domingo, 8 de setembro de 2024

Está em marcha um SNS para indigentes!

Os grupos privados de saúde - do negócio da doença, estão em alta e de parabéns, pois o Plano de Emergência e Transformação da Saúde (título de verborreia palavrosa), continua a contemplar a mercantilização da saúde. A saúde não deve nem pode ser objecto de negócio, jamais! A medíocre ministra da Saúde, apresentou aquele plano sem referir o total caos em que o SNS está mergulhado, já com alguma quota parte de culpa. Até, pasme-se, responsabilizou gerências hospitalares, na valência de obstetrícia, pelas urgências fechadas(!). A senhora ministra está psicologicamente bem? O financiamento aos grupos económicos do negócio da saúde será fortalecido por cada ecografia obstétrica. Não se dá condições ao SNS de as fazerem mas sim, sangrar o orçamento do SNS, para favorecer mais ainda os privados. Isto é abominável. No entender da ministra da Saúde, está tudo a correr conforme foi planeado (o seu desmantelamento, dizemos nós), e adiantou: o programa SNS Grávida foi um «sucesso»(!). A mentira, a hipocrisia, o cinismo e o querer fazer de nós, sobretudo das senhoras grávidas e das mães, gente acrítica e lorpas - é inqualificável! Com esta gente no SNS, falta quase tudo excepto vontade de o afundar ainda mais. A ministra da Saúde (privada), implementa unidades de saúde familiar, que vai dar mais dinheiro ao sector privado e social, do que pagaria ao SNS. Haja dinheiro... Não nos engane, não tenha covardia e diga: O SNS será só para indigentes!

 

A FESTA DA OPOSIÇÃO


Termina logo à noite a Festa do Avante! Que é como quem diz, a Festa da Oposição. A oposição que deve ser o futuro. O futuro não é o capitalismo. Seja ele gerido pelo PS, pelo PSD, pelo CDS ou pelas novas ramificações da direita ou da extrema direita. O resultado disso, está à vista. Uns, poucos, de pança cheia, outros assim assim, e a maioria sempre a contar os tostões e fazer contas à vida.

Termina hoje a Festa feita de maneira que nem todos os partidos juntos conseguem fazer. De longe, a maior e mais diversificada festa do país. No plano artístico e no plano geográfico/cultural/gastronómico. Está ali presente Portugal inteiro. Do Minho aos Açores e à Madeira. Milhares de militantes do PCP, amigos e simpatizantes, erguem-na, asseguram o seu funcionamento e desmontam-na.

É esta forte determinação em conjunto com outros democratas que será o futuro.

E como dizia O nosso grande Camões (lá bem representado) sobre o futuro que só pode ser melhor que o passado: “ Todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades...”

Francisco Ramalho


Por água abaixo

 

POESIA

 

Tudo à volta nos dá poesia

Mas raros são bafejados por ela

De que deverão ser a sentinela

Porque ela os elegeu para a magia.

 

Nas prioridades do dia a dia

Para haver o que meter na panela

É importante haver uma parcela

Para se ganhar mais sabedoria.

 

É difícil o que parece fácil

E o que se julga ser muito hábil

Desilude-se a querê-lo demonstrar;

 

E há-de a desilusão ser imensa

Quando o que é muito pior do que pensa

Percebe que nada vai realizar...

 

Amândio G. Martins

 

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

"Carapaus de corrida"

 

BIPOLARIDADE

 

Propendo a dar-me bem com toda a gente

Mas não sei como entender a bipolar

Que umas vezes saúda alegremente

Logo depois deixa de cumprimentar...

 

E quando alguém assim me surpreende

Se é doença só me resta lamentar

Se mania de burro/inteligente

Que mude essa forma de se comportar.

 

A quem não respeita o seu semelhante

Abusando com grotesco desplante

Não se lhe deverá fazer o mesmo;

 

Porque quem tem educação que baste

Deve fazer valer esse contraste

Perante quem brinca a fingir-se enfermo...

 

Amândio G. Martins

Restrições, contradições e regressões



Não tenho os pergaminhos necessários, e ainda menos os suficientes, para argumentar, no seu campo predilecto, com o senhor professor doutor Aníbal Cavaco Silva, a propósito do texto que publicou no PÚBLICO da passada quinta-feira sobre a “restrição orçamental”. Mas ser-me-á permitida uma dúvida que me conduz às perguntas seguintes: se é legítimo afastar liminarmente o argumento de que “as portagens são um factor determinante do investimento no interior do país e que daí resultará mais crescimento económico no futuro”, é igualmente legítimo afastar a ideia de que a descida do IRC poderá ser um factor com efeitos semelhantes na economia? É que este parece ser o argumento fundamental dos defensores dessa medida, designadamente entre os habituais correligionários do senhor professor. Por que razões não havemos de concluir que, da mesma maneira que “a eliminação das portagens é uma medida regressiva”, a baixa da taxa de IRC não é também regressiva, uma vez que parece óbvio que os “grupos ganhadores directos” são as grandes empresas?

O “senhor Silva” (a designação não é minha, foi “inventada” há uns bons anos por Alberto João Jardim), definitivamente, não me convence.

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Na grande cidade

 

 

 

 

 

 

 GRATA RECORDAÇÃO

 

Construíam então a grande ponte

Para ligar Lisboa ao outro lado

Que só soube depois de ter chegado

Como tudo o mais que foi importante.

 

Só depois de chegar vi o bastante

Para saber que crescia afastado

Daquele outro país mais avançado

Que comparado era exuberante.

 

Das melhores recordações desse tempo

Lembro o que foi o meu empenhamento

Para ser esclarecida pessoa;

 

Se nem tudo o que quis foi conseguido

Ainda assim muito agradecido

Por quanto pude crescer em Lisboa...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Predadores do interesse nacional

 

Sabia-se que a privatização da TAP, concretizada no estertor do governo de Coelho & Portas, tinha atropelado todas as regras, desde logo porque esse governo já não tinha legitimidade democrática para fazê-lo, por tê-la visto chumbada no Parlamento, não podendo tomar decisões daquela envergadura; todavia, fizeram-no com todo o descaramento que os caracteriza, descaramento agora reafirmado pelos principais protagonistas daquele rombo, para a companhia aérea e para o país, a ex-ministra a quem é oferecido um lugar dourado na Comissão Europeia, e o seu ex-Secretário de Estado, agora ministro, com poder para decidir novamente enterrar a nossa companhia de bandeira.

 

De facto, no relatório agora divulgado, diz-se que a TAP foi comprada com o seu próprio dinheiro, por uma parelha de empresários, um português e outro americano-brasileiro, que, sabia-se, naquele negócio tinham pouco ou nada que os recomendasse, para lá de serem muito bons no aproveitamento de negociatas como a que se lhes oferecia; e a dupla de génios que concretizou a falcatrua nem pode argumentar, como fizeram com os Correios, que tinha sido uma exigência da famigerada “troika”...

