sábado, 16 de janeiro de 2021

Frei Tomás

 

Ter de fazer a coisa errada...

 

 

Não me canso de barafustar contra a queima de restos nos campos e montes, pela fumarada que invade tudo, porque quem queima não pode segurar o fumo na sua propriedade; acontece é que não há outro remédio, porque aquilo não é de comer e também não pode acumular-se nas terras, ano após ano, sobretudo o que é mais lenhoso, que a folhagem depressa apodrece e até serve de fertilizante; mas enquanto não houver por cá uma forma de aproveitar aquele material -  como diz o meu vizinho inglês que há na terra dele, sendo mesmo proibido a cada um queimar os seus sobrantes -  vamos ter esta praga não sei por quantos mais outonos, invernos e primaveras.

 

Assim, eu que me farto de reclamar, andei ontem o dia todo, e ainda sobrou para hoje, a queimar exactamente como fazem aqueles que estou sempre a “criticar”, porque não é coisa que se possa aproveitar no aquecimento da casa, a não ser uma ínfima parte como acendalha, e para estrume também não serve, não tendo quem me queira levar dali aquilo, que o oferecia de graça e boa vontade, lá ando eu a sujeitar os outros ao mesmo  defumadouro que eles sempre fazem comigo...

 

 

Amândio G. Martins

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