domingo, 31 de março de 2019

Notas sobre o encontro de leitores

Se o êxito de um encontro se medisse apenas pela satisfação que deixa em nós, eu não teria qualquer prurido em classificar como um tremendo sucesso o encontro de leitores, o 6º em edição, ocorrido ontem nas instalações da Unicepe, no Porto.
Para a conversa animadíssima que se construiu, muito concorreram as sucessivas intervenções de um inesperado participante, o mais activo de todos, uma individualidade que já conta 98 anos de idade, sabedoria e memória, de nome João Manuel Borges Antão, mais conhecido apenas por João Manuel. Pouco dirá aos mais novos, mas quem se pode lembrar dos primeiros anos da segunda metade do século passado, sobretudo sendo do Norte, facilmente identificará “A Voz dos Ridículos” (na altura, ainda não havia girafas…), um programa de rádio que, nessa época, causou furor e alcançou imenso prestígio nas camadas populares portuenses, perdurando no éter, através de inúmeros percalços e mudanças, até 2013.
João Manuel foi seu director, autor e intérprete durante mais de 60 anos e, pelo que se viu, está aí “para as curvas”. Sempre em tom de conversa e proximidade, como se conhecesse os demais há longos anos, deliciou os presentes com inúmeras revelações e memórias de um passado que não pode ter sido menos do que rico de peripécias e aventuras.
João Manuel mostrou-se, aos restantes, como um exemplo de participação que nos tocou bem fundo. Tendo tido conhecimento do nosso encontro nas páginas do JN (que, diz ele, lê diariamente há 92 anos), não hesitou em marcar a sua presença neste encontro de leitores. E que bom foi, para nós, tê-lo feito.
O encontro, como se previa, foi parco de participantes. Além da presença do homem que animou a manhã, juntaram-se em cavaqueira a Maria do Céu Mota, o José Valdigem e eu próprio. Perante o “deserto”, que dá que pensar, como repetiu a Céu, não pudemos deixar de concluir que as “queixas”, que tantas vezes ouvimos sobre a exiguidade do espaço que nos é concedido pela maioria dos jornais para a publicação das nossas cartas, não têm sequência no plano da acção. Pois se tanto nos queixamos e, na hora da verdade, não comparecemos à chamada, teremos mesmo direito à queixa? E isto, depois da divulgação - talvez insuficiente - no JN, no Público, numa curta entrevista na TSF na manhã de ontem, e repetidos “anúncios” aqui nas páginas do blogue. Não deixa de ser frustrante, mas é o que há. E não será por isso que quem gosta de escrever e dar a conhecer o que escreve vai parar. Fomos, é certo, pouquinhos, mas gostámos muito, enriquecemo-nos e divertimo-nos. Virão (ou não…) dias melhores.    
Não quereria terminar este texto sem fazer uma citação de João Manuel, quando invectivado a definir o espaço que os jornais conferem a gente como nós, que insiste em divulgar as suas opiniões e a intervir civicamente nesses sítios de opinião: “são mares de água doce onde navega um barco de justiça e amor, na procura de alguém”.

sábado, 30 de março de 2019

Endogamia Política



Imprensa, rádio e televisão têm insistentemente
abordado a endogamia política no executivo. A
confiança é fundamental, mas tem havido pouco
cuidado nas rotações familiares, nos destinos de
Portugal. Fala-se de nepotismo e, de facto, tem de
haver uma clara separação entre os interesses
pessoais ou de família, por relação aos objectivos
do Estado. Não é sucessão dinástica, mas é titular
castas elitistas. Há, certamente, mais competências
para além da parentela do PS. O matarruano, Carlos
César do PS, tentando justificar a anómala situação,
ripostou ao BE, porque fez críticas e ter «telhados
de vidro». O exemplo não colhe. Só conhecemos as
irmãs Mariana e Joana Mortágua, que foram eleitas
para a AR, não tendo sido nomeadas para cargos de
governo. Também, Fernando Negrão do PSD, insurgiu-se
inflamado contra todas estas nomeações(!). Esta gente
mente à populaça. Leonor Beleza, Durão Barroso,
Marques Mendes,… do PSD foram exemplos de endogamia
política. A negra desfaçatez volta a dar tiros no PSD! Coitado.
Cavaco Silva fica desfocado nesta má fotografia.
O PS-PSD não podem ser centros de emprego!
Este governo gosta de se por a jeito para reparos e críticas.
   Estamos em campanha eleitoral e se vamos por este
caminho vamos mal!

                               Vítor Colaço Santos 

sexta-feira, 29 de março de 2019

Limite de velocidade na minha rua

Na rua onde moro existem sinais indicativos de limitação de velocidade, um deles diz "velocidade máxima 50", o outro diz "velocidade máxima 30", havendo ainda outra informação a dizer "velocidade controlada".
Não obstante toda esta carga informativa, constato frequentemente velocidades acima dos 70/80, o que considero perigoso e poderá num futuro, próximo ou longínquo, dar lugar a acidentes mais ou menos graves. Atravessam a rua pessoas de todas as idades, muitas delas com dificuldade de locomoção.
Apercebi-me da gravidade da situação, quando há algum tempo "passou" por aqui uma perseguição policial, que deixou cheiro a pneu queimado nos narizes de quem assistiu à cena.
Poderia deixar algumas perguntas, mas fica apenas esta: será que a velocidade é mesmo controlada?Se sim, onde será feito esse controle? Ou a placa foi feita para várias medidas e vários locais e não é para ser levada a sério?