 

Amândio G. Martins

A anedota serve-se fria



Em 2015, de “pé na tábua”, que o tempo fugia, o Governo de Passos Coelho privatizou 51 por cento da TAP, em venda ao consórcio Atlantic Gateway, com grande protagonismo de Miguel Pinto Luz (M.P.L.), secretário de Estado das Infraestruturas, e de Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças. Quase oito anos depois, em Maio de 2023, pudemos todos ouvir da boca de M.P.L. elogios em boca própria (diz o povo que são vitupérios), reclamando para aquela privatização as honras de ter dado ao país a “maior TAP de sempre e, provavelmente, a melhor TAP de sempre”. É de admirar (?) que tivesse passado à frente sem qualquer referência a que o negócio pudesse ter, na base, pormenores porventura criminais. Ou talvez pensasse que os fins justificam os meios, sobretudo em matéria de privatizações, em que, à aproximação da oportunidade, há que ter “olho vivo e pé ligeiro”.


Público - 04.09.2024

terça-feira, 3 de setembro de 2024

O paradoxo algarvio


Passei uma semana de férias no Algarve, e parecia que estava numa das regiões mais ricas da Europa, quiçá do mundo.
Todavia dizem as estatísticas que é a região mais pobre de Portugal continental.
Passei parte da minha vida profissional a trabalhar no Algarve onde fiz alguns amigos e procurei junto de um deles se havia alguma explicação lógica para este paradoxo.
A  explicação é muito simples, disse ele.
 1 Os grandes negócios não são de portugueses, mas sim de estrangeiros, e o grosso do dinheiro nem sequer dá cá entrada fica logo do outro lado .
2 Mesmo aquele que é  gasto localmente, acaba nas mãos dos mesmos  exceptuando aquele que é gasto nos poucos estabelecimentos que ainda são propriedade de algarvios
3 Dados os preços ali praticados,os patrões em quatro meses ganham o ano inteiro, mas os empregados não; daí a pobreza, quatro meses de trabalho geralmente mal pago e oito meses por conta da segurança social.
Sr. ministro das finanças aquela região justifica uma task force que veja se as mais valias geradas lá justificam que seja a região mais pobre do continente.

Quintino Silva

 

É IMPERIOSO UM MUNDO MELHOR


Vivemos os dias mais imorais da nossa época. Tivemos duas guerras mundiais com cerca de 70 milhões de mortos. Episódios tão horríveis como a sobrevivência e morte nas trincheiras e por gaseamento, o holocausto, bombardeamentos aéreos de cidades e bombas atómicas contra Hiroxima e Nagasaki.

Tivemos ainda tantas outras mortíferas guerras como a da Coreia, do Vietname, onde foram despejadas mais bombas que em qualquer outra. Muitas de napalm que queimaram florestas inteiras e tanta gente inocente. Também as do Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, Iémen e tantas outras, mas nunca nenhuma como a atual na Palestina. É que em todas as outras, foram efetivamente guerras. Exércitos contra exércitos. Ali não! Ali, é um genocídio. Um exército poderoso, contra um ou alguns grupos armados. Mas, essencialmente, contra um povo, obviamente, desarmado. Veja-se quem é a esmagadora maioria das vítimas. Atacadas até em hospitais, templos religiosos ou campos de refugiados. E imagine-se a falta de condições e de vontade para a vacinação contra o surto de poliomielite causada pelas condições degradantes onde se morre de fome e falta de tratamentos médicos. E com esta grande diferença; apesar de nem os jornalistas serem poupados e o mundo não ter acesso a todos os horrores impostos pelas Forças Armadas do país ocupante, Israel, mas sabe-se que se trata de um genocídio. O massacre de um povo. E sabe-se também, que o país agressor é apoiado pela ainda maior potência mundial, os EUA, e tolerado pela UE.

Claro que o holocausto nazi, foi ainda pior e de maior dimensão. Mas quase não se sabia e os responsáveis foram e são condenados quase unanimemente. Estes, são recebidos apoteoticamente em Washington e tolerados na Europa.

Portanto, a imoralidade está no poder. Mas, apesar da grande manipulação mediática (Hitler e Goebbels, também manipularam o povo alemão e fizeram o que fizeram), a humanidade não se revê nela.

É imperioso um mundo melhor. Um mundo de cooperação e de paz entre as nações. Sem pretensões hegemónicas como acontece com os EUA a liderar. A beneficiar a sua poderosa indústria bélica, a reforçar e expandir o seu braço armado, a NATO, até ao Oriente com a sua filial, a AUKUS, visando a China.

Mas, é da história, os impérios, depois da ascensão e do apogeu, têm a inevitável queda. Este, não será exceção. Apesar de contradições entre os seus membros, aí estão os BRICS a prová-lo.

As guerras de domínio, o apoio a golpes de Estado e a ditaduras que têm protagonizado um pouco por todo o mundo, por exemplo, Vietname, Chile, Jugoslávia, Iraque, Líbia, Síria e agora o apoio a este genocídio, que moral tem esta gente para impor as suas pretensões, seja onde for?

Por exemplo, é pelo povo ucraniano que mantêm a guerra contra a Rússia? Aliás, depois de terem sabotado todos os acordos como o que previa um referendo para a região russófona do Donbass e a expansão da NATO para junto das fronteiras daquele país. Qual o objetivo? Não será o mesmo de sempre?

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE



domingo, 1 de setembro de 2024

Esta política está embotada e embolorecida...

A política do poder instituído está a empobrecer as classes baixas, porque estas, também, estão desmobilizadas e alheadas, como convém. A economia de mercado, tão grata e tão defendida por quem manda, cada vez mais dominada pelas corporações, visa, não a distribuição equitativa da renda mas, a caça ao lucro! O amorfismo da maioria gera ausência de questionamento, desmobilização e falta de protesto na rua, sendo que as razões são de sobra: SNS a colapsar, salários exíguos, habitação em défice profundo, Justiça dual e por aí adiante... O capitalismo engana-nos há tempo demais. Os dividendos deste iníquo sistema são apropriados por uma minoria... (hoje quem usa o termo capitalismo fica - «conotado»). É preciso dizer bem alto a verdade, que não tem sido dita: os trabalhadores, a maioria, têm muito, muito poder, que não tem sido aproveitado, porque estão dormentes.... O alvo é a esperança e a luta, porque quem não luta perde sempre! A social-democracia é inimiga da mudança e, vem sendo, o baluarte do capitalismo! Os sociais-democratas traem sempre, no caso, o PSD e o PS. Estes, na prática são partidos neo-liberais. Ponto!


 

AS FESTAS DE CORROIOS


Após 10 dias e com mais de 1 milhão de visitantes, termina hoje a 47ª edição das Grandes Festas Populares da Vila de Corroios.

1 milhão e tal de visitantes, é obra! Um dos maiores eventos do género, a sul do Tejo e mesmo a nível nacional. O maior de todos, organizado por um Junta de Freguesia.

