segunda-feira, 24 de julho de 2023

Tudo que vive precisa alimento

 

Aceito sem dificuldade que muitas aves nas áreas urbanas constituam um problema de higiene e saúde pública, sobretudo quando são de grandes dimensões, como é o caso das gaivotas, que usam os telhados dos edifícios para se reproduzirem e não é fácil reduzir a sua poliferação, mas proibir as pessoas de lhes dar alimento, como se lê no JN, quando sabemos que se abeiram da gente porque têm fome, também me parece uma crueldade para os dois lados, humanos e aves, porque tudo que vive precida alimento, e a tendência das pessoas normais é interagir no sentido de dar de comer ao que tem fome.

 

Quando visito alguém no hospital de Viana fico impressionado com a forma como as gaivotas se colocam nos peitoris das janelas, parecendo que já conhecem o horário das visitas, olhando para dentro para sensibilizar as pessoas, e há sempre alguém que, tendo alguma coisa comestível, não resiste a dar-lhes umas migalhas, sobretudo se não houver gente do hospital para repreender, e já tenho reparado, quando olho do exterior para a fachada do edifício, que não são poucas as jenelas de onde lhes sai sempre alguma coisinha.

 

No meio onde vivo convivemos com todo o tipo de aves, e nesta fase do ano não lhes falta alimento, ao contrário do tempo frio, quando se percebe perfeitamente que andam com fome, e lhes colocamos restos de pão velho esmigalhado e arroz num canto do quintal, que desaparece rapidamente, de tal forma andam atentos àquele suplemento; mas o que me surpreende mais é ver os melros roubar a comida do gato, mesmo com ele por perto, que está velho e já só vê de um olho, porque aquela comida é constituída por pedaços bem grandes, mas eles gostam tanto daquilo que depressa esvaziam o comedouro...

 

Amândio G. Martins

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