segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Os inimigos da democracia segundo António Barreto


Os leitores crónicos das crónicas de António Barreto (A.B.) já devem estar habituados ao estranho estilo do cronista, acabando por entranhar-lhe o sentido errante. Muitos dos outros, leitores ocasionais, vêem-se aflitos para se desenredarem no intrincado pensamento do autor. Na crónica do Público (P2 de 29 de Setembro), sob uma “grande angular” demasiadamente afunilada, A.B. tem dois grandes momentos. No primeiro, clarificador, elenca os inimigos “clássicos” da democracia: comunistas, fascistas e populistas de esquerda e de direita, que se limitam a esperar pela erupção da incompetência e da covardia que, dito assim, devem ser as principais (únicas?) “qualidades” dos democratas. Atravessando algumas alusões a Ignazio Silone, e os “muros” de Tancos, A.B. passa para o segundo momento, desferindo desvelados ataques, que já lhe devem ser habituais, às instituições portuguesas, fazendo “seus” os clichés que atribui aos pequenos partidos que há por aí, também eles, afinal, inimigos da democracia. Quer dizer, depois de mostrar a pele dos inimigos da democracia, A.B. não resistiu a vesti-la. Mas não lhe fica nada bem.   Público - 01.10.2019

Impeachment

A destituição de Donald Trump (DT)  do cargo de Presidente dos EUA, pedida pelos Democratas na Câmara dos Representantes vai ser um teste à "moral" do país. Isto porque o assunto vai ao Senado e aí a maioria é dos Republicanos. Se o caso - pedido chantagista de DT ao Presidente da Ucrânia para investigar Joe Biden - tiver mesmo a gravidade que lhe é atribuída ( traição à Pátria por um chefe de Estado), o voto dos "elefantes" dirá muito de como vão os EUA. Comparado com isto o Watergate de Nixon foi uma "brincadeira de crianças"  e o "bico" a Clinton" só mostrou a fragilidade deste, que não o asumiu como qualquer francês o faria. Aguardemos, imaginando eu já qual será o resultado da votação no Senado, infelizmente....

Fernando Cardoso Rodrigues
Público 2ªfeira, 30 de Setembro de 2019

Tancos

Começa por ser espantoso como a seguir a um 10 de Junho com excessivo aparato “militar”, nas respectivas comemorações, no Porto, foi possível roubar armas e munições de Tancos.

Aconteceu e foi gravíssimo.

A primeira pessoa que oficialmente foi ao local foi o Presidente da República, Marcelo

Rebelo de Sousa, e o ministro da Defesa de então.

Desde o primeiro minuto que Marcelo tem sido incansável a “pedir e a exigir” o esclarecimento de tudo.

Entretanto, o ministro da Defesa e o mais alto responsável pelo Exército vieram falar e dizer coisas que ninguém entendeu bem, até sobre o “achamento” das armas, que passou a ser mais importante do que o roubo.

 Foram várias as insinuações sobre o que o Presidente da República sabia sobre o caso.

Agora, tentou-se novamente, o que é vergonhoso.



Augusto Küttner de Magalhães,

Porto


Confiantes na impunidade...


O ambiente em que são criados os “rebentos” dos ditadores é propício a que desenvolvam todo o tipo de taras, uma delas a sensação de impunidade, pois não haverá quem seja suficientemente tolo para os importunar, segundo o raciocínio que depressa os orienta.

Foi do conhecimento público que um filho do ditador do Iraque, quando se “engraçava” com alguma jovem compatriota, simplesmente mandava um dos guarda-costas buscá-la e dava com ela largas à sua depravação; além disso, a sua garagem ultrapassava em luxo a de qualquer extravagante multimilionário.

Diz a notícia que as autoridades suiças vão leiloar uma colecção de 25 supercarros apreendidos ao filho do ditador Teodoro Obiang, da Guiné Equatorial, que há quarenta anos oprime o seu povo, o que nem foi entrave para pertencer à Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

Segundo noticia o JN, as viaturas de luxo foram arrestadas no âmbito de uma investigação por apropriação indevida de fundos públicos e lavagem de dinheiro; o montante da venda poderá ascender a 17 milhões de euros, que será destinado a ser investido em programas sociais na Guiné Equatorial; restará saber se haverá forma segura de o fazer, sem que o dinheiro volte aos Obiang...


Amândio G. Martins

domingo, 29 de setembro de 2019

Foi sempre assim, mas...ou de como a realidade se confunde com a ficção...

No mesma semana soube do "caso Tancos" e vi um filme e o fim de uma série na televisão. Do primeiro ouvimos coisas como chamar "papagaio mor" ao PR, logo desdito, "by proxy", nas intenções ; sms entre ministro e deputado, avisando o primeiro que ia mentir na Assembleia da República; acusações várias do Ministério Público; negações do Presidente da República dizendo que "não é criminoso" (sic). Depois vem a entrada do caso na campanha eleitoral para a AR, com ataques de Rui Rio a António Costa e o referido deputado, Barbosa Ribeiro, com ar sério, a dizer  "no comments". E, para já,, vamos aqui.
O filme - "The Post"- realizado por S. Spielberg e interpretado por Tom Hanks e Meryl Streep nos principais papeis, fala da descoberta pelo Washington Post ( e pelo  New York Times) de papeis secretos que  mostravam que havia muito tempo que os EUA sabiam perdida a guerra do Vietnam mas continuavam a enviar soldados para lá e a mentir ao povo americano e ao mundo. Tempos de Robert MacNamara e Richard Nixon. Logo depois veio o Watergate... RN que, mesmo na "despedida" forçada disse que "não era criminoso".
A série - "Lei e corrupção" - trata de uma secção da polícia inglesa ( AC12) que investiga ligações entre altos cargos daquelan e o mundo do crime. O fim deixa em aberto o que se seguirá, mas não tem a veleidade de insinuar sequer que "os maus foram vencidos" para sempre...
Tancos vai continuar, Nixon mentiu, cometeu dolo grave e foi criminoso e ... a corrupção não pára de se "ir mostrando" .... Estaremos condenados?

Fernando Cardoso Rodrigues

”Calaçaria militante”...


Quando era miúdo havia aqui três irmãos já velhotes, solteirões, que viviam juntos na casa herdada dos pais; dois homens e uma mulher, mais nova, que se ocupava da casa, dos animais pequenos e cozinhava para todos; o mais velho, muito pitosga, pouco fazia, ficando para o do meio todo o trabalho da lavoura e cuidar do gado grande.

