sexta-feira, 31 de julho de 2020


“Mascarilla milagro?”


A malfadada pandemia, ao mesmo tempo que põe de pernas para o ar a vida de tanta gente, é também o “pão com manteiga” de muitos outros, que partiram logo em busca de tirar do problema bom partido; é o caso daquela empresa de Santo Tirso que, desde abril passado, vem fabricando com sucesso uma máscara que não só lhe permitiu tirar do “layoff” 500 pessoas, como protege do vírus quem a usa e o inactiva em pouco tempo, mesmo depois de sujeita a mais de cinquenta lavagens.

Como tamanhas vantagens por tão pouco dinheiro – apenas dez euros – teria forçosamente que despertar atenção, vi um dia destes a dita máscara “escalpelizada” numa TV espanhola, que convidou uma especialista para debater o tema, a que deram o título de “Mascarilla milagro?”; e a tal senhora, de nome Deborah Garcia Bello, mesmo sem dispor de nenhuma ali, apenas imagens, reduziu a “pó de traque” o artefacto português, deixando claro que não passava de “un fraude”, que nem estava homologada oficialmente em lado nenhum, pelo que aconselhava a que não comprassem aquilo, para gáudio dos restantes convidados, que concordaram totalmente.

Ora bem: diz a notícia do JN que a “nossa” máscara superou com sucesso os testes realizados pelo Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, intervindo o investigador  e virologista Pedro Simas na análise à capacidade de travar o vírus, tendo sido observada uma redução de 99% ao fim de uma hora; todavia, para aquela gente que na TV “La Sexta” dedicou um bom bocado de tempo ao assunto, podia lá ser que em Portugal tivessem “descoberto a pólvora”, embora também não apresentassem nenhuma evidência de que não é verdade a informação que acompanha a máscara, para a qual trabalhou também a Universidade do Minho...


Amândio G. Martins



quinta-feira, 30 de julho de 2020

Faculdades de Medicina privadas: percebe-se ou nem por isso?

A pergunta é extensa mas não consigo outro modo de a formular. E o assunto é candente, ou o jornal Público não faria manchete com ele no dia de hoje (25/7) e muito menos o "relacionaria", pertinentemente, com as vagas nas Faculdades de Medicina existentes e mesmo com a falta de candidatos a "concursos" ( sazonais...) médicos no Algarve. Ciclicamente fala-se na intenção da Universidade Católica em ter uma Faculdade de Medicina e a resposta, por parte da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior ( A3ES), presidida por Alberto Amaral, tem sido um rotundo NÃO, acolitada pela Ordem dos Médicos (OM). Este ano o Ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor (MH) "sugeriu" que se abrissem mais 251 vagas nos cursos já existentes, mas todas as Faculdades disseram... "nem mais uma" !
Poder-se-ia dizer que o Conselho de Escolas Médicas Portuguesas ( CEMP ) veio então dar mais força à A3ES, ao seu presidente e à OM, mas... o Público também diz que MH "estimulou" (sic) a U. Católica a nova tentativa de licenciar médicos ! E aqui começo a "interrogar-me".... sabendo eu que vão aparecendo na comunicação social , textos de professores jubilados das Faculdades de Medicina e de outros médicos "políticos" a apoiar a criação de idênticas privadas e, também sabendo da apetência dos mesmos e de outros ainda no activo para "partilha" das suas funções, será que o "jogo" está a ser limpo de influências de poderes fácticos?... Aquilo que parece um ou mais "nãos" nas vagas, poderá ser somente táctico para se transformar num "sim" à... "inevitabilidade" de abertura de Faculdades privadas? Honi soit qui mal y pense....

P.S. ( 30/7): acabo de ler, em "rodapé", na RTP, que o ministro Manuel Heitor disse que " o problema das vagas está ser pressionado por interesses corporativos" (sic). Pressão de quem e sobre quem? Parece-me ser pertinente esta pergunta, dado o que atrás escrevi.

NOTA: o texto acima, excepto o "post scriptum", foi enviado ao "Cartas ao Director" do Público no    dia da sua escrita, mas não mereceu publicação.

