quinta-feira, 30 de abril de 2020

no 1.º DE MAIO de 2020, Elogio da Dialética




Neste 1.º DE MAIO de 2020, imprevisível e diferente, este poema de Bertolt Brecht (1892-1956), com tradução de Arnaldo Saraiva.  

ELOGIO DA DIALÉTICA

A injustiça avança hoje a passo firme.
Os tiranos fazem planos para dez mil anos.
O poder pregoa: as coisas continuarão a ser como são.
Nenhuma voz além da dos que mandam.
E em todos os mercados proclama a exploração: isto é apenas o meu começo.
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem:
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos.

Quem ainda está vivo nunca diga nunca.
O que é seguro não é seguro.
As coisas não continuarão a ser como são.
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados.
Quem pois ousa dizer: nunca?
De quem depende que a opressão prossiga? De nós.
De quem depende que ela acabe? Também de nós.
O que é esmagado, que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que chegou, que há aí que o retenha?
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.
E nunca será: ainda hoje


BRASIL, UM GIGANTE TRISTE E PENOSAMENTE À DERIVA




Lula, Dilma, o PT e seus aliados, tiraram milhões de compatriotas seus da miséria absoluta e, como potência regional, projetaram o Brasil na cena internacional. Mas, não conseguindo erradicar a corrupção endémica, a direita mais reacionária e servil do grande capital e do imperialismo, usando a corrupção como bandeira e o obscurantismo religioso, nas urnas e em golpes palacianos, chegou ao poder. E agora, como se constata, é o descalabro.
É angustiante para qualquer democrata, ver o gigante, triste e penosamente, cambaleando à deriva.
O pulmão da terra, a Amazónia, foi entregue aos latifundiários e aos empórios da agro-industria e da mineralogia e  os seus ancestrais habitantes, os índios, escorraçados. A delinquência e a criminalidade subiram em flecha, e o comportamento criminoso do individuo boçal e primário que ocupa o palácio do Planalto, é responsável pelo vírus que alastra deixando um rasto de morte, sofrimento e angústia.
Mas as brechas já apareceram e, decerto, os patriotas e democratas do país irmão, bater-se-ão para que a sua pátria, o grande Brasil, trate dignamente os seus filhos e ocupe o lugar destacado que merece, no concerto das nações.
Contem connosco!
Francisco Ramalho
Corroios, 30 de Abril de 2020



Quando a ignorância mata...


A notícia da morte da médica, investigadora e professora Maria de Sousa foi dada em poucas palavras, nos noticiários televisivos, mas o médico e professor Helder Araújo, em artigo no JN, e mais tês figuras da investigação e do ensino, dão-nos a dimensão inteira da mulher e da cientista.

Diz Helder Araújo que Maria de Sousa dedicou a vida a derrubar os muros do não saber mas achar que tudo se sabe, e acabou por ser vítima disso mesmo; desde há anos na dependência de hemodiálise, esgotou-se quando a pandemia chegou a Portugal; sendo médica e imunologista, estava petrificada pela falta de simples medidas de prevenção na clínica onde fazia tratamento.

Não se cansou de protestar, mas a ignorância e arrogância de quem dirigia a clínica que, tendo pela frente uma imunologista de renome mundial, se recusava escutá-la, deu como resultado ter sido ela infectada e outros doentes; e isto foi tanto mais de bradar aos céus quanto terá sido um bombeiro, que àquela clínica transportava outras pessoas, que alertou para o perigo de poder haver ali gente portadora do vírus!...


Amândio G. Martins

quarta-feira, 29 de abril de 2020


Uma coisa que nunca irei entender...


...É a sobranceria das “Finanças” perante o contribuinte, de tal forma que, muitas vezes, fico com “inveja” daqueles que se escapam ao cumprimento das suas obrigações fiscais; e este modo de lidar com  a gente é tanto mais incompreensível quanto estou seguro de que não custaria nada tratarem o cidadão de forma a facilitar-lhe um pouquinho mais a vida.

Com as repartições fechadas e os vidros das portas forrados com grandes cartazes informativos da impossibilidade de atendimento presencial que, só em caso absolutamente necessário, deverá ser previamente agendado, diz-se nesses cartazes que existem milhares de locais em todo o país onde poderão ser pagos os impostos devidos, só que para o meu caso, imposto de circulação, IUC, estava impossibilitado de o fazer, só o conseguindo após um desesperante contacto telefónico, que também tive de pagar.

E entra  aqui o que à entrada começo por dizer: tendo recebido um dia destes uma mensagem da AT, alertando-me para o pagamento daquele imposto, e sabendo eles que o não podia fazer na respectiva repartição, por força das restrições que estamos a viver, por que razão, aquando da mensagem, não me deram também uma referência para poder efectuar aquele  pagamento numa caixa multibanco?...


Amândio G. Martins



Desesperadamente em busca do bode expiatório


Teorias da conspiração aparte, (porque as há para todos os gostos) toda agente viu que os fanfarrões Trump, Bolsonaro e Jonson, enquanto já todo o mundo estava alarmado estavam a desvalorizar a situação.
Jonson ia pagando com a vida.
Bolsonaro já estão a preparar a sua substituição.
Trump anda à procura dum bode expiatório.
Ameaça tudo e todos; uns com sanções, outros com bombas outros com lixívia.
Estou com pena dos nossos "Trumpistas" e "Bolsonaristas" já não sabem como dar a volta aos textos .
 