Como pouca ajuda podiam ter da comunidade, porque eram um bocado avarentos e também não podiam ajudar a vizinhança, o escravo da casa, apesar de não lhe sobrar tempo nem para se coçar, tinha sempre as culturas atrasadas e mal amanhadas; perante a evidência e os comentários, a mulher desabafava que não podia, Chico não via e só Zé é que fazia alguma coisa, mas ele era um calaceiro; o “desinfeliz”, a quem era exigido que desse conta de toda a lavoura da casa, como agradecimento ainda levava uma roda de calaceiro!

Coisa diferente parece ser o que se passa com um juíz desembargador da Relação de Coimbra, que processou um advogado por este lhe chamar calaceiro em letra de forma, qualificativo que parece ajustar-se mesmo ao comportamento do magistrado; de facto, pelo que se lê no JN, o desembargador teve o desplante de declarar por escrito ter tomado uma decisão que implicou a prisão preventiva de um arguido sem ter lido sequer a documentação que lhe estava apensa, pelo que o advogado, agora na qualidade de réu, reafirmou que não tirava uma vírgula ao requerimento em que acusava o magistrado de “calaçaria militante”...


Amândio G. Martins

sábado, 28 de setembro de 2019

E Tancos lá chegou com cheiro a esturro

 -Tinha de chegar a ele. Para complicar a descoberta da verdade, que tudo indica é explosiva e alargada. Se de uns, já não restam dúvidas, sobre outros a tendência é que o armamento encrave ao fim de muito disparo em várias direcções e alvos pouco visíveis. Mas há um especial, e da maior importância, mas sobre ele já se estende em seu redor uma teia, uma tenda de guardiões, uma rede do melhor aço, para o proteger e o manter afastado, insuspeito, ilibado, limpo da nódoa "paiolesca" que rebentou para os lados de Tancos, e com repercussões em Belém ocidental, perto do Tejo e não do rio Jordão. Ali perto do rio que serve de lençol de água para banhos de um presidente. Mas instalada a dúvida e a nódoa que se lhe colou, ainda há dúvidas sobre quem é o "papagaio-mor do reino", que tem uma tarimba com história longa, desde que sobrevoou o jornalismo, o comentário e análise política nos media, que ganhou a imagem de quem sabe tudo e até de antecipar cenários, de pitonisa que conversa com todo o mundo e que todo o mundo lhe sussurra o que ainda é nuvem, mesmo um boato que seja, de sábio a pouca distância de génio, leitor e carregador de literatura entre tendas e selfis, de abraços e beijos gratuitos, de marcar presença em tudo quanto mexe e estoura? Então um homem assim, sempre rodeado de conselheiros com ouvidos afinados, militares superiores, jornalistas bem informados, chefes de Casa Oficial onde só entra quem sabe e obrigados a reportar o que lhe piam , nenhum deu à língua ou levantou uma ponta de véu, ninguém fez soar um silvo de ave, fosse ela canário, pintassilgo ou papagaio, sobre a novela que se iniciou no "paiol dinamitado" e que prosseguiu com episódios recambolescos, até chegar ao capítulo em que se ensaia a tragédia, com actores bem tratados por guarda-roupa a preceito, desde a farda pesada de insígnias, até à gravata mais brilhante? Quem é que não sente o esturro que se soltou do tanque de Tancos, e quem faz de conta que nem o cheiro sentiu chegar por cano de comunicação sempre à mão e disponível através de conversa mesmo que informal? O "papagaio-mor do reino", vai ter que voar mais sobre a terra, do que sobre o mar, para evitar ser atingido pelos estilhaços que lhe estão a arranhar a imagem, que alguns apaniguados teimam em julgá-la imune a efeitos corrosivos!*

-(DTK.30.10.2019)
-(DN.mdrª-02.10)

                                  

A meia razão de Rui Rio


Concordo com Rui Rio na sua análise da nebulosa de Tancos.
Se o primeiro ministro sabia é grave.
Se não sabia também é grave.
Porém Rui Rio devia aplicar o mesmo raciocínio ao comandante supremo das forças armadas.
Então se as forças armadas não informam o seu comandante supremo, quer dizer que não lhe passam "cartão".
A meu ver o que se passa aqui é que tal como no jogo de xadrez sacrifica-se tudo para proteger o REI.
Assim sendo Rui Rio ficou vazio de razão quando podia estar cheio de razão.

Quintino Silva




Anti-racismo: um tiro no pé!

As associações anti-racismo fizeram uma "queixinha" à Federação Inglesa de Futebol (FIF) condenando  Bernardo Silva por um tweet pretensamente racista que este colocou nas suas redes sociais. Que dizia este, dirigido ao colega de profissão, Mendy? Isto, comentando uma fotografia em que Mendy aparece vestido com uma camisola preta: então apareces nu?
Bernardo e Mendy, pelos vistos, são amigos e os dois confirmam-no numa carta à FIF, ambos dizendo da inocuidade do comentário que entendem como uma banal troca de palavras entre dois homens que cultivam a amizade. Mas que diabo, não se via logo?! O mundo está vigiado, com grande intrusão e leitura de gente que está com "antolhos fundamentalistas"! São somente dois amigos, um branco e outro preto, meus caros vigilantes!...

PS: desculpem escrever dois textos quase seguidos, contariando o pedido que a "girafa-mor", Maria  do Céu Mota fez, há tempos. Pelo menos guardei os 60 minutos de intervalo que ela também sugeriu.

Fernando Cardoso Rodrigues

Dor de costas ou de cabeça?...

Não deixa de ser curioso que a António Costa lhe doa o seu próprio nome... no plural. Neste momento já deve ter sido injectado com a clássica dexametasona+miorelaxante e desejo-lhe as melhoras, sinceramente. Mas imagino que a maior "dor" que tem, será... a de "cabeça". Com o inominável "caso Tancos". É que, rebobinando, estará a pensar: porque não despachei logo o "homem"? É que toda a gente ouviu Azeredo Lopes dizer: em última instância, pode nem sequer ter havido roubo (sic)...
Com franqueza senhor primeiro ministro ( e com o entendimento na "pele" do que doem as costas), todos nós ouvimos e o senhor, não?! Claro que há um imenso "jogo de sombras" de outros lados, em que quase podemos imaginar os protagonistas, e tenho imensa pena que o PS possa sair "chamuscado", mas há coisas que não se entendem de todo e, se ainda é possível, a democracia merece outros cuidados.

