GALP, a Cimpor ou os CTT. Depois dizem que o Estado não tem dinheiro. Pudera!
Portanto, sem o que deveria ser a sua principal fonte de receitas, o seu património, as grandes empresas, resta-lhes esvaziar os já depauperados bolsos da grande maioria dos contribuintes, com impostos. E como os poupam às grandes empresas, aos grupos económicos, depois dizem que não há dinheiro para pagar decentemente aos funcionários públicos, aos professores ou ao pessoal da Saúde. médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar. Mais uma vez, quem perde é a maioria dos contribuintes. Ou seja, o povo. E o país não se desenvolve e mantém as imorais assimetrias sociais. E para beneficiarem os que já mais têm, o capital, castigam o povo até no mais importante: o seu bem estar, a saúde. Não é nesse sentido as medidas que foram agora anunciadas pela ministra da Saúde?
Três meses após aprovarem o Plano de Emergência e Transformação na Saúde, o que é que deu? Não sabemos todos? E, especialmente, todas? Quantas não passaram já pela angústia de terem de parir em ambulâncias, ou ver serviços de neonatologia fechados ou a funcionarem a meio gás.
Estes serviços, e tantos outros! E as filas para se conseguir uma consulta? Principalmente de especialidade. E os hospitais que não se constroem, como no Seixal, onde autarcas e populações andam há décadas a lutar e a reclamar. Com o aumento da população, com o hospital mais próximo, o Garcia de Orta em Almada, a rebentar pelas costuras e o povo a aguentar
Perante este quadro necessariamente bastante incompleto, que fez agora o Governo da AD? Resolver os problemas do Serviço Nacional de Saúde aumentando substancialmente o seu orçamento? Antes pelo contrário! As vinte unidades de Saúde Familiar Modelo C, entregues aos setores privado e social, são mais uma machadada no SNS. Este sim, como está provado à saciedade, é que é a melhor e mais justa solução para a saúde de todos os portugueses.
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE
segunda-feira, 9 de setembro de 2024
YAYOI KUSAMA
Yayoi Kusama é uma
artista plástica e também escritora japonesa, nascida a 22 de Março de 1929, em
Matsumoto, considerada uma das mais originais e importantes do seu país. Seu
trabalho é uma mistura de diversas artes, com modernismo, preocupações
ambientais e tendo uma característica que é a utilização quase sempre de bolas
e pontos. É uma visão vanguardista, a carreira de Kusama desde os seus
primeiros desenhos feitos na adolescência e durante a segunda guerra mundial, e
nos 70 anos seguintes.
YAYOI KUSAMA: 1945 –
HOJE, é uma exposição concebida e organizada pelo M+, de Hong Kong com a
colaboração da Fundação de Serralves e o Museu Guggenhein de Bilbau. São cerca
de 160 obras. A exposição está patente em Serralves até ao próximo dia 29 de
Setembro.
domingo, 8 de setembro de 2024
Está em marcha um SNS para indigentes!
A FESTA DA OPOSIÇÃO
Termina logo à noite a Festa do Avante! Que é como quem diz, a Festa da Oposição. A oposição que deve ser o futuro. O futuro não é o capitalismo. Seja ele gerido pelo PS, pelo PSD, pelo CDS ou pelas novas ramificações da direita ou da extrema direita. O resultado disso, está à vista. Uns, poucos, de pança cheia, outros assim assim, e a maioria sempre a contar os tostões e fazer contas à vida.
Termina hoje a Festa feita de maneira que nem todos os partidos juntos conseguem fazer. De longe, a maior e mais diversificada festa do país. No plano artístico e no plano geográfico/cultural/gastronómico. Está ali presente Portugal inteiro. Do Minho aos Açores e à Madeira. Milhares de militantes do PCP, amigos e simpatizantes, erguem-na, asseguram o seu funcionamento e desmontam-na.
É esta forte determinação em conjunto com outros democratas que será o futuro.
E como dizia O nosso grande Camões (lá bem representado) sobre o futuro que só pode ser melhor que o passado: “ Todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades...”
Francisco Ramalho
Por água abaixo
POESIA
Tudo à volta nos dá poesia
Mas raros são bafejados por ela
De que deverão ser a sentinela
Porque ela os elegeu para a magia.
Nas prioridades do dia a dia
Para haver o que meter na panela
É importante haver uma parcela
Para se ganhar mais sabedoria.
É difícil o que parece fácil
E o que se julga ser muito hábil
Desilude-se a querê-lo demonstrar;
E há-de a desilusão ser imensa
Quando o que é muito pior do que pensa
Percebe que nada vai realizar...
Amândio G. Martins
sexta-feira, 6 de setembro de 2024
"Carapaus de corrida"
BIPOLARIDADE
Propendo a dar-me bem com toda a gente
Mas não sei como entender a bipolar
Que umas vezes saúda alegremente
Logo depois deixa de cumprimentar...
E quando alguém assim me surpreende
Se é doença só me resta lamentar
Se mania de burro/inteligente
Que mude essa forma de se comportar.