Quintino Silva

terça-feira, 28 de abril de 2020

A HERANÇA POSITIVA DO CORONA




Perante a omnipresente crise gerada pela dantesca filha do famigerado novo coronavírus, a COVID-19, não é fácil fugir-se ao tema. Por isso, volto a ele, também já abordado, e bem, pelos restantes colaboradores habituais deste jornal, e outros distintos opinantes.
Como se sabe, é em situações-limite, de crise, ou de perigo iminente, que se revela o pior e o melhor do ser humano. A confirmá-lo, aí estão agora exemplos de que todos já tivemos conhecimento. Pessoas que rejeitam até violentamente a presença nas suas imediações de outras infetadas, como aconteceu, por exemplo, na Ucrânia ou aqui ao lado na nossa vizinha Espanha. Ou oportunistas que se aproveitam da situação, da necessidade, para lucrarem escandalosamente com materiais de proteção contra o vírus, como luvas, máscaras e desinfetantes. Por outro lado, também casos altamente altruístas. Felizmente, em maior quantidade, e são estes que marcam, que perduram, que são exemplo. Inúmeros; médicos, enfermeiros, auxiliares, voluntários que socorrem os mais necessitados e desprotegidos, ou o gesto comovente do padre italiano que mesmo perante a morte, dispensa o ventilador a um semelhante seu, mais novo e, entre nós, o general Ramalho Eanes afirmando que faria o mesmo (não duvidamos) e por certo, outras pessoas.
Mas o que pretendemos hoje, é realçar o que também de muito positivo esta pandemia nos impôs. Desde logo, o respeito não só pelos trabalhadores da área da saúde, assim como pelos restantes de qualquer outra atividade. Depois, o respeito também pelo ambiente. Como já aqui dissemos, segundo especialistas na matéria, menos um milhão de toneladas/dia de gases com efeito de estufa, sobretudo gás carbónico, para a atmosfera. Evidentemente que não é possível manter esta redução drástica, uma vez que as atividades industriais e os transportes têm que arrancar. Mas pode e deve haver muito mais racionalização e menos desperdício, e devem ser muito mais potenciadas as energias não poluidoras, como a eólica, a solar, das barragens, das ondas, etc. Ainda neste capítulo ecológico, deve haver mais civismo até nas situações mais inusitadas. Por exemplo, Todos os anos, nas peregrinações a Fátima, são deixadas toneladas de lixo, sobretudo garrafas de plástico, na berma das estradas que ao santuário conduzem. E não se leia aqui uma critica à crença, à fé, das pessoas! Não devem é ir lá pedir o céu, e conspurcarem a terra.
O rol de exemplos continuaria, mas fiquemo-nos só por mais por este: as secas sobre futebol que deixámos de aturar na rádio, na televisão, ou mesmo em jornais generalistas. Mas, mais uma vez, não é o futebol que se critica. Aliás, modalidade desportiva muito interessante e atraente. E os jogos considerados mais importantes, podem continuar a ser transmitidos pela TV e muito mais outros, relatados na rádio! Estamos é fartos de intermináveis comentários, análises e palpites.
Portanto, do mal o menos, eis a herança positiva do Corona que interessa preservar.
Francisco Ramalho

Publicado hoje no jornal:







A vida é muito difícil...


Na empresa onde trabalhei a maior parte do tempo, enquanto profissional activo, lidei com gente de todos os sectores da companhia, cerca de mil pessoas espalhadas por todo o país; e esse facto proporcionou-me  conhecer os mais diversos tipos de gente que, mesmo nas categorias profissionais intermédias, ou mais modestas, a grande maioria viviam a empresa como se fosse sua, nos momentos bons e menos bons, sem queixas nem recriminações.

A figura que agora me ocorreu -  a pretexto daquele grupo de brasileiros que só quer voltar à sua terra, porque a pandemia fê-los perder o trabalho, sem o qual não têm como cá sobreviver – era bem conhecida de todos por ser responsável pelas mais diversas exposições onde o nosso ramo de negócio devesse estar; e se algum elemento da zona onde a exposição tinha lugar, que sempre era chamado a colaborar, lhe fazia alguma queixa da empresa, na ingénua procura de solidariedade, ouvia aquela "sacramental" reposta: “A vida é muito difícil”.

E aqueles brasileiros, que facilmente se percebe estarem em situação desesperada, só lamentam que as autoridades do seu país não estejam a fazer o necessário, há já vários dias no aeroporto esperando uma ligação aérea que os leve de volta para casa, dadas as circunstâncias inesperadas e excepcionais em que se viram envolvidos; faço votos para que o seu problema se resolva rápido, que não sejam contaminados quando chegarem à pátria, e que voltem logo que esta calamidade desapareça que, como já se viu, a vida é mesmo muito difícil para quem vive do seu trabalho, seja qual for a latitude...


Amândio G. Martins

Diversão perigosa

 
Duvido que, a ser verdade que o novo coronavírus foi criado em laboratórios chineses, tenha sido deliberadamente “solto”. Evidentemente, tudo é possível num mundo cada vez mais louco, com protagonistas capazes de dizer e fazer o que, abismados, vamos vendo todos os dias. A minha dúvida repousa no facto de sempre terem existido vírus ou bactérias na vida conhecida da Humanidade e, que se saiba, em tempos em que os conhecimentos e as tecnologias disponíveis não permitiam que o Homem, na sua “loucura” reconhecida, os produzisse e disseminasse. Mas enfim, penso que nunca o saberemos com certeza absoluta. Levantar “lebres” pode ser divertido, mas não será menos perigoso.


segunda-feira, 27 de abril de 2020

L á g r i m a s



Lágrimas de pesar pelos que morreram vítimas do  covid-19 e de solidariedade aos seus familiares e às pessoas afectadas, desejando uma recuperação tão breve quanto possível.

Lágrimas de reconhecimento pela conquista do 25 de Abril que é o Serviço Nacional de Saúde (S.N.S.) e a todos que nele trabalham pelo seu esforço e empenho, enfrentando por vezes sérias dificuldades.

Lágrimas de raiva e indignação pela hipocrisia de alguns, que agora questionam dificuldades ou falhas no S.N.S., tentando esconder as suas responsabilidades nesses factos, quando com a sua política de direita enfraqueceram o S.N.S., diminuindo camas de internamento e cuidados intensivos, não admitiram profissionais necessários e incentivaram a sua emigração (sobretudo enfermeiros), cortaram nos equipamentos e sua renovação.

Lágrimas de repulsa por aproveitamentos e abusos para atacar direitos, rendimentos e condições de vida dos trabalhadores.

Lágrimas de firmeza e convicção no combate pela saúde, contra o medo e resignação, pelos direitos, pelo emprego, pelos salários, valorizando o trabalho e os trabalhadores.

Lágrimas de denúncia e ira pelas lacunas dos sistemas de saúde da maioria dos países capitalistas, que não garantem questões essenciais à vida humana, que desinvestiram nos serviços públicos e que tudo fizeram para encaminhar a saúde para os negócios e lucros dos privados.


BIG BROTHER

O "Big Brother" voltou à TV. Voltou a exploração ao máximo da vida privada. Um programa de atrasados mentais para atrasados mentais. Que retrocesso! Parece que não se aprendeu nada, nem com o vírus. Na Grécia Antiga, os cidadãos discutiam os problemas da polis na ágora, agora temos os "reality-shows" para falar de intimidades em público e de palermices sem qualquer interesse. É de bradar aos céus! Quanta imbecilidade! E os poderes agradecem a ignorância das maiorias.
Quando é preciso, a "canalha" não fala.

Nos tempos de estudante, fui sempre um aluno medíocre. A única área em que me safava era Geografia. Em línguas também não era mau de todo. Mas nunca mais pratiquei.

Há uns trinta anos, numa ocasião, em férias de Verão, encontrávamos-nos - eu, a Baixinha e os Maravilhosos - no cantão do Valais, na Suiça, em casa de amigos.
Um dia, atravessando o Sul do país, entrámos na Áustria, através do Liechtenstein, com destino a Innsbruck, Entrámos num posto de turismo nos arredores da cidade. Convenceram-nos de imediato a desistirmos da intenção de ir pernoitar num bungalow na montanha. Houve uma tromba d`agua. Chovia e sentia-se um movimento inusitado de carros de bombeiros e ambulâncias.
Acabámos por nos instalar num hotel no centro, junto ao rio Inn. Ainda chuviscava, mas eu não queria perder a oportunidade de ver como era a cidade à noite. A minha mulher e o "maravilhoso" menor, vencidos pelo cansaço, não alinharam. Acompanhou-me a "maravilhosa". Dirigi-me à recepção e atirei numa mistura de português abrasileirado,  espanhol e inglês: usted me empresta aí um umbrella?. O homem, de dois metros de altura, com um sorriso de orelha a orelha, prontamente satisfez o meu pedido, enquanto a minha filha escondia a cara, de vergonha.