Fernando Cardoso Rodrigues

Dividir para unir?...


O político espanhol Iñigo Errejón, que ladeava Pablo Iglésias como  figuras de topo no partido Podemos, numa decisão que passou para a opinião pública como resultado de uma luta de galos, abandonou o partido para juntar-se ao movimento “Más Madrid”, de Manuela Carmena, nas mais recentes eleições para a Câmara de Madrid, que Carmena ganhou mas não consegiu maioria para governar, dado que as três direitas somaram mais votos.

Rapaz hiperactivo, Errejón declara agora que vai concorrer às próximas eleições por aquele  movimento, agora denominado “Más País”; “Errejón lanza una opa sobre Podemos”, lia-se em letras gordas no canal televisivo “La Sexta”, no qual o jornalista António Garcia Ferreras também o entrevistou em directo.

Criticando o anterior partido por ter recusado as condições propostas por Pedro Sánchez, também acusa agora este por se ter recusado repetir essas condições para uma segunda tentativa de investidura, propondo-se captar os votos de todos os descontentes - e serão muitos - com a situação criada para, ele sim, “resolver”  o impasse...


Amândio G. Martins

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

olhares na Foz do Douro, Porto


A Foz do Douro, no Porto, foi uma freguesia até 2013, quando passou a integrar a União das Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde. 
Em 2011 tinha cerca de 11000 habitantes. 
Partindo da Cantareira, surge a Barra do Douro com os seus farolins e tem início o passeio marítimo que vai desde o Castelo da Foz (Forte de S. João Baptista da Foz) até ao Castelo do Queijo (Forte de S. Francisco Xavier do Queijo).


Ambição desmedida e perdão dum falido a outro...

A primeira está toda do lado de Paulo Maló. o estomatologista que "semeava" clínicas dentárias por todo o lado, ás dezenas pelo mundo inteiro. Ainda há pouco tempo se gabava de inaugurar oito (!) na Tailândia. Agora, deu "um estoiro como uma castanha" e as dívidas são múltiplas. A maior será a que tem para com o Novo Banco, no valor de 50 milhões de euros que... lhe perdoou metade, ou seja, 25 milhões! Ouviu bem, esse mesmo que "vai falindo" em fases sucesivas e a quem o Estado vai valendo com o nosso dinheiro! Vai-me faltando um palavrão que possa chamar aos "empreendedores" e aos conspícuos banqueiros que lhes colocam a (nossa...) mão por baixo...

Fernando Cardoso Rodrigues

Indescritível  novela...


A embrulhada em que se transformou o “caso Tancos” ultrapassa tudo quanto se podia imaginar; e que oficiais de alta patente se tenham prestado a cenas tão rocambolescas é algo bem difícil de entender.

Agora, a partir de uma “bujarda” que um desses oficiais terá feito faiscar, ampliada pelo tablóide do costume, até se permitem tentar salpicar o chefe de Estado, e partidos há que, à falta de argumentação séria para convencer o eleitorado, fazem bom todo o tipo de lixo que lhes apareça pela frente.

Aquela encenação atribuída aos militares com responsabilidades de polícia de investigação é do mais terceiro-mundista que alguma vez se viu; saber-se que o fizeram tendo na mira sensibilizar o presidente da República para uma condecoração, seria de rir à gargalhada, não fosse tão grotesco,,,


Amândio G. Martins

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Do you speak português?...


Oeiras, o Município de excelência está a alargar a sua internacionalização utilizando palavras inglesas para abrir portas ao Mundo.
Primeiro começaram a aparecer os Park’s – imóveis de grande capacidade onde estão sediadas empresas e serviços. Com bastante procura Oeiras foi-se, está a espraiar-se a nível mundial. Passámos há tempos a ser Valley e  Oeiras tornou-se conhecida no cosmo. Agora temos um Shuttle que vai e volta gratuitamente ligando a estação de comboios de Paço de Arcos a três parques empresariais. Funciona das sete da manhã às sete da tarde e os intervalos são de 20 minutos. Só aos dias de semana. Ao Sábado não há. É uma ajuda.
Não seria possível projectar-se Oeiras com vocábulos portugueses?
Já há tempos que algumas revistas sobre Oeiras são bilingue facilitando o conhecimento do nosso território a quem aqui aterra mas, por exemplo Oeiras em Revista continua com letrinha pequena (como já tenho referido) o que dificulta a muitos dos Munícipes a sua leitura e temos de nos lembrar que Oeiras alberga um número significativo de pessoas com mais de 65 anos. Há sabedores que também apontam que o inglês não é dos mais correctos.
Na última Assembleia Municipal (17/9) as informações sobre o desenvolvimento em curso e o que está projectado para o nosso Município, fornecidas detalhadamente pelo presidente da Câmara Municipal, faz-nos “acreditar” que realmente vivemos na área mais pra frentex do continente europeu.
Os nossos parques empresariais têm muita mão de obra fora do nosso Município de Oeiras. Muitos desses trabalhadores gostariam de se fixarem mais perto do local de trabalho mas não conseguem encontrar habitação e a pouca que existe tem preços proibitivos.  Os responsáveis autárquicos estão preocupados e continuam a transmitir que estão em estudo soluções para ajudar a resolver este problema. Não atinge só os trabalhadores que todos os dias entram neste Município para trabalhar, atinge também os jovens que cá vivem em casa dos pais e que gostariam de terem a sua habitação. Aguardemos: o Município está a estudar o assunto de habitação a preços compatíveis.
Entretanto uma sugestão: não seria oportuno o Município promover a abertura de creches que servissem os parques empresariais ajudando a resolver um problema dos jovens que estão adiando a maternidade pela falta de local onde deixar os filhos? Naqueles grandes edifícios não haverá espaço para berçários? Porque não é feito já um levantamento junto das várias empresas aqui sediadas para que – caso esta necessidade seja uma realidade – no próximo ano seja inaugurada esta valência e Oeiras continuar a “orgulhar-se de estar a contribuir para a melhoria de qualidade de vida dos seus munícipes e de todos os que trabalham neste Concelho”.