A quem não respeita o seu semelhante
Abusando com grotesco desplante
Não se lhe deverá fazer o mesmo;
Porque quem tem educação que baste
Deve fazer valer esse contraste
Perante quem brinca a fingir-se enfermo...
Amândio G. Martins
Restrições, contradições e regressões
Não tenho os pergaminhos necessários, e ainda menos os suficientes, para argumentar, no seu campo predilecto, com o senhor professor doutor Aníbal Cavaco Silva, a propósito do texto que publicou no PÚBLICO da passada quinta-feira sobre a “restrição orçamental”. Mas ser-me-á permitida uma dúvida que me conduz às perguntas seguintes: se é legítimo afastar liminarmente o argumento de que “as portagens são um factor determinante do investimento no interior do país e que daí resultará mais crescimento económico no futuro”, é igualmente legítimo afastar a ideia de que a descida do IRC poderá ser um factor com efeitos semelhantes na economia? É que este parece ser o argumento fundamental dos defensores dessa medida, designadamente entre os habituais correligionários do senhor professor. Por que razões não havemos de concluir que, da mesma maneira que “a eliminação das portagens é uma medida regressiva”, a baixa da taxa de IRC não é também regressiva, uma vez que parece óbvio que os “grupos ganhadores directos” são as grandes empresas?
O “senhor Silva” (a designação não é minha, foi “inventada” há uns bons anos por Alberto João Jardim), definitivamente, não me convence.
quinta-feira, 5 de setembro de 2024
Na grande cidade
GRATA RECORDAÇÃO
Construíam então a grande ponte
Para ligar Lisboa ao outro lado
Que só soube depois de ter chegado
Como tudo o mais que foi importante.
Só depois de chegar vi o bastante
Para saber que crescia afastado
Daquele outro país mais avançado
Que comparado era exuberante.
Das melhores recordações desse tempo
Lembro o que foi o meu empenhamento
Para ser esclarecida pessoa;
Se nem tudo o que quis foi conseguido
Ainda assim muito agradecido
Por quanto pude crescer em Lisboa...
Amândio G. Martins
quarta-feira, 4 de setembro de 2024
Predadores do interesse nacional
Sabia-se que a privatização da TAP, concretizada no estertor do governo de Coelho & Portas, tinha atropelado todas as regras, desde logo porque esse governo já não tinha legitimidade democrática para fazê-lo, por tê-la visto chumbada no Parlamento, não podendo tomar decisões daquela envergadura; todavia, fizeram-no com todo o descaramento que os caracteriza, descaramento agora reafirmado pelos principais protagonistas daquele rombo, para a companhia aérea e para o país, a ex-ministra a quem é oferecido um lugar dourado na Comissão Europeia, e o seu ex-Secretário de Estado, agora ministro, com poder para decidir novamente enterrar a nossa companhia de bandeira.
De facto, no relatório agora divulgado, diz-se que a TAP foi comprada com o seu próprio dinheiro, por uma parelha de empresários, um português e outro americano-brasileiro, que, sabia-se, naquele negócio tinham pouco ou nada que os recomendasse, para lá de serem muito bons no aproveitamento de negociatas como a que se lhes oferecia; e a dupla de génios que concretizou a falcatrua nem pode argumentar, como fizeram com os Correios, que tinha sido uma exigência da famigerada “troika”...
Amândio G. Martins
A anedota serve-se fria
Em 2015, de “pé na tábua”, que o tempo fugia, o Governo de Passos Coelho privatizou 51 por cento da TAP, em venda ao consórcio Atlantic Gateway, com grande protagonismo de Miguel Pinto Luz (M.P.L.), secretário de Estado das Infraestruturas, e de Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças. Quase oito anos depois, em Maio de 2023, pudemos todos ouvir da boca de M.P.L. elogios em boca própria (diz o povo que são vitupérios), reclamando para aquela privatização as honras de ter dado ao país a “maior TAP de sempre e, provavelmente, a melhor TAP de sempre”. É de admirar (?) que tivesse passado à frente sem qualquer referência a que o negócio pudesse ter, na base, pormenores porventura criminais. Ou talvez pensasse que os fins justificam os meios, sobretudo em matéria de privatizações, em que, à aproximação da oportunidade, há que ter “olho vivo e pé ligeiro”.
terça-feira, 3 de setembro de 2024
O paradoxo algarvio
É IMPERIOSO UM MUNDO MELHOR
Vivemos os dias mais imorais da nossa época. Tivemos duas guerras mundiais com cerca de 70 milhões de mortos. Episódios tão horríveis como a sobrevivência e morte nas trincheiras e por gaseamento, o holocausto, bombardeamentos aéreos de cidades e bombas atómicas contra Hiroxima e Nagasaki.