Noutra ocasião, à entrada do túnel do Monte Branco, em Chamonix, ao pagar a portagem, diante da recusa dos restantes, tive mais uma vez que ser eu a falar, com o cobrador: le ême tiquê dá pra regressê? Foi uma gargalhada geral, a que se juntou o homem do "guichet".

Ainda hoje, cá em casa, quando me querem "sacanear" atiram-me com essas frases estrambólicas.

José Valdigem

Gasear a democracia!


Lê-se no JN que um lapuz qualquer – o qualificativo é meu -  funcionário do município da Trofa, escreveu no Facebook esta enormidade, referindo-se à Assembleia da República: “Se houver quem ponha aquele espaço a funcionar como câmara de gás, eu pago o gás”. Até aqui nada de estranho, pois o que não faltam nas redes são alimárias desencabrestadas a despejar a única coisa que melhor sabem produzir, que é lixo.

Mas que o sujeito que faz de presidente desse município tenha achado graça – se calhar o burgesso é seu parente – premiando aquilo com um “gosto”, já me parece motivo para não deixar a coisa no esquecimento, até porque tal atitude tem ao menos a vantagem de nos mostrar sem disfarces a qualidade da pessoa; é um bocado como gostava de dizer o meu avô João Miguel: “É sempre bom saber-se com que pata a besta dá o coice”...


Amândio G. Martins



domingo, 26 de abril de 2020


Normalidade nova/Nova normalidade...


O que nos espera quando a pandemia começar a dar sinais de abrandar, não só não é entusiasmante como é bastante assustador, tão maus são os sinais que se têm visto, pondo a nu diabos que se pensavam esquecidos, como pôr pessoas a vigiarem-se umas às outras, denunciando às autoridades, como crime, as coisas mais corriqueiras que nos habituamos a fazer livremente, sem despertar atenções.

É  verdade que, no nosso caso, o confinamento não tem sido tão duro como é no país vizinho e, no meu caso particular, que vivo numa aldeia, tenho sentido restrições quase nenhumas; todavia, fui um dia destes ao hospital de Viana, a uma consulta de oftalmologia, marcada quando ainda não se falava em “coronavírus”, e impressionou-me ver aquele lugar, sempre movimentadíssimo, sem uma única pessoa na enorme sala de espera do átrio principal, ficando a perceber porque não queriam que lá fosse, se pudesse abdicar da consulta presencial.

Quanto ao “desconfinamento”, a posição dos especialistas em saúde pública é tudo menos optimista, como ontem ouvi o espanhol Martinez Olmo dizer que, mesmo que se descubra uma vacina, pelo que já se conhece deste vírus nunca vai haver risco zero; e se na terra dele, a partir de hoje, as crianças já poderão saír de casa uma hora, com um adulto para cada três, separadas dois metros, sem poder frequentar jardins nem parques infantis, e não mais que um quilómetro ao redor de casa, só para desentorpecer, ouvi numa TV algumas nada entusiasmadas, revelando uma maturidade assustadora para a idade.

De facto, contrariando o que tenho ouvido aos pedopsiquiatras, que está em perigo a sua saúde física e mental, estas crianças revelavam uma consciencialização do que se está passar bem maior que muitos adultos, que a polícia encontra na rua em desobediência à lei e com desculpas esfarrapadas, como andar a "passear" um coelho, ou uma tartaruga; e entre as crianças que diziam não querer mesmo saír à rua, comoveu-me a resposta de algumas: “Si no puedo abrazar ni besar a mis amiguitos, no quiero salir a la calle; coronavírus aún no se acabó, pero muy pronto lo hará”!


Amândio G. Martins




sábado, 25 de abril de 2020

25 DE ABRIL, sempre!, na varanda

              25 DE ABRIl, sempre!, na varanda, acompanhado da Grândola Vila Morena.

Missão impossível


Se mais vantagens não houvesse - e há! - em ser-se idoso (eufemismo para velho…), já valeria a pena ter-se a idade que se tem, suficiente para se ter vivido o 25 de Abril de 1974. Com todas as suas “vantagens”, os mais novos nunca poderão saber/sentir o que foi aquele dia. Como se poderá transmitir a sensação que é andar dias, semanas, se não meses a fio, a acordar pela manhã e, ainda estremunhado, repetir para si próprio a reprimenda da véspera: “como é que tornei a sonhar a mesma coisa”? Já nos estava na “massa do sangue” que aquele regime nunca iria mudar. Mas mudou. E esperemos que de maneira irreversível, apesar das ameaças que por aí pairam.

25 DE ABRIL sempre !


25 de ABRIL SEMPRE

Muito antes do Movimento dos Capitães, já se celebrava o 25 de Abril em casa dos meus pais.
O Tomás, o meu irmão mais novo, quando atingiu a maioridade, acostumou-se a dizer: "quando faço anos, pára tudo. comércio; indústria; serviços, tudo mesmo..."
Solteirão, vivendo só, agora nesta fase pandémica, honra-nos com a sua presença diáriamente à hora do almoço.
É o que acontecerá daqui a pouco com celebração duplicada.
Viva o 25 de Abril.

José Valdigem

É mau de mais, mas é mesmo assim...


“Cada macaco no seu galho” era uma expressão muito ouvida nas telenovelas brasileiras, naquele tempo em que prendiam grande parte dos portugueses em frente ao televisor; todavia, aquela “enormidade” que a maior parte dos eleitores brasileiros pôs a presidi-los parece querer os “galhos” todos par si.

Talvez porque, mais acima naquele continente, aquele que é seu ídolo e mestre nas “bacoradas” faz a mesma coisa, não deixando que aqueçam o lugar os elementos do governo que mostrem ter algumas ideias de qualidade; estes dois figurões, quando não têm argumentos válidos para contrapor a quem não compreende  as suas decisões, repetem incessantemente que são presidentes, e que esse facto lhes dá a máxima autoridade para fazer o que quiserem.

O americano acaba de ter e propor, para resolver a pandemia, uma ideia que só um tal génio poderia conceber: Se os desinfectantes matam o vírus que ataca os pulmões, então injectem directamente nos pulmões o desinfectante; que estas duas aventesmas façam bom proveito a quem os elegeu, que cada povinho tem mesmo os dirigentes que merece...



Amândio G. Martins

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Comemorações Populares do 25 de Abril no Porto



Desde sempre, a partir de 1975, realizaram-se comemorações populares do 25 de Abri, no Porto, no espaço nobre e central que vai desde a Praça General Humberto Delgado, passando pela Avenida dos Aliados e até à Praça da Liberdade.