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 25.09.2019

O "senhor" Futebol

Já se sabe que o futebol deixou há muito de ser um deporto para passar ao que já quase todos denominam, despudoradamente, por indústria. E o clubismo, sob a desculpa das "paixões", e para dar nobreza a estas, não as desqualifica. O polido "vira" truculento e este mantem-se como sempre foi. E o "dinheirão" releva de tudo, o normal e o "lavado". Tudo se desculpa se for "um dos nossos". Sacanas e ladrões são os outros. Há o bom e o mau penálti. E por aí fora.
Isto cá e lá. Agora é o Bayern de Munique que ameaça boicotar a ida dos seus jogadores à Selecção Nacional Alemã, a célebre "Manschaft". E porquê? Porque não aceita que o magnífico guarda-redes que é  Manuel Neuer seja suplente de Ter Stegen nas balizas alemãs. Que dizer? Pouco, pois isto mostra tanta coisa má!  Na vida toda "os átomos vão-se sobrepondo às moléculas e estas ao corpo todo". Dividir, amputar e ter poder "caseiro"... e "bom", vai sendo o escopo de muitos (demasiados). Permito-me sugerir, ingenuamente: porque não ser obrigatório ir às selecções se se for convocado? Ou o patriotismo é somente coisa de "meia tigela" e por medida?...

Fernando Cardoso Rodrigues


O embuste da “meritocracia”...


No seu livro “The meritocracy trap”, Daniel Marcovits põe a nu o sistema de ensino americano, onde as mais famosas universidades fecham as portas aos jovens das familias de baixo rendimentos, apesar de propagandearem o contrário, como descreve em artigo na Time.

E é aqui onde radicam as grandes desigualdades daquela sociedade, que será mais terra de oportunistas que de oportunidades, que talvez existissem nos seus primórdios, mas apenas para os aventureiros que chegassem primeiro aos locais mais procurados, ou tivessem mais força para desalojar os que já estivessem instalados.

 Hoje, para além de os empregos mais bem pagos serem oferecidos àqueles que cursaram as mais elitistas universidades, “while corruption is real and outrageous” na selecção para os lugares cobiçados, às classes médias e pobres restam os trabalhos mal pagos, que geram a revolta que, contraditoriamente, permite eleger para presidente um dos privilegiados, autêntico “calhau com olhos”, que soube valer-se da ignorância que as elites se esforçam por conservar.

Amândio G. Martins

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Supremos Tribunais

Duas decisões, ontem, ambas de elogiar e ambas por unanimidade. Na Inglaterra, o Supremo fez "reabrir" o Parlamento que tinha sido "fechado" pelo "brexiteiro mor" Boris Johnson. Na Espanha o Supremo espanhol, deu validade à exumação do ditador Franco, do Vale dos Caídos. No primeiro caso, parece evidente que a democracia não pode "ir para férias (i)legalmente", mesmo que com o aval duma "majestática figura". No segundo, também concordo porque às ditaduras, mesmo nunca as omitindo da História, não devem ser dadas oportunidades de veneração. Uma ressalva, sobre para onde devem ir as ossadas de Franco, pois não concordo que, como dizia um homem "causticado", deva ser para a "vala comum". Porque existe Civilização, como se vê com os Supremos que.... também são emanação daquela.

Fernando Cardoso Rodrigues

O IMPÉRIO VAI CAIR!

Em nome dos povos indígenas, dos negros, das mulheres, de todos e todas que foram mortos, dizimados, violados, escravizados, silenciados pelos europeus, pelos ocidentais, por outras nações e religiões, ergo o meu cálice e a minha voz. Os povos indígenas agora levantam-se em uníssono em defesa da Terra, da Humanidade por causa das alterações climáticas e da depredação capitalista, juntamente com os jovens e outros activistas. A hipocrisia dos líderes capitalistas e burgueses não tem limites. Mas o Império é ferido no coração do petróleo na Arábia Saudita pelos rebeldes do Iémem e em Paris é incendiado pelos anarquistas e pela extrema-esquerda. O Império não é invencível. Já o diziam Jesus, Bakunine e Che Guevara. O Império vai cair. Os chacais vão cair. Não tarda nada.

Será mesmo desta vez?...


O Supremo Tribunal espanhol aprovou, por unanimidade, a exumação da carcaça do ditador Francisco Franco do Vale dos Caídos e a subsequente inumação no cemitério de Mingorrubio, próximo do Palácio del Pardo, onde a família Franco tem uma cripta em que jaz Carmen Polo Franco, mulher do ditador.

A razão da interrogação do título é que a familia, que estava segura da vitória no Supremo, diz que vai esgotar todos os recursos possíveis, desde já para o Constitucional e para o Tribunal Europeu; e a Câmara de Madrid, da qual dependeria uma licença para que possa ser levantada a pedra tumular, está escudada numa “providência cautelar” que um juíz de uma família muito condecorada pela ditadura aceitou, que impede a autarquia de dar essa licença, não se percebendo bem como isto pode passar por cima da sentença do Supremo.

Por outro lado, Santiago Cantera, prior do Vale dos Caídos, sempre tem dito que é ele a única autoridade ali e nunca deixará “profanar” aquela sepultura; já foi desautorizado pela hierarquia da Igreja católica, que várias vezes tem dito, a começar por Roma, que não vai contraditar as decisões das legítimas autoridades espanholas.

Os partidos da Direita, que no Congresso não se opuseram, deixando passar a lei para que o ditador fosse retirado do Vale dos Caídos, agora também mostram grande azia, acusando a Esquerda de se preocupar mais em desenterrar ossos do que em tratar dos problemas dos vivos; de qualquer forma, com a luz verde do Supremo, o Governo quer pôr já um fim ao caso, ainda antes das eleições, que estão marcadas para o próximo dez de novembro...


Amândio G. Martins

terça-feira, 24 de setembro de 2019

A VIDA TOTAL

Apesar de ir votar no PCP e de ter muitos amigos no BE, reconheço que só o MRPP e o MAS falam abertamente na revolução. No entanto, como já disse, já não acredito na classe operária como classe revolucionária nem na glorificação do povo trabalhador. Acredito, sim, na vida total, no ser humano total, na liberdade livre, absoluta, infinita. No amor absoluto, universal, na hybris, na criação, na loucura. Mas também na busca da sabedoria. No abandonar do rebanho, da engrenagem, da máquina que tritura, da luta pela vida. Sim, é possível fazê-lo. Está no nosso pensamento, infinito, está no nosso coração, na nossa alma. Tudo isso é superior ao capitalismo, ao capitalismo que nega o amor, que nega a vida. Renasçamos.Dancemos. Recuperemos a vida total e plena.