Fernando Cardoso Rodrigues

OS INCONSISTENTES ARGUMENTOS DOS AFICIONADOS

A tauromaquia reclamou, e, por enquanto, ganhou. E o polemíssimo assunto, voltou, mais uma vez ,à ordem do dia. De um lado e do outro, voltaram a esgrimir-se os já habituais e estafados argumentos.
Realcemos um, dos auto-denominados amigos dos touros (com amigos assim…), que é o de dizerem que quem se opõe a esse espetáculo bárbaro e primário, é quase ,ou mesmo tudo, gente da cidade que nunca viu sequer um touro a pastar e que não conhece os fundamentos da ancestral tradição. E este, para não lhe chamar falso, direi que é inconsistente. Por exemplo, este vosso escriba, é conterrâneo de uma das figuras maiores do toureio equestre, João Branco Núncio,Alcácer-do-Sal, e passou grande parte da sua adolescência e juventude na terra de outro, David Ribeiro Teles (e José Júlio), Coruche. E com 12/13 anos, já trepava a oliveiras e sobreiros a fugir de vacas bravas e touros tresmalhados. Portanto, “naturalmente”, também foi aficionado. Mas, felizmente, evoluiu. Hoje, acha abominável, para gáudio de aficionados, o massacre daquele belíssimo, imponente e nobre animal.
Inconsistente também, é o que consideram o mais importante, o imbatível, o definitivo argumento, que é o de que se não houvesse touradas, pura e simplesmente não existiam touros bravos. Porque, dizem, não é minimamente rentável, a sua criação. E porquê? Porque esta raça não se dá em cativeiro. É verdade! E ainda, porque demora bastante mais tempo que as outras, a atingir a plenitude. Também é um facto.
Mas há um “pormenor” que os aficionados entendidos, propositadamente omitem, que anula por completo o seu aparente incontestado argumento. Esta raça, também ao contrário das outras da sua espécie, dá-se perfeitamente na charneca. Basta-lhe o mato e a escassa pastagem das suas pobres terras. Sendo apenas necessário para a engorda, algum tempo na lezíria, ou um suplemento alimentar temporário. Além disso, a sua carne é de excelente qualidade.
Portanto, o que consideram o seu mais importante argumento o que mais justifica aquele espetáculo cruel, é não só inconsistente,é falso.
Há uma fase das touradas muito pouco conhecida que convém divulgar, para se ver até que ponto vai a afeição que os aficionados dizem sentir pelos touros: antes da lide, nos curros, manietado, completamente à mercê dos seus “amigos”, para se tornar mais agressivo, o touro é fria e impiedosamente espicaçado com aguilhões de aço. Depois, na arena, é a continuação do sacrifício, é o deprimente e triste espetáculo que toda a gente já conhece.
Dizem ainda, que para além da coragem de enfrentar o animal agredido, naturalmente ainda mais enfurecido, há arte na estética da lide. É inegável! Mas isso justifica o sofrimento atroz do inocente animal? Haverá alguma arte que o justifique? Não será o gozo com essa crueldade, uma aberração?
Por respeito a este e a qualquer ser vivo, pela dignificação humana, cremos que a evolução acabará por impor o fim das touradas.
Apressemo-lo!
Francisco Ramalho







“Rata de ouro”


Desde que me conheço com  ideias, sempre me congratulei por não haver na minha família – em nenhum dos ramos – o culto do ouro; sendo o Minho, Viana em especial, a parcela de Portugal onde será difícil encontrar casas onde não haja ouro, na minha família ficavam-se por uns brinquitos para as meninas e pouco mais.

Mas havia muito ouro na aldeia, cujos cordões, de mais ou menos voltas, as moças não deixavam de exibir, sempre que se proporcionasse ocasião; dos rapazes não reza a história, no que respeita ao uso do precioso metal, tirando uma aliança de casamento ou um singelo fio com um crucifixo ou medalha, presente de algum padrinho; mas havia um, cuja mãe morreu nova, deixando o viuvo com aquele filho único, que herdou da mãe o cordão que ela levara para o casamento, pormenor que levava o pai, mais tarde, a gabar-se perante as moças que o seu rapaz também tinha um cordão, para cima de um arrátel de ouro.

Para as raparigas, que não fariam ideia do que fosse um “arrátel”, o que lhes soou divertido foi “rata”, brincadeira que passavam umas para as outras – o Armando do Couto é que era um bom partido, até tinha uma rata de ouro -  ficando o “infeliz” do moço a ser gozado com essa alcunha pela vida toda, que também já terminou, coitado.

E já me estendi demasiado com esta historieta,  quando a ideia era falar do ouro como reserva familiar para tempos de  crise inesperada, que era essa a sua principal função. Segundo se lê no JN, haverá por todo o país, mas sobretudo no norte, centenas de lojas de compra de ouro usado, aonde acorre gente que ficou debilitada economicamente, tal como já acontecera em 2011, em que o ouro vendido por particulares chegou a ser o segundo produto mais exportado pelo nosso país.

Mas há outro lado triste desta situação, segundo relata Manuel Sousa, director do Museu do Ouro, que é a perda de autênticas preciosidades artísticas que documentavam a história do ouro em Portugal, já que a maioria dessas peças é derretida e transformada em barras. Perguntado se alguém controla o preço pago pelos comerciantes, Manuel Sousa diz que ninguém controla, que a maioria das pessoas nem sequer vai a uma segunda loja para comparar preços, vende e pronto...


