Soube-o há momentos. É a resolução nº 20/2020 da Assembleia da República, já publicada em DR de 26/3/2020. Foram 300 anos tenebrosos e, num momento de pandemia virica, poderá parecer "remexer noutra ferida", mas o olvido seria muito pior. E acredito que é mais ético e político, no sentido nobre dos termos, do que apregoar sabedoria individual própria ou partilhar textos sem qualificação de qualquer tipo.
Fernando Cardoso Rodrigues
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
terça-feira, 31 de março de 2020
A DESUMANIZAÇÃO CAPITALISTA
O capitalismo é uma sociedade repressiva e irracional que leva a desumanização ao extremo de o ser humano ser inconsciente acerca do seu estado de alienação, submissão e falta de liberdade. O homem é escravizado pelo desenvolvimento técnico-científico. O mundo está também infestado pelas ideias de punição e de sacrifício impostas pelas religiões e pelo capitalismo. Urge libertar o Mundo e o Homem dessas opressões e tabus através da transformação social, cultural e política e graças ao papel da utopia e da imaginação. Assim combateremos todos os vírus.
O CAVAQUINHO NO BRASIL
Na noite de 29 de março último, um
grande espetáculo musical na TV Cultura encantou a todos os que apreciam a boa
música popular, numa apresentação do tradicional chorinho brasileiro, que tem
no minúsculo instrumento de cordas, o cavaquinho, a alma de sua expressão.
Ele foi um presente dos portugueses
ao Brasil. Chegou num formato diferente do atual. Segundo os apresentadores do
programa, ele continuou como criança em Portugal, onde a tradicional guitarra é
preferida, e se tornou adulto nas terras brasileiras, ganhando sua maior
eloquência nos arranjos de Waldir Azevedo marcados por notas claras e fortes
nas imortais composições: “BRASILEIRINHO”, “DELICADO”, “UM PEDACINHO DO CÉU” e
tantas outras.
Cá, no torrão brasileiro, o cavaquinho
cantou, dançou e chorou no mágico
dedilhar de suas sonoras cordas, a nos empolgar e encher a alma de grande
alegria e saudades das grandes noitadas do passado, sobretudo na estância balneária
Pousada do Rio Quente, com suas inesquecíveis “SEMANAS PORTUGUESAS” marcadas
pela presença de Roberto Leal e do grande guitarrista e também cavaquinhista
Manoel Marques, de quem recebi de presente uma gravação sua, como prêmio, por
ter sido, juntamente com minha tia Neusa Jorge, considerado o melhor casal de
dançarinos num festival de músicas lusitanas.
Minha homenagem ao cavaquinho e
também à guitarra portuguesa lembrando, na linda canção “COIMBRA”, a saudosa
Amália Rodrigues e a tradicional universidade, cujos alunos tinham grande pesar
de deixa-la após a conclusão do curso, conforme sempre nos falava o saudoso
professor e também músico Hermenegildo Marques Veloso, (por muitos anos
radicado no Brasil) natural da cidade Figueira da foz, a quem muito devo pelos
ensinamentos da querida Língua Portuguesa, tão bela e musical, mas muito
difícil e complicada.
Apelo aos bastonários
Sr. bastonário da ordem dos médicos e Srª bastonária dos enfermeiros.
Arrumem o bastão por uns tempos, peguem no estetoscópio e apresentem-se na linha da frente a ajudar os vossos representados.
Seja o governo da cor que for não é altura de lhe dar bastonadas.
Sigam o exemplo do líder da oposição.
Se conseguir-mos derrotar o inimigo depois fazemos o balanço, e então logo veremos se governo merece palmas ou "bastonadas".
Quintino Silva
Rir com vontade de chorar...
Na “sabedoria” dos seus oitenta anos, que é nenhuma, o meu
primo Dionísio, que só tem atenções para
a passarada engaiolada, um dia destes deixou-me sem resposta, quando caí na
tentação de lhe dizer que fico encantado a ouvir as suas rolas, dado a minha
casa distar apenas uns duzentos metros da dele, em linha recta; é que ele não
perdeu a oportunidade para me questionar se ouço mais alguma, além das dele,
que estou sempre a criticá-lo mas, se não as tivesse ali, já teriam sido mortas
pelos caçadores, dado serem consideradas espécie cinegética, razão por que há
muito não se ouvem por aqui rolas daquelas, ou muito raramente.
E sente-se tão “realizado” com os pássaros, que tem a quinta herdada
da família a monte, com tudo a secar por falta de cultivo, e nem o pobre
cachorro tem direito aos seus carinhos; o bicho anda tão stressado que,
rosnando, agarra com os dentes os calhaus multifacetados que
o “dono” faz questão de lhe pôr à disposição e, em pouco tempo, transforma
aquilo numa esfera perfeita, atirando repetidamente com eles para o pavimento
empedrado.
