sexta-feira, 31 de julho de 2015

A crise na Grécia - Uma visão diferente

Caro(a),


Li recentemente na 'CICERO' - revista para cultura política de origem alemã - um artigo intitulado:

O "guião" para a crise na Grécia de Tomas Spahn: Tudo corre conforme planeado

O autor Tomas Spahn mostra uma perspetiva completamente diferente no que concerne à crise na Grécia e os objetivos dos seus protagonistas gregos (O primeiro-ministro Tsípras e o ministro das finanças Varoufakis).

Tsípras e Varoufakis, dois gregos e líderes da extrema esquerda grega SYRIZA, sabem que a verdadeira razão da crise ocidental (na Europa e nos EUA) é o não funcionamento do nosso sistema monetário com juros reais e positivos. Uma consequência deste sistema é que há cada vez mais dinheiro em circulação, mas que está concentrado em menos pessoas.

Isto pode-se ver pelo protagonismo cada vez maior dos bancos e o desaparecimento acelerado da classe média na nossa sociedade ocidental.

Varoufakis, muito inteligente e conhecedor profundo da 'Teoria dos jogos' de John Nash, juntamente com Tsípras, praticaram e continuam a praticar um jogo com a UE e o FMI, porque sabem que vão ganhar. O objetivo deles é destruir o sistema financeiro de Wall Street, destruindo primeiro o Euro e a UE e Wall Street seguirá mais tarde!

quinta-feira, 30 de julho de 2015

PEDRO PROENÇA NÃO SERIA MAIS ÚTIL COMO DIRIGENTE DA ARBITRAGEM?

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Pedro Proença é o novo presidente da Liga de Clubes.
Mas antes de dar inicio a este texto-opinião, deva confessar aos leitores deste espaço, gentilmente cedido pelo Jornal Record, a todos aqueles que nele queiram participar com os seus textos, que não professo, defenda ou tenha qualquer compromisso com qualquer cor clubística ou deva alguma coisa a algum dos chamados clubes do topo, apenas o simples facto de ter o prazer em expressar as minhas opiniões, e como tal aproveitar a ocasião para o fazer, quando tenho tema ou temas que o justifiquem ou tenham qualquer ou algum interesse
E, apenas para me sentir mais à-vontade, confessar que sou o sócio rº. 513 do Clube Atlético das Patameiras (Odivelas), clube que se dedica exclusivamente à modalidade de futsal, nos escalões de formação, desde dos Benjamins; Infantis; Iniciados; Juvenis e Juniores, disputando estes escalões nas diversas divisões da Associação de Futebol de Lisboa.
Como tal, nada me move nem a favor nem contra, o conceituado ex-árbitro internacional do futebol português, filiado na AF de Lisboa, tendo sido um árbitro de categoria internacional,
(e, como em tudo, nas vidas de cada um de nós, em que todos cometemos de vez enquanto as nossas asneiras, ele por vezes lá cometeu as suas, enfim ninguém está isento de uma falha, felizmente), estando colocado na categoria de Elite da FIFA desde do ano de 2003 até 2015, tornando-se num dos árbitros portugueses com o melhor currículo, tendo apitado diversas finais de renome, como foi por exemplo, a final da Liga dos Campeões da UEFA de 2011/12 e a Final do Campeonato Europeu de Futebol de 2012, o Senhor Pedro Proença Oliveira Alves, nascido em Lisboa a 3 de Novembro de 1970, cuja ocupação profissional era ou é de Director financeiro, foi eleito presidente, na passada terça-feira dia 28 deste mês, para a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, batendo em eleições democráticas o antigo líder do organismo o Dr. Luís Duque, por uma margem mínima de nove votos.

O PM E A CGD

O PM terá afirmado ao "Jornal de Negócios", a propósito da capitalização da CGD pelo seu único accionista (Estado português), o seguinte. "...Era suposto que a CGD tivesse podido já obter resultados que permitissem fazer uma parte desse reembolso. Preocupa-me e espero que a administração da CGD não deixe de executar as operações que forem necessárias e que permitirão fazer o reembolso desse valor que foi investido na capitalização da Caixa e que o foi apenas na circunstância de o devolver com os juros que foram estabelecidos para todos os bancos nos quais o Estado entrou..." (fim de citação). Se forem exactas estas declarações, considero, na minha modesta opinião, que o PM foi absolutamente irresponsável, em proferir tais afirmações em público. Os assuntos da Banca, são por sua natureza sigilosos, dado o reflexo que declarações ou tomadas de posição de agentes económicos ou da Administração, podem de imediato influenciar o valor dessas instituições, quer estejam cotadas ou não. As agências de rating exercem a sua actividade, exactamente para aconselharem os investidores sobre o estado das empresas e Estados que observam. Uma afirmação destas fará tremer todos aqueles que depositaram dinheiro na CGD, e eventualmente os maiores investidores estarão neste momento a transferir as suas aplicações para a concorrência. Se o governo quiser levar avante a sua (incompreensível) ideia de privatizar a única instituição financeira do Estado, deu agora uma excelente ajuda a quem quiser comprar barato. É o chamado "tiro no pé", no vulgo do povo. Se PPC fosse o CEO de uma SGPS privada que controlasse a CGD, os accionistas da primeira teriam aqui uma boa justa causa para despedimento sumário. Claro que o povo português o poderá também despedir na "Assembleia Geral" de 4 de Outubro. Infelizmente para o País, os "accionistas" propostos para a "nova administração", não parecem saber fazer melhor que PPC. E assim provavelmente, na hora da decisão, irão optar pelo incompetente que conhecem melhor e a que já se habituaram nestes últimos 4 anos. Haja Deus!