Amândio G. Martins

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Ventilador para o "desespero"?....

Num tempo de pandemia vírica, a contenção nas opiniões deve imperar e daí o ter pensado e repensado nisto que vou dizer. Porque na verdade não é de pandemia que falo mas sim de "estranhezas" comerciais que roçam, senão a "vigarice", pelo menos a insensatez. Portanto é do ventilador Athena, de fabrico nacional, e não de "vírus ideológico", tomadas estultas de cloroquina, comparações verrinosas sobre coisas incomparáveis ( como são as causas de morte) em saúde públicas, "moralismos iluminados" sobre o pensar do "outro", petições públicas contra as máscaras e todo um conjunto e "insanidades", que venho falar...
.... e lamentar, já que, depois de muito badalado pelo "despacho" nacional que mostrava, acabou com uma "certificação atamancada" e, finalmente, com um carimbo do Infarmed que diz que "só poderá ser utilizado em situações de desespero" (sic), em que tudo falte. Convenhamos que no séc. XXI, num país europeu.... isto não é nada apoiável nem, muito menos, aceitável. Já venderam 100 (?) para o Brasil mas vamos esperar, pois aí virá o pedido de reembolso...

Fernando Cardoso Rodrigues

Se for para levar a sério...


...Coisa que me suscita algumas dúvidas, o que se diz no JN acerca de SIC e TVI prometerem acabar com programas tóxicos sobre futebol, parece-me uma medida higiénica da maior relevância; é que programas desse “calibre”, em que uns quantos indivíduos, conotados e orientados pelos  principais clubes, se defrontam em debates completamente estúpidos, num despique para ver qual deles consegue ser o mais grotesco, não fazem bem a nada, muito menos ao futebol.

A minha dúvida tem por base o que toda a gente está farta de saber: sendo o telelixo, numa sociedade como a nossa, o meio mais fácil e barato para captar audiências, pois é essa a fórmula mágica que lhes garante muita publicidade bem paga, parece-me prudente começar por duvidar que tais programas possam vir a ser substituídos por coisa mais decente...


Amândio G. Martins

terça-feira, 28 de julho de 2020

Um vírus pró-capitalista e inimigo dos idosos


A esmagadora maioria das pessoas que já morreram devido ao covid-19 são idosos. A idade é o maior factor de risco para se ter uma situação grave de covid-19, concluiu um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública.

Nos óbitos referentes ao covid-19, em Portugal, 67% são em pessoas com 80 ou mais anos; 19%, de 70 a 79 anos; e 8% de 60 a 69 anos. Concluindo, 94% das vítimas mortais tinham 60 ou mais anos.

Segundo o director regional para a Europa da Organização Mundial de Saúde, 95% das vítimas mortais do covid-19 têm mais de 60 anos.

 
Afirmações de responsáveis ligados a organizações de cariz capitalista atestam que a subida da esperança média de vida não merece a simpatia do grande capital:

 
- Christine Lagarde (França) foi presidente e directora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional) entre 2011 e 2019, e em Maio de 2018 afirmou o seguinte: «os idosos vivem muito tempo e isso representa um perigo e risco para a economia global. Temos que fazer algo com urgência». Desde Novembro de 2019, é presidente do BCE (Banco Central Europeu);

 
- Analistas do Banco de Investimento Goldman Sachs, questionaram a sustentabilidade das empresas de biotecnologia, com especial destaque para as envolvidas na terapia genética, chegando à conclusão de que "as curas de doenças podem ser más para os negócios no longo prazo". A notícia é da estação televisiva CNBC, segundo a qual os referidos analistas apresentaram um relatório, intitulado "A Revolução do Genoma". No documento, questiona-se: "Curar os pacientes é um modelo de negócios sustentável?" (revista Ciências & Saúde, de 16.04.2018). O relatório dirigido a empresas de biotecnologia indica que soluções podem afectar "fluxo permanente de receitas";

 
- Solange Vieira, assessora do ministro da Economia brasileiro, do governo de Bolsonaro, disse que "é bom que as mortes se concentrem entre os idosos", segundo uma reportagem da Reuters;

 
- A actual presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (Alemanha), na altura dos confinamentos, defendeu uma concepção de envelhecimento como um fardo social, ao afirmar que «os contactos dos idosos com outras pessoas teriam de ser limitados até ao final do ano» (2020), embora depois tenha recuado nessa sua intenção.

 
O covid-19 é pró-capitalista e inimigo sobretudo dos idosos.
 
 
 
 
 

Fim dos comentários "desportivos"?

