domingo, 31 de maio de 2020

ACABOU, PÔRRA.


É a mais recente tirada filosófica do Presidente da República Federativa do Brasil.
Quo Vadis, Brasil?

José Valdigem

LIMITAÇÕES NATURAIS DO USO DE SEXO


Conforme é fácil de se verificar, a natureza sempre faz com que um prazer passageiro preludie o cumprimento de um dever. Em razão disso, todas as criaturas sentem uma certa satisfação ao se alimentar, dormir ou reproduzir, que são necessidades comuns da existência.
Tais necessidades, porém, diferem-se umas das outras; se o homem precisa de dormir com muita frequência, o mesmo não acontece com o uso do sexo, pelo menos ele não foi criado para uma atividade contínua.
Não se pode aceitar, como admite o materialismo com todos os falsos profetas, incluindo entre estes os pseudo-cientistas, que praticar relações sexuais seja o mesmo que beber, dormir e alimentar-se, daí não ter importância fazê-las cotidianamente.
Ao contrário, já houve uma reunião internacional de médicos – um congresso realizado em Oslo que proclamou, por unanimidade, ser plenamente possível a abstenção sexual voluntária e que desta abstenção não resulta mal algum.
É óbvio que tal abstenção deva ser absolutamente voluntária, isto é, fruto do livre-arbítrio de uma criatura consciente, sem qualquer imposição de circunstâncias compulsivas, como por exemplo, os traumas psíquicos e os preconceitos religiosos de toda a espécie, inclusive os votos de celibato feitos, na formação de sacerdotes, por jovens ainda inseguros de si mesmos, quando tal cousa somente seria admissível numa fase de maturidade.
No Evangelho, Jesus faz referência a dois tipos de eunucos: os que assim foram feitos e os que assim se tornaram por amor ao reino de Deus.
Os primeiros são os resultados das mutilações impostas pela crueldade dos homens e os que ficaram impotentes sexuais, por força de inibições e traumas psíquicos, tudo decorrente de abusos praticados na atual ou na pretérita existência, que determinaram, em razão do carma (lei de causa e efeito), uma situação expioratória.
Os últimos são os que, pelo poder de seu livre-arbítrio e pela graça de Deus, conseguiram dominar sua força genésica em proveito de ideais superiores (sublimação) ou que eclipsaram tal força para cumprimento de árduas missões no planeta (compreensão).
Mahatma Gandhi, em pleno vigor de sua virilidade, resolveu, de acordo com sua esposa, abster-se do uso de sexo, para viver em estado de bramacharia (eunuco voluntário).
Como conciliar o entendimento da respeitável assembleia de médicos de Oslo com o pensamento de Sigmund Freud, segundo o qual o ser humano não pode viver sem sexo?
Nota-se que o célebre cientista e psicólogo austríaco confundiu sexo com afeto.
A criatura humana pode, perfeitamente, viver sem qualquer prática de relação sexual, porque a natureza se encarrega, por si mesmo, de neutralizar a libido, principalmente durante o sono, em que muitas vezes ocorrem descargas eróticas. Sem afeto, todavia, ninguém pode viver.
Trata-se de algo insubstituível e tipicamente humano, que não se confunde com troca de carícias ou prática de relações sexuais, mas de uma vibração produzida pela afinidade de fluidos que aproxima duas pessoas, num halo de paz e de bem estar, fazendo surgir um estado de admiração e de respeito mútuo – um amor que nada exige e que nada quer, nascido na troca de um olhar, na sequência de um diálogo fraterno ou mesmo no silêncio da espontaneidade – “Amore viene quando vuoli, non ne bisogni de paroli”(“O amor vem quando quer, nem precisa de conversa” – trecho de uma canção do filme “Dio come te amo").
Tal afeto pode generalizar-se em forma de um amor universal por todas as cousas, principalmente em relação à natureza, tão cheia de encantos e mistérios, com suas paisagens policrômicas e suas mais diversas criaturas.
Sábios aqueles versinhos recitados pelo famoso orador espírita Divaldo Franco, no final de suas palestras: “Ninguém pode viver sem amor, seja o amor de uma mãe ou de uma irmã; o afeto de irmão ou a presença de um cão. ”.
Segundo o rigor de todo o pensamento religioso do extremo oriente, a relação sexual sem finalidade de procriação é anticósmica e, consequentemente, geradora de débitos cármicos.