O Mundo ao contrário



Acabou o Inverno e entrámos na Primavera. Os dias de Inverno, este ano, pouco foram sentidos e muitos afirmaram que nunca o tempo foi  tão bom como este começo de ano. O problema é que as nossas barragens estão com falta de água para fazerem frente às necessidades de rega que se aproximam.
Entretanto uma tempestade está a assolar uma zona de Moçambique e os prejuízos causados pela imensidade de água que ali tem caído são incalculáveis. Num Mundo mais equilibrado aquela água a mais não devia estar nas nossa barragens?
O Mundo está mesmo ao contrário: num lado chove copiosamente, noutros lados há fogos incontroláveis como aconteceu na Califórnia e Austrália. Dizem que muitas destas catástrofes têm origem na maneira errada como temos tratado mal este planeta Terra. Porém as alterações de comportamentos tardam a ser o dia-a-dia dos povos.
Mas não é só no clima que andamos ao contrário. Aqui há uns tempos uns nossos governantes resolveram que a maior parte do trabalhadores afectos aos muitos departamentos que constituem os vários Ministérios ficariam estagnados nas suas carreiras. Uma grande parte do tempo das nossas vidas é escalonado: somos crianças, vamos para a escola e vamos aprendendo de degrau em degrau. Depois no “topo” da sabedoria que escolhemos tentamos encontrar lugar onde exercer o nosso saber a troco de salários que nos irão permitir avançar na carreira das nossas vidas como casar, ter filhos, constituir família e de patamar em patamar conciliar o trabalho e o acompanhar dos filhos até aquela altura em nos reformamos do trabalho e nos dedicamos ao que fomos adiando no percurso de vida…
Pois, aqui há uns anos atrás, uns senhores mandantes decretaram que os trabalhadores do Estado não progrediam nas carreiras nem em termos de contagem de anos, e aumentos salariais… Primeiro ficaram estupefactos depois começaram a reclamar mas a resposta é que eram ordens duma União de Países a que pertenciam, o País tinha muitas dividas e não havia maneira de dar a volta.  Até que passados anos mudaram-se os mandantes que começaram a dizer que isto estava melhor. E está, é verdade. Então os estagnados começaram a pedir e agora a exigir que o tempo que trabalharam – que efectivamente trabalharam e que com a sua permanência fizeram andar o País – seja contado nas suas carreiras que, como por exemplo os professores, o tempo parado/não contado os mantem afastados dos escalões que realmente têm e é o seu patamar de trabalho.  
Mandar no tempo e obrigar o Mundo a cumprir as regras das estações do ano talvez seja muito complicado para já, mas… mas regular o tempo trabalhado efectivamente pelos funcionários do Estado é apenas bom senso e assinatura de um despacho governamental

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 27.03.2019

Mais comunicação social


A propósito da realização do nosso encontro de amanhã, contactou-nos a TSF, pela voz do seu jornalista Rui Silva, que nos convidou a expor algumas ideias sobre o encontro e, concomitantemente, sobre A Voz da Girafa. Um breve extracto dessa conversa passará, “em teoria”, nos noticiários daquela estação durante a manhã de amanhã, sábado.

O JN, entretanto, na sua edição de hoje, repetiu a referência que fez ao encontro no passado dia 26.

A ambos os órgãos de comunicação, apresentamos os nossos agradecimentos.

Úlimo Aviso


É já amanhã que se vai realizar o encontro dos leitores que pretenderem comparecer na Unicepe, Praça de Carlos Alberto, 128-A, no Porto, entre as 10.30 h. e as 13 h.

Como já anunciado, todos os leitores de jornais, membros ou não d’A Voz da Girafa, poderão marcar a sua presença, sem qualquer inscrição prévia. Esperamos que o número de participantes seja o maior possível.

Aos que se deslocarem lá, até amanhã!

quinta-feira, 28 de março de 2019

Há não Há?


- O presidente do FCPorto, Pinto da Costa, com mais de 60 anos "calabotianos", disse e o JN publicou como é seu hábito e função, que, transcrevemos - "Há quem persista em jogar por fora". É verdade senhor presidente. Tem toda a razão. O presidente eterno dos azuis e brancos sabe do que fala. Ele é o maior Mestre e o mais conhecedor, e experiente, das matérias desportivas, polémicas, e sub. Subversivas, subtefúrgicas, e subreptícias, que envolvem os clubes e alcançam títulos com matreirice, dentro e fora das linhas. As palavras proferidas assentam-lhe como uma luva e ao seu staff. Ou será, luvas? Bom! isto é matéria a que só o "papa" será capaz de responder, em bom porto...guês ou em galego, igual ao que se fala em Santiago de Compostela!*

-*(Dtk + SÁBADO- 04.04)

Os anticristos

Arredando daqui considerações de ordem religiosa ou mesmo da filosofia Nieztschiana, não posso deixar de pensar que há muito quem, em nome de interesses menos confessáveis, ofenda e contrarie os princípios humanos que fizeram do Mundo o que é hoje. Com muita asneira à mistura, mas também com muitos avanços civilizacionais.
Já houve o “viva la muerte”, lema falangista de Franco, já “tivemos” Hitler e Stalin, e não faltam exemplos de poderosos que, com escândalo de todos os outros, exaltam ideias agressivas e demolidoras para o próprio Homem como se fossem valores vitais. Hoje, temos Trump e Bolsonaro, não falando de outros “deuses” menores que, na História, apenas serão lembrados pelo lado mau das coisas. Com a maior desfaçatez, estes homens invertem a lógica das coisas e conseguem arranjar argumentos para defender, a contrario, o naturalmente indefensável.
Desta feita, ficamos boquiabertos com o topete de Bolsonaro em autorizar o Ministério da Defesa a comemorar a implantação da ditadura militar no Brasil, em 1964. Tal como Trump, proclama que a proliferação de armas pela população terá como efeito a diminuição de crimes. Enaltece Carlos Ustra, o torturador-mor, e chama-lhe “herói”. Orwell não diria melhor, só que em novilíngua. Falta apenas dizer que Cristo foi um criminoso.

quarta-feira, 27 de março de 2019

As "Quinas" difíceis

- A Selecção Nacional de Futebol, vive nos dias que correm, uma situação desagradável pelos facto de não ter até ao momento realizado bons resultados nos jogos já efectuados de apuramento para a fase final do Euro 2020, e agarra-se agora a uma esperança que chega da Ucrânia, que lhe pode fazer somar uns pontos que não conseguiu dentro do campo. Mesmo fazendo galardão de possuir nas suas fileiras o alegado melhor jogador do mundo, e arredores, Portugal não mostrou estofo suficiente para se impor aos adversários que lhe saíram na rifa, e anima-se hoje da possibilidade de ser apurado por outra via para seguir em frente na prova, se tiver vencimento a hipotética ilegalidade de um jogador "ucraniano", ainda para o efeito "brasileiro", e ter sido utilizado fora da lei. Há quem chame a esta Operação, tentar ganhar na Secretaria, à custa duma burocracia mal conduzida por um adversário a quem não ganhamos dentro de campo. Mas o que é preciso pensar, é no próximo jogo, que se fará só em setembro. Com dois jogadores no plantel principal, que já têm 34 e 36 anos, Cristiano e Pepe, respectivamente, tais elementos que agora já correm para o lado e procuram zonas protectoras com sombra, ou de recolhimento e defesa, mas dentro do ângulo de captação da imagem, quando chegarem ao próximo embate com a Sérvia, terão mais de meio ano de velhice em cima dos costados. E se já não têm a velocidade de outrora, eu pergunto se o seleccionador da equipa das Quinas, vai chamar o Bruno Alves para reforço? É que ele ainda está no activo e que se saiba sem lesão alguma, que sirva de desculpa pela má prestação que possa fazer. O conjunto destes atletas, até ajudará a termos um seleccionado com mais experiência e capaz de em outubro, daqui a 7 meses, batermos em Alvalade o Luxemburgo, com a mesma  facilidade com que o Fernando Santos disse, que ganharíamos a todos que nos enfrentam. Um homem de fé. Santa léria!*