Hesitei onde deveria pôr as aspas mas assim onde as coloquei, pareceu-me ser o mais adequado. Porque, nos programas a que a SIC pôs cobro, o que estava deslocado era mesmo o "desportivos", já que comentários existiam em abundância. Do que li, parece-me que a TVI lhe vai seguir o caminho, enquanto a RTP ainda nada disse. E qual a razão da cessação? "TOXICIDADE", dizem eles. Não haverá melhor palavra para definir o assunto, até porque ela era.... parva. Dir-me-ão que estou  a ser ingénuo pois a "fénix" vai renascer com outras roupagens e, sabem, provavelmente têm toda a razão ! Seria bom demais a "redenção" total, mas haja ( alguma ) esperança! Num mundo onde o dinheiro se imiscui pelos mais diversos interstícios e é mandatório, as paixões são a mola real e o sempre limitado "bairrismo" é maioritário e ululante, é uma utopia pensar que os "comentaristas" dos "bibó" o "Puárto", "lagartos" e "lampiões" agora se "escafedessem" de vez e deixassem de vociferar primarismo e ódio que se vertiam, estimulando, nos "povos" adeptos e que tanto mal estavam a fazer á sociedade, sob vários aspectos. A ver vamos.

Nota: Não precisei de esperar muito... Fechei o "post" e já tinha uma "newsletter" da RTP a informar que não acabaria com os seus programas pois eles são "civilizados e pluralistas" (sic)....  E lá tive que vir editar.... Eu bem queria sonhar mas " o meu país não me deixa"....

Fernando Cardoso Rodrigues

PSD e PS não querem escrutínio


O desprezo pelo Parlamento protagonizado
pelo PSD e PS, através do nefasto bloco central, 
ao eliminarem os debates quinzenais é um rude 
golpe no escrutínio que os portugueses devem 
fazer a quem governa. E é particularmente absurdo
logo agora que se prepara a chegada de milhares 
de milhões de euros vindos da União Europeia...
Foi insólito o líder da oposição tomar a iniciativa
da redução da periodicidade dos debates, que não
reforça a qualidade da democracia, amputando-a.
Aquela péssima decisão acaba por afastar gente 
séria dos meandros da coisa pública...
Esta degenerescência da direita empurra Portugal
para o pior do populismo... 
Aqueles partidos enchem a boca com o dever de 
cidadania, mas na prática acentuam o divórcio dos
cidadãos e querem uma sociedade alheada!
Um dos pífios argumentos de Rui Rio para acabar
com os debates quinzenais foi admitir que algum
deputado pudesse perguntar ao primeiro-ministro
o preço das batatas(!). Esta posição política é que
não vale uma batata!

                                        Vítor Colaço Santos 


Com educação e inteligência...


...Alexandria Ocasio-Cortez, jovem de origem porto-riquenha, eleita congressista democrata por Nova Iorque, levou o “carcamano” republicano Ted Yoho, eleito pela Florida, a insultá-la do piorio; incapaz de acompanhar na dialética o raciocínio da jovem democrata, que repudiava a nova linguagem eleitoralista de Trump, de que os estados governados por democratas estão entregues à criminalidade e anarquia da esquerda radical, razão por que decidiu mandar para lá agentes federais para combater a desordem, Yoho esperou-a nas escadas do Capitólio e chamou-lhe de tudo: “desprezível, perigosa, completamente louca e puta de merda”!

Como calhou que  um jornalista presenciasse a triste cena e a divulgou, aquela alimária republicana acabou por retratar-se, reconhecendo ter sido bruto, mas negando os insultos machistas, até porque também é pai de duas filhas; só que Ocasio-Cortez, conhecendo bem o que a “casa republicana” gasta em matéria de respeito pelas mulheres, respondeu-lhe que não aceitava as desculpas, porque ele não queria verdadeiramente ser desculpado, lembrando-lhe que o que  fez com ela autoriza outros homens a fazer o mesmo com as suas filhas...


Amândio G. Martins



segunda-feira, 27 de julho de 2020

Mais uma vítima do ódio racista


Um português negro de 39 anos
foi alvo de 4 tiros à queima roupa
tendo sido assassinado! Deixa
três menores órfãos. O assassino 
já se tinha vangloriado de ter 
matado pretos em África... Testemunhas 
confirmam estas afirmações, adiantando
tratar-se dum crime de ódio racista. Quem
mais tem de morrer às mãos do mais que
miserável racismo para se criminalizar
os crimes raciais?
O caro leitor advinha quem veio a público 
dizer que não houve racismo? Acertou. 
Foi o cripto-fascista André Ventura. Só podia ser ele!

Vítor Colaço Santos 


Ódio racista e machismo...