As comemorações iniciavam-se no noite do dia 24 de Abril, com espectáculo musical, encerrado pelo Coral de Letras da Universidade do Porto, fundado e dirigido pelo maestro José Luís Borges Coelho, que finalizava a sua actuação com a Grândola Vila Morena, na passagem para o dia 25, a que se seguiu quase sempre fogo de artifício.

No dia 25 de Abri, da parte de tarde, com concentração no Largo Soares dos Reis, junto ao Museu Militar, realizava-se a Homenagem aos Resistentes Antifascistas e depois seguia-se o Desfile da liberdade pelas ruas da cidade até ao centro (Pr. Humberto Delgado, Av. Aliados, Pr. Liberdade). Após uma intervenção da Associação 25 de Abri, terminava com espectáculo musical. Em alguns anos, da parte da manhã do dia 25 de Abril, realizou-se uma Manhã Infantil para as crianças.

A comissão organizadora das comemorações envolveu sempre muitas organizações ligadas à cultura, sociais, colectividades e Paz, que podiam variar dum ano para outro, embora permanentemente sempre estiveram a Associação 25 de Abril e a União dos Sindicatos do Porto/CGTP-IN. Alguns anos contou com o apoio da Câmara Municipal do Porto, ex-Governo Civil do Porto e uma ou outra junta de freguesia.


A CRISE ECONÓMICA VAI SER DEVASTADORA

A crise económica vai ser terrível. Em França, na Alemanha, em Inglaterra, nos EUA, em Portugal, em todo o mundo. O desemprego. A fome. A pobreza. A miséria. A precariedade. E os líderes políticos e financeiros continuam entretidos em joguinhos políticos, em fórmulas matemáticas que ninguém entende. Estão-se nas tintas para as populações. O neo-liberalismo já deu o que tinha a dar e o capitalismo é desumano. Esperemos que as pessoas acordem e se juntem numa revolta que alie as lutas contra o vírus, contra a crise e contra as alterações climáticas, pela salvação do Homem e do Planeta, se não vamos tarde demais.

“Chiringuitos” diversos...


Numa infecção que afecta basicamente os pulmões, o sistema cardiorespiratório, seria de supor que os fumadores são a faixa da população que mais dificuldades sentiria para escapar da infecção e recuperar bem da enfermidade; todavia, e para espanto da comunidade científica, penso eu, estudos realizados na China, e confirmados em França, mostram que a proporção de fumadores entre os afectados é muito inferior ao que se esperava.

Sendo sabido que o tabaco mata muito mais gente anualmente do que se prevê que faça  o vírus, queira Deus que isto se esclareça depressa, antes que as tabaqueiras oportunísticamente se sirvam desta informação para um “golpe” publicitário, tão desesperadas devem andar por algo que favoreça o consumo de tabaco.

Numa outra análise, o especialista espanhol em saúde pública, Rafael Bengoa, chama “terramoto” a esta crise sanitária, alertando que a seguir a um grande abalo de terra sempre acontecem várias réplicas, pondo “água na fervura” do desconfinamento; outra imagem surpreendente veio agora também da China, onde dois médicos saíram do estado comatoso, em que a doença os deixou, com a pele quase preta, coisa que decerto não deixará de alimentar especulações quanto ao que lhes terão ministrado como cobaias...


Amândio G. Martins

quinta-feira, 23 de abril de 2020

O "DIÁLOGO" DO COSTA

O desemprego galopa. Os trabalhadores independentes recebem umas migalhas. Costa aperta o controlo sobre os artistas. A comunicação social obedece-lhe caninamente, a ele e ao Marcelo. Eis o "diálogo" do Costa. Costa só dialoga com os patrões e esquece os trabalhadores, os desempregados, os pobres e os precários. Que grande socialista nos saiu! Terá a resposta que merece.

WE WANT THE WORLD AND WE WANT IT NOW!


Se canto louvores à vida é porque quero, desejo e amo. Para mim todos os seres deveriam ser divinos, tal como todos os dias deveriam ser sagrados. Aquele que a multidão odeia é o espírito livre, o inimigo das algemas, aquele que não adora. Afastei-me daqueles que traficam e mercadejam o poder. Combato-os. Não lhes dou tréguas. Porque esses são os inimigos da vida, tal como os senhores da finança, do controlo e dos computadores. Têm destruído o Homem, os animais e a Terra. Têm feito a cabeça das multidões. Embora as multidões também sejam culpadas. Aceitam ser dominadas a troco de umas migalhas e, não raras vezes, apoiam o sistema. Há muita gente que já não tem cura. Dirijo-me áqueles que verdadeiramente amam a vida, a vida total e plena, a vida livre, para que não desistam. Este é o momento da mudança. Eles começam a ficar desorientados, a perder o controle. Sente-se no ritmo das notícias. We want the world and we want it NOW!


Síndrome de Robinson Crusoé...


“Pobre Robinson Crusoé”, clamava incessantemente o papagaio, de tanto o ouvir lamentar a sua sorte, de tal forma que, por momentos, o náufrago chegou a pensar, ainda mal acordado, que finalmente o tinham descoberto para o ajudar; dizia ontem a escritora catalã Almudena Grandes que há-de haver milhões de pessoas a sofrer a síndrome de Robinson Crusoé, mas a mim parece-me mal comparado, porque este, passados os primeiros momentos de assombro, depressa deu início a uma actividade frenética.

De facto, não demorou a construír um abrigo, a explorar a ilha, que começou por chamar “do desespero” mas depressa a sentiu como território seu; descobriu que tipo de animais lá havia, caçou para comer e aprisionou outros para reserva, recolheu de barcos encalhados na costa bens que lhe foram preciosos, arranjou um companheiro selvagem que salvou de ser comido e lhe ficou eternamente agradecido, enfim, nada comparado ao embrutecimento a que têm sido submetidos os confinados de hoje por causa dessa coisa que ninguém vê mas se faz dolorosamente sentir.

A alguns vai valendo o humor para se manterem sãos, que o ser humano não foi feito para ser obrigado a ficar preso e inactivo; a Time transcrevia um dito espanhol antigo, que curiosamente lhe chegou por via do  futebolista egipcio Mohamed Salah e diz assim: “No hay mal que dure 100 años ni cuerpo que lo aguante”...


Amândio G. Martins

quarta-feira, 22 de abril de 2020

A fome não se previne

 
A pandemia não foi ainda considerada extinta, mas já existem dados suficientes para antecipar algumas consequências. Segundo David Beasley, diretor da Agência das Nações Unidas para a Alimentação, o número de pessoas que já passam fome no mundo crescerá, até ao final do ano, em mais 130 milhões. A pobreza já aumentou e, seguramente, vai ampliar-se. Em sintonia, o fosso das desigualdades no mundo vai alargar-se. Ninguém poderá condenar os governantes em geral por prevenirem uma tragédia de proporções desconhecidas. Na legítima ânsia de a tudo acorrerem, talvez tivessem negligenciado o perigo de se generalizar o sentimento de que quem fosse “tocado” pelo vírus tinha a morte como certa, o que, obviamente, não corresponde à verdade. Sem querer minimizar, à moda de Trump ou de Bolsonaro, o sério problema que foi e é a pandemia, e na ausência de dados que indiquem com fiabilidade o que teria acontecido se as medidas de prevenção não fossem tão drásticas, parece legítimo procurar-se saber se era inevitável o tremendo custo social que os actuais e futuros famintos vão sentir.