Que faz tanta gente acorrer ao Parque Urbano da Quinta da Marialva em Corroios?

A diversidade cultural, musical, gastronómica, a exposição dos produtos e da atividade de comerciantes e empresas.

Mas, por detrás de tudo isto, como é fácil compreender, está muito trabalho e dedicação.

Muito trabalho e dedicação, do Executivo CDU da Junta de Freguesia de Corroios, da Comissão de Festas, dos trabalhadores da JF de Corroios, de centenas de comerciantes e empresários, do apoio das Forças de Proteção e Segurança (Bombeiros e PSP) e, sobretudo, dos artistas. Dos artistas que arrastam multidões. Pelos palcos Carlos Paredes e Corroios, passam dos melhores. Dos melhores, a nível nacional, local e regional.

Mas o principal protagonista é o povo. E esse, como se constata todos os anos, para satisfação de todos os outros protagonistas, alegre e vibrante com as suas Festas, está em força.

Corroios é outra música!

Francisco Ramalho



Pimbalhadas

 

Como temos um primeiro-ministro “pimba” quanto baste, a sua esperteza saloia não espanta quem minimamente o conheça, e as explicações que dá para o disfarçar só acentuam aquela sua qualidade; de facto, o desplante com que nos diz que “é sua responsabilidade, em nome do povo português, estar ao lado daqueles que também arriscam a sua vida”, quando o que do seu oportunismo resultou não foi mais que estorvar quem trabalhava, atirando areia para os olhos da gente, num exibicionismo populista cujo objectivo não escapará nem aos mais papalvos.

 

Como não escapa a agressividade com que se dirige aos partidos de que precisa para poder aprovar o Orçamento, criando o ambiente propício para a sua queda, e depois tirar partido de ter sido desnecessariamente derrubado por políticos irresponsáveis, a quem só interessa o Poder, em prejuízo do bem-estar dos portugueses; e sendo claro  que Montenegro não tem perfil para governar em minoria, também não ficam dúvidas de que pretende mesmo eleições quanto mais cedo melhor, porque a única capacidade que até agora se viu ao seu governo é na substituição de pessoas que tinham sido nomeadas pela anterior governação, houvesse ou não razão para isso, no mais, quanto mais durar a situação actual, maior será o retrocesso, e isso não o ajudará a ganhar maiorias...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

A austeritária, Maria Luís Albuquerque, representa o dramatismo, a dor, a fome,...

A troikista ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, de muito má memória e pior actuação foi escolhida, para comissária na UE, «pelo reconhecido mérito político e profissional»(!), disse Luís Montenegro. Esta designação com um cadastro totalmente a favor das classes possidentes faz sentido... esta governança representa os ricos com competência! A nomeação insere-se na linha direitista do PPE, do qual o PSD faz parte. Bate certo. Ninguém esquece, que se envolveu na alienação de empresas estratégicas: a Ana, a EDP, os CTT e a REN e fazendo o contrário do que anunciou - geriu a falência do BES, com o dinheiro do erário público, desembolsando muitos, muitos milhões de euros! Ninguém esquece, que em 2022 foi trabalhar para a Morgan Stanley instituição financeira com quem negociou, contratos leoninos, a favor daquela, quando esteve no governo, já depois de ter passado pelo fundo abutre, Arrow Global. Ninguém esquece que propôs cortes significativamente dolorosos e altos sobre salários e menos de 5% sobre a banca e a energia, dizendo cinicamente que a proposta era «equilibrada e equitativa»(!), adiantando que os portugueses não tinham razões para se queixarem. Isto é o cúmulo da hipocrisia decadente e da rapina, ao serviço do capitalismo selvagem e esclavagista que mata! Enquanto péssima ministra, jamais implementou uma módica medida a favor dos trabalhadores. O curriculum desta malquista figura diz tudo... Contemplaram-na, será comissária, numa dita, que não é, União - Europeia!

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Divulgava as boas maneiras

 

DISSE MARCO AURÉLIO  (121-180)

 

Que todo o homem recto e virtuoso

Se assemelha ao que fede dos sovacos

Que quem dele se aproxime alguns passos

Logo sente o seu carácter bondoso.

 

Mas desde esse romano estudioso

Que corrigia os espíritos mancos

Não houve muitos que fossem tão francos

E deram por certo o não rigoroso.

 

Há muito figurão dissimulado

Que se não lhe rende fica calado

Quando poderia ajudar os outros;

 

Mas nem todos serão maus nesta era

Ainda há-de haver quem no bem se esmera

Embora conhecidos sejam poucos...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 27 de agosto de 2024

 

AGOSTO ESCALDANTE


Está a finar-se este agosto que não deixa saudades. Para além das altas e constantes variações térmicas que chegaram a oscilar 10 e 12 graus em dois dias com consequências altamente negativas para a saúde, principalmente dos mais débeis; idosos e pessoas com doenças crónicas, foram em grande parte responsáveis por essa calamidade que são os incêndios, sobretudo os florestais. Com destaque para o maior deles, o da Madeira que provocou imensos prejuízos, críticas ao Executivo local pela forma como geriu o combate, que deixou a Pérola do Atlântico menos bonita e também pela evidente falta de prevenção.

Politicamente, talvez se destaque a rentrée do PSD com críticas ao anterior Governo/PS.

É já um clássico. Quando o governo de um dos alternantes toma posse, queixa-se da herança do outro. Foi isso que fez Luís Montenegro, sobretudo em relação aos problemas no Serviço Nacional de Saúde. E tem razão! Só que o seu partido não faz melhor, e as soluções que apresenta são mais ou menos iguais às do PS.

Quem se lixa é o povo. Agora, ainda mais as parturientes. Imagine-se a aflição quando chega a hora, com tanta maternidade fechada ou sobrelotada.

Portanto, são críticas estéreis e recorrente dos alternantes que, desgraçadamente, este povo, também recorrentemente, os continua a colocar no poder.

Aqui na região, lamentar também denúncias que fizemos na última edição antes das férias, 30/07/24, sobre as “Coisas Feias na Costa da Caparica”, se mantenham. Aliás, a lixeira a céu aberto a cem metros da localidade mesmo junto à Via Rápida, agora, evidentemente, ainda está maior. Mas, felizmente, entre outras coisas positivas, destacamos a 47ª edição das grandes Festas da Vila de Corroios em curso desde 23 de Agosto até 1 de Setembro. Trata-se sempre de um evento de grande importância para dinamizar o tecido empresarial da região e não só, o Movimento Associativo Popular, a Cultura, os nossos artistas, e uma oportunidade para os apreciar que vai muito para além dos habitantes de Corroios e do concelho do Seixal.