...Enfim, má formação básica, parecem-me ser as causas de tantos crimes de sangue cometidos por gente de idade avançada, homens principalmente, que matam por motivo nenhum, numa triste demonstração de que não aprenderam nada na sua longa passagem pelo mundo; de facto, é bem difícil entender que um homem, com noventa ou mais anos, dê como razão para “justificar” a morte da mulher que ela, também de idade aproximada, o traía com outros homens!

Na mais recente notícia de outro crime brutal, um homem branco, de oitenta anos, insultava e ameaçava frequentemente um negro, quando este passeava calmamente a sua cadela na via pública, “intimando-o” a voltar para a terra dele; acontece que o cidadão negro, com menos de metade da idade do agressor, nasceu em Portugal, sendo esta, portanto, a sua terra também; mas fosse qual fosse a nacionalidade daquele cidadão de cor negra, como entender o gesto de um velho branco chegar junto dele, que exercia o seu direito a andar livremente na rua, rasteirá-lo de surpresa e, com este no chão, disparar sobre o corpo caído vários tiros?...


Amândio G. Martins

É PRECISO MUITO AMOR


SAMBA RAIZ

AUTORIA: NOCA DA PORTELA E TIÃO DE MIRACEMA

APRESENTAÇÃO: GRUPO “SAMBÔ”

SOLICITAÇÃO DO NOSSO COLEGA, DESTE DEMOCRÁTICO ESPAÇO: JOSÉ VALDIGEM

domingo, 26 de julho de 2020

É Preciso Muito Amor...

Proponho ao distinto colega de blogue, prof. Orivaldo, que coloque aqui no nosso espaço, um sambinha a que acho muita graça e que me parece que será do agrado geral, mas que desconheço o autor e o excelente intérprete. O refrão é assim:
                             
                                                 É preciso muito amor, para suportar essa mulher
                                                 Tudo o que ele vê numa vitrine ela quer
                                                 Tudo o que ela quer, tenho que dar sem reclamar
                                                 Porque senão ela chora e diz que vai embora

Obrigado.
José Valdigem

PÚBLICO Domingo, 26 de Julho de 2020 (Augusto Küttner de Magalhães)



Debate quinzenal

Independentemente de não poucas vezes os debates entre os deputados e os membros do Governo, incluindo o primeiro-ministro, serem muito pouco construtivos, não será por este último “lá ir menos, que vai trabalhar mais”.
Quando o PM — e nem sequer se trata de uma crítica, nem só ao actual, mas uma mera constatação — está sempre a aparecer em todo o lado, a todo o momento, não será uma manhã de quinze em quinze dias no Parlamento que o vai deixar trabalhar mais.
Todos nos lembramos de um PM, que depois até chegou a PR, que em grande parte da sua vida não tem feito senão política e dizia constantemente que “não era político”, que gritou “deixem-nos trabalhar” para não ter de dar justificações políticas do seu trabalho como político, na sua fase de PM.
As idas do Governo e do PM ao Parlamento são indispensáveis, e não devem ser evitadas, seja qual possa ser a alegada razão.
Quanto ao chefe do maior partido da oposição, que já deu provas em anteriores funções que não gosta de dar as indispensáveis justificações do seu trabalho em democracia, em nada admira ter sido o mentor de evitar “tantas” idas do PM ao Parlamento.

Augusto Küttner de Magalhães,
Porto

QUE EXPLICAÇÃO?




Haverá alguma explicação lógica para o que aconteceu ontem à tarde na Praça do Rossio em Lisboa, no coração da capital deste país?
Cheguei por volta das 18 horas, decorria uma manifestação de umas 30 ou 40 pessoas com um megafone que ia mudando de orador (pareceu-me que botava faladura quem quisesse) e o discurso era sempre o mesmo: contra as normas estabelecidas em relação ao contágio do novo corona vírus. Os próprios manifestantes davam o exemplo, todos sem máscara e não cumprindo o distanciamento social obrigatório.
Junto ao café Nicola, 3 carrinhas da Polícia. Dirijo-me a um graduado e pergunto porque não intervinham. A resposta foi célere: não temos nada que intervir. A manifestação está autorizada.
Perante o insólito da situação e como não se vislumbrava qualquer órgão de comunicação social, tentei ligar para a TSF, não consegui, consegui sim falar com alguém do grupo RTP e uma familiar minha, também alertou a SIC-Notícias.
Retirei-me por volta das 19 horas, a manif. continuava e comunicação social nem vê-la.
Portanto, parece que a Lei ,afinal, não é de obrigação geral.
Quando andamos “todos” preocupados com os efeitos tão negativos da pandemia, repetimos, haverá alguma explicação para esta insólita e aparente aberração?
Francisco Ramalho
Corroios, 26 de Julho de 2020



Formosa e segura!...