Diz o coitado do velho que o cão faz aquilo porque é muito
inteligente, que nunca tinha visto cão algum fazer igual; mas um dia destes consolei-me
de o deixar embaraçado, coisa rara de acontecer, dado o seu “poder de encaixe”,
quando o vi gabar os “feitos” do seu cão pastor, a um amigo que tem um da mesma
raça e não se ficava atrás: concordei com eles, que os cães são animais
inteligentes, dizendo os mais entendidos no assunto que alguns até são mais
inteligentes que o próprio dono, ao que o meu primo respondeu, automaticamente:
e o meu é um desses, pá! Claro, foi a hilaridade geral...
Amândio G. Martins
segunda-feira, 30 de março de 2020
PÚBLICO Segunda-feira,
30 de Março de 2020 (AKM)
A fragilidade da Europa no mundo
Nestes tempos, além da covid-19, estamos a perceber que o lugar da Europa no mundo, infelizmente, já não existe (pelo menos da maneira a que estávamos habituados).
Praticamente, acabou como actor a nível global.
Deixámos de ser a centralidade, deixámo-la fugir paulatinamente para os lados.
Hoje, estamos praticamente reduzidos a meros espectadores do que os outros fazem e decidem.
Já não contamos, já não temos influência na ordem ou desordem mundial.
Quase tudo se joga entre a China e os EUA, e nós, europeus, ficamos a observar os acontecimentos.
Esperando que este gravíssimo problema se resolva nos próximos três meses, a Europa terá um grande desafio à sobrevivência como espaço europeu integrado.
O maior problema será provavelmente a Itália.
Ou a União Europeia se une e apoia fortemente a Itália, que vai sair destroçada desta crise, ou arrisca a desunir-se de vez.
Se for assim, o Reino Unido terá aí a “prova” de que fez muito bem em ter-se visto livre do “clube europeu”.
E nesta altura, não parece que a Europa tenha gente capaz de a manter bem unida e liderar.
Augusto K. de Magalhães, Porto
Da versátil incapacidade...
“Numa “medio-cracia” bem desenvolvida, não há um autêntico
chefe. O chefe nominal é o último dos subordinados, o escrutínio e o programa
dos computadores, o seu comportamento. Se uma multidão inconstante espera por “nova
fórmula” e “extra-ingredientes reforçados”, como foi habituada noutros
produtos, por que não esperá-los nos seus chefes?
O escrutínio informa que o povo deseja um homem do povo, e
assim o presidente é exibido no seu rancho a assar um boi, a andar a cavalo, a
ver TV e acariciar o cão. Quando o povo se cansa da velha imagem, mostra-se-lhe
o “novo presidente”, e depois, o “novo novo presidente”, com o seu novo estilo
de penteado, nova retórica, nova imagem e novo “slogan”.
Nota – Transcrito do livro anexo por
Amândio G. Martins
domingo, 29 de março de 2020
A VERDADEIRA VIDA
A gata mia. Os pássaros cantam. O meu pequeno paraíso. Os livros. O caderno. A caneta. Pouco importa agora quantos leitores tenho. Sou poeta. Fiz-me poeta. Desde os 17 anos em Braga no 12º ano, no Liceu Alberto Sampaio. Também foi nessa altura que comecei a sair-me mais. A soltar-me. A questionar o rebanho e a máquina. A pôr tudo em causa. O porque viemos. O que fazemos aqui. O sentido da vida. Até hoje. Penso que, no meio da catástrofe, do Apocalipse, descobri a verdadeira vida.
A PANDEMIA NO BRASIL
Segundo o filósofo e matemático
francês René Descartes, o mundo pelas suas formas e trajetórias, representa a
beleza da Geometria materializada. Agora
diante da presente crise mundial do corona vírus, nós, os acima de 60 anos, de
uma hora para outra, passamos a ser chamados de elementos de riscos, estamos
assim, enquadrados literalmente nos dois sentidos da palavra, risco de contrair
os rigores da doença, e ser risco, a forma mais simples das figuras
geométricas.
Atônitos, ficamos assistindo brigas
das autoridades, se as medidas preventivas contra este risco devam ser horizontal
como querem os governadores e cientistas ou vertical como quer o presidente.
Estamos diante de algo de difícil solução, verdadeiro dilema que envolve vidas
humanas. Se permanecer com o confinamento morreremos de fome, se não,
morreremos infectados, ficando assim bem caracterizado, aquele conhecido ditado
popular: “se ficar o bicho pega, se correr o bicho come”.
Enquanto os cientistas têm seu foco
em preservar vidas humanas, o presidente tem seu foco em manter a economia,
porque é sabedor de que ela é o termômetro da aceitação do governo. Na história
pretérita do nosso planeta, nenhum governo se sustentou diante da má
performance da ordem econômica, quaisquer que lhes sejam as causas. Governos
bons, maus, de esquerda, de direita, laicos, religiosos, comunistas,
capitalistas, sempre tombaram diante da pouca resposta econômica de suas ações.
Aqueles que defendem, prioritariamente
a preservação da economia, usam argumento de que se ela falhar, haveria mais
mortes do que as produzidas diretamente pela atual pandemia. Pessoalmente,
acredito que as consequências deste dilema devam ser amenizadas, com dialogo
entra as partes, com doses sensatas de cada lado, com foco no meio termo das
ações e com pensamento exclusivamente direcionado ao bem popular, pondo de lado
as divergências políticas tão comuns cá no Brasil.