O Cartaz, como habitualmente, é excelente. Para além do Carlão, do Festival de Folclore de Corroios, da Irma e Carolina Deslandes e do Herman José, pode ainda hoje à noite, assistir ao concerto da grande fadista Sara Correia e depois, D.A.M.A., Bizarra Locomotiva e Tara Perdida, Calema, Dino D´Santiago, Sérgio Godinho e (primeira parte) Madalena Ribeiro.

No plano internacional, a guerra na Ucrânia e na Rússia mantêm-se, assim como o genocídio na Palestina. Gaza e Cisjordânia. A hipocrisia atingiu o máximo com Netanyahu a ser recebido apoteoticamente em Washington e enquanto falam em cessar-fogo e propostas de paz mesmo temporárias, continuam com a matança de inocentes.

Na Ucrânia, idem idem, aspas aspas. Em vez de propostas de paz, única maneira de se acabar com a guerra, o braço-de-ferro entre os EUA, NATO e UE com a Rússia, continua. Até quando?

Até que morram mais quantos milhares ou milhões? Quem é que ganha com isso? Os povos, de certeza, não!

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE











Abalos sísmicos

 

Dizem os entendidos no tema que a nossa península se situa entre duas fracturas tectónicas importantes, que são a euroasiática e a africana, e é quando elas se movem que a coisa treme toda à superfície; todavia, o nosso território continental não tem sido muito martirizado, se tivermos em conta que, desde a hecatombe que foi para o Sul, sobretudo a região de Lisboa, aquele de 1755, não nos podemos queixar de grandes tragédias sísmicas.

 

Estava em Lisboa quando aconteceu o que terá sido o mais marcante abalo desde aquela data acima referida, que então deixou mesmo muita gente a tremer de medo, entre a qual me encontava; cumpria o serviço militar e pertencia ao então chamado Batalhão de Telegrafistas, mas não pernoitava no aquartelamento, tendo um quarto alugado num rés-do-chão ali próximo, Rua Frei Manuel do Cenáculo, uma zona de construções muito velhas.

 

Dormia quando tudo começou, e acordei com o tropel dos moradores dos andares de cima a descer as escadas de madeira; o que ainda recordo com nidez era a cama como que a balouçar em cima das ondas, da qual saltei rapidamente para a rua, onde me juntei àquela gente que surgia assustada de todos os cantos e ficava a comentar o que cada um tinha sentido, sem ocorrer a ninguém que se um daqueles prédios ruisse podia esmagar muita gente.

 

A explicação que posteriormente li, para que não tivesse havido estragos de monta, e corroborava aquela sensação de flutuar que tive ao acordar, foi que o movimento imprimido à terra foi horizontal, que é sempre bastante menos gravoso do que se fosse vertical; como quer que seja, a zona Norte do país é sempre menos afectada por estes abalos, e no caso concreto de ontem, que seguramente estava onde estou agora, a escrevinhar as minhas coisas - como sempre faço a partir das quatro horas até à seis e pouco - nem senti nada, sendo surpreendido quando ouvi as notícias.

 

Amândio G. Martins           

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Má surpresa

 

DESCONFORTO

 

O gaio é um pássaro bonito

Mas o seu canto é um grasnar sem graça

Como a moça cuja lindeza arrasa

Mas se te fala sufocas um grito.

 

Suportas o momento em conflito

Porque aquele contraste é uma desgraça

É uma sensação que te embaraça

Queres livrar-te daquilo por instinto.

 

Estando calada é uma beleza

Começa a falar e na má surpresa

Queres evitar ser antipático;

 

Enfada-te aquela aproximação

Não te interessa prolongar a palração

Mas és na situação pouco prático...

 

Amândio G. Martins

 

 

domingo, 25 de agosto de 2024

Urge reposição do poder de compra dos reformados e pensionistas

Uma quase esmola do desgoverno ao querer implementar um suplemento extraordinário das pensões, não resolve o poder de compra dos pensionistas e reformados vulneráveis. Estes merecem respeito mas, só são vistos como potenciais eleitores, de eleições legislativas antecipadas, que inexoravelmente se aproximam... É errático conceder-se suplemento, a quem recebe mais de 1000 a 1527,78 euros. Seria mais justo e equitativo usar-se este dinheiro para quem recebe reformas/pensões até 509,26 euros. Mas, a justiça social e equidade não fazem parte do léxico político desta governança. Para problemas estruturais, medidas conjunturais são meras medidas paliativas, que nada resolvem mas, acentuarão a estagnação do elevador social... A dimensão das dificuldades e do dramatismo da vida dos reformados, pensionistas e idosos, que têm, muitos, muitos deles pensões miseráveis, não são compatíveis com estes pífios assistencialismos caritativos... mas sim, com a reposição do poder de compra perdido e pior, sujeitos a ''escolherem'' entre ir à farmácia ou ao supermercado. Urge valorizar quem trabalhou uma vida, aumentando as suas reformas e pensões. Este país nunca foi para 'velhos' mas, agora com a AD direitista - piorou!

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Predadores incorrigíveis

 

ÁFRICA

 

De velho berço da Humanidade

A um continente depauperado

Por todo o invasor a ter roubado

Fazendo-a sua propriedade.

 

Ao fim de séculos de impunidade

Escravizando gente como gado

O traficante acabou obrigado

A rever a sua indignidade.

 

Como o mal feito não teve remédio

Ainda hoje mantêm o assédio

Fingindo-se de ajuda necessária;

 

Não houve rebate de consciência

Disfarçam sem vergonha a indecência

Numa situação sempre mais precária...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

UCRÂNIA & Zelensky

 


É incompreensível como o poder político ucraniano, de que o presidente Zelensky é desde 2019 a face mais visível e o seu porta-voz permanente, convive com a escalada da tragédia na Ucrânia, os milhares de mortos, os imensos e dolorosos sacrifícios do seu povo, os milhões que fugiram da guerra, a destruição de estruturas e edifícios de todo o tipo, com o PIB a diminuir quatro vezes e a dívida a chegar a 100% do mesmo, com os E.U.A., Nato, U.E. e indústria militar insistindo no prolongamento da guerra, empurrando para um conflito, com agravamento recente, que poderá ocasionar graves consequências para a humanidade.

Os acordos de Minsk foram uma tentativa para evitar um conflito na Europa e uma base para uma negociação entre Ucrânia e Rússia, mas como confirmaram Macron (França) e Angela Merkel (Alemanha) foram sabotados para permitir que a Nato rearmasse a Ucrânia na sua intenção e acção de continuar o cerco à Rússia. Confirmou-se também o envolvimento da Ucrânia na sabotagem e atentado contra o gaseoduto Nord Stream, com conhecimento e aprovação de Zelensky. A mobilização militar está cada vez mais jovem, os ucranianos com 16 anos serão incluídos no registo de recrutas e aos 17 anos serão registados no exército.