A doutrina espírita, menos rigorosa e por isso mais humana, vislumbra outras finalidades no sexo, desde que não praticado fora das leis naturais ou por mera aventura, mas com o escopo de conduzir os integrantes de um casal a uma união marcada pela responsabilidade.
O espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco C. Xavier, em “Vida e Sexo”, afirma: “Toda vez que determinada pessoa convida outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pela qual a dupla se alimenta psiquicamente. Quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentação do equilíbrio emotivo, pela ruptura no sistema de permuta das cargas magnéticas.”.
Parece que o Espiritismo vê nascer um forte afeto no relacionamento sexual e este afeto pode ser unilateral, produzido em uma só das partes, daí a necessidade imperiosa da existência de muita responsabilidade, pois que o rompimento desse relacionamento pode gerar um vazio de graves consequências na pessoa lesada reclamando reparações relativamente ao causador de tal estado.
Fazendo distinção entre Eros e libido, o eminente filósofo, cientista e pensador Huberto Rohden, não obstante a sua intransigente posição orientalista sobre o sexo – mero instrumento da procriação de um casal responsavelmente unido –, ele admite qualquer cousa semelhante ao pensamento espirita, ao dizer, no livro “Entre Dois Mundos”: “O Eros realiza uma doação recíproca entre varão e mulher, doação que não consiste primeiramente na processação de um novo indivíduo, nem na mera satisfação da libido, mas em algo tipicamente hominal, que é o aperfeiçoamento dos dois pelo intercâmbio vitalizante de auras ou fluidos.”
Seja como for, sexo livre fora da normalidade jamais pode ser aceito, porque é atentado que não ficará impune diante das leis cósmicas, e o praticado por mera fonte de prazer, sem nenhum compromisso entre os parceiros, isto é, que não pretendem criar filhos ou, que não deseja criar elos afetivos para uma vida em comum, trata-se, indubitavelmente, de luxúria, conforme consta no célebre episódio do Gênesis, em que Eva, levada pela orientação da serpente (símbolo da inteligência rastejante), sugeriu ao companheiro o uso do sexo exclusivamente para o prazer e não como meio de procriação ou de fortalecimento da união do casal.
Para mim, com todo respeito a quem pensa ou age de forma diferente, sexo normal é o que acontece entre homem e mulher, mas nada de oral (resquício animalesco) ou de anal (aberração), embora seja imperioso compreender que o casal, em sua intimidade, tenha todo o direito de escolher o que lhe for mais conveniente.
Desde o início não houve uma proibição generalizada, pois o casal primitivo recebera ordens para crescer e multiplicar. Não se trata, porém, de um crescimento físico, mas moral, isto é, o casal deveria afastar-se da libido do prazer e buscar o Eros do amor, para o nascimento de uma geração humana mais aperfeiçoada – uma espécie de prelúdio para a humanidade futura, que, a exemplo do Cristo, será fruto de uma concepção sem sexo.
Foi a inversão das leis cósmicas, ou seja, o uso do sexo pura e simplesmente para a sensualidade, que veio provocar toda a sorte de aberrações, cujas consequências são imprevisíveis, considerando o aparecimento de graves moléstias, tal como a AIDS, para frear os descaminhos do homem.
As leis eternas exigem equilíbrio para a disciplina de tudo. Não pode haver somente prazer, mas também a dor que limita os excessos ou o trabalho retificador que dá direito ao ser humano de experimentar o gozo, como recompensa de seu reto agir.
Assim posta a questão, nota-se que um casal unido pelos liames da responsabilidade faz jus ao prazer, sem criar carma, desde que esteja enfrentando a luta da criação e educação dos filhos ou colaborando na prática de nobres ideais de solidariedade humana, e principalmente no amparo à infância abandonada.
O casal, porém, que vive um existencialismo inútil, recolhido ao aconchego de uma vida egoística, desprovido de qualquer ideal, sem filhos ou criando-os sem interesse de educá-los, não se expondo ao menor sacrifício, este, tal qual os aventureiros em geral, está praticando a luxúria e, consequentemente, incurso na conhecida maldição do Gênesis: “Maldita seja a terra por sua causa!...”