OBS. Esta carta foi (parcialmente) publicada na edição do EXPRESSO de 8/8/15.

FIFA, Futebol, ai Jesus !

Não surpreende as notícias acusatórias do final do passado mês de Maio, envolvendo dirigentes da FIFA em casos de corrupção.

A corrupção faz parte do ADN do capitalismo. O futebol profissional passou a ser um negócio, em que muitos milhões de euros ou dólares circulam por vários canais e interesses, não sendo de admirar que a corrupção apareça.

Por cá, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a condenação de João Vieira Pinto por fraude fiscal, quando se transferiu do Benfica para o Sporting em 2000, tendo que pagar 680 mil euros mais juros ao Estado.

João Pinto é agora dirigente da FPF, onde auferirá mais de oito mil euros por mês, metade do que receberá o presidente da federação, Fernando Gomes, mais ajudas de custo. Pinto da Costa, segundo a SAD portista ganhará 400 mil euros por ano, embora a comunicação social refira que com prémios será o dobro.

O mito do amor à camisola quase desapareceu e o desportista foi substituído pelo artista que ganha milhões. Os odiados e insultados de ontem, serão os amados e aplaudidos de hoje, como demonstram as passagens de Jorge Jesus para o Sporting e Maxi Pereira para o F.C.Porto.

As características associativas, bairristas, regionais e por vezes desportivas dos clubes estão cada vez mais condicionadas à gestão do negócio e do espectáculo. Nas nossas principais equipas os jogadores portugueses são quase excepção e até estrangeiros são capitães de equipa. As cores e emblemas são ultrapassados por símbolos publicitários, com contradições do género do F.C.Porto patrocinar cerveja, em vez de vinho do Porto e o Benfica a Fly Emirates, em vez da TAP.


Apesar desta peculiar situação e de contradições, o futebol é um jogo colectivo muito popular e agradável de se ver quando bem jogado, sendo desejável que tal aconteça na nova época que vai começar.

PORTUGAL PRECISA-NOS




É quando atingimos os níveis mais vis de défice democrático; quando a propaganda é a única voz dos que nos governam e dos que querem governar; quando tudo o que foi feito é o oposto do que temos e ao que chegámos, e ainda por cima é dito e mentido com a maior das despreocupações; quando se destruiu a tecedura social e agora se diz que a próxima legislatura vai ser dedicada com humildade ao homem e à protecção da sua dignidade social; é quando esta miséria política é tão miserável, que ainda temos mais obrigação e responsabilidade de ir votar.

Sabemos que nestes limites da liberdade e da individualidade a que nos encostaram, com as ofertas que temos, é muito difícil ter motivação para ir votar. Mas atenção: é isso que eles querem, eles têm garantidos os votos dos seus alienados e indefectíveis seguidores e esses bastam. A maioria dos outros – nós - os que não os seguem (nem seguem ninguém), se forem todos votar podem fazer tremer o regime, talvez até, enterrar de vez os modelos governativos em prática.

Interessa-lhes portanto que eles/nós não vão. Abstinentes e ausentes e se chover granito nesse dia, melhor ainda.

Temos dois meses para falarmos o mais que pudermos, escrevermos o mais que conseguirmos, para tentar convencer os nossos concidadãos a votarem massivamente no NÃO às opções disponíveis.

Se as pessoas, em geral, estão de acordo que somos neste momento um país sem oportunidades; a degradação das reformas mantêm-se e mesmo assim são muitos os reformados que ajudam a compor o orçamento mensal dos seus filhos com quarenta e cinquenta anos de idade; a fuga obrigatória da massa crítica para o estrangeiro não estancou; a saúde e a educação degradaram à vergonha, o nível dos seus serviços; as rendas das casas não estão mais baratas; a água, o gás, a electricidade, as comunicações, não estão mais em conta; os transportes são insuficientes, maus, mal planificados; A justiça é uma farsa; a regionalização não foi devidamente pensada, planeada, concretizada: temos as maiores disparidades demográficas num rectângulo – ainda por cima pequeno – de fácil gestão territorial.

Se tudo isto é assim porque razão é que ainda votam no PS,PSD e CDS-PP? Ou somos masoquistas, e já num nível patológico, ou somos realmente limitados na inteligência.

De uma vez por todas mostrem a vós próprios que não são nem deficientes, nem curtos, nem desleixados, nem tolerantes, nem apáticos, nem passivos. Olhem para o espelho e vejam-se com decência, não tenham pena de olhar para vós.

Votem no dia 4 de Outubro, Portugal precisa-nos.


  

Votem, mas votem mesmo

Quem fala assim (Passos Coelho) não é gago e quem o ouve não é surdo. Os portugueses andaram distraídos nestes quatro anos.
Há que dar valor a quem o tem e este governo merece o nosso apreço e confiança por mais quatro anos a fim de dar continuidade ao trabalho.
Porque ainda não foi feito:
Tirar a totalidade das reformas aos idosos: são pessoas que não trabalham e comem pouco;
Chutar o resto dos jovens promissores daqui para fora: afinal nós queremos gente com experiência (tipo políticos de toda a vida) para assumir os lugares de decisão e não meninos;
Aos desempregados dar-lhes um emprego de trabalhos forçados, tipo limpar florestas: são tipos que andam aí a estragar as estatísticas de sucesso deste governo;
Por fim e mais importante, faltou ainda e para isso quatro anos devem chegar, nomear todos os amigos banqueiros, empreiteiros, políticos e promissores parasitas para cargos vitalícios para que estes não necessitem gastar a pouca massa cinzenta a mandar currículos à procura de emprego.