A guerra na Ucrânia não se iniciou em Fevereiro de 2022, mas decorre desde 2014, embora a invasão da Rússia seja condenável. O conflito envolve desde o início a Nato, E.U.A. e U.E. A constituição ucraniana não está a ser cumprida, o mandato de Zelensky terminou em Maio e deveriam realizar-se eleições, são atropeladas as liberdades democráticas, tolerados os neonazis, proibida e reprimida qualquer oposição com ilegalização dos respectivos partidos,  censurada ou proibida a comunicação social que não apoie o actual regime e discriminados ucranianos por motivos linguísticos, religiosos e políticos.

Existe um movimento internacional «A outra Ucrânia» que tenta chegar à comunidade internacional e faz apelos às várias organizações a começar pela ONU, defendendo a paz e a resolução do conflito ucraniano com base nas verdadeiras razões da sua ocorrência.

E se votássemos todos?



Por alturas das campanhas para as presidenciais dos EUA, muitos vêm recordar que, atendendo às consequências globais que o desfecho das mesmas normalmente acarreta, muitos outros cidadãos do mundo também deveriam ser eleitores. No caso presente, congratulo-me por não ter de exercer esse voto. Compreendendo perfeitamente as razões aduzidas por João Miguel Tavares (PÚBLICO de 20/8), concluindo que, caso fosse americano, “votaria de caras em Kamala Harris”, não sei se, a imitá-lo, eu não ficaria com um amargo de boca semelhante ao que se tem quando se engolem sapos (sei do que falo: em 1986, votei em Soares). Por muito simpática que seja Kamala, e é, ninguém tenha dúvidas de que, sob a sua batuta, os EUA prosseguirão as geopolíticas habituais, a começar pelo tratamento desigual e cruel dado a israelitas e palestinianos, e nunca deixando de se intrometer, muitas vezes sem serem chamados, nas “questiúnculas” regionais.

Mas, está claro, como em Trump nem morto eu votaria, talvez tapasse a cara da Kamala Harris e pusesse lá a cruzinha. Se ao menos o Rato Mickey se tivesse candidatado… 


quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Tudo puxa para baixo

 

Um dos meus companheiros de caminhada matinal decidiu, antes que lhe negassem renovar a carta de condução, arrumar o carro de vez porque, dizia, já fazia muitas asneiras e andava com medo; com 88 anos, não deixa de ser sensata a decisão, e leva-me a pensar que, mais cedo ou mais tarde, embora seja um bocadinho mais novo, terei de ponderar fazer o mesmo, se entretanto me não for negado o documento, porque é inexorável que os reflexos e a agilidade se vão reduzindo a cada dia que passa.

 

Vivendo em aldeias mais ou menos distantes, mas tendo prazer em descer do monte até à sede do concelho, caminhar nas ecovias que marginam o Lima, comprar o jornal, cavaquear no café, bem falta faz um transporte colectivo mais dedicado a jubilados para que, sobretudo os de idade mais avançada, possam prescindir do automóvel; mas o que existe, para além do que faz o transporte da miudagem para as escolas, limita-se a uma recolha de manhã cedo, que satisfaria, se a de volta não fosse só ao início da tarde, com uma terceira à noitinha, condicionando muito a mobilidade dos idosos, que ficam dependentes de uma eventual boleia...

 

Amândio G. Martins

O enigma de Blinken



Ainda não tenho a certeza de saber para quem trabalha Antony Blinken: se para si próprio (ficar para a História como o pacificador do Médio-Oriente); se para o Partido Democrata (não o prejudicar nas próximas eleições); se para a Administração Biden (é funcionário do Governo); ou se para a Paz (nesta matéria, desiludamo-nos, Blinken não acerta uma). Passa por exercer “fortíssimas” pressões sobre Netanyahu, sem nunca se lhe ouvir a mínima referência a reduzir (suprimir totalmente seria sinal de “demência”) os fornecimentos de armas a Israel, quando o que está na ordem do dia é aumentar as autorizações para novas “exportações”, sempre numa lógica de que os israelitas têm todo o direito de se defenderem. 

Talvez a resposta seja um pouco mais prosaica. Mesmo que o queira (duvido seriamente), talvez Blinken não tenha poder suficiente para confrontar Netanyahu com essa “pressão”, o que poderá também acontecer a Biden, seu chefe directo. A vassalagem à indústria bélica norte-americana não está escrita em lei nenhuma, mas que la hay, la hay.


Público - 25.08.2024

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Não é boa coisa a precipitação

 

PACIÊNCIA

 

Possamos conservar a paciência

Ante os que nos queiram fazer perdê-la

Saibamos como fazer uso dela

Para não cairmos na imprudência.

 

Saibamos valer-nos da experiência

Evitando caír-lhes na esparrela

Porque provocam a escorregadela

E logo negam ter interferência.

 

É bom poder manter a confiança

Não deixando morrer a esperança

Em gente que se mantenha aprumada;

 

Se nada garante a idoneidade

Acautelemo-nos contra a maldade

Daquela gente mal intencionada...

 

Amândio G. Martins

 

 

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Ainda vai sair cara a bandalheira

 

Sabemos que uma das mais trágicas fragilidades das democracias é a que que permite aos seus inimigos os actos mais corrosivos do seu funcionamento, subvertendo todas as regras, na crença de que eles, pelo exemplo da tolerância que lhes é dado, venham a ter um rebate de consciência, se arrependam do que fazem e se transformem em cidadãos decentes e cumpridores; trágico equívoco, porque essa subespécie de gente, não sendo vulnerável a tais ”fraquezas”, vai servir-se do caminho aberto para dar livre curso aos seus piores instintos.

 

De resto, veja-se há quantos anos aquele cadastrado nazi do denominado "1143" é notícia, por tudo quanto é mau numa sociedade que se quer livre e pacífica, servindo-se agora duma data em que o fundador da nacionalidade desenvolvia acções para consolidar a independência, para pretensamente legitimar as suas aberrações, para as quais nunca falta a esta escumalha uma ampla divulgação, sobretudo servindo-se das inesgotáveis possibilidades que lhes dão as redes abertas a tudo quanto é lixo, a que os potentados detentores fingem reprimir, mas fecham-lhes uma porta e abrem não sei quantas janelas.

 

 Outro é um sujeito que, expulso da magistratura, se calhar por ir muitas vezes à missa, quando lhe bastaria uma por semana, dá ao seu bando o nome “habeas corpus”, para cometer todo o tipo de atropelos à liberdade dos cidadãos, o que é a negação do nome de que abusivamente se serve; e é verdadeiramente chocante que as autoridades pouco possam fazer, dado que, quando chegam ao local dos desacatos já o mal foi feito e nada acontece aos malfeitores...

 

Amândio G. Martins

domingo, 18 de agosto de 2024

Não é Entidade para a Transparência é Entidade para a Opacidade!