Vê-la correr altiva na ecovia
Que nem gazela despreocupada
Torna mais leve a minha caminhada
E sinto-me abençoado nesse dia.

E nada do que o “Vate” descrevia
Se percebe na corrida aprumada
Vai segura de bem realizada
Perturbá-la ninguém se atreveria...

Até a bela paisagem brilha mais
Reverdecem as belezas naturais
Com tão linda gente a fazer-lhe as honras;

Dá para esquecer as coisas feias
Dum tempo que recupera barreiras
E a luz é fraca perante as sombras!


Amândio G. Martins

sábado, 25 de julho de 2020


Ao gosto do freguês...


Lê-se no JN que uma família de Famalicão vem há anos  recusando deixar que os filhos frequentem a disciplina “Cidadania e Desenvolvimento”, evocando objecção de consciência e o direito a educar os filhos; e como a disciplina é obrigatória, e não cabe aos pais dizer à escola o que deve ou não ensinar, os dois rapazes desta família não podem transitar de ano sem a sua frequência e aproveitamento.

Diz aquele pai cheio de manias que não vai delegar na escola o direito e dever de educar os filhos; e eu pergunto-me de que forma poderá  a frequência da disciplina contestada   impedi-lo de fazer a sua parte na educação dos filhos; e como poderiam ser geridas as escolas se cada família tomasse a liberdade de “libertar” os filhos da obrigação de frequentar as aulas das disciplinas com que não “simpatizassem”, como se esta inalienável função do Estado pudesse ser servida à vontade do freguês!...


Amândio G. Martins

sexta-feira, 24 de julho de 2020


Trabalho sério VS Chinfrim...


Não me custa nada concordar com a votação que, no Parlamento, pôs fim à chinfrineira quinzenal que constituíam os debates com a presença do primeiro-ministro; e penso que aqueles deputados que se “encarniçaram” contra a medida, querendo fazer crer que fica debelitada a democracia, o fazem porque os deliciavam aquelas horas debaixo dos holofotes, nas quais podiam interpelar o chefe do Governo com questões as mais risíveis, porque o que realmente lhes interessava não era tratar assuntos importantes para a Nação, mas poderem ser vistos lá em casa naqueles preparos, na mira de que, na tasca-bar lá do sítio, lhes não regateassem os elogios por terem tido a coragem de “dar nas orelhas ao Costa”!

De facto, não é difícil verificar quão poucos são os parlamentares com real qualidade, que aceitaram ir para ali por vontade séria de contribuír com o seu saber para o desenvolvimento do país; e esses não terão dificuldade em aceitar que não são precisas tantas idas do primeiro-ministro àquela casa, até porque, como disse Rui Rio, a toda a hora podem ser chamados os ministros, sempre que se justifique debatar assuntos da sua esfera de acção...


Amândio G. Martins




Uma história de fundos europeus

Na década de 90 passei em Aljustrel, quando andava a participar na construção da Via do Infante. Dum lado e outro da N2 durante largos quilómetros havia girassóis lindos a perder de vista. Passado algum tempo voltei a passar e vi girassóis mortos. Procurei saber no local o porquê. A resposta veio de alguém que tinha sido pago para os semear. É muito simples meu amigo, a verba que deram pela sementeira, foi suficiente para o dono encher os bolsos. Para levar aqueles não sei quantos hectares até à colheita iria dar trabalho também a quem os devia cuidar, a quem os colheria, e por aí fora. Foi pura e simplesmente dinheiro deitado ao bolso de alguém, mas retirado ao país. Nessa altura ainda não havia ,o escrutínio que há hoje mas poderemos evitar que histórias destas se repitam? Sim porque embora o governo seja de outra cor os "artistas" que se costumam lambuzar são os mesmos (ou os filhotes). Que todos estejamos atentos, porque simpatize-se ou não com o governo que está de serviço o dinheiro é do país. Os governos passam, mas as dívidas ficam. Quintino Silva

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Amália

Já tudo foi dito sobre Amália e daí, "bico calado" da minha parte. A  pequena "historieta" que relatarei é somente uma bolinha azul ( "le couleur de mes rêves") na feérica árvore da vida da enorme fadista. No centenário do seu nascimento.
Foi há 33 anos, tinham as minhas filhas 16 anos e viviam o tempo de entusiasmo das rádios locais onde, numa delas, tinham um programa muito terno. Juntamente com uma amiga da mesma idade, meteram os pés a caminho de Lisboa e, nas suas "santas" adolescências, bateram à porta de D. Amália - sem combinação prévia - para pedirem.... uma entrevista exclusiva! Atrevimento! A Senhora mandou-as entrar, ofereceu~lhes um lanche e.... deixou-se entrevistar. Imaginem o "furo" que aquilo foi, quando duas miúdas passaram o encontro no seu programa! Ainda resta uma fotografia delas a rodearem Amália Rodrigues, sentada e com um ar de quem fez uma boa acção. E fez....