150 anos do nascimento de Lénine



A 22 de Abril de 1870, na cidade de Simbirsk, Junto ao rio Volga, nasceu Lénine, de seu nome Vladimir Ilitch Ulianov. Lénine morreu relativamente novo, com 54 anos.

Desenvolvendo a obra de Marx e Engels na análise crítica ao capitalismo, Lénine fundou e encabeçou o Partido Bolchevique na Revolução de Outubro, na Rússia, donde nasceria o primeiro estado socialista, a União Soviética. São numerosas as obras com as ideias e contributos de Lénine para o avanço da teoria e prática revolucionária na defesa e 
desenvolvimento criativo do marxismo.



Falta tudo a essa gente...


...Para que lhe possa ser confiado um serviço público de tão vital importância como é o abastecimento de água às populações; as queixas são muitas e antigas, em vários pontos do país, mas continuamos a ver municípios alienando ao sector privado, que tem dado demasiadas provas de não ser confiável, o fornecimento de um bem tão essencial às pessoas.

Agora é a empresa “Águas do Alto Minho”, segundo se lê no JN, que trata mal os cidadãos de sete concelhos do Distrito de Viana; desde janeiro  deste ano que são públicas queixas de vários consumidores, como débitos de consumos absurdos a particulares e aplicação de taxas  de saneamento onde nem existe ainda esse serviço.

Culpar o computador era coisa frequente em muitas empresas, quando a informática dava os primeiros passos, mas como já lá vão muitas dezenas de anos, essa é uma desculpa que só pode ter um significado, que é irresponsabilidade e incompetência: então não há nos serviços administrativos daquela empresa quem repare na brutalidade de  facturas da ordem dos 50 mil euros a consumidores domésticos?...


Amândio G. Martins

terça-feira, 21 de abril de 2020

UMA TERRA PARA TODOS

Apesar de ser um castigo e uma lição para a Humanidade, o COVID-19 trouxe o renascimento da terra, da natureza e dos animais. Muito vai mudar. As megacidades desaparecerão e darão lugar a comunas, a federações, a comunidades de homens livres. A Terra será de todos, como afirma o padre Mário de Oliveira. Um Novo Mundo de união, comunhão, partilha e celebração nascerá. Expulsemos, com Jesus, os vendilhões. E viveremos em comunhão com o mundo, com a vida, com o cosmos.

Licença sabática

Talvez o título seja desajustado mas não encontrei melhor para dizer o que quero. Salvar-me-á o facto de, numa das definições que li, aquela ser descrita também como "um período de auto-conhecimento e auto-reflexão" (sic). E porque é disso mesmo que assumo necessitar, num tempo em que há uma pandemia viral , mas tudo se cruza, do melhor ao pior, e o recolhimento pode ser uma bálsamo. Já o vinha sentindo, larvar, mas há sempre um "clic" e esse chegou. Quanto tempo? Não sei, mas será o que sentir como adequado. Boa saúde!

Fernando Cardoso Rodrigues

PÚBLICO Terça-feira, 21 de Abril de 2020 (AKM)



A direita está contra a Democracia e não pelo confinamento



O problema crucial é que a covid-19 foi o pretexto “aberto” pela direita e extrema-direita para que não se realizem as comemorações do 25 de Abril que envolvam o poder democrático constituído e todas as oposições democráticas, no Parlamento.



A direita juntou-se para dar início à possibilidade de se pensar em não festejar a Democracia.



E, dado o primeiro passo, facilmente outros se seguirão, e quando dermos por nós, estamos todos a permitir mais e mais “confinamentos”, já não à covid-19, mas à própria Democracia.



Perder livremente tudo o que democraticamente nos faz ser democratas, pode ser a entrada num caminho sem retrocesso, que termina em ditadura.



Agora, em cima do acontecimento, anular a celebração do Dia da Liberdade na Casa da Democracia, soa a ataque à Democracia.



Talvez seja de reduzir ainda mais o número de pessoas presentes no Parlamento.



Um deputado único por partido. Um único representante do Governo, nenhum convidado, o mínimo possível de funcionários e claro o presidente da AR e o Presidente da República.



E filmado apenas pelo canal do Parlamento e entregue depois a todas as televisões.



E no próximo ano, livres de covid-19, o Dia da Democracia será celebrado fora do Parlamento.





Augusto K. de Magalhães, Porto

A sorte dá muito trabalho...


...É a resposta que os bem sucedidos na vida costumam dar quando lhes dizem que têm sorte, mas há nisto um grande fundo de verdade; andava a trabalhar na horta quando o meu conterrâneo Cachada veio ter comigo para lhe dar couves de plantar, que me sobram muitas no alfobre; à distância “regulamentar”, fomos falando da situação que se vive e da “sorte” que temos de ainda não haver por cá ninguém infectado mas, dizia o Cachada, há muita gente a “pirar”, sobretudo os empregados no comércio e indústria, que os do campo não lhes falta com que se entreter.

De facto, sem feiras, sem festas, sem trabalho, e ainda por cima sem futebol para descarregar o tédio, que há muita gente que, extra trabalho, não tem outro assunto de conversa que não seja a bola, até meio da semana o jogo anterior, daí para a frente o próximo, há por todo o lado uma situação “explosiva” em termos psiquiátricos, que é preciso haver quem saiba gerir, que também não há muito.

Mas voltando à “sorte”, falava-se ontem na TV  espanhola La Sexta do “exemplo” de Portugal, com menos mortos até hoje do que muitos países sofrem por dia, incluindo Espanha, embora já muito melhor; numa ligação a Enrique Oltra, seu correspondente em Lisboa, a jornalista Mamen Mendizábal perguntava-lhe como conseguem os portugueses tal “performance”, tendo ele respondido o que todos sabemos: trégua no combate político, concentração no que é mais importante, disciplina dos portugueses e também alguma  sorte.

Quanto ao futebol, a que Alberoni chama “uma metáfora da vida”, transcrevo um pouco do que diz no livro cuja foto anexo:  "Alguns defendem que o futebol não dá nada, que seria apenas um jogo de emoções, uma embriaguez fantástica, um desabafo dos instintos; mas os sociólogos e psicólogos, pelo contrário, defendem a tese de que o indivíduo tem necessidade de esquecer a sua própria identidade, de se fundir com o colectivo. No estádio todos são iguais, explodem em excessos, gritam, abraçam-se, fundem-se para formar um poderoso organismo superindividual. Depois, em casa, cada um regressa a si mesmo, à vidinha de todos os dias”.