DOS LIVROS
Mais um livro lido. "Servidão Humana" de Somerset Maugham. Desde os 17 anos que me comecei a interessar pela leitura, graças aos meus colegas e amigos Jorge e Rui e aos meus professores José Miguel Braga e Fausto de Filosofia. E é especialmente nestas alturas de recolhimento que dou mais importância aos livros e à leitura. Até porque os livros me enriquecem enquanto escritor e poeta. Não viveria sem eles. Sem eles a vida seria completamente absurda. Foi com os livros, muitos livros, e algumas pessoas, pessoas marcantes na minha vida, que me tornei amante da sabedoria.
Os profetas do vírus
OS PROFETAS DO VÍRUS - José Goulão - https://www.abrilabril.pt/internacional/os-profetas-do-virus
Prisão Domiciliária
Há 15 dias cheguei a casa, vindo da Foz do Arelho. Daí para cá, tenho contabilizado, 99,9% de recolhimento no meu reduto.
Para quem, como eu, gosta de andar à solta, é um martírio. Vai-se-me a (já pouca) capacidade de raciocinar. Resta-me uma virtude nata: paciência de Jó.
Hoje, vou receber um prémio pela minha boa conduta. Ou antes, dois: às 17,28h.no AMC, O Resgate do Soldado Ryan. Às 22,30h. no FOXlife, Million Dollar Baby.
José Valdigem
Recordação
Num momento em que vivemos invadidos por um vírus espiculado, vários nomes me cruzam o pensamento, entre eles, um releva: Itália. Os mortos já ultrapassam os dez mil e isso contrasta fortemente com a riqueza cultural que "la bella" possui, a não merecer a pouca solidariedade duma Europa que bebeu "nela" muita da sua estrutura. Por lá passei quatro vezes. Duas em Milão, cidade industrial onde o "Duomo" avulta e de que lembro a magnífica estação dos comboios, em ferro, as galerias Vittorio Emanuel e a igrejinha de Stª Maria de la Grazie com a última ceia de Leonardo da Vinci. A terceira foi um périplo "corredio" em que estar somente dois dias em Florença foi um travo amargo, "compensado" pela ida a Assis, Veneza e a toda uma beleza natural e artística que acompanhei com os olhos e o coração. A quarta é tal recordação do título, em que o meu estado de alma ajudava. Foi a Trieste e nunca esquecerei a lentidão do calcorrear o Passeio de Rilke, junto ao Adriático, "ouvindo os canhões" do outro do mesmo, na guerra suicida dos Balcãs. E nunca esquecerei a viagem de comboio para Veneza onde, entre vigil e adormecido, acabei de ler o "Cartas a Sandra", o último de Vergílio Ferreira... Este mesmo que dizia que "o que acontece é o que acontece em nós desse acontecer"....
.... e foi o que me sucedeu - entre o belo e o horrível, como quase sempre - e agora está, igualmente, a acontecer, mas hoje numa comunhão mais alargada de "gentes" diversas em que vivemos entre o medo e a esperança dum fim que vai tardando.... mais ainda para o belissimo e único "azurro" italiano....
Fernando Cardoso Rodrigues
.... e foi o que me sucedeu - entre o belo e o horrível, como quase sempre - e agora está, igualmente, a acontecer, mas hoje numa comunhão mais alargada de "gentes" diversas em que vivemos entre o medo e a esperança dum fim que vai tardando.... mais ainda para o belissimo e único "azurro" italiano....
Fernando Cardoso Rodrigues
Num mundo tão desigual...
...Um hipotético inquérito em que se pedisse por favor uma
opinião honesta sobre uma solução para a escassez de alimentos no resto do mundo onde ela se verifica, teria o seguinte resultado:
Em África não
saberiam o que eram “alimentos” ; Na Europa de Leste não saberiam o significado
de “honesta”; Na China não saberiam o que significa “opinião”; No Médio Oriente
não saberiam o que significa “solução”; Na Europa Ocidental não saberiam o que
era “escassez”; Na Austrália não saberiam o que significa “por favor”; nos
Estados Unidos não saberiam o que era ”o resto do mundo”...
Amândio G. Martins
sábado, 28 de março de 2020
Um grande artista da palavra...
“...O infortúnio abastarda os espíritos, desalenta-os, e de
todo os transfigura. António de Azevedo vergava debaixo da dependência, sem
maldizê-la. Sentia-se alquebrado por sua mesma inércia, e esmagado pelo quase
opróbrio de sua inutilidade. O futuro estava-lhe fechado, futuro para onde o
arremessavam esperanças, que todas vira morrer, durante aquele triste viver de
súplicas e repulsões à porta de ministros, de magnates, de influentes, homens
que vestem o arnês do egoísmo, logo que, no dizer do sr. Alexandre Herculano, “se
recostam nos sofás para onde se atiraram de cima do tamborete de couro ou da
cadeira de pinho”.