Por tudo isto acho que os portugueses devem mesmo votar para que o governo actual possa ter mais tempo para terminar a grandiosa obra de levar o país à falência moral e económica.

Afinal, quem é que votou 'neles'?


Estamos no pino do calor estival e a campanha para as autárquicas também está a aquecer – com aldrabices a rodos -, o que não é nada bom, uma vez que a mioleira do zé cá da terrinha fica logo com os neurónios em brasa, entrando imediatamente em curto-circuito.
Assim, eu que me considero - e sou – um marginal em relação a tantos zés que se enfileiram como carneiros, direi que ando muito admirado com tudo aquilo que lhes ouço todos os dias: ‘é um governo de ladrões’; ‘é um presidente caduco e com alzheimer’; ‘os políticos são uma cambada de ladrões’; ‘mudam as moscas, mas a trampa é sempre a mesma’; ‘para que é que vamos votar se eles são todos iguais?’.
Enfim, são rosários de lamentações e múltiplas vociferações que ouço há décadas a fio.
E eu pergunto: mas, afinal, quem é que votou ou tem votado ‘neles’?  Ninguém? Essa é mesmo boa!
É que não os vi de arma apontada para votarmos ‘neles’!
Mas, afinal, quem os ‘pôs lá’? Como ninguém foi, ou ‘neles’ um dia terá votado, talvez tenha sido uma maldita troika que os alcandorou no topo de todos os poderes, ou será que temos sido coniventes, ‘sacudindo a água do capote’?


José Amaral

quarta-feira, 29 de julho de 2015


JOHN LEGEND

O cantor e compositor norte-americano John Legend, que recentemente actuou no festival Marés Vivas, no Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, deu expressão às suas preocupações sociais, com uma visita ao estabelecimento prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos.

John Legend faz parte dum movimento para que haja menos presos nas cadeias nos Estados Unidos da América, que tendo 5% da população mundial, tem 25% das pessoas presas em todo o mundo.

John Legend, já na cerimónia de entrega dos óscares em 2015, quando recebeu o óscar para a melhor canção, «Glory» do filme «Selma», denunciou e protestou contra o racismo nos E.U.A. 

A Voz da Girafa: Renovação ou mais do mesmo?

A Voz da Girafa: Renovação ou mais do mesmo?: É inegável: a sociedade portuguesa tem de se renovar nas mais diversas áreas de atividade.  Os tempos são de mudança e de frescura, e pre...

O MASSACRE DO QUE RESTA

“Já quase não se vê uma rola”, dizia há tempos um caçador, culpando a ministra, que, se calhar, nunca matou nenhuma…
Na verdade, não é fácil entender estas alminhas. É que eles conhecem bem as espécies com extinção anunciada e sabem que, de todos os responsáveis pela barbárie, estão na linha da frente.
Sabendo eles que algumas das espécies com caça autorizada ainda nidificam em agosto, matá-las tão cedo assume dimensões de crime ecológico!
E por muito broncos que alguns sejam, que não enxergam para além do cano da espingarda, também há muitos conscientes e informados, que deveriam liderar um movimento para ajuste das datas do defeso ao período de procriação; e até pugnar por um “descanso” de alguns anos, concertado ou não com outros países onde a matança também se pratique, sendo que o ideal seria retirar de vez às rolas a classificação de espécie cinegética…
Li há anos o grito lancinante de um caçador, na revista do parque biológico de gaia, descrevendo a barbárie que testemunhou,(ou participou) numa espera em local propício à nidificação daquela espécie.
 Apercebendo-se da emboscada, as rolas mantiveram-se escondidas muito tempo, com as crias no ninho à espera de comida e bebida; mas, com o tempo a passar e o calor intenso, aventuraram-se a socorrer os filhotes: foi um massacre, desabafou o homem.
Decorre uma petição, neste momento, para que seja posto fim àquela matança. Oxalá seja bem sucedida.

 Amândio G. Martins

terça-feira, 28 de julho de 2015

Renovação ou mais do mesmo?

É inegável: a sociedade portuguesa tem de se renovar nas mais diversas áreas de atividade.  Os tempos são de mudança e de frescura, e precisamos disso de forma a que incutam na maior parte das pessoas um sentimento de algo novo, com ideias próprias. E aqui entra a política e as famigeradas listas de deputados.
Ora: não se pode falar em verdadeira renovação, ficando os que já lá estavam e chamando quem já lá esteve. Renovar é remodelar, inovar, e isso é o que está a faltar à classe política. O desinteresse dos cidadãos pela atividade política, centra-se muito neste principio muito lato de que são sempre os mesmos que vão para a assembleia da república, arreigando se dos princípios pelos quais lá estiveram e arrogando se ao direito de trazer velhas ideias em "frascos "de vidro, guardados num cantinho lá em casa, confiando que iriam ser novamente chamados à prática parlamentar.
A política precisa urgentemente de um forte abanão, onde a renovação faça de facto sentido e onde a sociedade se reveja perante os novos eleitos.
Temos uma juventude da mais qualificada que alguma vez já existiu, com forte pensamento crítico e com ideias e projetos que podem revolucionar e transformar toda uma nova forma de transmitir ação política.
Mas não só: temos académicos de excepção; investigadores de excelência; uma casta de nomeada ao nível empresarial que pode e deve dar o seu contributo, para um melhor futuro.
Não temos de ter medo de ideias novas e com alguns laivos de rebeldia; temos de recear, isso sim, os que teimam em manter se nos cargos, agarrando se aos mesmos como se eles (os cargos), fossem a única forma de esses restelistas se afirmarem cívica e politicamente.
Renovar não é, nem pode ser mais do mesmo, caso contrário estaremos a iludir quem vota e a deturpar todo um conceito de novo sentido que é preciso dar à política.
Apostemos forte nesta forma, e neste conteúdo de garantir à sociedade a projeção de novos atores políticos, que sejam capazes de fazer renascer na sociedade a esperança num presente melhor, com a confiança de um futuro muito promissor.
Não tenhamos medo, porque se nos deixamos vencer pelo que é seguro e não arriscarmos um pouco mais na certeza de um insucesso utópico, jamais conseguiremos aproximar quem quer que seja da atividade política.