Amândio G. Martins

segunda-feira, 20 de abril de 2020

A NOSSA INSIGNIFICÂNCIA VAI DA EXTREMA PEQUENEZ DE UM VÍRUS À IMENSA GRANDEZA DO UNIVERSO

O grande matemático e filósofo francês René Descartes dizia que o mundo é a própria geometria materializada. Depois do Covid-19, as pessoas idosas passaram a ser chamadas de RISCO no duplo sentido: risco por ter maior possibilidade de ir para o além de carona no Corona e risco por ser a mais simples das figuras geométricas que, segundo Descartes, se o mundo é geometria, então nada somos, apenas um risco (_____________), como se diz aqui no Brasil, quando se quer menosprezar alguma coisa — “é um risco n’água”.
Esta atual pandemia nos fez conscientizar de que nada adianta possuir armas que podem dar fim no próprio planeta:  como, ogiva nuclear, misseis lançados à distância ou montados em drones e outra mais, dotadas de uma fantástica precisão cirúrgica para alcançar os alvos. Agora diante do vírus, não mais existem os tais alvos, tornando-as ineptas, em curto espaço de tempo, diante de uma coisa quase invisível. 
Para que se ter tanto apego às coisas materiais e o exagerado orgulho de possuí-las, esquecendo que somos transitórios moradores deste nosso planeta, um pequenino ponto azul na imensidão infinita do universo? 
Para constatar a nossa esquecida insignificância, vou citar alguns grandes mestres da astrofísica: segundo Neil de Grasse Tyson- Autor do livro: “ORIGENS – Catorze Bilhões de Anos de Evolução Cósmica”, pág. 99: (...) “TODO AVANÇO EM NOSSO CONHECIMENTO DO COSMOS TEM REVELADO QUE VIVEMOS NUM GRÃO DE POEIRA CÓSMICA, QUE ORBITA UMA ESTRELA MEDÍOCRE NAS LONGÍNQUAS PERIFERIAS DE UM TIPO COMUM DE GALÁXIA, ENTRE CEM BILHÕES DE GALÁXIAS NO UNIVERSO”. Na pag.209 o mesmo autor diz o seguinte: “...UMA ESTRELA MEDÍOCRE (O SOL) NASCEU NUMA REGIÃO MEDÍOCRE (O BRAÇO DO ÓRION) DE UMA GALÁXIA MEDÍOCRE (A VIA LÁCTEA) NUMA PARTE MEDÍOCRE DO UNIVERSO (A PERIFERIA DO SUPERAGLOMERADO DE VIRGEM) ”. Para realçar ainda mais o que nada somos perante a grandeza infinita deste universo que nos rodeia, cito as palavras de um dos maiores conhecedores desta área cientifica, Carl Sagan: “EXISTEM MAIS ESTRELAS NO UNIVERSO DO QUE GRÃOS DE AREIA NA TERRA”.
Para concluir, no meio de grandes pensadores, não é diferente o que acham sobre esta, entre várias fraquezas humanas, chamada de orgulho, muitas vezes originário de uma exagerada e injustificável vaidade. Entre eles lembro-me de três:
 Blaise Pascal, matemático, escritor, físico, inventor, filósofo e teólogo católico francês, dizia; “O SER HUMANO NÃO PASSA DE UM CANIÇO, O MAIS FRACO DA NATUREZA. MAS É UM CANIÇO PENSANTE. NÃO É PRECISO QUE O UNIVERSO INTEIRO SE ARME PARA ESMAGÁ-LO: UM VAPOR, UMA GOTA DE ÁGUA, BASTAM PARA MATÁ-LO”... Se vivesse na época de hoje acrescentaria também o vírus.
  Huberto Rohden, grande filósofo, escritor e humanista brasileiro, muito conhecido até fora do país, afirmava: “ A ÚNICA COISA QUE NÃO ENTENDO NO  SER HUMANO É SEU INJUSTIFICÁVEL ORGULHO”.
  Francisco Cândido Xavier, notável pensador espiritualista brasileiro conhecido em todas as partes do mundo, paranormal com dons psicográficos, autor de mais de cinquenta livros nesta modalidade, sempre dizia na sua simplicidade: “ QUE ELE NÃO ERA NENHUM FRANCISCO, APENAS UM CISCO”. 

OS BENEFÍCIOS DO CORONA QUE DEVERIAM MANTER-SE




Assim de repente, penso em quatro benefícios que o famigerado novo corona e a sua dantesca filha COVID, vieram impor e que deveriam manter-se. A saber:
Primeiro, o respeito pelo pessoal da Saúde desde o médico à senhora da limpeza, que nos tratam do canastro e nos protegem da COVID e das outras maleitas. Mas também de todos os restantes trabalhadores das mais diversas profissões, como, por exemplo, os que providenciam para que não nos falte a paparoca, desde os agricultores e pescadores, até à caixa do espaço comercial seja ele mini ou super.
Segundo, as secas sobre futebol que deixámos de gramar em tudo o que era rádio, televisão ou até jornal generalista. Com isto, não estamos a advogar que se acabem também os jogos de futebol! Nada disso! Até podem continuar a ser transmitido pela TV e relatados na rádio. Nada temos contra esta interessante modalidade desportiva! Estávamos era fartos de secas; comentários, análises e palpites intermináveis e em simultâneo.
Terceiro, as toneladas de lixo, sobretudo garrafas de plásticos, que eram atiradas para as bermas das estradas que conduzem a Fátima, pelos peregrinos que lá iam pedir o Céu, conspurcando a Terra. E isto não tem nenhuma critica implícita à sua crença religiosa. Achamos é que quem roga a proteção divina infinita do Pai, deve respeitar também a Mãe Natureza.
Quarto e último, o que não é possível continuar a cumprir-se na totalidade , mas, em parte, perfeitamente possível; a redução drástica da emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera.
Evidentemente, que a atividade industrial e económica tem que recomeçar, as fábricas, os transportes, etc.,têm que arrancar, mas com muito menos desperdício e outras fontes de energia, como a eólica, a solar, a das ondas e outras naturais, devem ser muito mais aproveitadas e potenciadas. Assim como a poluição pode e deve ser muitíssimo menor.
E pronto! Já vos dei uma seca logo de manhã. Mas, sem falsa modéstia, foi útil ou não? (gaba-te cesto!). Claro que todos já sabiam. Foi só para lembrar...
Francisco Ramalho
Corroios, 20 de Abril de 2020




Petições: AR vs Vaticano

O 25 de Abril é já no sábado e,entretanto, há a "guerra" das petições. Vem à tona o clássico maniqueísmo entre "progressistas" e "fachos", agora com nuances. Claro que se deve comemorar o 25 de Abril! Só que... de outra maneira. E lembrei-me da Páscoa deste ano, no Vaticano. Não se comemorou? Sim, mas numa praça deserta e numa basílica quase vazia, o que tornou ainda mais impressionante e impressiva uma mensagem de despojamento, se calhar até mais apropriado à Igreja Católica. Porque não uma sessão na Assembleia da República, com o Presidente da República, o Presidente da AR, o Primeiro Ministro, os Presidentes dos Tribunais Supremo e Constitucional, os Presidentes/Secretários Gerais e os Presidentes dos diversos Grupos Parlamentares, muitos cravos vermelhos e... o Hino Nacional tocado num CD? Talvez fosse mais curial e, em tempo de confinamento, as pessoas apreciam mais o silêncio solene  que o feérico e desajustado ao momento que nos atinge.