Sentia-se o moço brutificado pela desgraça: tem ela de seu o
fatal condão de deslapidar o brilho das ideias, enredando-as, escurecendo-as,
falsificando-as; há uma como névoa que empana os objectos ou os desfigura; o
infeliz vê sempre errado; ora crê e confia-se em tudo que ao comum dos homens é
desprezível; ora esquiva-se a tomar pelos caminhos direitos do bem-estar, que
eventualmente se lhe ofereçem.
Pode ser que uma linguagem enérgica lhe valesse uma
transformação de vida; mas o susto, o quase pavor com que fala aos grandes, e a
humildade lagrimosa com que intenta comovê-los, é ainda um sestro mau da sua
desgraça. E em tudo assim, em tudo. Até no amor, que devia estar forro das
cadeias com que a desfortuna peia e trava as demais faculdades. É ao pé da
mulher amada, amada sem confiança nem expansão, é aí que mais a olhos
observadores se manifesta o infeliz”.
Transcrito do livro anexo por
Amândio G. Martins
sexta-feira, 27 de março de 2020
PARA NÃO ENLOUQUECER...
Em vez de estar pregado em frente à televisão, venho para o quintal e olho as árvores e as flores. Assim não fico paranóico. Assim não enlouqueço. Assim não me deixo contaminar pelos vírus deles. Escrevo, leio, estudo, ouço os pássaros e os cães. Tal como Alberto Caeiro, estou em paz com a natureza.
Já cá faltava
Ainda sem a memória de Jeroen Dijsselbloem se ter dissipado, eis que nos aparece mais um holandês poderoso, o primeiro-ministro Mark Rutte, a reboque do seu ministro das Finanças, Wopke Hoekstra, provavelmente portador da mesma “doença” do seu antecessor.
Mais uma vez, a Europa dos ricos e poderosos nos deixou pendurados. Depois de acalentarmos a esperança de que, mergulhados todos os países numa tragédia comum, que se prolongará por tempos indefinidos, a resposta fosse unânime e solidária, era “fatal” aparecer alguém que, do alto de pipas de dinheiro, decretasse a sua própria pureza imaculada versus o espírito de dissipação das gentes do Sul. Na sua obstinada recusa da mutualização da dívida, o Conselho Europeu desiludiu-nos mais uma vez. Para socializar, só interessam aos países renitentes os proveitos que, tão certo quanto o vírus que por aí anda, vão arrecadar à custa dos outros financeiramente mais débeis. Que boa seria a União Europeia se conseguisse alijar alguns anti-corpos que fingem não dar conta do grande negócio que é, para eles, serem parte desta “União”.
Público - 28.03.2020 (expurgado do último período).
Coitado de quem precisa desta justiça...
No “Miguel Strogoff”, de Júlio Verne, um jornalista francês,
que na Rússia czarista era correspondente de um jornal do seu país, contava a
um colega inglês do mesmo ofício - pessoa
quezilenta, que por qualquer aborrecimento ameaçava com um processo na Justiça
- a história de uma ama de leite que
tinha amamentado o filho de uma família rica, sem que esta cumprisse com o
respectivo pagamento, obrigando a ama a processar os caloteiros; quando
finalmente o seu caso foi tratado pelo tribunal, a “criança” já era capitão nos
“hussardos”.
E também foi assim o caso de uma empresa de Aveiro, que já
mantinha dívidas aos trabalhadores desde 1985, mas foi-se aguentando a “balões
de oxigénio” até 1995, altura em que faliu mesmo, deixando uma dívida aos empregados de 2,5 milhões de euros, entre salários e subsídios atrasados.
Diz a notícia do JN que só agora, e depois de duas condenações
no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, a Justiça portuguesa apresentou uma
solução, com o pagamento de uma indemnização a cada trabalhador lesado; todavia,
estes não receberão os montantes a que tinham direito, porque a verba
conseguida, depois da massa falida vendida, não é suficiente, sendo feito um
rateio proporcional ao valor dos respectivos créditos, segundo conta um
dirigente da União dos Sindicatos de Aveiro...
Amândio G. Martins
quinta-feira, 26 de março de 2020
OS MEDIA E OS VENDILHÕES ANDAM DESCONTROLADOS!
Os pássaros. Os galos. Os cães. Eu, no meu quintal, leio e escrevo. Ao longe, passa o metro. Não sou um poeta menor. Sei-o. Já estive no Céu e no Inferno. O Apocalipse mexe comigo. Não quero as mortes. Mas desejo o fim do capitalismo. Não estou só. Tenho companheiros, camaradas. De qualquer modo, isto é uma lição. O Homem, fundamentalmente os capitalistas, têm dado cabo da natureza. A natureza vinga-se. Os media, os políticos, os vendilhões e os capitalistas andam descontrolados. Não parece. Mas andam descontrolados. Hasta La Victoria, Siempre!
Remediando à procura de remédio...
Nestes momentos de incerteza e angústia, enquanto se aguarda
esperançadamente um antídoto eficaz contra a maleita, não faltam “luminárias” e
vigaristas a querer convencer que têm solução fácil e abundante, como aquele presidente
de uma ex-república soviética, que diz ao seu povo que a vodka é “remédio santo”
para prevenir o vírus.