Um debate a seis

Que são sete pois o PEV abriga-se na coligação CDU. Foi ontem na RTP e moderado por Maria Flor Pedroso. Interessante sob todos os pontos de vista. Vou-me ater à pergunta final - Qual assunto que escolhe para nele condensar o cerne do vosso programa? ( não exactamente "ipsis verbis") -  igual para todos, e cujas respostas foram  mesmo para reter, pelo inesperado. Se a de Catarina Martins foi mais esperada, ao eleger o problema da habitação, e a de Antóno Costa similar, quando escolheu a qualificação, as dos outros merecem relevo por razões diferentes. A de Assunção Cristas foi-o por ser uma "não resposta", ao quase ignorar a pergunta e, de dedo em riste, passar  a invetivar António Costa, num discurso preparado e que ... teria que "ver a luz do dia". Jerónimo de Sousa, com candura falou de creches e meninos em vez da esperada legislação do trabalho. Rui Rio "bravatou" mais uma vez com aquele querer ser " forte com os fortes e não com os fracos" e foi eficaz para ouvidos que gostam de ouvir estes desabafos gritados. Mas quem me surpreendeu mesmo foi André Silva ao escolher.... a corrupção! Quando, afora os seus prosélitos, se dizia que só pensa nos animais e, agora, no clima, sai-se com esta! Julguei que me tinha enganado e estava a ouvir Paulo Morais... Mas a verdade é que o silêncio se instalou no estúdio, as caras ficaram sérias e foi como como se se ouvisse o pensamento dos outros cinco: desta não me lembrei eu! E o problema é.... que se deviam ter lembrado pois, excepto as alterações climáticas ( que esssas são mundiais), a corrupção é um sério problema, nuclear no nosso país, imPortante até para... o clima!

Fernando Cardoso Rodrigues

O GRITO DE GRETA

"Como é que se atrevem? Vocês roubaram-me os sonhos e a infância com as vossas palavras vazias." Há gente que sofre e está a morrer e há ecossistemas inteiros a desaparecer e o planeta está no início da extinção em massa, tudo enquanto os líderes mundiais só falam de dinheiro e dos "contos de fadas do crescimento económico eterno".
"Vocês deixaram-nos cair. Mas os jovens começam a compreender a vossa traição. Se vocês decidiram deixar-nos cair, digo-vos: nós nunca vos vamos perdoar. O Mundo está a acordar e a mudança a chegar, quer vocês queiram, quer não." Palavras revolucionárias de Greta Thunberg. Os líderes mundiais, os burgueses, os capitalistas, traíram mesmo os jovens, as crianças e os povos indígenas. Estes sentem-se desesperados, sabem que o mundo e a espécie humana podem mesmo acabar. E não daqui a 100 anos. É mesmo nos próximos anos. As alterações climáticas, a Amazónia em chamas, as grandes catástrofes naturais, a extinção das espécies animais. Os politiqueiros e as grandes corporações, esses filhos da puta, só falam mesmo no dinheiro, no crescimento económico eterno, querem mais e mais poder. Não são do nosso mundo. Não são sequer da nossa espécie. Não temos que negociar coisa nenhuma com eles, nem mendigar apoios. Temos que derrubar esses vendilhões como fez Jesus e fazer a grande revolução global.

Prémio FIFA - The Best 2019

 - Não devemos deixar passar ao lado, de facto ou acontecimento, digno de registo. Ignorar é lamentável e esconde algo negativo, inveja, azedume, raiva, nacionalismo parvo, comportamento sujo. E isto acontece infelizmente no terreno das redacções nacionais. Não beneficiando os que são de nós, não merecem relevo, elogio. Agem como aqueles cuja filosofia primária obedece à balela - "quem não é por nós é contra nós". Assim a vitória de Lionel Messi do Galardão FIFA de Melhor Jogador do Ano, fez levantar o pior sentimento luso, que os media lusos alimentam há tempos - inveja, ciúme, facciosismo. É por demais sabido, por gente que sabe da poda, ou seja de Futebol, que o melhor jogador do mundo e arredores, é o pequeno gigante argentino, que rendeu Maradona, na arte e engenho daquele ofício. Porém os jornais nacionais, ou nacionalistas, apresentam-se vazios. Por se mostrarem vazios, não admira. Mas perdem as oportunidades de fazerem montra e história, renegando para canto ou apagando o facto inolvidável, quase irrepetível. Messi foi galardoado com o Prémio que define aquele que foi melhor de todos os intervenientes que com ele compartem a função, de dar alegrias e disputas acesas por todo o mundo. Ignorar tal acontecimento, fazê-lo menor, quase apagá-lo nas notícias, porque o vencedor do prestigiante Galardão não é o da "casa", é não aceitar a sua grande e genial diferença para os outros, que lutam com idêntico objectivo, mas que ficam aquém, pois a natureza assim determinou, e "as forças da Natureza nunca ninguém as venceu". Lionel Messi é o melhor de sempre por mais de seis vezes, e isso não sofre contestação, nem dos que julgam saber, nem mesmo de qualquer um que se julgue presidente da sabedoria e de outros mestres da pena, que metem dó quando se metem a querer tocar no esférico que pertence só a alguns ungidos por Deus - " Não toqueis no Génio"!

-(Opinión

Yo lo voté porque mientras siga jugando, Lionel Messi siempre será “The Best”

Es -y será hasta que se retire- el mejor de los exponentes del fútbol hecho arte.)


                                         

PÚBLICO.FUGAS. Sábado, 21 de Setembro de 2019



Um dia bem passado pelo Minho



Porto. Viana do Castelo. Ponte de Lima. Ponte da Barca. Porto. Setembro 2019.

Mais um dia óptimo de Verão neste início de Setembro, e minha mulher e eu a darmos uma volta, cá dentro. Do Porto até Viana do Castelo, sem pressas. O automóvel fica estacionado próximo à entrada da cidade e vamos a pé, à beira-rio, até à rua principal.

Sem deixarmos de olhar para o já célebre Prédio Coutinho, que, agora, mais que não seja por já ter sido tão falado, tão filmado, tão televisionado em directo e a cores, jamais deveria ser demolido.

 Um “exemplo exemplar” de como se consegue fazer arrastar um caso que não merece o tempo e as canseiras que tem dado.

Permaneça ali, como monumento à persistência de tantos.

Bom. Viana do Castelo é uma cidade simpática, aprazível, que convida a uma visita em qualquer época do ano.

Almoço num daqueles restaurantes usuais, com prato do dia.