O Negócio

Vamos ver se nos entendemos, se acordamos ou se temos coragem de encarar a realidade. Há dias, de propósito, ao fazermos uma incursão sobre o problema grego, deixámos para trás o FMI, para que fosse observado noutro momento. Vamos agora ao assunto.
Pessoas mais ou menos opacas, e talvez por isso bem posicionadas e com cátedra, ao serviço duma sociedade que cultiva ostensivamente a desigualdade, que vivem num mundo ideal que as sustenta e as protege, tecem loas sobre a bondade da instituição FMI, que socorre, em momentos críticos, alguns países em dificuldades financeiras e económicas, após prolongadas análises e um rol enorme de burocracias que inferiorizam o país pedinte. Vamos ver se nos entendemos. O FMI e toda a sua corte vivem à custa das situações críticas geradas nesses países e só isso é que justifica a sua existência. Os salários ostensivos que auferem os seus directores e funcionários são consequência dos juros e encargos suportados pelos países que contraem os empréstimos. Logo, a arrogância que algumas vezes é exibida pelos actores principais desta farsa, agentes do FMI e a vergonhosa postura dos actores secundários, os representantes da nação devedora, são uma ridícula comédia que se transforma em drama.
Qualquer entidade que empresta dinheiro a juros não faz favores, faz negócio e vive à custa do rédito dos empréstimos. Não há favores, há negócio, e é o devedor que alimenta o credor, e isto tanto no caso dos privados como das instituições ou países. Logo começa a ser tempo de tratar os bois pelos nomes e quem empresta, e fica à espera que lhe paguem, deve ter sempre em conta o esforço que é preciso desenvolver para conseguir um crescimento económico suficiente para dele retirar um oneroso encargo financeiro, muitas vezes insuportável. Deixemo-nos de rodriguinhos e, como humanistas, vamos dar a mão aos nossos irmãos.
Transcrevo do meu livro, “Crónicas da Lucidez”, porque vem a propósito: “Tal como o sangue circula no corpo e é necessário à vida, assim se pensou que a moeda, o dinheiro, seria o alimento que daria substância à sociedade, ou, mais profundamente à actual civilização. Sem regras devidamente estruturadas, sem ética, e sem moral, sem finalidades sociais, as repúblicas, copiando-se sucessivamente, deixaram que grupos de usurários comandassem a economia, e que retirassem dos empréstimos um proveito superior ao aumento real da produção de bens. Assim, não há volta a dar, e as dívidas (que nos deixam muitas dúvidas da forma como foram constituídas) não podem ser liquidadas.”

8.07.2015
Joaquim Carreira Tapadinhas, Montijo  

Portugal em chamas

Há muitos anos, que os comandos dos bombeiros garantem que mais de 90% dos incêndios têm origem na intervenção humana.
Isto significa que ano após ano, o fogo posto e a negligência queima a floresta, destrói bens, mata pessoas.
Sabemos que é no verão que mais se excitam os incendiários, sempre tratados com indulgência pela justiça; são presos de manhã, soltos à tarde e voltam a pôr fogo à noite.
O que não sabemos ao certo é o que motiva mais os pirómanos, se é apenas a demência e a paranóia, ou se em muitos casos por detrás desta acção criminosa, também se escondem os interesses dos que compram a floresta ardida por tuta-e-meia. É que a madeira queimada ainda tem um aproveitamento de 70 a 80%, e a pasta de papel ultrapassa os 700 euros por tonelada.
Entretanto, isto somado ao minifúndio, à renovação dos prados para a pastorícia, à falta de prevenção e limpeza das matas, ao abandono da imensa mancha florestal do estado, à dificuldade de acesso dos bombeiros em terreno montanhoso, à severidade da estação e uma primavera sem chuva e com temperaturas acima da média, já arderam 30 mil hectares de mata e floresta.
É irrefutável, que o investimento na prevenção e combate aos fogos florestais tem diminuído e uma parte significativa dos fundos estruturais que nos últimos anos têm vindo da Comissão Europeia, são devolvidos a Bruxelas. Isto é o resultado de orientações políticas erradas, isto é o efeito desastroso das recessivas e imbecis políticas de austeridade, para além da troika.
O combate eficaz aos incêndios faz-se sobretudo na prevenção, com maior investimento público em meios e recursos humanos, com o envolvimento dos produtores florestais, associações de compartes de baldios, com os bombeiros, com os municípios, com legislação adequada a este tipo de crimes e com os tribunais a julgar e a punir em conformidade estes atentados terroristas à natureza, à economia do país, ao meio ambiente e às pessoas e bens.
Incendiar a floresta é hediondo crime. É incompreensível que os criminosos sejam tratados com a brandura dos nossos costumes e esta trágica realidade é consequência da visão centralista e urbana de quem faz e de quem aplica a lei e tem a ver com a distância, cada vez maior, entre o campo e a cidade.
Ao contrário do governo que reduziu as verbas no combate aos fogos e ignora os bombeiros, fica aqui o reconhecimento aos soldados da paz, sempre disponíveis para arriscar a vida, para salvar vidas.