Mas também temos o esforço denodado de gente sabedora e séria,
que vai investigando e experimentando medicamentos já existentes e usados noutras
enfermidades, enquanto se aguarda uma vacina específica para imunizar a gente; ouvi
ontem numa TV espanhola que um medicamento que durante a Segunda Guerra tratava
o paludismo , chamado Hidroxicloroquina, está a dar bons resultados nos doentes
do actual surto em que foi testado...
Amândio G. Martins
quarta-feira, 25 de março de 2020
camélias, no Poro
Em 7 e 8 de Março de 2020, realizou-se a XXV
Exposição de Camélias do Porto, na Alfândega do Porto.
A camélia, planta e árvore, é conhecida como Roseira
do Japão e por isso apelidada de japoneira; e a flor, como rosa-do-japão. A
camélia é considerada uma flor de Inverno. Algumas variedades são usadas na
China e Índia para a preparação de chá. De algumas sementes de camélia também
se produz óleo.
O Porto terá sido a primeira cidade da Europa a
ser conhecida como a cidade das camélias. A camélia terá chegado ao Porto no
início do século XIX, por influência da numerosa comunidade inglesa ligada ao
comércio do vinho do Porto. Na segunda metade do século XIX teve o seu mais
brilhante período. No século XX, a camélia esteve praticamente esquecida, sendo
recuperada a sua ligação à cidade do Porto pela câmara municipal, a partir de
1984, com a primeira exposição de camélias.
Existe uma versão, em que a introdução da
camélia na Europa, vinda do Japão, foi por Vila Nova de Gaia, através de
navegadores portugueses. Tal está ilustrado num painel de azulejos do artista
japonês Jun Shirasa, que se encontra na PraÇa, novo espaço no centro cívico nas
traseiras do edifício da câmara municipal de V. N. Gaia.
Instinto de conservação VS altruísmo...
É desolador verificar como esta dupla crise revela o pior da
espécie humana, quando tudo nos mostra que ninguém se salva sozinho, mesmo que,
aparentemente, possa ganhar mais umas horas ou dias de vida; dizem as notícias
que os portugueses, só numa semana, gastaram 250 milhões na compra de
alimentos, mais 30 milhões que em igual período do ano passado; e aqueles que não
podem açambarcar, porque a carteira ou a sua formação lhes não permite fazê-lo,
quando tentam fazer o que sempre faziam, comprando racionalmente conforme vão
precisando, encontram prateleiras vazias de muita coisa necessária.
Ilustrado com uma mulher a carregar o furgão até ao tecto
com os mais variados artigos - onde
sobressai grande quantidade de papel higiénico - e com o título “Why are people hoarding toilet
paper?”, Jeffrey Kluger, da Time, entrevistou alguns especialistas no
comportamento humano, de quem ouviu coisas assim: “Its about being clean and
presentable and not smelling bad; if people did not find the food that they
wanted, they could buy other food. For toilet paper, there are no substitutes”.
Claro que, quando a necessidade obriga, haverá sempre substitutos,
a começar pela água que, de qualquer forma, deve sempre completar a limpeza; e
sou do tempo em que se via, em muitas “cagatórias” públicas e de restaurantes,
velhos jornais e papel de embrulho dependurados no lugar do dito papel higiénico...
Amândio G. Martins
terça-feira, 24 de março de 2020
A "família real"...
Já o disse outro dia. Vivemos um momento em que, sempre que "pegamos na pena", devemos reflectir duas vezes pois podemos "atirar ao lado" ou, pior ainda, cometer "pecado mortal". Mas a "afasia", ao contrário da anosmia, não é sintoma de infecção pelo coronavírus e talvez seja mesmo uma abstenção inconsequente e perniciosa.
Acabei de ver a notícia da reunião "magna" entre políticos e especialistas técnicos, num salão do Infarmed. PRESENCIAL! Estavam lá todos: PR, 1º ministro, presidente da AR, presidentes dos partidos políticos, etc. Eram para aí vinte pessoas, no mínimo, cada um na sua cadeira, estas intervaladas pelo espaço "devido", mas.... tantos, num espaço relativamente limitado?! O pessoal de cúpula! Lembrei-me daquilo que se conta sobre as viagens aéreas das famílias reais: não viajam todos juntos para alguém sobreviver, no caso de acidente... Estarei errado mas, ainda por cima, ouvi, anunciado pelo PR, que estes encontros se vão realizar periodicamente, sendo o próximo já daqui a menos de duas semanas..... Eu sei que o "olhos nos olhos" é curial, mas.... nos tempos que correm...
NOTA: ouvi com agrado o PR a fazer uma "súmula" final da reunião, em que disse que a "voz científica oficial" comunga do que eu escrevi aqui há dias, sobre os testes de detecção do vírus ( no estado actual das coisas). Devem ser realizados para os suspeitos de estarem infectados e para os contactos assintomáticos, não para a população em geral sem as premissas anteriores.Dito de outro modo: o tão falado "testes, testes, testes" é, neste momento da epidemia, repito, uma demagogia... gastadora.