"Fundo perdido" e... impostos

Aquilo que se anuncia como 500 mil milhões de euros subvencionados pela UE  a todos os países dela constituintes, já começa a ser contestado, como seria de esperar, por alguns. Uns, os habituais "profetas de desgraça", outros.... nem tanto. O que dizem? Que "desconfiam" do que serão "reformas estruturais", que se diz haver como exigência prévia, já que isso quererá dizer " impostos sobre o trabalho e as pensões". Suspeiçãp pertinente se nos lembramos do tempo da "troika"com governo PSD/CDS. Agora aparece, pela voz do comissário do Orçamento da UE, Johannes Hahn, austríaco ( e, daí, "suspeito, pois é o grupo dos "forretas"...) a noticia que a tal "dádiva" exigirá alguns novos impostos e.... "puxei logo da pistola"! Só que, li melhor e.... os tais impostos iincidiriam sobre poluição ( com relevância para os plásticos), grande multinacionais e gigantes da tecnologia. Ah, isso é outra coisa diferente do anterior "esbulho" dos pobres, ou não será? Daí que, para já, continuo a não me juntar aos "coro" dos negacionistas ( e alguns niilistas...) sobre o que a Europa tem de bom. E tem muito...

Fernando Cardoso Rodrigues

Ao meu gabinete, por favor...


Já lá vão umas largas dezenas de anos, almoçava eu num “tascoso” em Paços de Ferreira, aliciado por alguém que dizia ser a cozinha ali muito boa, mas não cheguei a comprovar verdadeiramente se era, porque nunca mais lá pus os pés; a verdade é que havia lá muita gente a ”encher o bucho”, e o que estava a saír em grandes quantidades era feijoada, quando um “comilão”, com a boca cheia, largou um espirro com tal potência que “pulverizou” tudo quanto estava à sua frente, ficando até a parede cravadinha de bagos de arroz e feijões.

Como não estava naquele  “raio de acção”, não fui atingido pelo inesperado esguicho, mas a coisa impressionou-me de tal modo que ainda hoje, se alguém espirra perto, olho automaticamente para que lado teriam ido os “perdigotos” e vem-me à memória a cena do restaurante que, embora possa acontecer a qualquer um, julgo que ninguém contará com ela, muito menos daquela forma.

Para garantir com sucesso a reabertura da actividade económica, colocam-se  às mais variadas empresas problemas complexos, desde logo de facturação suficiente para fazer face às despesas; parece que, para os restaurantes, estão previstas divisórias em acrílico para isolar os comensais nas suas mesas, e eu imagino-me, numa situação dessas, a chamar o empregado “ao meu gabinete”, sempre que precise de alguma coisa mais...


Amândio G. Martins

sábado, 30 de maio de 2020

A REVOLTA DOS EUA

Destruir para construir, eis o velho Bakunine. Quando George Floyd é violentado e assassinado pela polícia por ser negro e Trump ameaça com balas, quem é que está a ser aqui violento? A polícia e Trump são racistas e fascistas, enquanto os manifestantes multi-raciais reagem como podem, a raiva acumulada já é tanta que o mero pacifismo não chega. No fundo, o sistema dominante é racista e fascista e importa destruí-lo e criar um mundo novo, fraterno, justo e livre. As pessoas começam a acordar. A revolução parece estar mesmo a caminho.
Leitura Útil para Todos

Acabo de ler A  Vida Secreta dos Intestinos, da alemã Giulia Enders.
Leitura fácil, simples, entendível por todos, sem preocupações estéticas ou pretenciosismos.
Muito, muito recomendável.