-*("IMEDIATO"- quinzºreg.29.03)
-*(Dtk.01-04.019)

                                            

PELA SOCIEDADE SEM CLASSES

Agarro-me a Marx e à poesia
quando a solidão bate
quando a solidão aperta
já integrei partidos
movimentos literários
e libertários
já estive com milhares na rua
mas agora estou só
o papel
a caneta
o desejo de revolta
com os jovens pelo planeta
pelo fim do dinheiro
do consumismo
da compra e venda
estou só e não estou
pela sociedade sem classes
pelo fim da opressão
da máquina
da escravidão.

terça-feira, 26 de março de 2019

Qual Justiça? Que Justiça?


O denominado ‘pirata informático’, Rui Pinto,
foi detido no estrangeiro. Li, em variada imprensa,
que se meteu onde não devia, mas também mexeu
com grandes interesses económicos e cambalachos
instalados, de cunho relevante. De muita corrupção.
Pergunto: Sem entrar na delação premiada, seria útil
a Justiça aproveitar todo o seu conhecimento? Também
como forma de combater o sangramento dos dinheiros
públicos! Quando aquele concidadão chegou a Portugal,
expatriado, foi detido, aguardando julgamento nos
calabouços…
   Ao invés, Ricardo Salgado/Oliveira e Costa/Rendeiro
e quejandos andam aí, à grande e à portuguesa
à nossa custa! Não são só os lesados (leia-se roubados)
do BES/BANIF/BPP, nós também somos lesados, e de que
maneira!, porque pagámos milhares de milhões de euros,
pelos seus desmandos (com a benevolência da palavra), em
detrimento, não só mas também, do reforço do Estado Social!
   Que justiça é esta? É a que bateu no fundo!
   A Justiça continua em estado de catalepsia?!

                  Vítor Colaço Santos 

Mais uma ilegalidade




Quando pararemos de pagar pela cupidez do anterior Governo? Na sua volúpia de ir além da troika, “desancou” nos portugueses, sobretudo os mais fracos, até mais não poder. Bem dizia Passos Coelho: “custe o que custar”. Pois custou, e vai custar ainda mais. Agora, vêm mais uns ciclópicos trabalhinhos que serão os de repor a legalidade nos cálculos de muitos milhares de pensões atribuídas pela Caixa Geral de Aposentações desde 2013. Não pensando na reposição dos dinheiros que deveriam ter sido pagos a esses pensionistas, que aquelas mentes mesquinhas pensavam estar a “poupar”, segue-se que o País ainda vai ter de suportar o custo desnecessário de proceder aos indispensáveis recálculos. Nada de admirar, quando nos lembramos do total desrespeito que aqueles senhores votaram à Constituição, violada em todos os Orçamentos que conceberam, que, por ironia, nunca cumpriram os “sagrados” objectivos do défice. 

Público - 01.04.2019

Leitores-escritores na imprensa


Por prestimosa iniciativa da Maria do Céu Mota, o Público e o JN, nas suas edições de hoje, dão conta do nosso Encontro de Leitores no próximo sábado. A presença de todos quantos possam participar será importante para renovar votos de crença no valor da participação cívica que promovemos. 
Naturalmente, ficamos agradecidos àqueles periódicos.

Beira, Moçambique - Agora a reconstrução


A recente tragédia que atingiu parte do território moçambicano e as suas populações, em particular na região da Beira, trouxe-nos não só imagens terríveis como uma realidade que desconhecíamos, pelo menos na dimensão que nos foi dada ver, concretamente as precárias e paupérrimas condições de habitação, totalmente degradantes e sem as infraestruturas mínimas, que possam qualificar uma vida condizente com os dias que vivemos.
Quando vejo aquelas imagens, vem-me à memória o prolongado conflito de guerra civil, que adveio a seguir à independência, no qual foram consumidos muitos milhões em armamento, quando teria sido mais importante que fossem canalizados para a construção de habitações condignas para o povo daquele país, proporcionando-lhe qualidade de vida
Mas, já que o passado foi errado, poderia aproveitar-se o mal do presente, para dar melhores condições no futuro, através de projecto com pés e cabeça, apelando à ajuda internacional e construir habitações com qualidade e dignidade para aquelas pessoas, que merecem igualmente como todas as pessoas do mundo inteiro.
Aqui fica o desafio.

CHEIRA A MORTE

Sim, há festas. Há muitas pessoas de bem, bem-intencionadas, algumas delas extraordinárias de generosidade. Mas vejo sobretudo prisão, manha, vileza, maldade. A liberdade existe mas é muito condicionada pelo comércio, pela troca mercantil, pelo consumismo. As pessoas, algumas, divertem-se mas há sempre um corta-unhas no fim. No geral, estão doentes ou cheias de medo. É a esquizofrenia global. E depois há os sacanas, grandes e pequenos. Os que se aproveitam da tua pureza, os que te exploram. Há os senhores do mundo que te fazem a mente. E as pessoas ficam robotizadas, incapazes de reagir, de gritar, de explodir. Cheira a morte.