Carlos Pernes 

Uma verdadeira mãe

     
A pobre contou que entrara a servir aquela senhora em 1914, pouco antes da guerra. Tinha chegado da província, uma criança, vinha com os olhinhos tapados. A senhora ofereceu-lhe dois e quinhentos por mês: não era mau para começar, mais de meia libra por mês, naquele tempo! Ficou. A senhora disse-lhe assim: “Quando precisares de alguma coisa, quem ta compra sou eu. Nas lojas roubam-te. E de que precisas tu? Eu dou-te estas meias, dou-te esta saia, está usada, mas tu mesma a podes arranjar ao serão, não tendo mais que fazer. Fica nova! As modistas são umas ladras.” Dava-lhe os sapatos gastos, as camisas a desfazer-se, os trapos inúteis. “O teu ordenado vai para o banco. Quando saíres da MINHA casa tens um pé de meia!”
Veio a guerra, o descalabro da moeda, o delírio de negócios e grandezas, o dantes manga d`alpaca passou dos sessenta escudos por mês a especulador de marca maior – hoje é milionário – e no dia em que a moça, com mais pés- de- galinha do que pé -de –meia, farta de escravidão, de insultos, de fome e trabalho, de noitadas e madrugadas, de autoridade e abstinência, se despediu a medo e pediu contas, com o trouxa dos trapos de baixo do braço, a respeitável e bondosíssima senhora, que o é, apresentou-lhe o livro das economias e finanças: Estávamos em 1928, exactamente catorze anos, ou seja, cento e sessenta e oito meses de serviços a escudos dois e quinhentos-soma: Esc. 420$00-papel. “Toma lá o teu dinheiro, minha ingrata! Fui uma verdadeira mãe para ti, e é assim que tu mo agradeces!”

Texto de José Rodrigues Miguéis, com o título «Os de cima e os de baixo» da obra É Proibido Apontar transcrito por
Amândio G. Martins

Bricolage ou chinesice à portuguesa

Sabem como é que se dá cabo com um só acto, ou uma má prática, de um sector ou indústria importante da Economia de um país? A resposta vem colada com goma de sapateiro à notícia que nos chega através dos jornais. Uns empresários aldrabões portugueses que ainda não perderam o hábito de fazer feiras do gado e da ladra e aonde se jogava à vermelhinha, assim que largaram o "ofício ou banca do esmeril, da forma de ferro e do molde do pé em madeira, das garujas, da semilha, dos contrafortes, dos forros e das palmilhas", desataram agora a especializarem-se em exportar sapatos em plástico e tecido oriundos das terras de Mao, como se de obras de arte feitas em pele autêntica e garantida se tratassem, dependurando no produto acabado para disso convencer os pés delicados internacionais, uma amostra em pele com selo do fabricante de Barcelos, Felgueiras, Vizela, Famalicão, Stª Maria da Feira, etc. Locais de gabarito no que diz respeito a tais objectos de luxo que se arrastam luzidios pelo chão. Procedendo do modo fraudulento como o fizeram tais exportadores de calçado sintético luso-chinês ao preço da bricolage e da uva mijona, como produto saído das mãos genuínas e das máquinas dos artífices portugueses, com um designe disfarçado, só capaz de por os olhos em bico a alguns distraídos, os nossos empresários chico-espertos, deitam por terra aquilo que demorou a impor-se e em que se apostou forte para bater a concorrência e as Mecas do bem-calçar tal como a Itália. Que garantia no futuro se pode dar a Obama, Shakira, que os usam, e até à despida Paris Hilton que nem sequer tira os sapatos portugueses quando"para se por a jeito no formato XXX", de que não estão a comprar gato por lebre e que não estão sujeitos a fazer dos sapatos umas castanholas quando a sola se descola e desata a bater com o caminhar, e os tacões se soltam, fazendo com que pareçam, as madames, umas desajeitadas e bêbedas, quer seja no palco ou outros showbusiness? E que pensará o cão de água de Barak Obama quando cheirar os pés do dono, que a pólvora USA não será? Com empresários burlões destes, as nossas exportações neste sector, que tanta alegria tem dado a Pires de Lima e a Paulo Portas, especialistas a cheirar mercados, com todos os esforços e apoios feitos para as levar ao pódio, explodem, pisam a lama, e não há graxa que as recupere tão cedo. E lá se vai o brilho que tanto trabalho deu a puxar!