Fernando Cardoso Rodrigues

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE AMÁLIA RODRIGUES


Rendo minhas homenagens à esta saudosa cantora, apresentando o vídeo acima e transcrevendo na íntegra o texto hoje publicado no jornal, “O Popular” de Goiânia, capital do Estado de Goiás, da lavra do professor e pesquisador da Universidade Estadual de Goiás (UEG), JEAN CARLOS VIEIRA SANTOS:

“ Em diversos estudos realizados em Portugal, no Brasil e em outros países é citado que Amália da Piedade Rebordão Rodrigues, mais conhecida como Amália Rodrigues, nasceu em Lisboa no dia 23 de julho de 1920 e faleceu na mesma cidade em 1999. A artista deu alma musical às letras e aos poemas escritos para o fado e, por isso, passou a ser admirada e permitiu consolidar esse gênero musical em um cenário internacional. Assim, a internacionalização do fado se inicia pela voz de Amália Rodrigues em 1943, com uma apresentação em Madri, e no ano seguinte, com o primeiro show no Brasil.

A genialidade dessa fadista traduziu o sentimento lusitano para o mundo, ao se apropriar da poesia camoniana e atravessar fronteiras de um gênero musical que se origina nas vielas lisboetas. Com isso, Amália de tornou um ícone do fado, em 2020, diversas comemorações têm ocorrido sobre o centenário da principal voz do fado. Assim, é com a consciência do pouco que se sabe sobre a obra e vida dessa artista que este texto é escrito para também homenageá-la em seu centenário.  

Pelas leituras de diferentes obras, em especial a tese de Vilma Silvestre, compreende-se que fadista não é somente a pessoa que interpreta o fado, mas que sente a sua envolvência, seus dramas e se encanta pela voz de Amália Rodrigues. Sobre isso, a utilização do silêncio se sobressai como uma fronteira intransponível entre o fadista e o público, no que tange ao espaço da interpretação, no sentido de facultar ao intérprete um ambiente dramático em que ele, ao apelar às suas capacidades criativas, reproduz também a vivência, a experiência e o sentir de quem já foi turista nas tascas em Lisboa.

É comum iniciar uma sessão de fados com a asserção: “Silêncio que se vai cantar o Fado! ”. Diante dos estudos sobre a música lusitana e do ousado silêncio para escrever estas linhas em homenagem aos 100 anos de Amália Rodrigues, concorda-se que tal artista é a supremacia do fado, a voz internacional de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século 20”.

A virtude (não?) estará no meio.

No mesmo dia foram aprovadas duas novas regras para a AR. Os debates quinzenais com o primeiro ministro passam a realizar-se de dois em dois meses e o número mínimo de assinaturas em petições públicas, de modo a terem que ser discutidas no parlamento, passa de 4 mil para 10 mil. Ouço as razões dum de doutro lado e ambas, desigualmente, têm que ser ponderadas. E, talvez, também, por isso mesmo a pergunta que faço é: no meio não estará virtude? Entre os números apresentados não existirão os.... 1 més entre debates e 7 mil signatários?....

Fernando Cardoso Rodrigues

A importância de  uma ferramenta “low tech”...


Contrariando uma proposição da “Lei de Murphy”, que “os problemas complexos têm respostas simples, fáceis de entender e erradas”, a máscara universalmente aceite para protecção anti-Covid é uma simples e acertada resposta; e ocorre-me o que há pouco citava de J. Tolentino de Mendonça: “Bendito o futuro em que as tecnologias deixem de ser um fetiche e se tornem um instrumento mais bem ajustado à vida de todos, como o foram o arado e a roda”.

No mais recente número da Time, Gavin Yamey, físico e professor da “Duke University”, escreve que se a máscara fosse uma vacina ou outro medicamento, estaríam ali todos a abrir champanhe por terem descoberto um crucial meio de protecção da pandemia; todavia, como em muitos aspectos na resposta ao Covid 19, “The United States, once again, squandering this opportunity.

Em muitos outros países -  escreve Yamey – onde o combate à pandemia se vem fazendo com sucesso, especialistas em saúde, epidemiologistas, políticos e público em geral  aceitaram totalmente a máscara sem qualquer controvérsia. "In the U.S., where the death rate from Covid 19 is now 394 per million people, face masks have been weaponized for partisan purposes. Wearing a face masks is not a sign of weakness. It is an act of solidarity”.