"Selecção e arranjo"

- O Seleccionador da equipa das Quinas, a fim de suavizar o desaire que liderou no Estádio da Luz, pode dizer o que quiser, com mais ou menos tiques e esticanços de pescoço, e apertando no bolso a santinha escondida - que foi convidado pelo árbitro da "partida", a ir ver o lance que Santos reclama ser penalti. É a palavra dele sem qualquer garantia que seja verdade. Nós entendemos, que não há juiz de jogo algum que recorra a tanta simpatia para com um dos intervenientes, ainda menos com aquele que entende ser o lesado, e para pedir-lhe desculpa. Fernando Santos, está a delirar depois de ter sonhado com duas vitórias nos dois jogos efectuados, mas que só lhe renderam dois pontos. A gente acreditará na sua versão, se ele mostrar gravação e vídeo, tal como o Vítor "Catão" no seu "diálogo com o Boaventura". Dispensamos o acompanhamento à "tourada", assim que ele o provar, que as coisas se passaram tal como ele diz, em jeito de desculpa de mau pagador, e para adepto ouvir. Quando o insucesso e a falta de qualidade entra em campo, o cão é que paga. Com ou sem apito e VAR, mais a dona Dolores a dar palpites certeiros, numa zona VIP!*

-*(DN.mdrª:27.03)

UMA PEDRADA NO CHARCO




Nestes dias sombrios que vivemos, em que o efeito das famigeradas alterações climáticas já se faz sentir com tanta intensidade; são as calotes polares a derreter, são tempestades sempre mais violentas e frequentes, são secas cada vez mais prolongadas, e são os efeitos de tudo isso: incêndios florestais devastadores, espécies que se extinguem, desertos que se expandem, oceanos que sobem de nível, e são as negras perspetivas de um planeta continuamente mais degradado.
Perante tão negro quadro, perante tanta ganância que se traduz na devastação de florestas, na poluição de rios e mares, na contínua emissão de dióxido de carbono e de outros gases com efeito de estufa fazendo subir a temperatura atmosférica e, perante tanta passividade, digam lá se não é uma autêntica pedrada no charco, o movimento global #FridaysForFuture, criado pela jovem sueca Greta Thunberg, para lutar contra tudo isto?
Mas, evidentemente, não devemos embandeirar em arco, porque o que está em causa mexe com enormíssimos interesses e a irreverência e entusiasmo da juventude é fugaz, e a inércia imensa. No entanto,são sementes que ficam. Para já, foram muitos milhares na Europa ( em Portugal, escolas de quase de 30 cidades, aderiram), na América, na Austrália e um pouco por todo o mundo, jovens estudantes, fizeram greve às aulas e manifestaram-se por esta causa tão nobre e absolutamente vital.
Dois exemplos concretos do que está em causa: o ciclone e as chuvas torrenciais prolongadas em Moçambique, Zimbabwe e Malawi e o que tanta gente ainda mal se apercebeu, a seca aqui em Portugal. Zonas no Alentejo e Algarve onde já é mesmo classificada de severa, já estamos quase em Abril, e não há previsão de chuva.
Portanto, no primeiro caso, são tão graves e evidentes os efeitos, que a consternação é mundial. No nosso caso, até há dias em que o Governo e a comunicação social começaram a falar no assunto, a indiferença era ainda quase total. Havendo até bastante entusiasmo com o “bom tempo”. Portanto, por tudo isto, só nos podemos regozijar com a iniciativa dos jovens estudantes e incitá-los para que não se fiquem por aqui. Aliás, é o futuro deles e da própria humanidade, que está em causa.
Francisco Ramalho
Corroios, 20 de Março de 2019

Hoje em "O setubalense"


O HOMEM ESTÁ DOENTE

Definitivamente, deixei o mundo do safanço. Não estou aqui para a compra e venda, para a mera sobrevivência. O negócio não é comigo. Procuro a arte, a beleza, a mulher, a sabedoria. Por isso amo o estudo, os livros, a criação. Sou um homem do pensamento mas também do prazer, de Dionisos. Sigo a estrada larga de Walt Whitman. Odeio o dinheiro e os poderosos. Mas também critico aqueles que trepam uns para cima dos outros, como macacos. Sou da liberdade. Sou do amor e da revolução. Cresço a cada dia que passa. Penso que o homem tem capacidades prodigiosas, a maior parte das vezes sub-aproveitadas, precisamente porque é castrado pela máquina capitalista ou porque se deixa castrar, preso à vidinha da ordem, do cálculo, do dinheiro, dos relógios, dos computadores. Está doente. Não explode. Não se liberta. Repete-se. Repete os dias e as tarefas. Nem sequer questiona a maldição.

segunda-feira, 25 de março de 2019

O PSD é um deserto de objectivos!



O líder do PSD diz que o primeiro 
objectivo é afastar o Bloco de
Esquerda e o PCP/PEV, da área de
apoio ao governo. Não é Portugal e
as suas gentes que são a prioridade, que
tantas e tantas lacunas ainda têm por
resolver. Não é a recuperação do SNS,
já residual e para pobres, nem uma
rede pública de transportes públicos
em adiantado défice que o preocupa
e por aí fora. Neste domínio, também
está contra a baixa de preços dos títulos
de transporte(!), os quais foram delapidados,
durante o último desgoverno, onde o seu
partido teve uma participação desastrosa
para os ditos de baixo. O factor primordial,
afinal, é afastar quem ajudou a reverter o
que foi selvaticamente subtraído ao Povo,
pelo PSD/CDS. Rui Rio é um deserto de
objectivos, uma negação e um erro de escolha!

              Vítor Colaço Santos 

URGE A REVOLUÇÃO!

Apesar das aparências, o capitalismo persegue o pensamento e o saber. Há muita informação, mas é manipulada. Os media são um negócio. Tudo é um negócio. Os media, a internet e os donos do mundo de quem ninguém conhece a cara fazem-nos lavagens ao cérebro. Desde a infância que nos são inculcadas mentiras, conceitos, a ideologia dominante. Enquanto isso os trabalhadores são explorados, escravizados, reduzidos a mercadorias, a coisas. Ao mesmo tempo, luta-se pela vida, como na selva. Reinam a ganância, a intriga, a inveja. É o império do deus-dinheiro que substitui o antigo Deus, que mata de fome e de tédio, que destrói vidas, é a luta pelo poder, é o imperialismo. Por isso, mais do que nunca, urge a Revolução. A Revolução de Jesus, Marx, Bakunine, Che Guevara. A Revolução que expulse de vez os vendilhões e a corja capitalista. A Revolução que faz o Homem regressar a si mesmo, que lhe devolva a dignidade, a fraternidade e a liberdade. A Revolução que está nos jovens que se manifestam pelo clima, pela salvação do Planeta, que está no desespero dos coletes amarelos, que está em todos os que se batem contra o imperialismo. A Revolução daqueles que não aceitam a máquina, o Big Brother, o servilismo. A Revolução dos espíritos livres, do menino e do bailarino.

Tinham pouco e perderam tudo!