José Valdigem

Como?!

Vi e revi, ontem, no Telejornal da RTP1, através dum oficial fardado da Autoridade Marítima Nacional: é PROIBIDA  a reanimação boca a boca, nas praias portuguesas!!
Ou seja, não há Ambu ( insuflador de fole) e "abaixa-linguas" e.... morre para ai porque é.... PROIBIDO dar-te ar!...

Fernando Cardoso Rodrigues

Até os animais conseguem ser mais educados...


A luta política em Espanha está transformada num “rifirrafe” interminável, em que não são respeitadas regras básicas de relacionamento democrático; com o “Estado de Alarme” ainda em vigor, por força da Pandemia é dado ao Governo muito espaço na Comunicação Social, o que deixa as “direitas” num ataque de nervos permanente, provocando propositados incidentes para dar nas vistas.

Num debate no Congresso, onde se pretendia discutir as medidas de reconstrução económica do país, faltou debater o tema proposto mas sobraram os insultos; de facto, a oposição não consegue falar de mais nada que não seja um acirrado ataque ao Governo no seu conjunto e a cada ministro individualmente, sempre que é chamado para tratar temas específicos da sua pasta.

Ao ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, por ter demitido, no  uso das suas competências, um coronel do comando da Guarda Civil, disse uma deputada de Vox que deveria ser algemado e encarcerado por aquela guarda, que a sua decisão foi abusiva e um ataque à honra daquela força policial.

Sendo Vox um partido que está constantemente a fazer apelo à rebelião das forças armadas contra o que chama um “Governo ilegítimo e comunista”, Pablo Iglésias, um dos vice-presidentes, disse a Espinoza de los Monteros, da direcção daquele partido, que eles bem gostariam de dar um golpe de Estado, só que não se atrevem, o que levou o deputado fascista a fingir-se ofendido e abandonar a sala, com Iglésias a dizer-lhe, sorrindo: “Cierre al salir, señoria”.

Mas foi ainda com Iglésias que se deu o momento que ocupou muito tempo nas televisões quando, perante o palavreado agressivo da famosa porta-voz do P. P., Cayetana de Toledo, se lhe dirigiu tratando-a por “señora marquesa”, que vinha para ali falar de ETA, demonstrando quão pouco lhe interessam os reais problemas dos espanhóis, ao que a dita marquesa lhe chamou filho de terrorista, que a sua aristocracia era a do crime político, isto porque Javier Iglésias, pai de Pablo, foi no tempo de Franco militande de um grupo basco chamado FRAPE.

Temos cá um casal de gatos já velhos, ele um pouco mais novo -  que poderiam ensinar “boas-maneiras” a muita daquela gente ; como a gata nasceu cá, de uma ninhada que ficou sem mãe muito cedo, por ter sido atropelada, a minha filha lá conseguiu arranjar quem ficasse com os irmãos e escolheu aquela para nós; ele apareceu por aqui mais tarde a pedir comida, e ela fez-lhe logo saber quem mandava; e a verdade é que o bichano, que nunca mais daqui saíu, até para comer espera por ela, só o fazendo quando ela já não quer mais e vai embora...


Amândio G. Martins

A árvore... e a floresta - Comentários

Nota: Este texto constitui uma resposta a um comentário ao post “A árvore… e a floresta”, de ontem, que, por excesso de caracteres, teve de vir “parar” aqui. 


Não, não se trata de um confronto entre um economista e um médico. Nunca tive esse posicionamento, como o poderão atestar inúmeras “discussões” com médicos (e muitos outros profissionais) que rebatiam a primazia que eu sempre dei aos gastos/investimentos nas áreas da Saúde, Educação e Justiça, em detrimento da inviolabilidade dos diversos défices que tanto nos afligiram. O meu escopo sempre foi - e é - o interesse geral. 

