Sendo claro que o sectarismo ideológico só prejudica a gente, mesmo assim há responsáveis políticos que preferem vincar essa marca, sejam quais forem as circunstâncias, e a gente que se lixe, como agora se verificou em Espanha, em zonas que, tendo sido atingidas por uma catástrofe nunca ali vista, podiam ter sido poupadas muitas vidas, se o presidente da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, do Partido Popular, tivesse prestado atenção aos avisos dos especialistas da meteorologia do país, que previam para a zona uma grande tempestade; todavia, apesar de os alertas terem sido difundidos com 24 horas de antecedência, os responsáveis políticos daquela região - gente que, para poder tirar do poder os socialistas, se aliou com os extremistas de Vox, porque não ganharam as eleições - que desdenham e desvalorizam tudo que venha do Estado Central, se não for governado pelo seu partido, foram surpreendidos sem ter tomado nenhuma medida que minimizasse a desgraça.
De facto, só quatro dias depois se viram obrigados, pela evidência da tragédia, a recorrer ao Governo da nação para que enviasse forças de socorro e equipamentos para desobstruír e reconstruír o que fosse mais urgente, como vias de comunicação, abastecimento de água e energia e desenterrar do lodo os corpos da gente desaparecida; é que no sistema político pós ditadura, o Estado Central não pode intervir nas autonomias sem que seja solicitada a sua ajuda, tornando-se ainda mais delicado se quem as governa é gente de partidos da oposição, sempre muito ciosos do seu poder e recusando qualquer interferência que não seja o que esteja previsto na Constituição...
Amândio G. Martins
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