Fernando Cardoso Rodrigues
Acabei de ver a notícia da reunião "magna" entre políticos e especialistas técnicos, num salão do Infarmed. PRESENCIAL! Estavam lá todos: PR, 1º ministro, presidente da AR, presidentes dos partidos políticos, etc. Eram para aí vinte pessoas, no mínimo, cada um na sua cadeira, estas intervaladas pelo espaço "devido", mas.... tantos, num espaço relativamente limitado?! O pessoal de cúpula! Lembrei-me daquilo que se conta sobre as viagens aéreas das famílias reais: não viajam todos juntos para alguém sobreviver, no caso de acidente... Estarei errado mas, ainda por cima, ouvi, anunciado pelo PR, que estes encontros se vão realizar periodicamente, sendo o próximo já daqui a menos de duas semanas..... Eu sei que o "olhos nos olhos" é curial, mas.... nos tempos que correm...
NOTA: ouvi com agrado o PR a fazer uma "súmula" final da reunião, em que disse que a "voz científica oficial" comunga do que eu escrevi aqui há dias, sobre os testes de detecção do vírus ( no estado actual das coisas). Devem ser realizados para os suspeitos de estarem infectados e para os contactos assintomáticos, não para a população em geral sem as premissas anteriores.Dito de outro modo: o tão falado "testes, testes, testes" é, neste momento da epidemia, repito, uma demagogia... gastadora.
Fernando Cardoso Rodrigues
O cravo e a ferradura...
Quando estalou a crise de há uma dúzia de anos, os governos
europeus foram incentivados por altos responsáveis da Comissão Europeia a
investir, com o argumento de que assim se travaria uma grande taxa de
desemprego; só que, pouco depois, roeram a corda, e os que se “alambazaram”,
como fizeram os nossos governantes de então, levaram a que mais tarde os mais
desfavorecidos pagassem pelo pecador.
Agora, toda simpatia, temos a actual presidente daquela
Comissão a prometer facilidades; todavia, será bom estar avisado, não esquecendo a filosofia do "gato escaldado", pois não se percebe como conseguir a quadratura, dado que, se
levantam travões à despesa, vão avisando que não serão descuradas as exigências
do malfadado “pacto de estabilidade”, do qual os mais débeis sempre lhe sofrem o peso...
Amândio G. Martins
segunda-feira, 23 de março de 2020
JESUS
Vivemos no tempo do deus-dinheiro acumulado e concentrado. O Poder Político vive para o servir. Trata-se de um deus cruel que exige vítimas humanas. Exige que as mães e os pais lhe entreguem os seus filhos e filhas e até que os eduquem, desde o nascimento, de tal modo que eles venham a integrar o grupo dos privilegiados, que venham a ser executivos que sobem nas empresas, que poderão chegar a administradores e mesmo a empresários milionários alvo da inveja dos vizinhos. Ou seja, o deus-dinheiro coloca-os ao seu serviço incondicional. São eles, assim, os novos escravos, segundo o padre Mário de Oliveira, cheios de milhões, mas despidos de afectos, de causas, de Humano-Humano, de Entranhas de Humanidade. Vivemos também numa Ordem Mundial que mantém as pessoas e os povos na obrigação e no Medo. A liberdade, o amor e a Verdade escasseiam. Falta alguém, como Jesus, determinado a ir a Jerusalém enfrentar os três Poderes: político, religioso e financeiro.
Coro virtuale "Va pensiero" ("Nabucco" di G. Verdi) - International Oper...
<iframe width="480" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/JTVXEGIS3LE?clip=
Como é triste esta paisagem!...
Cá na aldeia ninguém está forçadamente confinado, não há infectados
e toda a gente sai para as suas tarefas habituais na terra, os que a ela se
dedicam, e nos empregos que ainda funcionem; todavia, também aqui nada está
como antes, coisa fácil de verificar ontem, na ausência de movimento no único café
que cá temos que, aos domingos, era um entra e sai constante.
Costumo ir de manhã cedo à vila para comprar o jornal e
outras coisas que façam falta em casa e ontem, como não há missas, não
encontrei viv´alma na rua; no quiosque, ainda fechado, esperava o sacristão que
aquilo abrisse, que sempre lá vai comprar um jornal desportivo para o padre Zé,
que não lê outros jornais, segundo diz o ajudante; peguei no jornal e voltei
para casa, sem que comigo se cruzasse quem quer que fosse de gente, só dois cães
vagueando junto ao canil.
Ao ler o JN vi a notícia da morte, aos 81 anos, de Kenny
Rogers, famoso cantor Country que não me cansei de pôr no gira-discos, onde “gastei”
as fachas “Coward of de County”, “Lucille”, “Together Again” e outras, embora
menos; talvez seja das minhas origens campestres, mas encanta-me ouvir artistas
daquele género, como Willi Nelson, Crystal Gayle, Glenn Campbell, além do
referido acima...
Amândio G. Martins
domingo, 22 de março de 2020
ÁGUA, FONTE DE VIDA
Eu sei que agora a
grande prioridade é a contenção do maldito corona, para
minimizarmos, para limitarmos, ao máximo, os seus terríveis e
devastadores efeitos. Mas também sei que, uma vez forçados a
permanecer em casa, temos que nos entreter com qualquer coisa. E uma
coisa para nos entreter, é pensar. Já tinham pensado nisso? Aliás,
se pensássemos mais, se tantos de nós não pensassem pela cabeça
dos outros, se não fossem manipulados pelos outros (uma ínfima
minoria que detém o poder), tínhamos um país e um mundo bem
melhores. Mais decentes, mais humanos. Aqui, humanos, no melhor
sentido da palavra. Evidentemente.