Na minha posição, não poderá encontrar qualquer acusação ao pessoal afecto à Saúde. Rendo-lhe totalmente os meus respeitos e reconhecimento e, como o Fernando, também não tenho dúvidas em afirmar que, no caso da “distribuição” dos ventiladores, tanto como em todas as decisões que, em cima da hora e do acontecimento, os médicos tiveram de tomar, o fizeram no escrupuloso cumprimento da ética. Acrescento ainda que tenho altíssima confiança nas capacidades desse mesmo pessoal em regenerar e recuperar os doentes. Alguém os levou a preferirem afastar esse “cálice”, adoptando a posição sistémica da prevenção. Teria sido o que mais interessava às populações?

O problema não é esse, o do confronto, mas, francamente, confesso que me tem custado passar esta mensagem que, para mim, cada vez me parece mais óbvia, inevitável. A responsabilidade por esta dificuldade tem, forçosamente, de ser minha e, em consciência, não posso ceder à preguiça de a abandonar... só porque é difícil!

Em primeiro lugar, não fui ainda convencido, desde o princípio da pandemia, de que o “problema” nos obrigasse a fazer tudo quanto nos foi exigido. Porquê? Porque esta não é a primeira pandemia da Humanidade que, já neste século, se deparou com uma outra que, à partida, poderia acarretar repercussões não menos “catastróficas”. Se, então, se tivessem tomado as medidas actuais teria sido “inteligente”? Não, mas dir-me-ão que agora é fácil responder. E eu respondo que, se idênticas medidas tivessem sido ordenadas - e isto não é “especular” gratuitamente sobre o assunto, é fazê-lo com a curiosidade indispensável à progressão científica - todos nós as teríamos acatado e a ninguém seria permitido questionar a sua imprescindibilidade.

Depois, eu quis chamar a atenção para uma falha, grave a meu ver, do estudo da Escola Nacional de Saúde Pública. Realizar um estudo considerando apenas alguns dos efeitos das acções tomadas, medindo-as sem olhar às outras, parece-me tudo menos cientificamente correcto e, dado o caso, ainda menos ético. Hão-de dizer que sou um fanático na citação da condição coeteris paribus, mas arrisco-me a afirmar que ninguém achará de bom senso aproveitar as experimentações in vitro de fenómenos eminentemente sociais, e ficar-se por aí, sem que se analisem as alterações observadas no restante universo, sobretudo quando se agiu sobre ele. Ora, poderá alguém contradizer-me irrefutavelmente quando digo que houve mortes ocasionadas indirectamente pela confinação? Basta isto para não validar a “provocação” do cotejo entre “mortos”, tanto mais que a minha “contabilidade” nunca entra em linha de conta com grandezas de mensurabilidades que não as naturais do ofício. Mas o que não posso é esconder que a “cura” trouxe - e vai trazer - muitas mais vítimas. Não esqueçamos as suspensões de consultas e cirurgias, os tratamentos e novos diagnósticos, tudo adiado. E o aumento das tensões sociais, com as vítimas da violência doméstica e familiar, o empobrecimento generalizado dos mais pobres.

Na Europa, tudo vai “bem” com o confinamento. O Reino Unido até arrepiou caminho na estratégia inicial, coisa que, aliás, só merece os meus encómios, não obstante o seu destinatário principal ser esse sr. Boris. Quanto aos suecos, sem ignorar a diferença abissal que existe nas características do seu povo e da sua organização político-social, comparativamente aos outros países, eles continuam a dizer que as contas ainda não estão fechadas, e que o confinamento dá resultados a curto prazo, mas não é sustentável no tempo. A seu tempo, veremos. Tenho enorme curiosidade em observar os resultados obtidos nos testes sorológicos, quanto mais não seja para afastar de vez a ideia de que tanto esforço e prejuízo (não só económico…) talvez não tivesse sido necessário. 

