quinta-feira, 12 de outubro de 2023

O ovo e a galinha


Por muito que duremos, nunca saberemos se foi o ovo que veio antes da galinha ou se foi o contrário. Daí que, nesta altura de pesar universal, face aos recentes acontecimentos ocorridos em Israel, responsabilizar apenas uma das partes pelo rasto de dor e de sangue que jorra naquelas paragens, é tarefa de elevada complexidade e enorme probabilidade de erro. Trágica e ironicamente, numa terra que viu nascer quem pregou o Sermão da Montanha, “dar a outra face” é coisa impensável a israelitas ou palestinianos. Pelo contrário, o discurso mais corrente será o de incitamento ao ódio e à vingança, cada uma das partes se esforçando por acirrar o inimigo, procurando ficar “por cima” na violência e na volúpia do sangue alheio. Na comunidade internacional, o cenário é semelhante, sendo poucas as vozes que exortam ao diálogo e à convivência pacífica. Mas não se pode esquecer que, em ambos os campos, haverá sempre quem se faça ouvir contra o seu próprio lado, como a maioria dos palestinianos, que não apoia o Hamas, ou o principal jornal israelita, o Haaretz, que, em editorial da passada segunda-feira, incrimina sem rebuços Benjamin Netanyahu. Ouçamo-los.

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