sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Restrições, contradições e regressões



Não tenho os pergaminhos necessários, e ainda menos os suficientes, para argumentar, no seu campo predilecto, com o senhor professor doutor Aníbal Cavaco Silva, a propósito do texto que publicou no PÚBLICO da passada quinta-feira sobre a “restrição orçamental”. Mas ser-me-á permitida uma dúvida que me conduz às perguntas seguintes: se é legítimo afastar liminarmente o argumento de que “as portagens são um factor determinante do investimento no interior do país e que daí resultará mais crescimento económico no futuro”, é igualmente legítimo afastar a ideia de que a descida do IRC poderá ser um factor com efeitos semelhantes na economia? É que este parece ser o argumento fundamental dos defensores dessa medida, designadamente entre os habituais correligionários do senhor professor. Por que razões não havemos de concluir que, da mesma maneira que “a eliminação das portagens é uma medida regressiva”, a baixa da taxa de IRC não é também regressiva, uma vez que parece óbvio que os “grupos ganhadores directos” são as grandes empresas?

O “senhor Silva” (a designação não é minha, foi “inventada” há uns bons anos por Alberto João Jardim), definitivamente, não me convence.

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