O executivo do PS, caso governasse com poucochinho socialismo, ainda hoje era levado no andor do poder mas, foi incompetente, nefasto e determinado em favorecer os do costume... com primazia para a sua clientela politica. Durante a sua vigência não foi capaz de concretizar, o que tinha prometido, a Entidade para a Transparência. Só há pouco isso foi possível. (Parto difícil, pois há muito que faltam obstetras...). Porém, não é Entidade para a Transparência, antes pelo contrário, é Entidade para a Opacidade! Bloqueia regras definidas para obstar a não identificação e tornar público o acesso ao património dos políticos, por parte, designadamente dos jornalistas que têm o dever e direito de nos informar quais os rendimentos da classe política! A governança, não chore lágrimas de hipócrita carpideira pela imprensa em suporte de papel a minguar ou queira mitigar as suas baixas tiragens com quaisquer medidas paliativas, ao invés, tem de interferir nesta sensível matéria, se não o fizer - é cúmplice! Este miserável país que eu amo!, com uma sociedade civil embrutecida, submissa e desmobilizada, não passa da cepa torta porque, também, a corrupção tem várias máscaras e promotores políticos!

Do custo da ignorância

 

BRUXARIAS

 

Crêem mais na bruxa que no médico

Dando-lhe aura de “mulher de virtude”

Que lhes garante de volta a saúde

E para tudo lhes dá um remédio.

 

Tirando-lhes o último sestércio

Deixou-lhes mais próximo o ataúde

Vemos esta cena tão amiúde

Que nem apetece tratar em verso.

 

Esquecem Deus por qualquer vigarista

Que lhes garante ser especialista

Em pormenores que Ele desestima;

 

E depois de se verem extorquidos

Com nenhum dos problemas resolvidos

Só resta lamentar-se da má sina...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

sábado, 17 de agosto de 2024

Intocáveis

 

 

 

 

ESTÁBULOS DE AUGIAS

 

Prosperaram à margem da verdade

Que só cumprem quando é favorável

Para além disso é-lhes descartável

Não lhes rende nada a honestidade.

 

Como a mentira lhes dá potestade

A pura verdade é-lhes dispensável

Coisa de idealista miserável

Que não é ninguém na sociedade.

 

Como o dinheiro dá imunidade

Progridem na porcaria à vontade

Por com ela andarem mancomonados;

 

Quem tiver coragem para os enfrentar

Vai precisar de um rio para lavar

A porcaria de tantos safados...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Chantagens e malabarismos

 

Ensaiando a famosa tactica futebolística, seguro de que a melhor defesa é o ataque, Montenegro mostra-se animadíssimo nessa onda, e subscrevo o que dizem os partidos da Oposição, quando o acusam de andar em campanha eleitoral, ele que ainda só leva quatro meses de exercício; sendo óbvio que ninguém, com alguma noção de realismo, espera que tenha resolvido qualquer problema, muito menos o da saúde, o descaro do homem em afirmar que a saúde já está muito melhor, traz-me à memória aquela vez em que, mera caixa de ressonância de Passos Coelho, concordava que as pessoas não estavam bem, mas o país estava muito melhor.

 

Sendo verdade que os portugueses não são todos estúpidos, como, quase apoplexo, gritou à militância, será melhor para todos que desça à terra e se deixe de provocações, tentado a esticar a corda até que se parta, porque a maioria das pessoas, que não se confunde com a militância acéfala, quer é que trabalhe e cumpra as suas obrigações, a começar pelas generosas promessas de março passado, e não que consuma o tempo em chantagens e malabarismos...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Simulacros de verdade

 

OPINIÃO

 

Poder ter a liberdade de opinar

Destapa dos dogmas a falsidade

Permitindo à generalidade

Esclarecer para não se duvidar.

 

Sabendo o que é difícil comunicar

Contra as armadilhas da liberdade

Atenção à falsa idoneidade

Daqueles cuja função é enganar...

 

Quem do que diz tem boa consciência

Não vai recorrer à maledicência

Nos diferendos com um oponente;

 

Que se a retratar-se for obrigado

Por não ter sabido ser aprumado

Vê anulado o respeito da gente...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

NATO COM TAMBORES DE GUERRA E FALSA BOA SAÚDE DE BIDEN

 


Biden e Nato aproveitaram a cimeira dos 75 anos da organização belicista, que decorreu entre 9 e 11 de Julho, em Washington, para além de continuarem a tocar os tambores da guerra e o seu agravamento, de espalhar desinformação e tentar impor a candidatura de Biden a novo mandato de presidente dos E.U.A., escondendo a degradação física e mental, com o auxílio de líderes de diversos países a passar um falso atestado de boa saúde, para calar as vozes que reclamavam a desistência de Biden.

Dez dias após a cimeira da Nato, a 21 de Julho, Biden abandona a candidatura a presidente dos E.U.A., embora ficando por explicar a razão por que durante tantos meses a sua incapacidade foi encoberta e negada pela própria administração norte-americana. Na sequência é lançada a nomeação de Kamala Harris, para assegurar o acesso aos muitos milhões e milhões de dólares para a candidatura democrata, com origem nos doadores ligados às corporações e transnacionais.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Vemos, lemos e não podemos ignorar

Todas e todos temos de gritar bem alto: parem com o genocídio sobre o indefeso e pobre Povo Palestiniano! Já foram mortos mais de 100 Jornalistas pelos assassinos israelitas! As torturas inclassificáveis feitas a presos palestinianos, muitos sem culpa formada, representam uma selvajaria com base em desumanas violações. É a negação dos Direitos Humanos perpetrada pelos sionistas descendentes, cujos ascendentes, muitos muitíssimos, foram mortos pelo nazismo. Israel há muito que perdeu o capital de simpatia sentido por tudo o que lhes sucedeu no Holocausto mas, o genocídio e a configuração de extermínio sobre os palestinos, a simpatia virou mais que antipatia - é monstruosa repugnância! Aplaudimos o artigo de opinião, no Público, de Alexandra Lucas Coelho: «E rasgar o recto com um pau, é legitimo?» Um deputado fascista de extrema-direita israelita, apoiante do governo, respondeu que sim(!), desde que seja do Hamas. «Soldados sodomizam os detidos e chamam «putas» a palestinianas forçadas a deixarem os filhos», escreve adiante. Sincera e comovida gratidão, a Alexandra pela lúcida frontalidade, solidária coragem e escrita asseada! O governo português tem de chamar o embaixador israelita em Portugal e protestar veementemente contra as cruéis atrocidades praticadas. De que esperam para reconhecer a Palestina? Há 20 anos os portugueses, vestidos de branco, protestaram solidariamente nas ruas pela emancipação de Timor-Leste, sendo este peso e medida igual ao do desprotegido Povo Palestiniano. Timor fez-se Estado, mais cedo que tarde, um Estado terá a Palestina!

 

A BELA E TÃO DESCONHECIDA AMMAIA


No Parque Natural da Serra de S. Mamede, mais concretamente no belo Vale de Aramenha, encontram-se as ruínas e demais vestígios daquela que foi uma importante cidade do Império Romano, Ammaia. No seu auge, por volta do século III DC, calcula-se que a sua população tenha chegado às 6 mil almas. Quase o dobro do concelho onde se situa, Marvão.