Fernando Cardoso Rodrigues

Tanta vulgaridade!...


Uma coisa que tem tudo para deixar muita gente incomodada é a quantidade de notícias negativas envolvendo magistrados no activo, desempenhando as  funções de alta responsabilidade que lhes correspondem; o caso agora noticiado pelo JN refere-se ao juíz Paulo Registo, conhecido de, como fanático benfiquista, de cachecol e camiseta, ser visto nos campos de futebol – cujas imagens não se acanha de postar nas redes -  a insultar árbitros e adversários.

Pois parece que este “isento” magistrado está escalado para presidir ao julgamento do célebre Rui Pinto, acusado de ter violado o sistema informático daquele clube, entre outros casos; é frequente ouvir-se que tais magistrados, tal como os padres que dão nas vistas por ”mijarem fora do penico”, são homens como os outros; é verdade que sim, mas a quem foi dada preparação e atribuídas responsabilidades - que assumiram -  que lhes exigem uma postura, pública e privada,  acima da vulgaridade geral...


Amândio G. Martins


domingo, 19 de abril de 2020

TRUMP ASSASSINO

Donald Trump, agora, ameaça atacar militarmente a China. Trump é o culpado de os Estados Unidos serem, de longe, o país com mais mortes de coronavírus do mundo, o país onde as mortes galopam a um ritmo frenético dia após dia. O regime chinês não tem qualquer responsabilidade nos factos referidos. Trump é tão imbecil, irresponsável e fascista que pode provocar um confronto nuclear à escala global, nada mais, nada menos, do que a Terceira Guerra Mundial. Custe o que custar, urge derrubar este tirano assassino.

o CDS não gosta do 25 DE ABRIL



Tudo passa...


“Oh quanta verdade é que a figura deste mundo sempre está passando e nós com ela. Dos sábios e justos diz Isaías que verão a terra de longe. Ora vem cá, alma minha, faze por ser sábia, toma as asas da contemplação e suspende-te nelas, e olha de longe para esta bola da Terra, e verás como a sua figura sempre está passando. Que é o que vês? Mares, rios, árvores, montes, vales, campinas, desertos, povoados: e tudo passando.

Os mares, em contínuas crescentes e minguantes; os rios sempre correndo; as árvores sempre remudando-se, ora secas, ora floridas, ora murchas; os montes já foram vales e os vales já foram montes ou campinas; os desertos já foram povoados, e os povoados agora já foram desertos.

Mas olha em especial para os povoados porque o mundo são os homens. Tudo está fervendo em movimentos que acabam e começam; uns a saír dos ventres das mães, outros a entrar no ventre das sepulturas; aqueles cantam, dali a pouco choram;  estoutros choram, dali a pouco cantam; aqui se está enfeitando um vivo, parede meia estão amortalhando um defunto; aqui contratam, acolá distratam; aqui conversam, acolá brigam; aqui estão à mesa rindo e fartando-se, acolá estão no leito, gemendo o que riram e sangrando-se do que comeram.

Daquela porta para dentro ouvem a palavra de Deus, dela para fora apupam os que passam e dão-lhe vaia. Lá vai um no seu coche com os pés sobre tela e veludo; atrás das rodas vai um pobre, nu e descalço. E que turbamulta é aquela que vai cobrindo os campos de armas e carruagens? É um exército que vai a uma de duas cousas: ou a morrer ou a matar. E sobre quê? Sobre que dois palmos de terra são de cá e não de lá. E que árvores são aquelas que vão voando pelas ondas com asas de pano? São navios que vão buscar muito longe cousas que piquem a língua para comer mais, cousas que afaguem a pele, cousas que alegrem os olhos, isto é, espécies, sedas, ouro, etç.

Olhai o tráfego! Tudo ferve, tudo se muda por instantes. Se divertires os olhos, dali a nada tudo achareis virado. O rico já é pobre, o mecânico já é fidalgo, o moço já é velho, o são já é enfermo e o homem já é cinzas. Já são outras cidades, outras ruas, outra linguagem, outros trajes, outras leis, outros homens... Tudo passa!”

Nota – texto colhido de um sermão do notável padre Manuel Bernardes-1644-1710.


Amândio G. Martins

sábado, 18 de abril de 2020

Todos num limbo?

De pensamento, claro. Que vai do assertivo ( simplesmente convicto ao insultuoso) ao de dúvida, com mais ou menos convicção, mais ou menos medo, mais ou menos inteligente ou mais ou menos "burro". No fundo, mais ou menos tudo. Como traço comum, o Covid19 e tudo o que ele nos está fazer viver.
Vem isto a do propósito do turbilhão que me vai na cabeça e, do que leio e ouço me dar alimento a esse torvelhinho. Só duas situações, uma no campo do direito e outra no da medicina. No primeiro o antagonismo de opinião entre dois constitucionalistas ( especialistas...) -Reis Novais e Jorge Miranda- sobre a constitucionalidade do artigo 4º do último decreto sobre o estado de emergência, que, em parte, rege o confinamento dos idosos. O primeiro diz que existe inconstitucionalidade, o segundo nega-a. Aos idosos agrada-lhes mais ao primeiro porque... aceitar a idade que têm, não lhes convem nada, só que... têm-na. No segundo, a medicina, socorro-me do texto de Francisco Assis no PUBLICO de hoje, onde quase faz equivaler a ciência à arte, no exercício daquela. E "prefere" a arte nos tempos que correm.
Do direito não falarei a não ser que nunca na vida seria jurista! Nunca me veria a defender ou decidir por "interpretações" e não por verdades "sólidas", pelo menos até ao  momento em que sejam refutadas. Que é o que se passa na medicina onde a arte é um acto de inteligência e acuidade mas SEMPRE alicerçada num saber de base comum e actualizado!
Pretendo com isto chegar a algum lado? Acreditem que não, mas estou num blogue, os tempos são difíceis e.... estou convicto do que digo. Tão somente.

Fernando Cardoso Rodrigues

COSTA, O MENTIROSO

António Costa mentiu aos portugueses. Prometeu que, com ele, jamais haveria austeridade e, ela aí está, a austeridade. António Costa é um canalha e um bandido. Paga miseravelmente aos enfermeiros e aos "heróis" da pandemia. O seu nível de popularidade, a partir de hoje, vai começar a cair. Costa não perde pela demora. Costa vai cair com estrondo.

