Estou em crer que, no futuro, o objectivo fundamental que as governações dos povos terão de atingir será o esbatimento das desigualdades, que não páram de crescer. Veja-se o artigo de Isabel Lucas, no PÚBLICO de 29/10, que disseca circunstanciadamente o assunto, premente nos EUA, país que nasceu sob a bandeira da igualdade de oportunidades, mas onde bastaram pouco mais de dois séculos para se verificar que o sistema já “recuperou” do abalo. A narrativa neoliberal, mil vezes repetida, de que, ao lhes pouparmos impostos, os ricos são levados a investir mais, melhorando as condições de todos, não passa de uma “historinha” com happy end fabricado: andamos nisso há décadas - ou séculos - e os resultados estão à vista. Reduzir as desigualdades, não escamoteemos a questão, passa por retirar mais a quem mais tem, para poder redistribuir por quem menos tem. E como? Sobrecarregando impostos sobre os lucros, e não aliviando o IRC, como alguns pretendem. Não resisto a citar, ipsis verbis, o período final do artigo citado: “Sob a promessa de prosperidade a evidência é a da desigualdade enquanto concretização histórica.”
Público - 31.10.2024
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