Decorrida uma semana,  depois de uma das piores tempestades de sempre no hemisfério Sul, ainda há sobreviventes que tentam escapar à morte, empoleirados em telhados e copas de árvores, na Província de Manica e Sofala, Moçambique. As enxurradas de água levaram e mataram pessoas e animais. Agora, as águas paradas em charcos, causarão doenças - malária e cólera. Choveu mais num dia, do que num ano inteiro! Os volumosos caudais fizeram colapsar os postos de energia eléctrica, originando falta de água potável. Esta gigantesca tragédia, diz a imprensa, não teve uma reação rápida. Um comentador geógrafo, na RTP2, refere que esta dramática alteração climática era previsível e devia ter sido pré-anunciada. Não foi. A catástrofe é o resultado das profundas alterações do clima que vieram para produzir destruições incalculáveis. Só não as reconhece, quem tem interesses económicos a manter… O que se passou em Moçambique  é também uma desgraça social, de quem tinha pouco e perdeu tudo.  Logo num país que polui residualmente a atmosfera com carbono.
   Faz todo o sentido o apoio chegar aos lugares onde vivem os sobreviventes. Estão enraizados, não querem ser deslocalizados. Pretendem reconstruir as suas vidas, as suas casas. Querem sementes para a nova sementeira que se avizinha. Falta-lhes material para recuperar e fazer redes de pesca. É vantajoso, psicologicamente, permanecerem para recuperar os laços familiares.
    Moçambique merece as nossas condolência e, sobretudo, a Solidariedade activa! É urgente lhes dar, mas monitorizar as dádivas para chegarem aos sítios certos. É importantíssimo manter a esperança. Portugal e a Comunidade Internacional, estão no terreno a responder bem. O país está em paz e a reconstrução resiliente, longa e difícil, será conseguida.
A todos os que estão empenhados nesta onda Solidária para com o Povo irmão de Moçambique, com um nobre sentido de missão, um honroso Bem-Hajam!

                                              Vítor Colaço Santos 

domingo, 24 de março de 2019

REACENDER MARX E ENGELS

Objectos, mercadorias, eis o que somos nas mãos dos patrões, dos senhores do mundo e do negócio. Nestes tempos em que um punhado de filhos da puta quer acabar com o socialismo, com as próprias ideias socialistas, é preciso reacender Marx, Engels, Proudhon, Bakunine. Não, não somos todos irmãos! Não podemos ser irmãos dos capitalistas. Há que combater sem tréguas aqueles que exploram, que escravizam, que fazem a nossa mente via media, via redes sociais, via "fake news", que nos põem uns contra os outros. Há que ganhar consciência de que eles nos querem pôr doentes. Unamo-nos, pois, homens e mulheres conscientes.
Justiça à Portuguesa ?

Rui Pinto sabe que elas "doyen". Por isso não queria ser julgado no seu País.
O País onde um caso de negligência pública, demora 10 anos para ser marcada a primeira audição no tribunal.
Acredito, sinceramente, que a decisão da PGR em colocá-lo em preventiva, tem a intenção de o proteger.
Se vier a verificar-se que estou enganado, então teremos mais um caso em que se confirma que a Justiça portuguesa é um dos melhores fornecedores de "material" humurístico. O criminoso não é o bandido engravatado, mas sim, quem o denuncia.

José Valdigem

INCRÍVEL




Ou sou eu que ando completamente desactualizado, ou confirma-se mesmo aquele ditado que, “Só neste país!”. Ou ainda, os mais velhos devem lembrar-se de umas estórias completamente bizarras que vinham, salvo erro, na contracapa dos livros de Cow boys e que previamente se dizia: “acredite quem quiser!”
Mas esta que vos vou contar, é mesmo para acreditar! Ouvi ontem à tarde na rádio, na Antena 1, que está cá um cantor brasileiro (sobre quem jamais tinha ouvido falar) de nome Silva, que vem fazer, imaginem, 10 concertos. Bem, 8, já estão esgotados!
Como devem imaginar, nada tenho contra o rapaz e muito menos contra o seu incrível sucesso aqui. Mas, num país com tantos e bons artistas aí quase à “boa vida”, é obra!
Mas pronto! Serei eu que ando completamente a leste? Parece que tem uma canção cujo título e refrão é, "Fica Tudo Bem". Foi entrevistado e, naturalmente a locutora perguntou-lhe que pensava deste sucesso, ele próprio estava espantado. Mas, evidentemente, "muito féliz" Pudera! 
Francisco Ramalho


sábado, 23 de março de 2019

Leitores-escritores em reunião


Vai ser já na próxima semana, mais concretamente no dia 30, sábado, que alguns dos leitores-escritores de cartas para jornais se vão reunir entre as 10.30 h. e as 13 h., na Unicepe, Praça de Carlos Alberto, 128-A, no Porto.
Não serão necessárias inscrições nem quaisquer outras formalidades: basta aparecer, porque estão todos convidados. Quem o desejar, seja ou não membro/leitor d’A Voz da Girafa, será muito bem-vindo.

Regionalizar? Sim. Para roubar!

- Para se escrever qualquer coisa sobre regionalização, é suficiente dominar algumas palavras, e enfiá-las num alegado têxto, venha ele rabiscado por uma qualquer "felisbela da universidade de lanhelas, ou de uma gabriela de cravo e canela" na lapela. E as palavras a aplicar como decoração, e a fazer de conta que dizem algum sentido, são - centralização, assimetrias, desequilíbrios, reforma administrativa, atraso regional, polos, marasmo, capital, etc. ou como no poema de Vinícius, lalalarálá. Há de facto nesta aposta, alguns "poetas e intelectuais", que querem dividir o que é já pequeno, menor que qualquer Estado americano, ou região de Espanha, e fácil de governar, para reinar e ainda mais roubar. Se a corrupção está bem enraizada nas autarquias, desde o coveiro ao presidente, e nas instituições e Organismos geridos pelos nomeados da seita municipal e autárquica, reflictam só no que seria passar-lhes mais poderes para a ponta da caneta e para os colectivos de decisão, das vereações e variações familiares, que por lá assentaram bivaque de luxo, com boa cobertura e à prova de tudo. Quando alguém ou suposto especialista em balelas regionais, e falar em, país, deve pensar de que país, fala e que tamanho ele tem, para perceber se aquele que está sem estraçalhar, é  ou não, governável com  gente séria, íntegra, apostada em servi-lo, e que combata a corrupção, ou se é preferível entregá-lo aos mesmos que dele se servem com faca e garfo com chauffeur privé à porta, a entregar-lhe o saco, e o envelope do empreiteiro ou de "benemérito idêntico" contratados sob concurso suspeito. O que nós precisamos é de governantes nas Direcções diversas e até das de Turismo, que digam não, à corrupção. De resto deixem o país em paz e inaugurem Obra com o Orçamento que lhes cabe, que bem gerido e melhor aplicado, até sobra para jantaradas à mesa fina, aonde cabe toda a família e os idosos para enfeitar ou mandados a passear para verem santos e amêndoas em flor. Eu dispenso bem ricos ilícitos à minha porta!