Bem, espero que não
tenham já pensado que esta introdução não seja apenas o prelúdio
para uma monumental seca e tenham desistido. Espero que não!
Portanto, vamos lá ao que aqui me traz. O que aqui me traz, é uma
coisa muitíssimo importante, absolutamente essencial. Essencial à
vida. À vida animal e vegetal. A Água.
Hoje é Dia Mundial
da Água. Já sei que devem ser todos os dias! Assim como devem ser
todos os dias da criança, da mulher, da poesia, da música, etc.,
etc., etc., mas os dias disto e daquilo, têm pelo menos uma
vantagem; falar-se no assunto, dar-se-lhe prioridade pelo menos nesse
dia. E se o assunto for da importância como é o da Água, então
não se justifica plenamente?
Já pensaram na Água
que se desperdiça e na que se suja, que se polui? Já pensaram na
falta que ela faz? Se calhar não pensaram! Ou pensaram, quando
apenas viram, ouviram ou leram. Mas pensem e ajam, quando verem, por
exemplo, uma torneira automática avariada em qualquer local público
que fica a correr depois de a tentarmos fechar. Avisem os
responsáveis quando detectarem um sistema de rega avariado, uma
rotura, etc. Ou qual a razão porque não se fecha num período de
tempo razoável a Água para não se desperdiçar mais. Há coisa de
umas 3 semanas um mês, houve aqui em Corroios uma enorme rotura numa
boca de incêndio provocada por um despiste automóvel. Os trabalhadores
do sector só conseguiram fechar a Água passado cerca de 5 horas.
Foram milhares de meros cúbicos que se perderam. Os responsáveis
tomaram a devida nota. Esperemos todos, a começar por eles, que se
tomem as devidas precauções para que não volte acontecer.
Já reparam, nas
bermas de caminhos e estradas, nas margens de valas, ribeiros,
ribeiras e rios, a quantidade de lixo, sobretudo plásticos, que, por
incúria, negligência, falta de civismo e estupidez é para lá
atirado? Depois, quando há chuvas fortes ( e esta, é uma das
características das alterações climáticas, os excessos; longos
períodos sem chover e depois “dilúvios”) sabem onde é que tudo
isso vai parar? Ao mar, claro! Juntar-se aos milhões de toneladas
que já lá se encontram. Assim como os milhões de beatas e outra
lixarada que tanta gentalha deixa todos os verões nas praias.
Sabem que já aí
está a Primavera e como diria La Palisse, o verão vem já a seguir,
e que no Alentejo e Algarve se mantém o estado de Seca Severa? E
qual é o efeito dos olivais de exploração intensiva e super
intensiva que lá agora abundam?
Bem, fico-me por
aqui, se não isto fica suficientemente extenso para que “ninguém”
leia. Mas sem
antes vos perguntar,
como professores, encarregados de educação ou simples cidadãos,
sabem ou já propuseram que se fale da Água e de todos estes e
outros assuntos com ela relacionados, nas escolas, nas igrejas, nas
Autarquias, na rádio, na televisão, nos Jornais?
Pensem nisso.
E hoje, Dia Mundial da Água,
assim como todos os dias, pensem nela. Pensem que sem ela, não
podemos sequer pensar. Porque, obviamente, não existimos.
Francisco Ramalho
Corroios, 22 de
Março (Dia Mundial da Água) de 2020
Testes de coronavírus
Vou tentar ser preciso pois, no momento que vivemos, qualquer coisa que se diga sobre o assunto tem que o ser, e nada alarmista. Às vezes mais vale deixar passar alguns erros, até porque o terreno e o tempo são "escorregadios". E eu sou dos têm ainda mais responsabilidade, dada minha profissão.
Vem isto a propósito dos testes de detecção do vírus por zaragatoa, oral ou nasal, e se devem ser feitos em larga escala a todos os portadores assintomáticos. Admito que sim, até porque a tentativa da "imunidade de manada" no Reino Unido, parece não ter dado certo. O problema é: em que momento e sob que supervisão? Isto porque se sabemos o tempo de incubação da doença, não sabemos em que momento em que o vírus é detectado nas zonas anatómicas referidas, e um teste negativo poderá positivar passados um ou dois dias. E quem supervisiona - absolutamente necessário - a globalidade? Pode um indivíduo, por seu livre alvedrio, ir a um "estaminé" laboratorial e "abrir a boca" para a colheita? E o resultado, se positivo, a quem é comunicado? E, se negativo, pode/deve voltar ser repetido umas tantas vezes? Tudo isto me veio à cabeça, quando vi anunciada a abertura, por uma entidade privada - embora com o conhecimento da Câmara Municipal de V.N. Gaia - dum posto de colheita. Quem tiver pedido dum médico do SNS, é de borla (para a pessoa...) mas.... se for porque "sim", porque quer, também lho fazem, só que paga.... 150 euros. E, com certeza... leva o papel para casa. Há eficácia/eficiência para a Saúde Pública? É economicamente "sério"? Aqui fica a minha elucubração pensada mas sem certeza de ser dona da verdade. Mas há uma coisa de que não posso deixar de discordar - talvez fosse admissível numa pequena epidemia circunscrita, como "arte" médica" - pelo "descuido de pensamento" e foi dito pelo presidente da referida autarquia: ao menos retira medo à pessoa ( dito adaptado, não "ipsis verbis").