Dos 25 hectares que ocupava, apenas 2% dessa área está explorada. Mesmo assim, é rico e interessantíssimo o espólio. Para além de inúmeras moedas, estatuetas, loiças, adornos pessoais, sarcófagos, almudes, etc., uma das coisas que impressiona é saber-se que naqueles tempos tão longínquos, já ali se fabricava e moldava vidro. As belíssimas taças, e jarras expostas, assim o confirmam.

Situada no eixo Lisboa Mérida, Ammaia, foi um importante entreposto comercial da Lusitânia. E é hoje um valiosíssimo documento vivo da nossa pré-história e do Império Romano. Lamentavelmente, tão pouco conhecido!

Um grupo de 54 alunos e professores da Universidade Intergeracional do Concelho de Almada (UNICA), visitámo-la há dias. Dos 54, a grande maioria, nunca, nem sequer tinha ouvido falar nela. E não somos, de certeza, exceções a nível nacional.

Administrada pela “Fundação Cidade de Ammaia”, cujos membros são a Câmara Municipal de Marvão, a Direção Geral do Património Cultural (DGPC), as universidades de Évora e de Lisboa e o comendador Rui Nabeiro.

Nomeadamente, a CM de Marvão, até como elemento potenciador turístico, será que está a fazer o que lhe é possível para a sua divulgação? E a DGPC? O Sr. Ministro da Educação e Cultura, já solicitou ao seu colega que superintende no grupo RTP, para que os seus canais televisivos e de rádio, suprimam uns minutinhos aos intermináveis comentários, análises e palpites sobre futebol, e divulguem aquela ( e outras) preciosidade histórica?

Aqui ficam as perguntas e o nosso modesto contributo para a sua divulgação.

Francisco Ramalho

Corroios, 13 de Maio de 2018


PS- aqui fica também a sugestão de uma visita para quem estiver de férias ou vá para aqueles lados.




sábado, 10 de agosto de 2024

3 ATLETAS CUBANOS

 


Nos Jogos Olímpicos de 2024, a decorrer em Paris, na França, no triplo salto, 3 atletas cubanos ganharam as medalhas ao serviço de Espanha, Portugal e Itália.

Não se deve (nem pode) vender, o que já foi vendido


O Dr. Luis Montenegro disse no 
hospital de Santa Maria que não ia vender ilusões aos portugueses, porém esqueceu-se de dizer que já as tinha vendido todas nas grandes promoções de Março de tal maneira que esgotou o stock.
Agora o que der certo é mérito dele, o que continuar errado é culpa de D. Afonso Henriques e os que lhe seguiram.

Quintino Silva

 

MUNDO MISERÁVEL


Enquanto o mundo está distraído com os jogos de Paris, mais cem pessoas foram mortas.

Não, não foi em confronto umas com as outras, em guerra, o que seria uma estupidez. Foi muito pior. Foi cobardemente numa escola onde estavam abrigadas. A maioria, mulheres e crianças. A somar aos largos milhares a quem também já foi brutal, cruel e desumanamente tirada a vida.

E tudo isto, impunemente. E tudo isto, inperturbavelmente. O principal responsável, foi recebido na sede do império que se arvora em guardião da moral e da democracia, em ovação. E na Europa, nos jogos em Paris, excluem-se uns e admitem-se os representantes do país dos autores desse holocausto.

Apesar desta paz podre, não é de augurar nada de bom estas sementeiras de ódio e de hipocrisia.

Francisco Ramalho


Com o rei na barriga

 

PÉS DE BARRO

 

Inquieta-se o pretenso poderoso

Sempre que lhe ignorarmos a ofensa

Melhor forma de vincar a diferença

De quem se dispensa ser respeitoso.

 

Deixemo-lo arrogante e vaidoso

À espera que lhe peçamos licença

De nos favorecer com a presença

E não lhe permitamos esse gozo.

 

Façamo-lo esvaziar o balão

Que o habituou à falsa sensação

De ser uma pessoa importante;

 

Que guarde para si a importância

Que aqueles que trata com arrogância

Preferem distanciar-se o bastante

 

Amândio G. Martins

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Do estranho prazer de espingardar

 

CUSTA  A CRER

 

Haver poetas que são caçadores

Como haver os que gostam de touradas

Fazendo par com almas perturbadas

Gozando o sangue de seres sofredores.

 

Há algo bem estranho nos seus valores

Não explicável em duas penadas

Que massacrar animais em caçadas

Não mostra nada digno de louvores.

 

De uma necessidade primitiva

Quando a caçar sustentavam a vida

Passaram a um sangrento desporto;

 

Podiam replicar esse exercício

Observando os animais no seu sítio

Sem precisar ver nenhum deles morto...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Salvemos o Serviço Nacional de Saúde!

A melhoria pela salvação do SNS e a saída do seu estado comatoso deve ser um designío nacional para que aquele serviço seja para todos. Há milhões de portugueses que não têm alternativa ao SNS. «O governo está a cumprir o plano de emergência [para o SNS]», diz sem pingo da realidade, o primeiro-ministro. Qual cumprimento? Na ginecologia? Na obstetrícia? As mulheres grávidas não são lorpas. Engrossam os milhares de portugueses sem médico de família, sendo eu um dos que não o tem há 20 anos! Esta gente da governança chora lágrimas de hipócrita carpideira, ao lamentar os índices demográficos negativos pela baixa natalidade mas, o plano para assistir gestantes saíram furados, já que, os serviços de urgência de obstetrícia fechados são atentados contra as mães com bebés prestes a nascer! Isto congigura um crime? Diz a imprensa, que mais de metade do orçamento do SNS é sangrado para os hospitais da mercantilização da saúde. Urge usar estas volumosas verbas para dotar os serviços, neste caso, de obstetrícia, para responder a quem deles precisa. Em política o que parece é: há uma concertação antiga do PS e PSD para esvaziar o SNS e, oferecer a sua nata aos hospitais privados do negócio. Está em marcha um SNS para indigentes! A saúde jamais deve ser alvo de negócio. Os hospitais privados respondem aos acionistas, o SNS responde aos doentes. Ponto!

Mentes confundidas

 

ANJOS E DEMÓNIOS

 

Quem finge de anjo decerto é demónio

É o que mais se tem visto acontecer

Pode ser um homem mas tembém mulher

Nunca se sabe se está ou não sóbrio.

 

Sente-se ninguém sendo anónimo

Nunca sabe como deve proceder

Embora prefira sempre aparecer

Confundido com aquele binómio.

 

A gente não nasce boa ou má pessoa

Mas o que teve orientação boa

Será melhor do que quem a não tiver;

 

Distinguirá o certo do errado

Fará questão de estar do melhor lado

Preocupando-se com o saber ser...