                                                          

sexta-feira, 22 de março de 2019

Areia para os olhos


Haverá muito boa gente que possa pensar que a corrupção no Brasil entrará, mais ano, menos ano, no caminho da extinção. Não estou muito seguro disso, e nem será a prisão (preventiva) de Temer que me vai persuadir de que o combate à corrupção, em era de Bolsonaro, é para valer.
Já se sabia que Michel Temer, presidente do Brasil até há menos de três meses, era indiciado em variadíssimos casos de justiça que só não lhe causaram mossa porque ele manejou com maestria a inimputabilidade conferida por um cargo que, não menos ardilosamente, averbou na “secretaria” dos juízes brasileiros, por quem, aliás, pelas amostras visíveis e conhecidas, não nutro particular respeito. Temer era o vice de Dilma Roussef, não por questões de identidade partidária ou mesmo ideológica, mas graças às incríveis e mirabolantes alianças que os partidos brasileiros têm de fazer para dar alguma governabilidade ao país. Ela, chefe do PT de Lula, e ele, chefe do MDB, não propriamente fiel à herança do MDB de antigamente, dos anos 70, foram “forçados” à coligação para coabitarem no “Planalto”.
Bolsonaro e as suas hostes devem estar a esfregar as mãos de contentes por “demonstrarem” sine qua non que o regime que querem impor é “limpinho”. A mim, não me convenceram, e estou convicto de que é uma questão de esperar algum tempo para comprovar que a corrupção brasileira vai medrar.

quinta-feira, 21 de março de 2019

DIA MUNDIAL DA POESIA

Ontem fui à neurologista. O ano passado posso ter tido um princípio de AVC. Não, não quero morrer ou ficar amarrado a uma cama. Hoje até é o Dia Mundial da Poesia. Apesar de tudo, é muito bom permanecer aqui na confeitaria. Os donos são muito amáveis e as empregadas tratam-me muito bem. Sim, G,, amo a Vida. Amo a vida, as plantas, os animais e a Humanidade. Sobretudo a Humanidade. Não que não haja uma legião de filhos de puta. Mas eu amo o mar, o sol e a lua. Estou próximo da Revelação divina. De Jesus, de Buda, de Zaratustra. Amo as mulheres belas. Como tu, K. Dia Mundial da Poesia. A Dina Ferreira. O João Gesta. No Jornal de Notícias. Justamente entrevistados pelo Sérgio Almeida. O meu reino por um poema. Um poema à Rimbaud, à Walt Whitman. E o poeta sempre à mesa do fundo na confeitaria. Blondie. Anos 70. Lembro-me das Aguasfurtadas, da revista literária, como nasceu, no JUP, comigo, com o Rui Lage, com o Nuno Amaral, com o Rui Manuel Amaral. Lembro-me dos meus bons amigos e amigas ao longo da vida. Alguns já partiram. Sim, amo a vida. A Vida e o meu Pai dizem-me para prosseguir, para ler, para estudar, para escrever, para permanecer no palco, para continuar a provocar e a combater.

Imprensa"livre"


- Hoje, este ou aquele jornal, normalmente apoiante do branqueamento de assunto indesejado, tem por costume dar grande relevo e oferecer gigante capa e notícia, mal ele dê um track por onde ande, ao rapaz da Madeira e chutador às redes da bola, e desentupidor(!) de canais de fêmeas, que lhe valem algum incómodo, até policial ou criminal. Mas hoje verificamos que o personagem condecorado e "que enche de orgulho um povo", é notícia escondida na página das "Últimas" do JN, porque o assunto não colhe alargado apoio, nem merece palmas, nem selfie ou telefonema do sr. Rebelo de Belém. Diz a notícia envergonhada, que a Juventus evita EUA para proteger CR7...O "The New York Times, revela que a organização decidiu deslocar a Juventus dos EUA para a Ásia, eliminando assim o risco de detenção do internacional português". Fica bem claro o posicionamento de independência, neutralidade, e liberdade, dos jornais que apaparicam o suposto violador que foge à polícia, e se refugia na ajuda das redacções da nossa "democrática imprensa". Que quando o tema merece parangonas, elas logo ilustram as capas, mas se o caso é controverso e inconveniente, é atirado para o fundo e para o canto, de maneira a passar por fora do jogo. Portugal no seu melhor. Talvez por hoje ser Dia Mundial da Poesia, em vez de se falar de Mayorga, devamos lembrar, Torga!

"Os mouras do nosso país"- tréplica

- (resposta à leitora do DNotícias, Conceição Pereira, que se insurge contra a opinião publicada no jornal insular. No seu direito!)



09:35 (há 1 hora)
- Uma leitora do DNotícias, acto louvável, identificada e sobretudo disparatada, vem prestar socorro ao jurássico Secretário-Geral da Fenprof, e insurgir-se contra o autor da carta-opinião por nós expressa, nesse jornal nacional. Tenta a insurgente, rematar a sua verborreia, no que a mim se refere, com uma frase rebuscada, proferida por outro dirigente do cartel sindical, agremiação aonde ela parece se incorporar, que afirmou em tempos velhos, " se a educação é cara, experimente-se a ignorância". Expôs assim a sua. O que ela bebe sempre que vai a  bailar num desfile de cartazes, quando toda risos, marcha no folclore do tambor e gaitadas. Eu, que já de lá vim, ainda a Conceição não dava pêras, digo-lhe que o que torna a Educação cara, são os parasitas que por lá enxameiam as manifes mais diversas e díspares, que o tal Mário encabeça profissionalmente, no cartaz e de peito feito, legendado. A Conceição, que não é santa nem virgem, sem t-shirt nem soutien, que o clima da ilha favorece e lhe dispensa o uso, certamente que não se recorda nos primeiros dez minutos que lhe dou, para nos dizer quem foi o anterior Secretário-Geral da turbulência no Ensino, sem recurso às plataformas modernas, que esclarecem os ignorantes e preguiçosos. Se se lembrar no minuto primeiro, ganha um prémio, que será o de conhecer-me ao vivo. Mas de mim, e correspondendo à sua curiosidade em conhecer-me, informo-a, que sou um rapaz já curtido, activo, que adora energicamente, "os dois lados do seu triângulo, que lhe publicitam o seu vértice". É claro que tal polígono, terá que estar em bom estado e permitir boa articulação. Caso contrário, eu não posso iniciar nem acabar a lição sobre a matéria programada para hoje - "parasitas históricos e bolorentos"!