Tempo muito agradável.

Na Ponte de Ferro passa lentamente um comboio carregado de toros de madeira, a parte superior é para circulação automóvel.

Viana do Castelo tem aquela grande obra do escultor José Rodrigues, sempre interessante de rever, próxima da biblioteca desenhada por Siza Vieira – tem, evidentemente, parecenças com a de Serralves.

O rio ali está, calmo, bonito.

Temos cá tanto de belo, mas nem sempre nos lembramos, talvez ocupemos demasiado tempo nos futebóis, no mal dizer...

Seguimos para Ponte de Lima.

Algo de muito positivo, seja por ser ano de eleições, seja pelos fogos, é o facto de as estradas, as bermas, os terrenos, estarem limpos, dando aspecto de um país bem cuidado.

Ponte de Lima, cheia de automóveis e pessoas, está ainda em festa. Não chegámos a parar, lentamente entrámos e saímos em direcção a Ponte da Barca, estradas impecáveis.

Chegados, ainda sem estacionar, ouvimos um trabalhar mais dócil de um helicóptero, este não é russo, mas de balde, leva água para um fumo que se vê lá para cima.

Aposte-se mais e melhor na prevenção, em todos os aspectos, de limpeza de terras até rápido e eficaz funcionamento da justiça, e haverá, por certo, menos incêndios.

Ficámos um bom bocado numa esplanada de Ponte da Barca.

Depois viemos calmamente até Porto, no final de um dia bem passado pelo Minho.

Augusto Küttner de Magalhães

Haja quem entenda...


Em resposta aos comentários à notícia de que a Ordem dos Enfermeiros pagou, ou vai pagar, uns bons milhares de euros para que uma actriz represente uma enfermeira numa novela da SIC, a D. Bastonária deu esta justificação:  “É uma forma de valorizar a profissão aos olhos da sociedade. Normalmente, quando há nas novelas personagens da profissão há sempre erros”.

E eu convencido de que os enfermeiros, de quem fiquei com a melhor impressão sempre que trabalharam no meu “canastro”, se valorizavam perante a sociedade no modo como tratavam essa mesma sociedade; e uma coisa que não percebo mesmo é como uma actriz a fazer de enfermeira pode dar da profissão uma imagem de maior competência do que uma enfermeira diplomada.

 Outra coisa que não bate certo é que nunca falta ali dinheiro; andaram em greves desumanas intermináveis com o argumento de que não eram pagos de acordo com o que mereciam pelo trabalho a que eram chamados, mas nunca faltaram muitos milhares de euros para “alimentar” essas greves, como não falta agora para patrocinar uma novela...


Amândio G. Martins

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Duas notícias "importantes"!

Verdadeiramente progressistas, no sentido "nobre" do termo...

1- Milhares de "motards" foram a Fátima receber a "benção do capacete". Se lhes abençoassem a cabecinha...mormente a de quem lhos abençoa....

2- O Irão prometeu à FIFA que, a partir de 10 de Outubro, vai ser permitida a entrada de mulheres nos estádios de futebol. O Deus desta teocracia nem para capacetes serve... 

Fernando Cardoso Rodrigues

“Ciclistas exigem fiscalização”...


Quando circulo na estrada ao volante de um automóvel, tenho de estar bem ciente de todas as regras que devo cumprir, e mais de meio milhão de quilómetros a conduzir sem acidentes dizem alguma coisa acerca da forma como conduzia e me conduzia, já que a sorte, sempre importante, não poderia ter feito tudo.

É frequente ver os responsáveis da Federação do ciclismo de recreio reclamarem contra os automobilistas, como mais uma vez fazem, com exigências de toda a ordem, e não posso dizer que não haja casos em que tenham razão; todavia, o que eu frequentemente verifico é um intolerável comportamento desses senhores na estrada, ocupando-a toda quando em grupo, como se fossem um rebanho de cabras, e se o condutor do carro que quer passar busina para que lhe dêem espaço, é gozado e insultado.

Assim, não só não me admiro que já tenha havido mortes de ciclistas, como o seu número irá certamente subir se mantiverem este comportamento, a menos que estes senhores da Federação, em vez de só fazerem exigências aos outros, comecem por ser exigentes consigo próprios, estabelecendo regras de comportamento cívico para os seus representados...


Amândio G. Martins

domingo, 22 de setembro de 2019

Justi quê?

Já lá vão 6 MESES 6, que Rui Pinto está preso...
Enquanto isso a bandidagem continua à solta.
Não é por nada. É só para que reflitam sobre esta aberração a que abusivamente chamam de Justiça.

José Valdigem

Assustador


O assédio da Cofina sobre órgãos de comunicação social como a TVI e a Rádio Comercial está em vias de concretização. Poder-se-á dizer que é meramente um negócio que só aos intervenientes interessa. Poder-se-á dizer também que são as leis do mercado a funcionar, essa entidade que, segundo alguns, sabe regular-se sozinha e não precisa de ninguém a supervisioná-la. Sabemos bem que tudo isto é conversa de enganar o menino para lhe papar o pão. A actividade da informação pública interessa-nos a todos e não apenas aos imitadores dos Rupert Murdoch’s deste mundo. Quanto às “saudáveis” leis do mercado, elas apenas servem para caucionar o poder do dinheiro. Este é o que “funciona”, não o mercado, e a concentração de capital em sectores vitais da economia e da sociedade permitirá, no futuro, que os compromissos candidamente assumidos pelos “açambarcadores” perante as entidades reguladoras acabem por ser grosseiramente desrespeitados sem que ninguém lhes possa “ir à mão”, simplesmente porque são muito poderosos. A mim não enganam eles.

Aguaviva - Poetas Andaluces


De fascista e de louco...


...Todos temos um pouco, assegura Rui Zink, a propósito do lançamento do seu novo livro, “Manual do bom fascista”; respondendo com humor às perguntas do jornalista Sérgio Almeida, do JN, afirma que o fascista não gosta do humor, e que ninguém é imune ao fascismo, seja de Direita ou de Esquerda, que o que nos protege do fascismo, do fanatismo e da estupidez em geral é a consciência de que basta um pequeno empurrão para cairmos numa dessas anomalias.

“Se gosta de falar alto sem motivo aparente, apontar o dedo a alguém ou rir-se quando vê alguém em baixo, esteja alerta; essas reacções indiciam uma propensão fascizante”- diz o escritor...