Como quer que seja, temos de aceitar as directrizes tomadas no combate à pandemia. Não há volta a dar. Até me disponibilizo para admitir que podem ter sido as mais adequadas. A questão é que ainda ninguém me provou incontestavelmente que é assim. E continuo a ver motivos de sobra para as questionar, com explicações que, francamente, deixam muito a desejar. 

Estou perfeitamente conformado com a ideia de que nunca terei reconhecimento nesta questão. A dimensão das medidas que se tomaram nunca permitirão que alguém perca a face, e como nunca se poderá provar que esta ou aquela posição seria a mais correcta - o Mundo não é um laboratório, e não existe outro ao lado para podermos comparar - terei de me submeter ao “politicamente correcto”.


sexta-feira, 29 de maio de 2020

A árvore… e a floresta


De um estudo recente da autoria de investigadores da Escola Nacional de Saúde Pública, ficámos a saber que a prontidão com que as autoridades portuguesas actuaram face ao surto do coronavírus, a par da correcção do comportamento da população, beneficiaram o país, durante a primeira quinzena de Abril, com a “poupança” de 146 mortes pela doença associada. Sem desvalorizar a oportunidade e o rigor “milimétrico” do estudo, ficou-me uma dúvida, ocasionada pela omissão de possíveis consequências paralelas das medidas tomadas. Seria bom saber-se, por exemplo, se houve mortes, e quantas, por efeitos colaterais desencadeados pela abstenção de muitos que, por pavor, evitaram visitas a centros de saúde e hospitais, ou por terem sido eventualmente colocados em lista de espera porque não eram “urgentes” (a hierarquização das prioridades é um facto da vida quotidiana, incluindo a médica, e não só quando se escolhe o destinatário de um ventilador). Já sem pensar nos que morrem do desemprego e outras fragilidades sociais, actuais e no futuro, como consequência indirecta das medidas. Provavelmente, tal como se verifica na maioria das questões relacionadas, a resposta a esta dúvida girará em torno da trivialidade reinante do “ainda não se sabe, ainda não há dados suficientes, etc.”. 

Se já nos sentimos reconfortados com a justeza das medidas tomadas, não poderemos ainda dispensar a sugestiva imagem que João Miguel Tavares nos deu na sua crónica de quinta-feira: “convém que a civilização humana não fuja para cima de uma árvore quando se desconhece o verdadeiro perigo daquilo que a persegue”.


Mas quem é afinal o 1º ministro?

De há uns tempos para cá todos os dias vemos o presidente da república a dizer o que se fez e o que não se fez e o que deve fazer ou que não se deve fazer..
Ora no nosso sistema politico tal papel cabe ao primeiro ministro, logo há aqui qualquer coisa que não bate certo.
Estará Marcelo a ajudar o PM ou a subalternizá-lo ?.
A mim parece-me que o homem tem a mágoa de o cargo de PM lhe ter escapado e então está a aproveitar a maré para fazer de conta.
Possivelmente seria ele o PM se não tivesse ocorrido o 25 de Abril  
Outra hipótese é ele estar a fomentar o presidencialismo.
Veremos os próximos episódios da novela pois isto dos camaleões tão depressa os vemos como deixamos de os ver.
Quintino Silva