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Magia

Escrevo a propósito do discurso que Jorge Sampaio proferiu há poucos dias quando recebeu o Prémio Nelson Mandela ("consagração mundial de uma vida ao serviço da liberdade, da justiça e da democracia, no terreno concreto das grandes causas em que as Nações Unidas se envolvem").
Disse que o aceitou em nome de «milhões de pessoas comuns que por todo o mundo nunca desistiram das suas esperanças e sonhos (...)»; «as verdadeiras nomeadas para este prémio (...); «anónimos que trabalham contra tudo e contra todos»; «inúmeros voluntários»; «homens e mulheres, muitas vezes sem estudos, que garantem cuidados de saúde primários em bairros de lata, zonas rurais remotas»; «pessoas admiráveis empenhadas na construção de sociedades inclusivas, tolerantes e plurais; «capazes de compaixão, esperança, resistência, orgulho e sacrifício». 
Sampaio concluiu, descobriu, que é fundamental «polvilhar a vida pública e as relações internacionais» com um pouco de magia, e que essa magia existe em cada um nós.
Permitam-me uma pergunta inocente e tola: por que é que não há um notório reconhecimento e prémios entregues a esses anónimos, voluntários, homens e mulheres (muitas vezes sem escolaridade), ou seja, pessoas admiráveis e que operam milagres, fazem magia, em nome das quais Sampaio recebeu o prémio Mandela?

ASSOMBRAÇÃO DE ORWELL

Ícone da ditadura
Uma besta façanhuda
Na expressão ariana
Botifarra a esmagar
Uma cabeça humana.

Obedecer não lhes basta
Na embriaguês do Poder
Querem-nos ver humilhados
A seu modo formatados
Para o que lhes aprouver.

Sádicos e prepotentes
Neutralizam os valentes
Abusando a seu prazer
Mas recuando na luta
Morre a razão de viver.

Assistindo complacentes
Ao vil triunfo dos porcos
Num mundo tão repelente
Deixaremos de ser gente
Não somos vivos nem mortos!    

Amândio G. Martins

ÁGUA NO BICO

 A privatização de um bem tão indispensável à vida como é a água constitui um tal abuso de poder que só mesmo um povo completamente indiferente às malfeitorias que lhe preparam poderá deixar passar sem revolta.
Ao contrário do que muitas vezes dizemos, que nada cai do céu, estamos perante uma riqueza incalculável que cai literalmente do céu, pois não existe outra forma de haver água que não seja aquela que conhecemos, através das chuvas, só sendo preciso saber aproveitá-la e gerir com equidade  a sua distribuição.
Todavia, o que vimos verificando é que, naqueles municípios que alienaram os direitos do povo que os elegeu, transformando em negócio chorudo para privados uma importante parcela da sua soberania, anda tudo em estado de choque com as facturas obscenas que lhes aparecem em casa, mesmo quando nada encomendaram!
Àquelas famílias que tiveram de investir altas somas para ter em casa água canalizada, fazendo furos ou comprando nascentes que sobravam a outros,  por não haver distribuição pública, tem-lhes sido imposto, nalguns concelhos, o pagamento de uma factura, pelo distribuidor privado, a que chamam taxa de disponibilidade!
Quer dizer que mesmo que a pessoa não consuma uma gota da água deles, por já estar servida, a negociata que essas câmaras fizeram impõe o pagamento de uma taxa.
Dou comigo a pensar se esta brilhante ideia  não poderia ser aplicada a outras situaçoes, como, por exemplo, um desempregado que oferecesse a uma empresa a sua disponibilidade poder cobrar, caso não fosse contratado, uma taxa mensal…
A endeusada “iniciativa privada”- da qual o pensador Agostinho da Silva alertava para o que mais não seria do que privar de iniciativa milhões de seres humanos- quando mostra interesse em abocanhar importante sector estratégico, é certo e sabido que traz água no bico; daí que não surpreenda que até os chineses já estejam envolvidos neste autêntico “negócio de China”…

                                              Amândio G. Martins



domingo, 26 de julho de 2015

Crónicas de um dia de verão e algumas rimas


Crónica de um dia de verão – I

Sabemos e soubemos que muitos casais trocam de parceiro em busca da ‘arca perdida’, para, no fim, ser a perda total, uma vez que a vida de entre eles não voltará a ser igual, dado que ninguém confiará em ninguém, pois nada é verdadeiro, uma vez que não é com sofismas que se alicerça algo mais positivo e sólido, mas, isso sim, com a degradação total do ser enquanto se considerar humano, pois, assim, só a besta chegará.
Entretanto, soubemos também que mais uma vez a mama pública vai dar de mamar ao ensino privado, no montante astronómico de 53 milhões de euros.
E o que dizem as forças políticas opositoras acerca deste regabofe?
Eu também gostaria de ser comensal diário do Restaurante Tavares Rico, todavia, quando como fora, vou à tasca do lado que me faz muito mais barato e não obrigo os meus vizinhos a pagarem-me outros luxos.
Irra, que já estou com corrosivos refluxos gástricos, por causa destes e de outros descaramentos que vou sabendo e alimentando.

Crónica de um dia de verão – II

Dei comigo a pensar – mais uma vez – em que esta nossa sociedade se tornou: uma sociedade de desenfreado consumo, com desejos poucos saudáveis e desperdícios que raiam um crime humanitário e planetário.
Dizem-nos que nesta sociedade se passa fome – e passa –, mas não são aquelas criaturas que aparecem em ‘manifestações espontâneas’, às horas dos telejornais, que de tal desgraça padecem.
Há sim fome naquela pobreza envergonhada que não tem holofotes televisivos, nem filantropos bastantes para extinguir tal flagelo.
Num antigamente muito recente, a fome era tanta, que até essa maldita fome se alimentava do pouco colesterol e das banhas das poucas barrigas com pneu. Era quase tudo pele e osso.
Hoje em dia, o desperdício pecaminoso dava para manter mais bocas carentes de pão do que nesses idos tempos. Todavia, muita subsidiodependência olha para tal como um direito adquirido negativista, enquanto os maus políticos jogam com esse pau de dois bicos, uma vez que cada voto popular vale 3,5 euros.
É pois na ambiguidade e na ignorância que está o ganho para os políticos, e a desgraça colectiva para aqueles que neles acreditam e votam.