 

Amândio G. Martins

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

O sermão dos morangos


A natureza, além de nos dar de comer,também nos dá momentos de prazer e de reflexão.
Há quatro anos, por curiosidade, plantei,  doze pés de morangos, mas quando começaram a dar fruto vi que não ficavam maduros todos ao mesmo tempo, hoje era um amanhã outro.
Era uma chatice, porque andava por aqui um gaio que acordava primeiro que eu e não me dava hipótese..
No segundo ano verifiquei que eles já se tinham multiplicado e o gaio já me deixava alguns, e quem primeiro fosse à horta podia comer ,mas não dava para trazer.
Agora já me deixei de me preocupar com o gaio, porque andei três semanas a colher neles; chegou para ele, para mim e até para alguns amigos.
A princípio pareceu-me uma chatice eles não aparecerem todos ao mesmo tempo, mas agora vejo que se assim fosse a maior parte acabava por se perder.
comecei depois a observar, e vi que o mesmo acontecia com outros frutos carnosos. Além de não ficarem maduros todos ao mesmo tempo dentro da mesma espécie, também as vária s espécies aparecem em tempos diferentes ao longo do ano, o que até em termos de dieta faz automaticamente a diversificação.
Já os frutos secos, assim como os cereais que se conservam todo o ano, podem ser colhidos todos no mesmo dia,
pois ficam maduros todos ao mesmo tempo.
Comecei a pensar que se os produtos que se conservam são colhidos de uma vez e os que não se conservam são-no ao longo do ano,isto foi bem organizado. 
Quem será o autor desta maravilha?.
Para ver se arranjava resposta a esta questão, fui falar com um teólogo que me fez um sermão sobre o milagre da criação.
Mas eu quis uma segunda opinião e fui falar com um biólogo, que me fez uma dissertação sobre a teoria da evolução 
Depois de alguma meditação, achei melhor falar com um filósofo a ver se saia desta confusão.
Assim  me disse o homem:« Eu que só sei que nada sei», apenas te direi: Desfruta do que a natureza te dá, mas deixa ficar tudo como está .
Se começas a mexer deitas tudo a perder:

Quintino Silva

Montenegro saberá para que a escolheu...

 

Quando comecei a reparar na forma como a actual ministra da Saúde se comportava com Fernando Araújo, com quem tinha tido um diferendo quando foi responsável pelo Hospital de Santa Maria, logo percebi como era mesquinha e vingativa, e que deverá ter sido por isso mesmo que Montenegro a escolheu para tão delicado cargo, não para "salvar" o Serviço Nacional de Saúde, como eles querem fazer crer, mas antes para lhe começar a fazer o funeral; de facto, quem da área da saúde conheceu o trabalho que Fernando Araújo desenvolveu enquanto responsável pelo Hospital de S. João, não duvida das suas capacidades, nem do que poderia fazer pelo SNS no lugar de onde a ministra, não tendo a frontalidade de o demitir, tudo fez para que saísse.

 

Tratando-se de um profissional de reconhecida seriedade e competência, e não sendo militante partidário, o comportamento da ministra com ele foi uma demonstração clara de como vai ser incapaz de fazer seja o que for em favor do SNS, e Fernando Araújo não sofreu a mais leve beliscadura no seu prestígio; agora, perante o sôfrego desmantelamento do que vinha a ser feito, e que a actual equipa dirigente socialista logicamente denuncia, o panfletário Hugo Soares vem gritar-lhes que metam a mão na consciência, como se fosse razoável esperar dos socialistas um louvor à desgraça que a cada dia que passa se vai ampliando...

 

Amândio G. Martins

 

 

É isso que queremos?



Quando vemos a violência nas ruas de Inglaterra, provocada por movimentos de extrema-direita e espoletada por notícias falsas divulgadas em algumas redes sociais, sem qualquer escrutínio jornalístico digno de respeito, perguntamos-nos como é possível que, vários dias depois de serem completamente desmentidas, ainda continuem a ser a inspiração de tanta destruição.

Já depois disso, assistimos ao infame desenvolvimento “noticioso”, nas mesmíssimas redes, de factos igualmente falsos sobre o género da pugilista argelina Imane Khelif que, segundo fontes fidedignas, nasceu e é mulher, aliás cisgénero. Nem sequer os altos níveis de testosterona estão certificados cientificamente, nem nada comprovariam, caso existissem, mas o racismo, a islamofobia e um impulso completamente irracional de transfobia “preventiva” levaram a que correntes de extrema-direita, dos EUA (Trump) a Portugal (Rita Matias), com passagem pela Itália (Melloni), pátria da pugilista vencida no combate “fatídico”, se sintam “à solta” para vir a terreiro proclamar diferenças rácicas imaginárias. O mesmo fez Hitler relativamente à “raça” ariana, também em tempos de Jogos Olímpicos, pelo que talvez valha a pena recordar Jesse Owens.

Até quando vamos permitir/alimentar a perpetuação de mentiras nas redes sociais, mesmo depois de cabalmente desmentidas?


Público - 11.08.2024


terça-feira, 6 de agosto de 2024

 

HIROXIMA E NAGASAKI, OS CRIMES MONSTRUOSOS DE 1945


O império que é conivente com o atual genocídio na Palestina, há 79 anos (dias 6 e 9 deste mês), cometeu dois dos maiores crimes da história da humanidade ao bombardear as cidades de Hiroxima e Nagasaki com duas bombas atómicas.

Toda a Natureza ali ficou radioativa, desaparecendo toda a vida animal e vegetal. Até hoje, há pessoas a sofrer de doenças oncológicas.

A Alemanha nazi tinha-se rendido há dois meses, e o Japão, com as suas Forças Armadas exangues, sabia-se, era uma breve questão. Mesmo assim, o império, para anunciar ao mundo e avisar a União Soviética, não se coibiu de cometer tão hediondos crimes.

Depois da ascensão e do apogeu, todos os impérios têm a inevitável queda.

Para bem da paz e da humanidade, este que não seja exceção.

Francisco Ramalho


Quando vamos reconhecer a Palestina?


No ano de 1975 a Indonésia invadiu Timor Leste que ainda se encontrava sob administração portuguesa.
Era então primeiro-ministro o almirante Pinheiro de Azevedo.
Uma jornalista perguntou-lhe : então senhor PM que decisões vai tomar agora?.
Pinheiro de Azevedo que não era homem para se pôr com evasivas respondeu da seguinte maneira; minha senhora aqui não se tomam decisões.
As decisões tomam-se em Washington, Londres e Moscovo.
Hoje é um pouco diferente, as decisões tomam-se também em Bruxelas.
Por isso, senhores activistas não percam tempo a perguntar ao PM quando vamos reconhecer a Palestina, porque se ele fosse frontal e directo como Pinheiro de Azevedo ,o que ele diria é , estamos à espera de ordens.
A Espanha já reconheceu, porque a Espanha PODE.

Quintino Silva