terça-feira, 11 de abril de 2023

De cortar à faca

 

A violência nas escolas, dos alunos contra professores, contra auxiliares e contra os colegas tem aumentado assustadoramente; de facto, segundo se pode ler no JN, só na área da GNR registou-se um aumento de 243%  no último ano, e isto parece-me algo completamente intolerável, seja qual for o ângulo de análise, porque não há como ser compreensivo com miudos armados no meio escolar criando, literalmente, um ambiente de “cortar à faca”.

 

Nunca fui de bater nos filhos, como era normal na educação doutros tempos, mas o excesso de mimos com que hoje a miudagem é tratada, dando-lhes tudo que pedem - que digo eu, que “exigem”, que já nem pedem, e se não for logo satisfeita a sua vontadinha desatam num berreiro de fazer tremer a casa - não está a mostrar-se boa coisa .

 

Tenho um neto com três anos que faz dos pais o que quer, e quando eu lhes digo que, por esse caminho, não tardará muito para lhes bater, eles riem-se; o rapaz está desenvolvido, expressa-se muito bem, sabendo dizer à mãe quando tem cocó na fralda, mas não é instruído a dizer-lhes quando tem vontade, para o levarem ao local próprio para se aliviar, que já não devia andar de fraldas; mas os pais dizem que, segundo o pediatra, há-de ser ele a dizer que já não quer aquilo, que se forem os pais a tomar essa iniciativa pode ficar traumatizado.

 

Um dia destes, zapeando pelas televisões à procura dalguma coisa de interesse, diverti-me um bocado no canal espanhol NEOX, cuja programação é toda ela virada para a diversão, com aqueles famosos desenhos animados da série “SIMPSONS”. Reproduzia-se uma ruidosa manifestação de grande número de crianças, para a qual alguém chamou a polícia; chegaram espalhafatosamente duas viaturas, saíram vários agentes mal encarados, de mão no “chanfalho”, e o chefe recomendou-lhes: “No vos olvideis que son niños, sacade porras pequeñas”. Portanto, não era por serem pequenos que não “comiam”, só que à medida deles, claro...

 

Amândio G. Martins

 

 

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