Crónica de um dia de verão – III

Dizem os doutores, os sábios e outros senhores que a Terra, que nos foi entregue de mão beijada para a habitarmos até ao fim das nossas materiais vidas, está a chegar ao fim dos tempos, preste a ‘dar o corpo ao manifesto’.
E, de facto, parece que assim é: os desmandos do homem contra a Natureza têm sido por de mais nas últimas décadas.
Agora, quer ‘dar o salto’ até ao ‘planeta gémeo’ que ora descobriu – o Kepler.
Mas, como lá chegar? As uvas não estarão ainda verdes, como na fábula da manhosa raposa?

É de ‘arrebimba o malho’

Os programas televisivos
De cariz popular
São momentos festivos
Para o povo se alegrar.

São ‘O Verão Total’
E o ‘Portugal em Festa’,
Com ‘Somos Portugal’,
Outro qualquer não presta.

É música d’arrebimba o malho’
E mais pimbalhadas mil,
Como ‘O bacalhau quer alho’,
Tudo rimas do baril.

E as chamadas telefónicas
Dos sessenta cêntimos mais Iva?
São ligações antagónicas
De múltipla tentativa,
De ao povinho tudo sacar,
Com os mesmos sempr’engordar.


José Amaral

POEMAS DE DAVID MOURÃO-FERREIRA

(Poesia de David Mourão-Ferreira)

DO TEMPO AO CORAÇÃO  

Do cântico de amor gerado na Suméria
Ao grande “strip-tease”a que se entrega Europa
Da nuca de Afrodite aos artelhos de Artémis
Da lascívia da cabra à lascívia da cobra

Do sabor a limão que há também no remorso
Ao riso da romã que vem no solstício
Sobrevoando à noite o século dezoito
Interrogando a cor da cada suicídio

De perto de Heidelberga ao porto de Antuérpia
Da sagração de Sade à sonoterapia
De uma rosa a uma cruz  De uma cruz a uma ténia
Do secreto Neptuno à caça submarina

sábado, 25 de julho de 2015

Quem é que ameaça a paz na Europa e no Mundo?

Perante o quase silêncio da imprensa ocidental, sob comando norte-americano, a NATO, iniciou no passado dia 20, manobras militares de grande envergadura na Ucrânia. Participam tropas da Alemanha, Espanha, Canadá, Polónia, Bulgária, Roménia, Letónia e Lituânia. “ Estes são os maiores exercícios internacionais realizados no país”. Palavras de Don Wrenn, especialista de relações públicas do exército dos EUA, à Newsweek. O objectivo é aumentar a moral das forças armadas do país depois de 15 meses de conflito com os rebeldes das regiões de Donetsk e Lugansk, que não reconhecem legitimidade à junta pró-fascista no poder em Kiev. A Rússia considera tais exercícios junto das suas fronteiras, uma provocação. Citado pela France Presse, Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros russo, em comunicado poucas horas após o início das operações afirmou: “ Os exercícios militares entre os membros da NATO e o exército ucraniano na região de Lviv, sob comando norte-americano, são uma clara demonstração da política provocadora da NATO de apoiar inequivocamente as políticas das autoridades de Kiev no Leste da Ucrânia”. E acrescentou : “ Não só a NATO não está preparada para reconhecer a incorreção e as possíveis consequências explosivas de realizar tais exercícios, mas está a aumentar consideravelmente a sua dimensão. Os jogos de guerra poderão perturbar o progresso visível no processo de paz sobre a profunda crise interna na Ucrânia”.

Portanto, mais uma vez, quem é que ameaça a paz na velha Europa e no mundo? A tática é sempre a mesma: diaboliza-se um líder ou um governo, e elimina-se. Não foi assim no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, na Síria? Só que agora a coisa fia mais fino. Para todos nós, europeus!Quiçá, para a humanidade. O cerco à Rússia, que inclui jogos de guerra nas suas barbas, o embargo e a tentativa de construção do escudo anti-míssil, do outro lado, está um dos maiores arsenais atómicos do mundo,que inclui misseis de curto, médio e longo alcance (intercontinentais) equipados com ogivas nucleares. É bom que nos esclareçamos! É que não se trata sequer de questões ideológicas. De um e do outro lado são potências capitalistas. Com uma, os EUA, e seus aliados, aspirando a hegemonia mundial .Trata-se de uma questão de vida ou de morte de potenciais dimensões apocalípticas.

MENTIR É MUITO FEIO....