Tivemos ainda tantas outras mortíferas guerras como a da Coreia, do Vietname, onde foram despejadas mais bombas que em qualquer outra. Muitas de napalm que queimaram florestas inteiras e tanta gente inocente. Também as do Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, Iémen e tantas outras, mas nunca nenhuma como a atual na Palestina. É que em todas as outras, foram efetivamente guerras. Exércitos contra exércitos. Ali não! Ali, é um genocídio. Um exército poderoso, contra um ou alguns grupos armados. Mas, essencialmente, contra um povo, obviamente, desarmado. Veja-se quem é a esmagadora maioria das vítimas. Atacadas até em hospitais, templos religiosos ou campos de refugiados. E imagine-se a falta de condições e de vontade para a vacinação contra o surto de poliomielite causada pelas condições degradantes onde se morre de fome e falta de tratamentos médicos. E com esta grande diferença; apesar de nem os jornalistas serem poupados e o mundo não ter acesso a todos os horrores impostos pelas Forças Armadas do país ocupante, Israel, mas sabe-se que se trata de um genocídio. O massacre de um povo. E sabe-se também, que o país agressor é apoiado pela ainda maior potência mundial, os EUA, e tolerado pela UE.
Claro que o holocausto nazi, foi ainda pior e de maior dimensão. Mas quase não se sabia e os responsáveis foram e são condenados quase unanimemente. Estes, são recebidos apoteoticamente em Washington e tolerados na Europa.
Portanto, a imoralidade está no poder. Mas, apesar da grande manipulação mediática (Hitler e Goebbels, também manipularam o povo alemão e fizeram o que fizeram), a humanidade não se revê nela.
É imperioso um mundo melhor. Um mundo de cooperação e de paz entre as nações. Sem pretensões hegemónicas como acontece com os EUA a liderar. A beneficiar a sua poderosa indústria bélica, a reforçar e expandir o seu braço armado, a NATO, até ao Oriente com a sua filial, a AUKUS, visando a China.
Mas, é da história, os impérios, depois da ascensão e do apogeu, têm a inevitável queda. Este, não será exceção. Apesar de contradições entre os seus membros, aí estão os BRICS a prová-lo.
As guerras de domínio, o apoio a golpes de Estado e a ditaduras que têm protagonizado um pouco por todo o mundo, por exemplo, Vietname, Chile, Jugoslávia, Iraque, Líbia, Síria e agora o apoio a este genocídio, que moral tem esta gente para impor as suas pretensões, seja onde for?
Por exemplo, é pelo povo ucraniano que mantêm a guerra contra a Rússia? Aliás, depois de terem sabotado todos os acordos como o que previa um referendo para a região russófona do Donbass e a expansão da NATO para junto das fronteiras daquele país. Qual o objetivo? Não será o mesmo de sempre?
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE
domingo, 1 de setembro de 2024
Esta política está embotada e embolorecida...
AS FESTAS DE CORROIOS
Após 10 dias e com mais de 1 milhão de visitantes, termina hoje a 47ª edição das Grandes Festas Populares da Vila de Corroios.
1 milhão e tal de visitantes, é obra! Um dos maiores eventos do género, a sul do Tejo e mesmo a nível nacional. O maior de todos, organizado por um Junta de Freguesia.
Que faz tanta gente acorrer ao Parque Urbano da Quinta da Marialva em Corroios?
A diversidade cultural, musical, gastronómica, a exposição dos produtos e da atividade de comerciantes e empresas.
Mas, por detrás de tudo isto, como é fácil compreender, está muito trabalho e dedicação.
Muito trabalho e dedicação, do Executivo CDU da Junta de Freguesia de Corroios, da Comissão de Festas, dos trabalhadores da JF de Corroios, de centenas de comerciantes e empresários, do apoio das Forças de Proteção e Segurança (Bombeiros e PSP) e, sobretudo, dos artistas. Dos artistas que arrastam multidões. Pelos palcos Carlos Paredes e Corroios, passam dos melhores. Dos melhores, a nível nacional, local e regional.
Mas o principal protagonista é o povo. E esse, como se constata todos os anos, para satisfação de todos os outros protagonistas, alegre e vibrante com as suas Festas, está em força.
Corroios é outra música!
Francisco Ramalho
Pimbalhadas
Como temos um primeiro-ministro “pimba” quanto baste, a sua esperteza saloia não espanta quem minimamente o conheça, e as explicações que dá para o disfarçar só acentuam aquela sua qualidade; de facto, o desplante com que nos diz que “é sua responsabilidade, em nome do povo português, estar ao lado daqueles que também arriscam a sua vida”, quando o que do seu oportunismo resultou não foi mais que estorvar quem trabalhava, atirando areia para os olhos da gente, num exibicionismo populista cujo objectivo não escapará nem aos mais papalvos.
Como não escapa a agressividade com que se dirige aos partidos de que precisa para poder aprovar o Orçamento, criando o ambiente propício para a sua queda, e depois tirar partido de ter sido desnecessariamente derrubado por políticos irresponsáveis, a quem só interessa o Poder, em prejuízo do bem-estar dos portugueses; e sendo claro que Montenegro não tem perfil para governar em minoria, também não ficam dúvidas de que pretende mesmo eleições quanto mais cedo melhor, porque a única capacidade que até agora se viu ao seu governo é na substituição de pessoas que tinham sido nomeadas pela anterior governação, houvesse ou não razão para isso, no mais, quanto mais durar a situação actual, maior será o retrocesso, e isso não o ajudará a ganhar maiorias...
Amândio G. Martins