ALENTEJO

Alentejo, dos horizontes sem fim
Alentejo, verde seara, rubras papoilas
Alentejo, terra de pão e de luta
Alentejo, do suão e das cigarras, doce torpor
Alentejo, alfobre e musa de poetas
Alentejo, do cante ancestral que comove e embala
Alentejo, pai extremoso para uns, padrasto para tantos
Alentejo, meu frio berço
Alentejo, mas, quem não te ama?

Francisco Ramalho

Como hoje é Dia Mundial da Poesia, embora não sendo poeta, aí está a minha modesta contribuição.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Aleluia à redução dos títulos de transporte!



O último debate na Assembleia da República foi marcado pela posição do PSD contra a redução dos títulos de transporte(!). Faz sentido… Delapidaram e abandonaram os transportes públicos, desinvestiram, suprimiram ramais, linhas férreas e por aí fora. (Também votaram contra o SNS!). O Povo, para esta gente, não interessa para nada, excepto para lhe abocanhar o voto nas eleições. Refira-se que autarcas do PSD, comprometeram-se e aprovaram a sua implementação. O seu líder, que se auto-intitula de «sério», deve pedir desculpa, porque disse que os portugueses vão pagar os passes sociais de Lisboa e Porto. Não vão! Este desnorte dá tiros nos próprios pés e descredibiliza-o.
   Tirar carros das estradas é descarbonizar o ambiente, lutando contra as catastróficas alterações climáticas. A medida vai mais longe, pois beneficia para já 85% da população e irá alargar-se ao resto do País. Vem em ano eleitoral e é ‘’palavra dada é palavra honrada’’(?), do primeiro-ministro, que não é totalmente confiável, já que a desonrou (EDP e Novo Banco), no entanto, a sua não concretização, já em fase adiantada, além dum colossal fiasco, faria o PS perder as eleições…
Urge dotar os transportes públicos com capacidade de resposta para os novos desafios. À atenção do cativo, ministro das Finanças…
   Esta boa ideia, até favorece a saúde, pois nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, onde a taxa de carbono, por vezes, ultrapassa os limites, morre-se mais por doenças respiratórias.
   Aleluia à redução dos títulos de transporte!

    Vítor Colaço Santos 

O dilema de Conan Osiris


Não vi o Festival da Canção, nem ouvi, com um mínimo de atenção, a cantiga que permitiu a Conan Osiris ser seleccionado para representar Portugal (ou a RTP?) na Eurovisão, em Israel. Ainda assim, apoiado nas opiniões expressas por Roger Waters e Salvador Sobral, suprindo a minha fraca educação musical, sou levado a crer que a canção pode ter algum valor. Compreendo que haja vontades de que o cantor português (incluindo, provavelmente, a sua própria), venha a boicotar o Festival, não marcando presença, que poderia ser entendida como branqueadora das contestadas políticas israelitas. Compreendo, igualmente, que Conan Osiris, recentemente catapultado para a fama que todos os artistas desejam, queira aproveitar a situação para um lançamento internacional que, certamente, lhe vai entrar pelo bolso dentro.
Não estará fácil a vida para este jovem, e, faça ele o que fizer, não serei eu a criticá-lo. Valha-nos ao menos que o certame terá Telavive como palco, e não Jerusalém, como alguns desejariam.


terça-feira, 19 de março de 2019

A ÚLTIMA VÍTIMA




A Venezuela é a última vitima do imenso rol de intervenções criminosas dos EUA um pouco por todo mundo, para depor governos e substitui-los por outros com vista à imposição da sua hegemonia. Do seu império. Para isso, não olham a meios nem a métodos. Desde a mentira ao crime puro e duro.
Depois da campanha mediática global dos camiões queimados com “ajuda humanitária pelas hordas de Maduro”, eis que é mesmo o insuspeito “The New York Times” a desmentir a cabala. Afinal, um vídeo da investigação promovida pelo destacadíssimo jornal nova iorquino, prova que foi a rapaziada apoiante do intrépido Guaidó, também conhecido como a marioneta ou homem dos americanos, a incendiar com coquetéis molotov a tão generosa oferta.
Em relação à sabotagem, ao ataque cibernético, contra o sistema automatizado de controlo da central hidroeléctrica de El Guri(a maior da América Latina e a quarta maior do mundo) que deixou sem energia eléctrica cerca de 80% do território venezuelano e que afetou gravemente o sector dos transportes, o abastecimento de água, a segurança, os hospitais e a economia de uma maneira geral , passados 3 minutos da sabotagem, o senador norte-americano Marco Rubio anunciou no Twitter que o sistema de controlo automatizado de apoio da central hidroeléctrica de El Guri tinha falhado. No mesmo dia e na mesma rede social, Guaidó afirmou: “Para a Venezuela é claro que a luz chega com o fim da usurpação de Nicolás Maduro”. E o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ainda no Twitter, rematou, “Não há comida, não há medicamentos, não há luz, a seguir não haverá Maduro”.
Portanto, se dúvidas houvesse em relação aos autores dos crimes referidos, só quem for absolutamente ingénuo ou mal informado, as continuará a ter.
Lamentável também, aliás, mesmo trágico, é que a social-democracia ( para não falar já na democracia-cristã e na extrema direita) apoie todas estas violações grosseiras do Direito Internacional. Todo este terrorismo de estado. Aliás, já aqui o escrevi; o grande drama dos nossos dias, a par do efeito das alterações climáticas, é a subordinação da social-democracia ao capitalismo e ao imperialismo norte-americano. Gerando assim, a desilusão de largas massas e o aparecimento de demagogos, populistas e fascistas.
Francisco Ramalho

Publicado hoje no jornal "O Setubalense"

ÊXTASE DIVINO

Mal sabem eles. Eles desconhecem os lugares por onde andei. Os meus infernos e paraísos. O meu passado revolucionário. Eles que se cuidem que a coisa vai rebentar. Olhai o fogo. Olhai os exércitos. Alcanço o êxtase divino. A antiga sabedoria. Em Jesus. Em Zaratustra. Bem e Mal. Nada será como antes.