Amândio G. Martins

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Canis

A propósito dos canis, das condições insalubres de muitos e até da maldade de deixar morrer os cães  nos incêndios, há uma coisa que não compreendo de todo: a razão da existência de tudo isto. Dão lucro a quem os tem? São "hoteis" imundos e de gente desalmada? Mas então.... de quem são os cães? É que, se assim é, os donos ( de quem não ouço ninguém falar) não são coniventes? E porquê? Alguém me ajude a entender.

Fernando Cardoso Rodrigues

Empolgante directo!...


Era meio-dia, hora habitual de almoçar cá em casa; quem sabe se na esperança de ver a notícia de que o Air Force One se escaqueirou algures, com o ocupante VIP lá dentro, sintonizei a RTP 3. Desilusão total, porque o avião que realmente mostravam, aproximando-se do aeroporto Humberto Delgado, era o jacto privado que o presidente do Benfica fretou para ir buscar ao Brasil o agora famoso treinador de futebol Jorge Jesus.

E foi para aí meia-hora daquilo, tamanha deve ser a falta de assunto interessante: o avião aproxima-se, o repórter vai enchendo “chouriços”, o avião aterra e o repórter idem, o avião procura lugar para estacionar e o repórter aspas; abre-se a porta, sai e entra gente, até que lá saem o treinador e o seu novo patrão, que entram rapidamente numa espécie de carros funerários, que os transportam para o local da costumeira burocracia.

Aparecem, finalmente, para saír dalí; falarão... não falarão... não falaram. Jesus, Jorge, que os profissionais da Comunicação Social que o esperaram tanto tempo mereciam  ao menos que lhes desse um“olá”!  E fui eu almoçar comida fria por uma coisa assim; menos mal que o tempo que faz também não pede comidas muito quentes...


Amândio G. Martins



terça-feira, 21 de julho de 2020

Europa

Apetece-me dizer: existe. Não será a a ideal, a que agrada a todos durante todo o tempo, mas.... há algo parecido no mundo? Já sei que me dirão que o "dinheiro dado" não é o anunciado previamente a "três", que a Holanda conseguiu retirar 1,1 mil milhões ao dito, que irá pagar menos quota para a UE, que tem um "offshore rapace", que é sobranceira ao querer "vigiar" o dinheiro que será distribuído ou, simplesmente, que a "reformas " que querem são deletérias para os trabalhadores ou, simplesmente... "porque sim". Ao que não valerá a pena ripostar que negociar é isso mesmo, não ganhar nem perder tudo mas sim, de alguma forma.... ganharem todos (27!) o possível. E já nem falo da zona franca da Madeira, nem de como  a regulação do dinheiro pela UE me parece muito avisada. E ainda  fico feliz com a existência, no acordo de uma coisa que trazia "atravessada na garganta": a distribuição do dinheiro vai, também, depender do que se "faz" com o Estado de Direito! E o BCE continua a comprar dívida dos países... Continuo a ser europeu e europeísta.

Fernando Cardoso Rodrigues

Crime sem castigo...


“A atitude da justiça para com o crime rodoviário é uma paródia” – diz Manuel João Ramos, da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados; de facto, perante números tão vergonhosos, como 322 homicídios por negligência num só ano, dos quais poucos são responsabilizados criminalmente, o desabafo daquele filho do que foi o grande actor Jacinto Ramos, há muitos anos nesta luta, faz todo o sentido.

“Todas as mortes em contexto de acidente de viação dão origem a um inquérito criminal,mas nem todas dão origem a uma acusação e, ainda menos, a uma condenação” -  diz o advogado Sérgio figueiredo. E como o homicídio por negligência grosseira na estrada apenas prevê pena de prisão até cinco anos e, como medida acessória, proibição de conduzir entre três meses e três anos, mesmo que chegasse a ser aplicada, tal pena não é suficientemente dissuasora...


Amândio G. Martins

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Dono disto tudo acusado de quase tudo!


Estivemos seis anos à espera da 
acusação ao BES e a Ricardo Salgado. 
É muito tempo e a justiça que tarda
inquieta-nos. Os partidos do arco-da-velha,
PS, PSD e CDS nunca estiveram empenhados
em querer resolver a morosidade na Justiça...
As falcatruas, com a benevolência da palavra, 
que Salgado criou, não são pagas com o seu 
dinheiro nem com bens, porquê? 
Somos nós que continuamos a pagar! 
Dá dó ver emigrantes que aplicaram todo o 
dinheiro em papéis do BES que se veio a 
verificar que não valiam nada! - São os roubados do BES!
Aquele foi acusado de associação criminosa e há muito,
muito tempo que isto é um caso de polícia!
O falsificador, traficante e criminoso Alves 
dos Reis, comparado com Salgado, é um menino de coro...

                                                                  Vítor Colaço Santos