Fernando Cardoso Rodrigues
Vem isto a propósito dos testes de detecção do vírus por zaragatoa, oral ou nasal, e se devem ser feitos em larga escala a todos os portadores assintomáticos. Admito que sim, até porque a tentativa da "imunidade de manada" no Reino Unido, parece não ter dado certo. O problema é: em que momento e sob que supervisão? Isto porque se sabemos o tempo de incubação da doença, não sabemos em que momento em que o vírus é detectado nas zonas anatómicas referidas, e um teste negativo poderá positivar passados um ou dois dias. E quem supervisiona - absolutamente necessário - a globalidade? Pode um indivíduo, por seu livre alvedrio, ir a um "estaminé" laboratorial e "abrir a boca" para a colheita? E o resultado, se positivo, a quem é comunicado? E, se negativo, pode/deve voltar ser repetido umas tantas vezes? Tudo isto me veio à cabeça, quando vi anunciada a abertura, por uma entidade privada - embora com o conhecimento da Câmara Municipal de V.N. Gaia - dum posto de colheita. Quem tiver pedido dum médico do SNS, é de borla (para a pessoa...) mas.... se for porque "sim", porque quer, também lho fazem, só que paga.... 150 euros. E, com certeza... leva o papel para casa. Há eficácia/eficiência para a Saúde Pública? É economicamente "sério"? Aqui fica a minha elucubração pensada mas sem certeza de ser dona da verdade. Mas há uma coisa de que não posso deixar de discordar - talvez fosse admissível numa pequena epidemia circunscrita, como "arte" médica" - pelo "descuido de pensamento" e foi dito pelo presidente da referida autarquia: ao menos retira medo à pessoa ( dito adaptado, não "ipsis verbis").
Fernando Cardoso Rodrigues
De novo a PRIMAVERA!...
Chilreiam as andorinhas, já cantam a poupa e o cuco, e os
melros, que sempre estão por perto, embora silenciosos, despertam-me agora ao
romper do dia com o seu inconfundível “flautear”, fazendo-me acreditar que é
sempre tempo de esperança, que um sol radiante iluminará de novo os dias escuros que momentaneamente se vivem...
********
O hipocondríaco, no consultório médico:
-Doutor, se toco a testa dói-me, se toco o nariz dói-me, se
toco o pescoço dói-me... Será que tenho o vírus?
-Não, homem, tem é um dedo partido...
Amândio G. Martins
Confiança
Não obstante ter subvalorizado, numa fase inicial, o impacto que o surto do coronavírus poderia ter na saúde das populações, compreendo as medidas mais ou menos restritivas que os diversos governos têm vindo a tomar. Apesar de, ainda hoje, haver muitas “verdades” por provar (afinal, o conhecimento sobre o fenómeno ainda é insuficiente), aceito que decretarem-se medidas (ainda) brandas no tocante à normalidade das nossas vidas seja a atitude mais apropriada à situação. Não ignoro que algumas dessas decisões, em Portugal e não só, possam ter sido tomadas pela própria pressão das pessoas em geral. Independentemente disso, a velocidade de alteração na situação global é tão elevada que o nosso próprio pensamento se pode alterar substancial e rapidamente. Hoje, mais propenso a entender e aceitar a bondade das leis entretanto criadas e aplicadas, não deixo de ter grande preocupação relativamente ao equilíbrio que deverá prevalecer entre o absolutamente indefensável “não fazer nada” e o fundamentalista “fazer tudo e mais alguma coisa”. Tenho confiança em que os limites do bom-senso e a consciência das imensas repercussões futuras (económicas e outras) venham temperar, nos dois sentidos, a actuação humana na luta contra a ameaça viral e irracional. Maior confiança, inabalável, tenho em que a ciência nos vai curar da covid-19.
sábado, 21 de março de 2020
DIA MUNDIAL DA POESIA
JOÃO APOLINÁRIO (1924-1986)
É PRECISO AVISAR
É preciso avisar toda a gente
dar notícia informar prevenir
que por cada flor estrangulada
há milhões de sementes a florir.
É preciso avisar toda a gente
segredar a palavra e a senha
engrossando a verdade corrente
duma força que nada detenha.
É preciso avisar toda a gente
que há fogo no meio de floresta
e que os mortos apontam em frente
o caminho da esperança que resta.
É preciso avisar toda a gente
transmitindo este morse de dores.
É preciso imperioso e urgente
mais flores mais flores mais flores.
Argamassa dos Poemas – Antologia de Odete Santos
Maria Clotilde Moreira
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