OS PREGADORES DA MORTE

Os capitalistas e os seus lacaios políticos, os líderes religiosos, os economistas, todos eles são pregadores da morte e inimigos da vida. "A vida é apenas sofrimento", "a luxúria é pecado", "para quê dar à luz, se só damos à luz infelizes?", o "amor" ao trabalho esforçado, a corrida, a competição, a rapina, a luta pela vida, a ganância, o mercado, a dívida, a conta, a "vida eterna". Tudo isto encaixa, na óptica de Nietzsche, na lógica do dragão, do "Tu deves", do mando e da obediência, do controlo e da castração, da escravatura, da exploração, da mercearia. A isso opõe-se o leão, o "Eu quero!", a rebelião, a conquista da liberdade e o direito de dizer "não". "We want the world and we want it NOW!", grita Jim Morrison. Mas o leão deve ainda tornar-se criança, criança sábia, já que a criança "é inocência e esquecimento, um novo começar, um brinquedo, uma roda que gira por si própria, primeiro móbil, afirmação santa", vida total e plena. E assim expulsaremos os inimigos da vida.

A força da cultura...


...Que até é capaz de levar um militar, em tempo de guerra, a desobedecer a ordens precisas, se a sua consciência lhe dita que o faça. Citando um texto alusivo à Páscoa, de Eduardo Jorge Madureira, no Diário do Minho, Pedro Bacelar de Vasconcelos põe em relevo, no seu habitual espaço no JN, o gesto daquele militar que salvou a obra-prima de Piero della Francesca, “La Resurrezione”, que o magnífico artista do Renascimento deixou num mural em Arezzo, Itália, em meados do século XV, mais tarde “transladada” para o Palazzo del Governo em Borgo Sansepolcro.

Tendo lido o que sobre a obra escrevera Aldous Huxley, que lhe chamou “a melhor pintura do mundo”,  um jovem oficial britânico, Antony Clark, encarregado de, em 1944, bombardear aquela terra, supostamente infestada de nazis, decidiu desobedecer às ordens e poupar Sansepolcro e a “Ressurreição”.

E Bacelar de Vasconcelos termina o seu texto assim: “Que a Europa encontre, nesta primavera absurda de dor e de sombras, a inspiração que lhe falta para vencer o medo, a doença, a desconfiança, o calculismo mesquinho e os fantasmas de um passado carregado de memórias de sangue e de miséria. E que saiba reinventar toda a força que precisa para restaurar a generosidade e a esperança, a alegria e a solidariedade indispensáveis para se salvar e para renascer”.



Amândio G. Martins

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Europa

Sempre me preocuparam as "cizânias, mais que os desabridos. Mas os que mais me inquietam são os pusilânimes. Os segundos atacam com maior ou menor truculência, mas os primeiros e os terceiros, vindos de lados contrários, acabam por confluir, por muito que os derradeiros tenham "boas intenções" mas só acabem por ser "comparsas" dos que abrem a divisão com insídia e um leve "rumor de santos" de quem deixou a semente da discórdia. Há um volume do Astérix que mostra muito bem como isso se faz.
Vem isto a propósito do artigo escrito hoje no PÚBLICO por Rui Tavares (RT), intitulado "As últimas da UE, ou a UE a dar as últimas?". RT é um europeísta convicto e um homem da esquerda, o que é uma associação imbatível. Ainda por cima, culto e bem explicado. E diz o que eu penso mas não sei dizer. Para se ser europeísta não é preciso concordar com "esta" Europa, pois, apesar de tudo, ela ainda é a melhor organização política e social que existe. Não só economicamente mas ainda na defesa da liberdade, o que não é nada despiciendo e é mesmo um baluarte na sua defesa. E não se impede de dizer que a sua maior fraqueza, de momento, é aquela de os seus detractores pouco ou nada a acusam: o permitir ditaduras no seu seio, como é o caso da Hungria actual. Grato ao RT por me "emprestar" a verve que, espero não tivesse sido por mim adulterada.

Fernando Cardoso Rodrigues

Ah, “ganda” Gaspar!...


Enquanto a “patroa” Kristalina aconselha que gastem o que for preciso, mas guardem os recibos, o “Vitinho” avisa que está a formar-se novamente a “tempestade perfeita”, que pode arrasar com a dívida portuguesa e com as taxas de juro soberanas, não vão os malparidos “mercados financeiros” esquecer-se de nos crucificar de novo.

Afirmando que todos os países desenvolvidos vão saír desta “coronacrise” muito endividados, Portugal passará de uma situação de saneamento gradual das finanças públicas para um caso crítico em termos mundiais; se calhar para a gente não se esquecer dele, coloca desde já os financiadores do nosso país de pé atrás, que não deixarão de ter em conta a sua chamada de atenção para este lado do mundo...


Amândio G. Martins

AS JOGATANAS DO DINHEIRO E DO PODER

Sai, não sai. Controla, não controla. O prolongamento da pandemia, a grande crise que já se faz sentir, o desemprego em massa, a fome, a miséria vão fazendo os senhores do mundo e os seus lacaios sair do estado de graça. Já são muitas as vozes que acordam e se levantam. E serão mais e mais. Eles devoram-se uns aos outros em jogatanas de dinheiro e poder. Eles mentem descaradamente. Trump e Bolsonaro não são os únicos vilões. Há muitos mais. Por detrás deles. Ao lado deles. Até, aparentemente, contra eles. É tudo um putedo financeiro. Mete nojo. Cheira mal. A revolução é a única solução.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

"Filmaço"

Ía-me escapando. Passou segunda-feira no NOS ESTÚDIOS.
Green book - Guia Para a Vida, vencedor em 2019 de dois Oscars: melhor filme e melhor actor secundário. E também um desempenho magnífico de Viggo Mortensen como actor principal.
Para quem não gravou, é possível resgatá-lo até 1 semana após a exibição. Parece que é assim, que a coisa funciona.
Excelente oportunidade de combater o tédio causado pelo confinamento.

José Valdigem

Rubem Fonseca e Luís Sepúlveda... foram-se!

Escrevo em tempo. Abri o computador e... pimba"! Morreram Rubem Fonseca e Luís Sepúlveda, dois dos meus queridos! Mais o primeiro que o segundo, mas os dois. Rubem Fonseca - "Agosto", "Vastas Emoções, Pensamentos Imperfeitos" - escritor das figuras urbanas marginais, putas, assassinos a soldo e quase "moralistas", traficantes, e criador da figura de Mandrake, advogado-detective e bebedor de "Periquita". Luís Sepúlveda, que se só tivesse escrito o poético " O Velho que Escrevia Romances de Amor", já lhe bastaria para ser "imortal"! O primeiro por enfarte, o segundo pelo maldito Covid19, ambos por... "paragem cardíaca", que é como morremos todos nós, grandes como eles e pequenos como os que os lêmos. Levam a minha saudade e gratidão!

Fernando Cardoso Rodrigues