Resultado de imagem para pinóquio  
Que bom ser ano de eleições legislativas, sinto-me um cidadão nesta altura da minha vida muito mais feliz, com outra disposição para encarar melhor a vida no futuro com tal acontecimento que está previsto para o próximo dia 4 de Outubro, conforme anúncio feito pelo Senhor Presidente da República Dr. Cavaco Silva, (olha, outro!), só fico triste de este tipo de acontecimento se efectuar somente de quatro em quatro anos.
Mas passo a explicar, um pouco melhor este meu motivo de tanta felicidade.
Com este (des) governo, que nestes quatros anos de legislatura, o que souberam fazer, contra todas as promessas que o “nosso primeiro” fez em plena campanha eleitoral, em Junho de 2011, que para sacar votos a alguns portugueses possivelmente mais distraídos e para assaltar de uma forma pouco honesta o poder, fartou-se de prometer, aliás o que eu queria dizer, aliás escrever, fartou-se de mentir e que, acabou por não fazer nada daquilo que prometeu, que não havia aumento de impostos, que as reformas seriam intocáveis, sei lá o que o “rapazola” prometeu para sugar o poder…e não é que conseguiu mesmo o tão ambicionado lugar. Mas depois a festa para a maioria de nós portugueses e de todos aqueles que foram muito bem enganados foi outra (sim, bem sei igualmente que a situação do País não era a melhor, é verdade), mas mentir, não vale e é muito feito, e aos meninos que mentem, põe-se pimenta na língua.
Durante estes quatro anos em que não houve eleições, não prometeu nada, não foi?
Agora, vem com mais um doce, para enganar os "papalvos", o que faz a aproximação das eleições legislativas.
Vai devolver em 2016, (está com uma fé que vai ser novamente eleito, mas o convencimento é uma doença que pode prejudicar  alguns pacientes em estado avançado de alguma patologia desconhecida que pode não ter cura, a curto prazo…mas), e pode baixar a sobretaxa do IRS de 3,5% para 2,8% e poderá vir a devolver aos contribuintes cerca 100 milhões de euros em crédito fiscal da sobretaxa de IRS, caso venha a ganhar as eleições.
Que gesto bonito e comovente, senhor Passos Coelho...mas continuo a dizer que mentir é muito feio...

(Texto-opinião publicado na edição Nrº. 45.618 do Diário de Notícia da Madeira de 27  de Julho de 2015)
(Texto-opinião (reduzido), publicado na edição do CORREIO DA MANHÃ de 28 de  Julho de 2015)
(Texto-opinião, publicado na edição do DESTAK de 29 de Julho de 2015)
(Texto-opinião (reduzido) publicado na edição da revista SÁBADO de 06 de Agosto  de 2015)
(Texto-opinião publicado na edição do Jornal de Notícias de 06 de Agosto de 2015)
(Texto-opinião publicado na edição online, Jornalismo de Cidadão do Diário de  Notícias de 14 de Agosto de 2015, com o título "As promessas do primeiro-ministro")

Mário da Silva Jesus





OLIVER TWIST


No tempo de Lord Byron
Na presumida Albion
Um orfãozinho bem triste
Chamado Oliver Twist
Penava na escravidão.
Num antro encafoado
Com outros do mesmo fado
Quis um pouco mais de pão:
Que topete inusitado
Que falta de educação!
O petiz foi castigado
Brutalmente vergastado
Pelo seu atrevimento;
O carrasco escalado
Não usou de fingimento.
O perigoso rebelde
Com cicratizes na pele
Das violações sofridas
Foi vendido sem apelo
A outros infanticidas.
Vida que valeu romance
E lição de grande alcance
Do cruel capitalismo:
Que o mundo não avance
Para longe do abismo.
E tantos anos passados
Neste mundo de enganos
Não diminuiu o risco
De milhões de deserdados
Permanentemente escravos
Desse capital sinistro!

Amândio G. Martins

sexta-feira, 24 de julho de 2015

A grande inteligência é Sobriviver

A grande inteligência é sobreviver
As tartarugas portanto não são teimosas mas lentas, dominam;
Sim, a ciência.
Toda a tecnologia é quase inútil e estúpida,
porque a artesanal tartaruga,
a espontânea, tartaruga,
permanece sobre a terra mais anos que o homem.
Portanto,
como a grande inteligência é sobreviver,
a tartaruga é Filósofa e Laboratório,
e o Homem que já foi Rei da criação
não passa, afinal, de um crustáceo Falso,
um lavagante pedante;
um animal de cabeça dura. Pronto

G. M Tavares

Pérolas do salazarismo

O suposto suborno de futebolista

Foi preso o jogador Purés, do Famalicão. O sr. dr. Melo e Silva, inspector da Policia Judiciária de Lisboa, em serviço nesta vila
por motivo de inquérito sobre o caso Famalicão-Oriental mandou prender  e entregar ao poder judicial por suspeitas de vadiagem com base no artigo 22  do decreto
nº 35.042, o atleta do Famalicão Francisco Pires, fundamentando-se no facto de profissão de jogador de futebol apesar de remunerada
, não ser reconhecida como actividade legal. A massa associativa desta vila ficou surpreendida com o caso e a direcção do Famalicão aguarda confiadamente a resolução do tribunal.
DN-01.05.1949o

Foi extinta a sociedade portuguesa de autores.
Era inevitável . A atribuição do " Prémio Camilo Castelo Branco" , por um júri da Sociedade portuguesa de escritores a Luandino Vieira, pseudónimo de um indivíduo preso em Luanda, a cumprir
pena de 14 anos por crime de terrorismo,
provocou a mais viva repulsa de todos os portugueses. Na metrópole como no Ultramar e de maneira mais sentida
em Luanda, que justamente considerou
a decisão do júri daquela Sociedade como um ultraje à memória dos mortos e à bravura dos vivos que se deram e dão pela Pátria.

DN-22.05.65

Divulgado por Arlindo Costa em memória das vítimas do fascismo.