sábado, 2 de setembro de 2023

Da criminalidade ecológica

 

Os rios e ribeiros em zonas de muita indústria foram, e desgraçadamente ainda o são nalguns casos, os esgotos para onde eram descarregados todo o tipo de efluentes, que impediam que ali se desenvolvesse qualquer sinal de vida, porque mesmo depois que os “fundos europeus” permitiram aos industriais dotar as suas unidades com centrais de tratamento das águas contaminadas, a maior parte deles continuou a despejar a porcaria directamente para os rios, mantendo o velho hábito, que lhes ficava mais barato do que pagar as despezas de funcionamento  da “Etar”.

 

E o Ave foi um dos rios mais sacrificados, quase sempre se mostrando de várias cores, não deixando dúvidas acerca da impossibilidade de ali se poder desenvolver alguma vida; e pude testemunhar o que digo nos cerca de trinta anos que morei em Santo Tirso, dizendo-me um amigo daí natural, a quem doía o que via e gostava de história, que aquele rio tinha sido muito rico em peixes variados, havendo um documento que obrigava os pescadores a entregarem ao rei as primeiras lampreias que pudessem pescar.

 

Descrevendo as delícias do Parque das Azenhas, entre Santiago e S. Martinho de Bougado,diz Ana Correia Costa, no JN, que já há peixes no Ave, e que até já houve quem ali avistasse uma lontra, sinal de que aquele rio está a ganhar vida; faço caminhada habitual na Ecovia do Lima e uma das coisas que mais me divertem é poder observar a lontra, que gosta de brincar com as pessoas ao emerge/imerge, quando se apercebe dalgum mirone na margem...

 

Amândio G. Martins

 

 

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