Uma bola de Berlim


Estes últimos tempos, cerca de dois meses e meio, a vida dos portugueses e de todo o mundo tem levado muitas voltas, muitas alterações, noticias e informações que muitos de nós ainda não conseguimos digerir na sua totalidade.
Fique em casa – não saia. Ficamos em casa e como alimentamos a dispensa? O que vamos comer? E as crianças e a escola, e a faculdade? E apareceu o ensino e o trabalho  por computador ou videoconferência e depois apareceram novas complicações para aqueles não tinham aqueles equipamentos ou que as redes informáticas não abrangiam as suas moradas. Temos estado mergulhados num tempo que não sabíamos que existia mas, cumprindo quase exemplarmente, temos sobrevivido e quase que estamos a atingir a normalidade. Normalidade que agora é andarmos de máscara em muitos locais, lavarmos as mãos com muita frequência e passar por desinfectante à base de álcool, não dar abraços nem beijinhos e sentarmo-nos nas mesas dos restaurantes e esplanadas bem longe do vizinho do lado. Mas até nos estamos a portar muito bem e há quem diga que já vê uma luz ao fundo do túnel a dizer que já vamos passar o Natal todos junto.
Porém este ano não vou comer uma bola de Berlim na praia. Eu explico: desde miúda que o Verão significava comer uma bola de Berlim no fim de uns bons mergulhos no dias de Verão. Com as voltas que a vida dá, a estadia na praia no Verão não tem acontecido mas… o Café Memória que mensalmente se reúne aqui em Algés organizava uma ida à praia de Santo Amaro de Oeiras no final do mês de Junho e com os pés na água era tempo de comer a minha bolinha.
Estes encontros do Café Memória por causa do vírus não se têm realizado e parece-me que a ida à praia no mês que vem não se vai acontecer. E assim a minha bola de Berlim terá de esperar um ano.

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 27.05.2020

O “pássaro azul” estará de olho?...


O presidente americano ameaça fechar as plataformas de redes sociais, com o choradinho de que “os republicanos sentem que aquelas plataformas censuram as vozes conservadoras”, deixando claro que “vozes conservadoras” significam aldrabice, já que o Twitter travou as suas mentiras; não sei se a criatura terá poderes para tal, que aquela democracia apresenta tantos aleijões no seu sistema de funcionamento, como poder ser eleito quem foi derrotado pelo voto, que tudo parece possível ali.

Mas comprova-se que esta direita grotesca é igual em todo lado; em Espanha também atacam como violação da liberdade de expressão os jornais e televisões que desmascaram as suas mais que descaradas mentiras; o borra-botas que preside ao Brasil mobiliza para a porta do palácio do Governo uma horda de arruaceiros para agredir os jornalistas que desmascaram as suas patranhas, chegando já ao descaro de classificar toda a imprensa mundial de “esquerdista”, só porque lhe destapam a miséria moral que vem exibindo a toda a hora.

O Twitter chama política de “integridade cívica” a sua intervenção contra as falsidades de Trump que por lá circulam; de facto, já há uma ano tinha decidido “marcar” as publicações de importantes figuras políticas que violassem as regras. Mas dizem no JN dois investigadores da Universidade do Minho, Inês Amaral e Francisco Conrado, que essa não é a melhor opção, porque metade do que circula por aquela rede é falso, e a decisão agora tomada pode mesmo favorecer Trump, que não deixará de vitimizar-se perante os seus...


Amândio G. Martins

quinta-feira, 28 de maio de 2020

O banqueiro Salgado ainda nos goza


Há largos meses o banqueiro Salgado, 
foi intimado a pagar uma coima de vários
milhões de euros, que ainda não tinha sido 
paga! Porquê? O Tribunal Constitucional, 
agora, confirma uma dívida de 3,7 milhões 
de euros, que já havia sido determinado... 
Ao tempo, o BES confiscava-me a casa por 
falta de pagamento. 
 Mas, o seu ex-proprietário, o dono disto tudo,
acusado de gestão ruinosa, falsificação de contas, 
fraude na emissão de dívida, no valor de 1,3 mil 
milhões de euros, colocada em clientes BES(!),
ainda tem casa! Coitadinho, diz que é a filha que 
lhe paga o «resort» de Cascais e a casa da Comporta. 
Já faltou mais para solicitar Rendimento Social de 
Inserção...! Deve e não paga uma infíma parte do 
que roubou. Roubou sim!, quem o afirma a plenos 
pulmões são os que se dizem roubados do BES! 
Que deixaram as poupanças duma vida de suor, sangue 
e lágrimas na mão de inqualificáveis! Do BES. Porque será que 
a Justiça, quando quer julgar os grã-finos demora uma 
eternidade...? É sina? O crime para esta gente, que 
tem advogados pagos a peso de oiro, que usa punhos 
de renda, compensa! 
Salgado ainda nos goza!

                                         Vítor Colaço Santos