Amândio G. Martins

sábado, 21 de setembro de 2019

BREXIT- NA VISÃO DO CARTUNISTA JORGE BRAGA DO JORNAL "O POPULAR" DE GOIÂNIA, GOIÁS, BRASIL.

Liga Europa e...


Liga Europa e outras!

21 SET 2019 / 02:00 H.




    O jogo que o FCPorto fez em Portimão para a Liga NOS, e agora com o Youg Boys para a Liga Europa, deu para entender a razão do fair play financeiro que consome o clube azul e branco. É que só para compensar árbitros que actuam a seu favor, a coisa fica preta, apesar de jogarem por vezes, mas só por vezes, de amarelo e outras cores bizarras. *

    *(DN.Madrª 21/09)

    Dos “alimaizinhos”...

    Ti Ana “música”, que morou aqui ao fundo da rua, não entendia a sanha com que o meu cão se atirava ao portão, quando ela passava; um dia que me viu por ali fez-me “queixa” disso, dizendo que o animal devia ter uma “pancada”, porque já a conhecia havia muito tempo, passava aqui todos os dias e era sempre a mesma barulheira.

    Disse-lhe que aquele cão era assim, que fazia isso com toda a gente, não só com ela, mas respondia-me que tinha um igual que não fazia nada daquilo, embora então andasse adoentado, ao que lhe respondi que os animais têm direito a ser bem tratados, que o levasse ao veterinário; concordou que os “alimaizinhos”, tirando a alma, são como nós, mas que não era preciso levá-lo ao veterinário, que ele se curaria por si, tendo eu respondido que, como ela tinha dito, os animais têm "alma", mas há muitos donos que não.

    A Ti Ana ficou meio confundida, despediu-se com um seco “até logo” e afastou-se rapidamente; esta senhora, o cão dela e o meu, que já morreram há muito tempo, vieram-me agora à memória quando li no JN que, em Lamego, um cão que entrou muito ferido pela Urgência do Hospital local, sangrando muito, foi logo humanamente atendido, sem burocracias, e fiquei a pensar na confusão que se geraria se todos os animais maltratados - ou simplesmente não tratados - deste país “decidissem” dirigir-se aos hospitais à procura de ajuda...


    Amândio G. Martins

    sexta-feira, 20 de setembro de 2019

    Carne de "vaca"- comentário

    - tomara eu poder comer até aos 90, uma carninha de vaca até ficar sem dentes. A madonna, que embora já não seja tenra, desde que pagasse o anunciado, seria degustada até dar filho, como ela tanto deseja. O problema põe-se mais na poluição que ela produziria com os gases que se libertariam e a defecação. Isto se a vaca ainda ovula, para que o serviço fosse feito em regime ovulatório!*

    -*Nota:(sabe-se agora que o PR Marcelo, afinal pensa como eu. Disse ele:"Com a idade, começa-se a comer menos carne. Mas tenciono continuar a comer carne, nomeadamente carne de vaca, isso tenciono") - 
    - a minha dúvida é saber se ele se refere à mesma qualidade de carne. Talvez da parte da rabada!

    Muitos galos e poucos poleiros...


    A criação de partidos políticos parece-me excessivamente fácil, assim como a sua proliferação me parece que só fragiliza o regime democrático que, generosamente, permite o seu aparecimento; de facto, como frequentemente se verifica, quanto maior for o número de partidos com assento parlamentar, mais complexa se torna a governabilidade dos países.

    E é por isso que o sistema grego não é tão absurdo como possa parecer, que é o partido vencedor das eleiçoes ter um “bónus” de cinquenta lugares, para que possa rapidamentre formar governo, respondendo pelas suas acções no final da legislatura; e é assim que, no dia seguinte às eleições, já o partido vencedor se apresenta ao presidente da República pronto para começar a trabalhar.

    Ao contrário, em Espanha prepara-se a 4ª eleição em quatro anos, porque o partido vencedor das últimas não conseguiu, desde abril até agora, formar o governo que pretendia para resolver os problemas do país; é que o parceiro natural para o fazer colocou tantas e tais exigências que, tendo contribuído para o chumbo da primeira tentativa de investidura de Pedro Sánchez, no passado mês de julho, este não voltou a confiar no “Unidas Podemos”, limitando-se a pedir à Direita que se abstivesse, coisa que nunca pareceu possível.

    No “Podemos” até o nome, “Unidas”, me parece equivocado, como se fosse um partido só de mulheres, e embora tenha muitas e bem barulhentas, que contribuíram largamente para o insucesso da investidura de Sánchez, chamando “floreros e casetas del perro” aos ministérios oferecidos em coligação, soa-me um bocado ridículo ouvir os homens expressar-se como “nosotras”, quando falam para a comunicação social.

    Os dados estão lançados e teme-se uma larga abstenção, em que Pablo Iglésias, pelo que mostram as sondagens, tem motivos para estar preocupado, pois já nas anteriores eleições tinha perdido muitos votos; tudo irá depender de como os eleitores avaliarem quem foi o culpado do fracasso da investidura, embora toda a oposição, que fez tudo para o insucesso, aponte Sánchez como único responsável, que não foi competente para fazer pactos de governo...



    Amândio G. Martins



    quinta-feira, 19 de setembro de 2019

    O NOVO NASCIMENTO DO SER HUMANO

    Meu pai, minha mãe, onde cheguei. Tento ser bom, doce, justo mas às vezes sou vingativo e diabólico. Aprendi com as patadas a Sadedoria do Inferno. Desejo ardentemente as mulheres belas, desnudas, provocantes, desafiadoras. Mas não desejo apenas isso. Os eleitos não acreditam na Vida Eterna, a não ser por milagre ou por um novo nascimento. Acredito, de facto, num novo nascimento do Ser Humano. Mas para tal temos de atravessar o caos actual, quiçá o grande desastre das alterações climáticas ou então faremos a grande revolução que mudará tudo. Sim, acredito no Amor. No Amor Absoluto e Infinito. No Amor de Sócrates e Jesus. Acredito na Liberdade sem limites, sem qualquer controle, sem qualquer castração. E pouco me importa o que dizem de mim, os que me maldizem. O que importa é o que sou. O que construí, o que criei, a minha missão na Terra. E que as vozes se fodam!

