terça-feira, 2 de abril de 2024

 

RESVALANDO PARA O ABISMO


O passado mês de fevereiro, foi o mais quente dos últimos 93 anos. Dia 21 do passado mês, a temperatura máxima registada em Braga, foi de 30 graus. Quatro dias depois, baixou para 11. As temperaturas têm-se mantido muito baixas, tem chovido bastante e nevado até no Alentejo (Serra de S Mamede) e Algarve(Serra de Monchique), e a previsão é que este anormal tempo para a época, continue.

Para além dos efeitos nocivos em culturas como o tomate, favas, ervilhas, batatas, feijão, etc., estes são apenas alguns exemplos mais que evidentes das alterações climáticas, cuja principal causa é a emissão de gases com efeito de estufa, sobretudo dióxido de carbono, que provocam o aquecimento global.

Há dias, fui à Quinta do Conde, e à tarde, vim pela estrada de Sesimbra. Apanhei uma fila quase compacta de Fernão Ferro a Corroios. Em todo o percurso, vi apenas três autocarros. Depois, outro dia de manhã, fui à Charneca de Caparica, regressei logo a seguir, com filas apenas um pouco mais fluentes. Mas, evidentemente, estes casos não são únicos na região da grande Lisboa e no país.

Segundo o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), o tráfego automóvel o ano passado em relação a 2022, aumentou 10%, e com tendência para continuar a aumentar.

Bem nos avisa António Guterres como Secretário-Geral da ONU, o Papa Francisco e diversos especialistas responsáveis, mas a cegueira, a irresponsabilidade, a loucura, continuam. Este lindíssimo planeta caminha para um tão elevado estado de degradação que num futuro mais ou menos próximo, se tornará inabitável. Ou, pelo menos, com uma drástica redução de todas as espécies. Tantas delas, já desaparecidas.

E, claro, para dar uma “ajudinha”, para contribuir para a poluição e antecipar uns milhares ou, quiçá, uns milhões de mortos, temos a outra loucura, que é a guerra. E, mais uma vez, devemos aplaudir de pé, o atual SG da ONU, o Papa Francisco e o Presidente Lula da Silva. As únicas personalidades mundiais, a apelarem à paz. Os outros, apelam à guerra. Principalmente os que se arvoram em guardiães da democracia e dos direitos humanos. Os exemplos são mais que muitos. Veja-se o caso do conflito Israel- Palestina. Mesmo depois de ter entrado no atual estado de genocídio por parte de Israel, depois do seu apoio de sempre e de terem rejeitado todas as propostas de cessar-fogo, apresentaram uma que não exigia cessar-fogo nenhum. Considerava-o um imperativo, condicionava-o à libertação de prisioneiros, mas apenas de um dos lados do conflito. E agora, perante o repúdio mundial sobre a prepotência do governo sionista e na iminência do genocídio atingir proporções dantescas, limitaram-se a absterem-se na resolução que efetivamente exige o cessar-fogo. Mesmo assim, já veio o seu porta-voz, Jonh Kirby, afirmar que a abstenção dos EUA “não significa uma mudança de rumo” e que “ a resolução não é vinculativa”

Portanto, é imperioso que mais vozes se juntem às de Bergoglio, Guterres e Lula, na defesa da paz e do planeta.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal O Setubalense



PS- Depois da edição deste artigo de opinião, sete voluntários humanitários de diversas nacionalidades, devidamente assinalados, foram mortos em Gaza e a embaixada do Irão na capital da Síria foi bombardeada provocando um número ainda indeterminado de vítimas.

Que país poderia ter um comportamento destes sem um clamor mundial?

Mas, meus amigos, este comportamento do país protagonista e dos seus aliados, não poderá ter consequências imprevisíveis também a nível mundial?




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