quarta-feira, 3 de abril de 2024

CARTA A INÊS

Tive e tenho animais, cães na sua maioria, mas também, na fase infantil da vida dos meus filhos, pombos, periquitos, cágados, canários. Montei cavalos e sempre os tratei com a lealdade e respeito que mereciam. E todos retribuíram, cada um à sua maneira, o afecto que lhes dediquei e dedico. Numa relação homem animal que nunca questionei porque me parecia natural como o ar que respiro.
Até que apareceu um grupo de pessoas que veio complicar tudo isto. Apercebi-me delas quando os meus cães começaram a ser tratados no veterinário como pessoas, nomeados como o "menino ou a menina", numa infantilidade que me surpreendeu. E a ouvir lições de moral e ética que não tinha solicitado. Afinal, eu só ali estava a adquirir cuidados veterinários, nada mais.
Mas estas empresas veterinárias, que tratam o meu cão como se ele fosse meu filho (não é!!) mas na realidade se estão marimbando para ele, cavalgando a onda animalista que agora nos assola, trataram de subir os preços até valores incomportáveis, convertendo num bem de luxo a posse de animais de companhia. Criando, afinal, condições para que um número crescente de animais deixem de receber os cuidados veterinários mínimos que necessitam e engrossem os números do abandono. Alguém, ao balcão do veterinário onde estava, como eu, a ser extorquido, comentava "agora é mais caro olhar por um cão do que por uma criança!!" E começa a ser perigosamente verdade.

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