    O manto diáfano




    A recente polémica sobre o chamado “museu Salazar” veio proporcionar aos nostálgicos do execrável regime que nos dominou até ao 25 de Abril mais uma oportunidade de o branquearem. “Sobre a nudez crua da verdade”, colocaram-lhe a “fantasia” de que Salazar muito teria feito pelo Portugal de que, diz-se, ele gostava, sem, contudo, gostar dos portugueses. Sem se darem conta (ou fingindo), fazem um descarado elogio do atavismo, elevando a “monumentos ao desenvolvimento” umas quantas edificações de construção civil que, é bom de ver, sempre teriam de acontecer, quanto mais não fosse, pela inércia da própria sociedade. Onde o desenvolvimento intelectual do país e dos portugueses, sob aquela polícia do pensamento que nos abafou durante quase 50 anos? Pelo contrário, quem “mais ordenou” foi a ignorância arrogante e auto-suficiente que nos isolou do mundo, que nos olhava de soslaio, desconfiado, e de que Salazar tinha pavor. Por isso, quis incutir-nos que o melhor era ficarmos “orgulhosamente sós”, porque, na nossa “grandeza”, não precisávamos de ninguém. Estes branqueamentos de comportamentos criminosos não podem ficar sem resposta. Há que denunciá-los sempre sem contemplações, porque mais não são do que a entrada em cena, com pezinhos de lã, de ideologias contra a liberdade. Silenciá-los, isso não, porque seria o que eles, com o poder, fizeram aos democratas. E nós não podemos ser iguais. Expresso - 28.09.2019


    Uns artistas...


    Uma companhia aérea anuncia voos a 34 euros, a partir dos três principais aeroportos do Continente, para Amesterdão, Roterdão e Eindhoven; como “bónus” , tentando fazer graça, diz que as cãimbras pela provável incomodidade da viagem são oferta da casa.

    Depois, nas sempre presentes letras pequenas, diz que o preço já inclui todas as taxas mas, logo a seguir, diz que não inclui taxas de bagagem de porão e serviços adicionais, enfim, como se estivessem a falar para mentecaptos.

    Nunca irei entender estes habilidosos, muito menos que não haja legislação restritiva destas manobras que, claramente, se destinam a ludibriar os distraídos, num tempo em que anda tudo a correr “desaustinadamente” para lado nenhum...


    Amândio G. Martins

    quarta-feira, 18 de setembro de 2019

    Champions: Ath.Mad 2vsJuventus 2

    - Num jogo cheio de expectativas, em que alguns portugueses torciam por João Félix e outros por CR7, ambos acabaram empatados na banalidade e no resultado, em que os de Madrid foram ligeiramente superiores. Estando os de Simeone a perder por 2-0 ao intervalo, Ronaldo podia ter sido o herói da partida, se aos 94min. e já com 2-2, o seu remate, após bom empenho na jogada, não saísse ao lado a rasar o poste, assim como Félix o podia ser na primeira parte se soubesse ter aproveitado as oportunidades que teve. Por tudo isto, ambos acabaram na banalidade e o herói acabou por ser o recém entrado e ex-portista, Herrera, que fez o empate ao minuto 90 a responder de cabeça a um livre de canto, e fazer o golo, mais que merecido. Bom jogo no geral, com os homens de Simeone a saber reagir, e a vender caro o seu esforço, e deixar a Juve com um amargo sabor até regressar a Turim. Ronaldo não irá esquecer tão cedo o coro de assobios que recebeu de cada vez que pegava na bola. Os colchoneros, mostraram a "simpatia" que guardam dele e da sua passagem pelo rival madrileno;

    -*(EXPRESSO-21.09)

    Um presidente que chora

    O PÚBLICO de domingo tinha uma excelente entrevista a Jorge Sampaio, bem como uma série de depoimentos, nos 80 anos do estadista e antigo Presidente da República de Portugal. Não quero deixar de me associar aos parabéns devidos, até porque é o Presidente de quem mais gostei, desde o 25 de Abril até hoje. Pelo seu desempenho, pela sua inteligência, pela sua cultura, pela sua serenidade pouco intrusiva ou vaidosa. Mas, mais do que tudo isso,... pela sua emoção traduzida na "lágrima fácil" e verdadeira! Ouvi muitos comentadores dar isso por defeito político, quando eu o valorizo como qualidade humana exponencial, mais a mais mostrada no desempenho político. Ele não é um "choramingas" mas "um homem que chora" - contradizendo o título do belo livro de Luís Sttau Monteiro.
    Entre outros episódios, recordo o que vivi presencialmente, na homenagem a Norberto Teixeira Santos , director da Pediatria do Hospital de S. João e professor da Faculdade de Medicina do Porto, na Aula Magna desta última, quando vi as lágrimas a correrem ao Presidente ao ouvir o lúcido discurso de "despedida" do ilustre catedrático, já muito débil pela doença que o atormentava. Grande director/professor e... grande Presidente! O anfiteatro esva cheio e lembro-me bem do meu "nó na garganta", triste mas orgulhoso de ser discípulo dum verdadeiro mestre e de ter por figura máxima do meu país Jorge Sampaio, um homem que chora!

    Fernando Cardoso Rodrigues

    Nota: este texto, que adorei escrever, vem no PÚBLICO de hoje (18/9), dia do aniversário do Dr. Jorge Sampaio.

    Cada um faz o que pode e sabe!

                                                                         


                                                                                  SLB 1- RBLeipzig 2
    - Há uns "expert´s" que não se fartam de tecer os maiores elogios e gabar dentro e fora das linhas da boa apreciação, Pizzi, jogador do SLB. Mas a nós parece-nos que a consoante a dobrar que identifica o atleta, aplicava-se melhor se o definissem como, "azzelha". O Benfica perdeu com o Leipzig e bem. Vê-se que não tem estofo para aquele ritmo germânico. Mas Pizzi não é um jogador possante, não tem força sequer para marcar um livre de canto, ou livre de meia distância, e troca os olhos frente a adversário. Faz o que pode, é certo. Quando o faz surge logo com uma máscara de esforço no rosto e suor a escorrer. O rapaz é frágil em vários campos. Ainda bem que Mia Khalifa, a "star do porno", aderiu ao Vitória de Guimarães, virou-se fã do clube, pois ela percebeu que um homem com força, é o que se precisa na hora de dar o litro. E esse, ela o sabia ou alguém lhe disse, chamava-se Afonso Henriques, que manejava a espada pesada como instrumento e arsenal eficaz e próprio de vencedor. Já Pizzi não é actor como a libanesa, que essa sim até "mia" quando entra a jogo e põe os adversários de rastos. Ela sim, sai sempre a ganhar!