A televisão e o futebol

Jamais seria capaz de subscrever canais desportivos para ver jogos de futebol: limito-me a ver jogos quando são transmitidos através de canal aberto.
(O meu entendimento sobre futebol é de tal maneira, que uma vez (há mais de 40 anos) comprei um jornal desportivo e não entendi o que lá estava escrito - por isso não voltei a repetir essa compra).
Mas o que (eu) pretendo falar neste texto, não são exactamente os jornais desportivos, mas os jogos que desde há alguns anos passaram a ser "transmitidos" através de canais especialistas, ou outros que, de forma mais ou menos "desrespeitosa" para com os telespectadores, emitem de uma maneira "inovadora", através da qual apenas dão acesso a imagens das bancadas, dos bancos e de alguns movimentos dos treinadores.
No estúdio, têm uns quantos especialistas que têm acesso às imagens e vão expressando as suas emoções, conforme - às vezes - as suas preferências clubísticas.
Facilmente se percebe que existe um negócio associado a este procedimento: quem paga tem acesso às imagens, através de canal que previamente subscreveu; quem não paga, sujeita-se a esta prática pouco ética e ilusória, direi mesmo enganosa, para não dizer mentirosa.
Para concluir a minha opinião, quero deixar expresso que há jovens que gostam de desporto, mas por qualquer motivo, muitas vezes económicos ou por desinteresse dos adultos que com eles vivem, lá em casa, não se subscrevem esses canais de especialidade, e eles (esses jovens), de maneira frustrada, lá estão a olhar para as bancadas e outras imagens desinteressantes, quando o seu desejo seria assistir àquilo que lhe está vedado por esse canal de televisão - um simples jogo de futebol.
Tudo isto acontece desta maneira porque existe um interesse que não respeita, nem os mais jovens nem os menos jovens: o negócio que andam à volta do futebol, que movimenta muitos milhões, e isso é que interessa. Os milhões.
E quem tem, entra, faz parte, integra-se - quem não tem, fica de fora.
É esta a sociedade que temos.




segunda-feira, 18 de março de 2019

Desemprego e precariedade não acabam porque são negócio



Para além de utilizar o desemprego como arma para baixar salários e retirar direitos aos trabalhadores, o capitalismo associou-o à precariedade e criou um negócio, através das empresas de trabalho temporário, cujo lucro é produzido a alugar pessoas a outras empresas.

Em 2018, a precariedade atingiu quase 900 mil trabalhadores. No início de 2019, o número desempregados oficial inscritos nos centros de emprego ultrapassa os 350 mil, embora o número real seja substancialmente superior e cerca de metade dos inscritos não recebe qualquer subsídio.

O negócio do trabalho temporário aumentou cerca de 50% nos últimos cinco anos, tendo crescido a uma média de 9% ao ano. A facturação continua a crescer, em 2018 foi de 1350 milhões de euros, mais 6,1% que no ano anterior. Das 220 empresas existentes, 106 estão na região de Lisboa e 74 no Norte. As cinco maiores empresas de trabalho temporário registam 40% do volume de negócios.

Cerca de 100 mil trabalhadores foram movimentados/alugados pelo trabalho temporário, sendo mais de 70% dos contratos celebrados inferiores a três meses e a termo incerto. Quase 60% dos trabalhadores têm menos de 35 anos.

Foi em 1989 (30 anos), no governo de Cavaco Silva/PSD, que a actividade das empresas de trabalho temporário foi regulamentada na lei, sendo ministro do Emprego e da Segurança Social, José Silva Peneda, actual assessor do presidente da Comissão Europeia. Foi mais um passo na desvalorização do trabalho e dos trabalhadores.

Antes, em 1976, o governo de Mário Soares/PS, tinha dado o pontapé de saída para legalizar a precariedade, com os contratos a prazo, sendo ministro do Trabalho, Marcelo Curto. Foram as primeiras facadas no direito ao trabalho e segurança no emprego, conquistados com o 25 de Abril e consagrados na Constituição da República.

Os mais de 40 anos de política de direita e pró-capitalista explicam porque é que o negócio da precariedade não acabe e que se mantenham 22% do total de trabalhadores, com contratos a termo ou a prazo. Com o governo PS, desde 2015, a precariedade não diminuiu, apesar de promessas em sentido contrário. A precariedade no trabalho arrasta a precariedade para a vida das pessoas. Muito tem que mudar, para que a precariedade e o desemprego não sejam para sempre.

SIM, COMEÇO A VER A LUZ

Entusiasmo. Uma nova luz. Eles continuam a falar de dinheiro, de banalidades, de mexericos, da morte, de futebóis. Mas o mundo arde. Em Paris, na nova geração nas ruas, pelo clima. Vontade. Vontade de potência. Vida. Palco. Exuberância. A ferver. A responder ao caos. Vim mesmo para o novo mundo. Para o Reino. Para o país dos meus filhos. Apesar das crises, nada tenho a ver com os escravos nem com os donos do mundo. Sou filho da liberdade absoluta. Avanço. Um novo começo. Um novo mundo. Uma nova vida. Os olhos brilham. Estou mesmo de volta.

domingo, 17 de março de 2019

A NOVA ESPERANÇA PARA O MUNDO

Erguem-se novas forças no mundo. A revolta desesperada dos coletes amarelos em França, os jovens que se levantam em defesa do Planeta, que exigem medidas urgentes para a grande ameaça das alterações climáticas. Isto apesar do circo continuar, dos secretos donos do mundo, do Big Brother dos media e da internet, do terrorismo da extrema-direita, das potências e do Estado Islâmico. Isto apesar da luta pela vida, da corrida sem tréguas pelo dinheiro, pelo estatuto, pela carreira, da esquizofrenia global. Há uma nova esperança. Na inocência, na raiva, na poesia. We want the world and we want it now!

A questão da igualdade salarial

Por muita tinta que se gaste com este assunto o que havia a fazer pelos governos já foi feito.
Senão vejamos: O ministro ganha igual à ministra, o policia igual à policia o assistente operacional igual à assistente, o capitão igual à capitã, etc.
Isto na «corte imperial»,porque entre os plebeus para a maioria o problema não se põe.
Ordenado mínimo é ordenado mínimo, seja homem ou mulher.
Os restantes situam-se no âmbito discricionário da entidade patronal que nenhum empresário abdica.
Até acontece que por vezes o empresário é uma empresária e a discriminação a favor do homem continua.
Moral da história: isto é uma questão civilizacional, talvez lá para o século XXII.

Quintino Silva